Vasco hoje (11/05/2006) – A noite de Edilson

 

Apelidado de capetinha nos anos em que brilhou no Guarani, Palmeiras, Corínthians e Flamengo, para os adversários do Vasco Edilson parecia um anjo, um menino bem comportado. Não incomodava, poucos gols marcava e estava longe de ser, já aos 35 anos, o terror das defesas adversárias de outros tempos.

Vasco e Fluminense faziam naquela noite de quarta-feira a primeira partida semifinal da Copa do Brasil e havia muita desconfiança sobre o time cruzmaltino. Seu atacante de destaque até ali havia sido Valdiram, um ilustre desconhecido do torcedor carioca até chegar ao Vasco meses antes. Uma série de jogadores contestados pelos torcedores, como o goleiro Cássio, Jorge Luiz, Fábio Braz, Diego, Roberto Lopes tentavam se harmonizar com o veteraníssimo Ramon, o veloz Wagner Diniz e o hábil Morais.

Mas o Flu tinha Petkovic, Tuta na frente, o ídolo Marcão, o eficiente lateral Roger a revelação Thiago Siva atrás, o garoto Lenny como um dos destaques do tricolor na temporada à frente, além de outros nomes que caíam já no gosto da torcida, casos de Arouca e do imprevisível Fernando Henrique, goleiro que usava e abusava de fazer defesas com os pés e as pernas, ao invés de usar as mãos para tal. No comando Oswaldo de Oliveira era o técnico. Contra ele, o “boleiro” Renato Gaúcho no banco vascaíno.

A partida começou estudada, mas com o Fluminense ligeiramente melhor em campo. Aos 13 minutos Thiago Silva marcou, mas em posição de impedimento. O gol foi bem anulado.

Jean, lateral esquerdo trazido junto ao Feyenoord-HOL pelo clube das Laranjeiras, perdeu grande chance de abrir o placar acertando a trave vascaína aos 17 minutos.

Quando as equipes foram para o intervalo a sensação era de que o Fluminense, melhor em campo, transformaria em gols sua diferença para o adversário na segunda etapa.

A entrada do lépido Abedi no lugar de Roberto Lopes, entretanto, mudou o panorama da partida.

Aos 13 quase o Vasco abriu o placar. Morais, de fora da área, acertou o travessão de Fernando Henrique.

Aos poucos o Fluminense foi se reorganizando em campo, mas quando parecia mais senhor das ações no gramado, veio a ducha de água fria.

Em jogada pela direita Morais deu a Ernane, que substituíra o apagado Valdiram. O garoto, apelidado por alguns como “Cacá do Nordeste” cruzou da direita para Edilson, que tocou de primeira inaugurando o marcador e fazendo explodir a torcida vascaína no Maracanã.

Dali por diante o Fluminense se mostrou perdido em campo, longe do empate e perto da eliminação após o apito final do árbitro 15 minutos depois do gol de Edilson. O herói do jogo assim resumiu sua participação decisiva no clássico: “Atacante é assim mesmo. Precisa estar no lugar certo, no momento certo”. De fato, naquela noite de 11 de maio ele estava.

Outras vitórias do Vasco em 11 de maio:

 
VASCO 2X0 ANDARAHY (CARIOCA 1930)

VASCO 4 x 0 PORTUGUESA (CARIOCA 1975)

SERGIPE 0X5 VASCO (BRASILEIRO 1978)

PORTUGUESA-RJ 0X2 VASCO (CARIOCA 1986)

VASCO 2X1 AMERICANO (CARIOCA 2002)

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