Vasco hoje (18/05/1977) – O jogo mais importante da vida de Roberto Dinamite em São Januário

 

À princípio os quase 11.000 torcedores que enfrentaram a chuva e o frio em São Januário não tinham tanto com que se preocupar naquele confronto diante do Bonsucesso. Apesar do deslize na quarta rodada, quando foi derrotado pelo América por 1 x 0, o Gigante da Colina encontrava-se na tabela como líder e com certa folga. Três pontos à frente da dupla Fla-Flu e dois de vantagem sobre o Botafogo, sabedor que Fla e Flu se enfrentariam no domingo seguinte.

O adversário daquela noite, carinhosamente chamado de Bonsuça, dera certo trabalho a Flamengo, Botafogo e América, mas sucumbira diante de todos eles (ainda não havia enfrentado o Fluminense no turno). Era um time chato, comandado na zaga por Dário Lourenço, no meio por Cabral, contando ainda com a velocidade de Naldo, além dos gols de Tuca.

Logo aos 13 minutos Calibé trocou passes com Cabral avançou e cruzou para Naldo, que entre Geraldo e Marco Antônio chutou a gol, abrindo o marcador.

O Vasco foi todo pressão desde então e aos 43 minutos do período inicial o árbitro Luís Carlos Félix dexou de marcar uma penalidade máxima sobre Dirceu.

O nervosismo do torcedor vascaíno após o intervalo virou agressão. Sobrou para o bandeirinha Ronald Monassa, que levou uma garrafada do setor de arquibancada e teve de sofrer pontos na perna, ensanguentada a olhos vistos após o arremesso do casco em sua direção.

A partida recomeçou após vários minutos de paralisação.

No tempo corrido o marcador apontava 40 minutos do segundo tempo quando após cobrança de escanteio Abel, dentro da área caiu nela. O árbitro acertadamente mandou o jogo seguir, mas no rebote a bola sobrou para Roberto, que foi derrubado por Calibé. Pênalti bem marcado, mas encarado como inexistente pela equipe visitante. A reclamação foi tão veemente e insistente que irritou o árbitro a ponto deste expulsar naquele entrevero dois atletas do Bonsucesso: Nilo e Cabral.

Roberto preparou-se para a cobrança e a executou com precisão aos 42 minutos, empatando a partida.

A paralisação de quase 10 minutos entre o lance da agressão ao bandeirinha no início da segunda etapa e o tempo entre a marcação do pênalti  e a cobrança deveriam ser descontados e o Vasco, com apoio de sua torcida, virou a partida aos 47, após chute de Orlando Lelé que o arqueiro Pedrinho rebateu, oportunizando a Dinamite fazer o gol da vitória vascaína de cabeça, encontrando o canto esquerdo da meta adversária.

Nos minutos seguintes ainda se viu o Vasco buscar ampliar a contagem, mas a partida terminou mesmo com o placar final de 2 x 1.

Onze anos depois, em entrevista à TVE, do Rio de Janeiro, Roberto lembrava com saudade do episódio e afirmava ter sido aquele o jogo mais especial de sua carreira, dentre todos os disputados no estádio do Vasco. De fato, tanto o clima da partida como a virada em cinco minutos levaram à torcida do Vasco à loucura naquela ocasião. Uma noite inesquecível para ela e seu ídolo.

O Globo (19/05/1977)

Jornal do Brasil (19/05/1977)

Outras vitória em 18 de maio:

VASCO 3 X 0 MANGUEIRA (AMISTOSO 1924)

VASCO 5X0 CANTO DO RIO (CARIOCA 1941)

PORTUGUESA 2X5 VASCO (TORNEIO RIO-SP 1957)

VASCO 4X0 BANGU (CARIOCA 1997)

VASCO 1X1 AVAÍ (COPA DO BRASIL 2011)

Um comentário em “Vasco hoje (18/05/1977) – O jogo mais importante da vida de Roberto Dinamite em São Januário”

  1. Foi uma noite sensacional. Vibrei mais ainda com o ataque histérico do FDP do João Saldanha, desesperado e mandando impropérios para a torcida vascaína em delírio.O penalty duplo para conseguir ser marcado pelo Félix que tinha raiva do Vasco, A bomba do Lelé Orlando da intermediária com a bola quicando perto do goleiro, explodindo em seu peito e subindo para Roberto tocar de cabeça de lado para dentro do gol. A torcida ficou berrando gol por vários minutos…Emoção ímpar.

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