Acabar com o Paralímpico é maldade e fraude

Texto publicado no Facebook do Marco Antonio Monteiro, Grande Benemérito do Vasco:

ACABAR COM O PARALÍMPICO É MALDADE E FRAUDE

Eu não gosto de ocupar qualquer espaço para falar mal do Vasco, mas o anúncio do fim do Departamento Paralímpico do clube me leva a compartilhar a indignação.

Primeiro porque a história do Vasco é a da defesa dos mais esquecidos, dos que não tem chances em outros lugares que são elitistas. Todos os demais grandes clubes de futebol acabaram com o atletismo. O Vasco não. Porque ali estão muitas vezes as chances de negros e pobres.

A despesa do paralímpico (natação, vôlei sentado e futebol) é ridícula no total do clube e há outras atividades que poderiam ser suspensas antes.

Mas há também a fraude. A administração Dinamite fechou o parque aquático e tudo ali se deteriorou. Isso os vascaínos sabem e basta pesquisar na internet. Já na administração Eurico, em 2015, com as certidões negativas, partimos para a busca de recursos que eram disponibilizados pelo Poder Público através do CBC – Comitê Brasileiro de Clubes. Os editais do CBC poderiam ser para infraestrutura, equipamentos ou pagamento de pessoal. Isso dependia de cada edital. O Vasco tinha perdido o acesso a vários deles por falta de regularização fiscal.

Com as certidões, em 2015, houve um edital para compra de equipamentos, parte a ser usado no esporte olímpico e parte no paralímpico.

O Vasco conseguiu aprovar projetos no valor de R$ 2.898.670,71. E foi através da natação paralímpica que se conseguiu gastar mais de 1 milhão de reais na compra de modernos sistemas de filtragem, aquecimento, blocos de largada e equipamentos de fisioterapia. O Vasco entrou com recursos próprios na recomposição de azulejos, vestiários e recuperação da arquibancada. Mas sem os recursos específicos para o esporte paralimpico não haveria a reforma do Parque Aquático.

Outra parte da verba foi gasta com a importação da Alemanha de uma nova flotilha de 11 barcos para o remo. Um enorme esforço para cumprir as regras de investimento com dinheiro público. Ao final, contas aprovadas pelo CBC (que é fiscalizado pelo Tribunal de Contas da União) e todo o material para o Vasco, que está lá até hoje.

O Vasco tinha e se aproveitou do esporte paralímpico para o seu patrimônio e, agora, menos de 3 anos depois da reinauguração da piscina, manda os atletas embora. E, segundo os atletas, os salários de todos os treinadores e preparadores do departamento juntos não chegam a 20 mil reais por mês.

Uma observação: fiz a pedido do Eurico toda a supervisão do projeto de captação com a ajuda na época do vice-presidente Francisco Vilanova, do presidente do Conselho Deliberativo, Luis Manoel Fernandes, e do profissional Carlos Magno, nome de primeira linha nessa difícil missão de montar o projeto, acompanhar a aprovação e a prestação de contas.

MARCO ANTONIO MONTEIRO
Grande Benemérito do Vasco

3 comentários em “Acabar com o Paralímpico é maldade e fraude”

  1. Inacreditável. Administração negligente, que não conhece, não defende e não estima os valores maiores do Club. Essa foi a gota d’água. Impossível continuar. Casaca, o que podemos fazer? A exemplo da resposta histórica, o investimento contínuo no esporte para portadores de deficiência é o que vai continuar nos diferenciando dos demais clubes e fazer jus aos principais momentos da nossa história.

  2. O histórico glorioso do Vasco começou a se denegrir com o patrocinio da Havan. Agora, nada mais me surpreende. Espero que Luiz Manoel vença as próximas eleições e resgate nosso orgulho.

  3. A mesma sujeira que essa turma faz: desejar tornar o Vasco um clubeco. É preciso ficar atento, pois de repente, vão querer acabar com outros esportes também, que aliás é o grande sonho de alguns vascaínos desonestos, e ficar só com o futebol. Mas onde está essa imprensa moralista, agora?

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