Força Jovem do Vasco completa 50 anos

Cinquentenário

Nessa data (19/02), há exatos 50 anos, era fundada a FORÇA JOVEM, fruto de uma arquibancada agitada, num contexto em que o VASCO não era Campeão desde 1958, um cenário não muito diferente dos dias atuais. O detalhe é que naquela época o povo estava nos estádios, com ingressos acessíveis, Brasil Bicampeão Mundial, o Futebol era literalmente a alegria dos Brasileiros.

E foi nessa arquibancada popular com secura de títulos que a FJV foi se moldando, ela é o resultado das gerações que acompanhavam o VASCO nas décadas de 40, 50 e 60. Naquela época existia uma fidelização muito grande nos jogos, laços pessoais foram sendo construídos, os mais antigos da geração EXPRESSO DA VITÓRIA revoltados com a situação vivida, falavam de um VASCO grande no qual eles deveriam acreditar. Foi nesse ambiente de revolta e com muita esperança, que surge o maior movimento popular do VASCO DA GAMA, a famosa FORÇA JOVEM DO VASCO. Ela não surge, como muitos pensam, como uma torcida de bairro; ela surge grande, com pessoas de todas as regiões e classes sociais. A FJV é o somatório de forças da arquibancada do VASCO nos anos 60.

No ano de sua fundação, o VASCO volta a ser Campeão Carioca, mostrando que a FJV é pé quente e imprescindível. Nos anos subseqüentes, com uma postura progressista, a torcida passa a cobrar cada vez mais melhores times. Diante disso, os Dirigentes, com a pressão popular exercida, formam times cada vez mais fortes, resultando no primeiro título Brasileiro de um time Carioca, o VASCO é a vanguarda do Futebol Brasileiro!!!

Época de grandes caravanas pelo Brasil, muitas horas de estrada, começando assim a disputa saudável com a TOV, de quem colocaria mais ônibus. A TOV, primeira TORCIDA ORGANIZADA DO BRASIL (formada por Torcedores e não por Dirigentes, daí vem o nome usado e copiado por todos até hoje: “TORCIDA ORGANIZADA”), era até então a representante máxima do VASCO nas Arquibancadas, uma Torcida muito conservadora, com pessoas mais maduras. A FJV era uma mescla de todas as idades, porém predominantemente mais jovem, com ideais mais progressistas como Torcida Organizada.
Vale ressaltar que o fenômeno criado no Rio de Janeiro de Torcida Organizada nunca foi amplamente estudado, então menções conservadoras e progressistas nada tem a ver com a política social, estamos nos remetendo à época, dentro do fenômeno das Organizadas, que até 2020 teve diversas fases diferentes.

O que mais definiria a FJV dos anos 70 foi o ocorrido em um jogo no Maracanã, no qual o VASCO estava perdendo e toda a Arquibancada permanecia calada e sentada comportadamente (hábito corriqueiro em todas as Torcidas na época). Até que no segundo tempo do jogo, Ely Mendes, então Presidente da FJV, vendo aquilo, mandou que levantassem todas as Bandeiras, para que todos assim ficassem de pé e não parassem de cantar. Foi então que a cultura de assistir aos jogos de pé no mundo se iniciou.

Na chegada dos anos 80, a Torcida era muito coesa, bem centralizada e norteada. No início da década, já superávamos em números a TOV. No épico Rock in Rio de 1985 membros da Torcida gostaram tanto do Mascote da banda Iron Maiden, que pouco tempo depois, de forma bem primária, desenharam o boneco em suas Camisas da FJV, marcando assim a entrada do EDDIE nas arquibancadas da FORÇA JOVEM.

1989 foi um ano marcante para FJV: VASCO CAMPEÃO BRASILEIRO E A INVASÃO DO MORUMBI (29/10/1989), com mais de 200 ônibus só da FJV (teve mais ônibus de outras Organizadas) saindo do Rio (feito ainda não repetido por outras Torcidas Cariocas), fazendo assim engarrafamento por toda a Dutra.

Em dezembro de 1989, Ely Mendes não tem mais o controle da torcida, surgindo assim novas lideranças. Entre 1989 e 1990, devido a sua imensidão, foi necessário criar alguns núcleos que logo em seguida foram renomeados de FAMÍLIAS, no qual a enumeração já teve três configurações.

A década de 90 é especial para o VASCO e para a FJV. Em 1992, na Presidência do eterno Márcio Buião, fizemos nosso primeiro e emblemático Bandeirão e na seqüência ganhamos o TRI ESTADUAL em 1994, mas não ficamos satisfeitos. Pressionamos muito a honrosa direção do VASCO na época, queríamos títulos Nacional e Internacional, e foi nessa atmosfera de cobranças que o VASCO ganhou basicamente todos os Campeonatos oficiais da década.
Uma década na qual a FJV , pelas mãos do criativo presidente Marcelo He-Man , chegava ao seu auge, com diversos símbolos sendo criados: primeiro Website de Torcida do Brasil, duas Faixas gigantes no Maracanã, a torcida ia de um corner a outro atrás do placar. Foi em um ambiente de muita irmandade que o espírito FJV foi se forjando; aquela torcida que todos levaram para suas vidas. Terminamos a década, sem dúvidas, como a principal Torcida do Brasil!!!

Nos anos 2000, infelizmente, houve uma queda na filosofia FJV, mas sendo uma torcida com um grande lastro formou uma nova geração de componentes, que sustentou a torcida. Quando todos pensaram que ela quebraria, ela apenas envergou.

No anos 10, logo em 2013, toma-se uma punição desmedida que a tirou das Arquibancadas até os dias atuais.
Nesse momento difícil, devemos olhar nossa história, para buscarmos a solução. O grande boom da FJV nos anos 70 foi a insatisfação da torcida do VASCO com a falta de títulos, já nos 80 foi quando teve que se provar que existiam homens na torcida do VASCO; Basquete no Olaria, só para quem tinha culhões. Nos 90 foi a irmandade construída com o auxílio dos mais velhos, componentes da década de 70-80, que deram toda doutrina, e as coisas evoluíram.

Hoje a FJV passa por uma difícil reconstrução, voltou a ter uma Sede no Centro, no mesmo prédio da lendária Sede dos anos 90, com um trabalho da diretoria atual de aproximação com a Sociedade e o Estado. É necessário que os mais novos conheçam a história, nada veio de graça! Precisamos de unidade e centralidade, para que com amor no coração possamos caminhar ao lado da sociedade, dessa forma voltaremos ao nosso lugar.

Para o movimento de Organizadas, precisamos combater firmemente a elitização do futebol, que começou desde a criação do estatuto do torcedor, onde a intenção real é tirar nossas faixas para colocarem propagandas e tirar o povo para entrar a elite. Nosso movimento é ao som do povo, da Bateria, do Carnaval Carioca e da alegria de todo povo brasileiro.

Em observação, não somos contra o estatuto do torcedor de 2003, pois somos TORCEDORES. Deve-se punir o infrator e não instituições cinqüentenárias que arrastam multidões. Por fim continuamos com a certeza que sempre estaremos ao lado do VASCO. Há tempos a FJV deixou de ser somente uma Torcida Organizada, é uma filosofia que está dentro de mais de 300 mil Brasileiros. Eles podem nos perseguir, tentar nos calar e até mesmo tirar a nossa Liberdade, mas NUNCA DESISTIREMOS!!!

Fonte: FJV

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