A prova dos nove

Estou de volta.

Hoje acordei bem cedo, sonhei com Rondinelli, lembrei de Petkovic e liguei para o meu amigo Pablo, irmão do Paolo, que é fã do Guerreiro.

Soube que a galera rubro-negra manauara estava em êxtase, com a possibilidade de ver nosso clube atropelar o Vasco, finalmente.

Disse ao Pablo, vascaíno que torce contra o clube por causa de Eurico Miranda, para ficar tranquilo pois se eu e Márcio Braga disséramos “não existir ficar sem vencer o Vasco em oito jogos consecutivos”, imagine nove. Em verdade apostava num 3 x 0, com dois de Guerreiro e um do Wallace, nosso zagueiro, só para humilhar.

Na hora de os times entrarem em campo fui ao delírio com a sacada do Wallace e sua trupe. Entrar antes do Vasco para mostrar que Vasco x Flamengo é guerra, tal qual diz Eurico Miranda há cerca de 50 anos.

O início foi promissor mas aquele gol do Vasco deu uma esfriada (bem na espinha). Estou procurando câmeras e ângulos para achar um impedimento no lance, torcendo para a maquininha parar um frame antes ou depois. Mas, enfim, constatei que nossa vitória teria de ser de virada.

Ao fim da primeira etapa a pressão era imensa. Tinha certeza! O Vasco não aguentaria.

Após o intervalo, mais pressão. Como já havia tomado umas latinhas de cerveja fui ao banheiro e só dava Flamengo na área do Vasco. De repente ouvi, Wallace! Gooooool! Saí com o zíper aberto mesmo e cheguei vibrando. Vi o Pablo, o tal vascaíno que torce contra, meio amuado no corredor e pensei: “esse filho da mãe resolveu torcer para o Vasco aqui na minha própria casa. Não comemorou o gol do mengão, pô!” Mas bastou olhar a TV e ver o 2 x 0 no marcador da telinha para descobrir que nada havia mudado.

Quando não adiantava mais nada o juiz começou a garfá-los. Primeiro aquele “brucutu” cabeça de área fez uma falta no Andrezinho, por trás, já tinha amarelo, e foi poupado (nem falta o apitador deu). Depois Luan levantou a bola, recuou de cabeça para aquele desgraçado do Martin Silva, que matou no peito e devolveu para o zagueiro (lá se ia cerca de um minuto de olé) e o árbitro arrumou uma falta para nós por excesso de humilhação. Quase no fim fomos beneficiados com a não marcação de um pênalti sobre o Nenê. Segue o jogo, mas… acabou.

Chegou a hora de o Flamengo se unir. Diante da caótica gestão desse tal Bandeira, que afirmou esta semana não ser o Vasco o principal rival nosso. Ora, vá se catar, Bandeira! Quem é? O nosso papai no futebol? O Botafogo? Acorda!

Mas, continuando, a hora é de reflexão. Contratamos 10 jogadores, vários caríssimos, temos conosco, de forma insistente, o Rodrigo Caetano, vindo do Vasco para mostrar que sim somos “bovinos”, enquanto os Miranda gargalham do outro lado.

Proponho, então, um grande debate entre as correntes políticas rubro-negras. Afinal se fosse lá no Vasco, onde só há duas (contra e a favor de Eurico Miranda), a oposição estaria promovendo muitos. Aqui somos muito parados.

Como não temos uma referência rubro-negra tão emblemática e um grupo tão forte, numeroso e coeso como aquele Casaca! lá do Vasco – que eu e o meu amigo do contra, odiamos – precisamos mais é debater, e muito, sobre o futuro, pois se para os lados de São Januário o futuro vislumbra a turma do Eurico e a turma do Casaca!, com mais espaço e penetração no clube, na Gávea é uma zona de partidos, correntes, ideais, metodologias e curiosos em fazer política caindo de para-quedas nela. Enfim, a casa da mãe chorona.

Por fim, deixo aqui meu mantra, tal qual fiz em outra vez. Vamos ver se desta feita me escutam…

Chega!

Fora Eurico!

Volta pra lá, Rodrigo Caetano!

Eu quero meu título carioca de volta!

Turma do ódio! Tamu junto!

Artur Petrond Júnior (gozado sistematicamente pelo Gilberto Edmário Lucas WallaVaz)

2 comentários em “A prova dos nove”

  1. Exatamente, isso deve ser o que realmente pensa o Sr. Eduardo Bandeira de Mello quando diz que o Vasco não é o principal rival.

    Ele fala isso para desmerecer o Vasco, mas, por dentro, deve ser exatamente isso o que pensa.

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