Inviabilização por conceito

É fato que apenas no mês passado ocorreram 82 execuções de acordos não pagos pelo Vasco a ex-funcionários do clube.

Embora fossem tentadas todas as formas possíveis de acordo para que a inadimplência do clube com seus ex-funcionários se desse por resolvida sem maiores prejuízos institucionais, os três meses de atraso, em média, levaram a tais execuções.

Ao todo já foram demitidos cerca de 300 funcionários, em pouco mais de 13 meses, pelo irresponsável Alexandre Campello e sua turma de teóricos do BNDES, responsáveis diretos pela carta de vitimização da atual gestão, levada a público no dia 30/04/2018, após ter sido apresentado de fora para dentro o balanço do clube (retificado na prática em novembro do ano passado), sem a participação do Vice-Presidente de Finanças da época, o que é obrigação estatutária e não favor a ninguém.

Vários funcionários demitidos tiveram boa vontade em acordar com a direção do clube o recebimento de valores aquém do que lhes era de direito.

As execuções fazem aumentar os valores em 50, 60 ou 100% a mais que o anteriormente acordado.

Trata-se de mais uma das muitas comprovações de capacidade para acordar e incapacidade para cumprir o que se acorda, desde praticamente o início dos acordos.

Para uma gestão que se vitimizou ao receber 60 milhões líquidos 90 dias após ter assumido o clube e que se mostrou quase que completamente incapaz de obter receitas consideráveis em 13 meses de gestão, fora empréstimos e valores já encaminhados pela gestão antecessora, a comprovação de sua incapacidade administrativa é o óbvio ululante.

Independentemente de questões políticas, quando uma gestão assume o poder deve se preocupar primeiramente em arrumar a casa e tendo a oportunidade de fazê-lo com 60 milhões de reais em mãos nos primeiros 90 dias de governança deve priorizar resolver as questões próximas com relação a funcionários, acordos, pendências junto a pessoas jurídicas, impostos, etc.

Não custa lembrar que, com 25 dias da gestão antecessora no poder, ainda no mês de dezembro de 2014, o clube à época obteve certidões positivas com efeito de negativas, que não possuía há quase um ano na ocasião. O Vasco se manteve com a principal das certidões até 30/09/2017 e com as outras até dezembro do mesmo ano.

Já essa gestão, que ficou “na cara do gol” para receber 38 milhões de reais, através de ação na Justiça, pavimentada pelo departamento jurídico da gestão anterior, até hoje não obteve as certidões e tal verba seria fundamento para tal, caso o pedido do clube fosse satisfeito pela Justiça em outubro de 2017, ao invés de ser aceito um ano depois.

Sem ter um único atleta com potencial de relevante venda e, portanto, para fazer caixa em 2015 já tinha a gestão anterior acertado todos os salários pendentes de 2014 e mantinha em dia os do ano de 2015, mantendo-os dessa forma durante grande parte daquela gestão, mais propriamente até julho/agosto de 2017.

A gestão atual deve até hoje o salário de dezembro de 2017 e gratificação natalina, deve salário do ano passado e também gratificação natalina, deve salário deste ano e deve satisfações por sua inequívoca incapacidade de gerir o clube.

Embora o Vasco não tivesse nenhuma simpatia da CEF no final de 2014 por descumprimento de inúmeras cláusulas contratuais pela gestão do MUV, obteve em 2015, 2016 e 2017 novos patrocínios com a empresa, o último deles de 11 milhões de reais por 8 meses de compromisso, ou seja o referente a 16,5 milhões para um contrato de um ano.

A atual gestão está há quase 14 meses para celebrar um patrocínio e o número a ser obtido por ele, jogado na mídia, está longe do valor obtido em 2017.

A estratégia maquiavélica da gestão atual de sujar a administração anterior para limpar a sua, que se mostra pouco higiênica com relação aos cuidados com o clube, fundamentalmente no que concerne a seus funcionários, está se voltando contra ela própria. Isso porque, diferentemente daquilo que pensam os gênios políticos e financeiros dessa mixórdia, ignorar acordos e pagamentos devidos, referentes ao período final da gestão anterior, interfere no clube, na instituição e não no gestor A ou B, pura e simplesmente.

A lição de como se agir foi posta na prática entre o final de 2014 e o decorrer de 2015, seguiu em 2016 com salários em dia, acordos pagos, certidões mantidas e se em 2017 houve problemas, fundamentalmente após a sabotagem contra o clube em julho, por ocasião da partida entre Vasco x Flamengo e suas consequências, além do processo eleitoral e todas as dificuldades de obtenção de verbas, mesmo assim a venda de Paulinho pelo valor total da multa à época resolveria todos os problemas prementes.

Ao invés disso, a direção anterior preferiu triplicar a multa e oportunizar a continuidade do trabalho por parte da gestão que chegava ao Vasco para supostamente continuar a reconstrução de um clube rebaixado de todas as maneiras possíveis e imagináveis pelo MUV, durante seis anos e cinco meses.

As consequências de se agir em parte como o MUV agiu, em parte como suas certezas teóricas preceituavam e em grande parte como uma espécie de maquiavelismo juvenil sugeria, levam o Vasco hoje a andar na corda bamba, sempre à espera de algo ou com alguma desculpa para dar, a fim de tentar esconder a notória incapacidade dos atuais gestores de tocarem o dia a dia do clube, para além dos factoides criados em seu favor.

O mínimo que se esperava da administração atual era a continuidade do trabalho de reconstrução realizado no Vasco desde dezembro de 2014, mas o caminho percorrido até aqui nega a essência daquilo e distancia o clube cada vez mais de suas raízes sociais e humanitárias.

Opções de gestão…

CASACA!

2 comentários em “Inviabilização por conceito”

  1. Infelizmente o MUV não aprende a lição e insiste em desadministrar o Clube tornando uma Entidade seria em caloteira. Depois é só jogar a culpa na Geni de sempre com o beneplácito da imprensa parcial e suja sob os aplausos de torcedores alienados.

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