Em 17 de abril de 1977 o Vasco aplicava uma surra histórica sobre o tricolor suburbano, a maior daquele campeonato que viria a ser conquistado pelo Cruzmaltino:
“O Vasco não precisou apresentar atuação de alto nível técnico para golear o Madureira por 7 a 1, em São Januário, com absoluta tranqüilidade. No final do primeiro tempo o Vasco já vencia por 5 a 0, com gols de Zanata, aos 15 e 19 minutos, Luis Fumanchu, aos 31, Roberto aos 38, e Ramon, aos 43 minutos. No segundo tempo o Vasco aumentou o marcador, com gols de Ramon, aos três minutos e Roberto, aos 34, enquanto Edésio marcou pelo Madureira aos 48 minutos.
Se o Vasco não se apresentou com grande brilho, porque o adversário não exigiu, o jogo serviu para mostrar melhoras acentuadas na equipe. Em primeiro lugar, deve ser destacada a atuação de Ramon, que mesmo não sendo ponta-esquerda, mostrou que está se adaptando ao esquema tático, encontrando a melhor posição em campo, não só para armar as jogadas como para finalizar.
Outro motivo da subida de produção da equipe foi a movimentação de Dirceu pelo lado esquerdo do ataque, aproveitando os espaços abertos por Ramon. Jogando dessa forma o time do Vasco ganhou melhor estrutura ofensiva, principalmente porque aproveitou as características individuais dos jogadores. Dirceu é mais eficiente quando cai pela ponta esquerda e Ramon se apresenta como goleador entrando pelo meio. Há ainda o aproveitamento de Marco António, mais plantado, para fazer a cobertura da defesa. O importante é que o time do Vasco, apesar da facilidade que encontrou para golear o Madureira, jogou com seriedade do inicio ao fim. Mesmo no segundo tempo, depois de marcar o sexto gol logo aos 3 minuta, os jogadores do Vasco continuaram jogando sério, embora evitassem as jogadas divididas. Procuraram tocar a bola sem humilhar o adversário e respeitando a torcida.”
Abaixo, a ficha do jogo e as atuações dos atletas vascaínos:
No dia 16 de abril o Vasco aplicou duas goleadas que entraram para a história: uma em 1975 pelo Carioca contra o São Cristóvão , quando Jair Pereira marcou 3 gols em 5 minutos, e outra em 1994 contra o Remo pela Copa do Brasil, quando o atleta Bismarck, formado na base do clube, chegava ao jogo de nº 300 pelo Gigante da Colina.
Há 23 anos, o Vasco goleava o Remo por 4×0 e avançava na Copa do Brasil. Após empatar por 0x0 em Belém, o Cruz-Maltino atropelou no Maracanã. O zagueiro Jorge Luís marcou duas vezes. Valdir Bigode e Bismarck, que completava 300 jogos com a camisa vascaína, completaram o placar.
“O Vasco enfim chegou à terceira fase da Copa do Brasil. No Maracanã, ontem, goleou o Remo por 4 a 0 e terá como próximo adversário o Ceará. Nas três vezes em que participou da competição, o Vasco foi eliminado na segunda fase.
O time carioca encontrou dificuldades nos 20 minutos iniciais. O Remo se defendia com aplicação até que Mongol cortou uma bola em sua área sem a chuteira. O juiz marcou dois toques: Bis-marck rolou para Jorge Luis fazer 1 a 0, aos 23 minutos.
A desvantagem no placar pós o Remo no ataque e os espaços para o Vasco começaram a aparecer no segundo tempo. Aos 29, Jorge Luis fez 2 a 0, cobrando falta. Aos 33, o artilheiro Valdir mostrou seu oportunismo ao marcar o terceiro gol. E coube ao aniversariante Bismarck, em chute de pé esquerdo, fechar, aos 91 minutos, a goleada.”
Vasco Da Gama 4 x 0 Remo (PA)
Data: 16/04/1993
Copa Do Brasil
Local : Estádio Do Maracanã (Rio De Janeiro – RJ)
Arbitro : José Mocelin
Público : 6.150 pagantes
Gols : Jorge Luís (Vasco 22/1ºT), Jorge Luís (Vasco 24/2ºT), Valdir (Vasco 33/2ºT) e Bismarck (Vasco 41/2ºT)
E pelo Carioca de 1975, o Vasco aplicava uma sonora goleada no São Cristóvão, com direito a 3 gols de Jair Pereira em apenas 5 minutos, um feito que entrou para a história do clube.
A curiosidade é que o “Jornal do Brasil” e o jornal “O Globo” divergem sobre os exatos minutos em que os gols foram marcados.
O JB diz terem sido aos 25,27 e 30, e o Globo diz que foram aos 25, 26 e 30:
“A facilidade com que o Vasco venceu a partida pode ser determinada pela contagem do primeiro tempo, 4 a 0. Nesta fase. Jair Pereira marcou aos 25, 27 e 30 minutos e Roberto, de pênalti, aos 38. No segundo tempo, Roberto voltou a marcar de pênalti. aos 2 minutos. Sena diminuiu. nos 29 e Gaúcho encerrou a contagem. aos 39.”
“Explorando bem as duas laterais do campo, o Vasco chegou com facilidade a vitória de 6 a 1 sobre o São Cristóvão, ontem à noite, em São Januário, mantendo ainda as esperanças no título da Taça Guanabara. Os três gols de Jair Pereira aos 25, 26 e 30 minutos saíram de jogadas de Carlinhos na direita, e Luis Carlos na esquerda, facilitados pela má marcação dos laterais Padeirinho e Pexininho”
Fonte: Blog do Garone, Jornal do Brasil, Jornal O Globo, TV Globo/Youtube (vídeo)
Outras vitórias do Vasco em 16 de abril:
Vasco 4 x 0 Palmeiras (Carioca – 2ª Divisão 1922)
Vasco 3 x 0 Bangu (Carioca 1939)
Corinthians 0 x 2 Vasco (Torneio Rio-SP 1961)
Ferroviário-PR 0 x 1 Vasco (Torneio Roberto Gomes Pedrosa 1967)
Com mais uma atuação impecável da dupla Donizete e Luizão , no dia 14 de abril de 1998, o Vasco virou em cima do Cruzeiro e deu o primeiro passo rumo às quartas de final da Libertadores. Após sair perdendo no primeiro tempo, o Cruz-Maltino conseguiu chegar à vitória através de seus atacantes.
O “Jornal do Brasil” descreveu assim a estréia do Vasco na fase eliminatória da Libertadores 1998:
“O Vasco derrotou o Cruzeiro por 2 a 1, ontem à noite em São Januário, e vai jogar por um empate em Belo Horizonte, no dia 1° de maio, para classificar-se às quartas-de-finais da Taça Libertadores. Uma vitória do Cruzeiro por um gol levará a decisão da vaga para os pênaltis. Se ganhar por dois gols de diferença, o Cruzeiro classifica-se. No último minuto da partida, Pedrinho torceu o tornozelo esquerdo e dificilmente terá condições de disputar domingo a decisão da Taça Guanabara contra o Flamengo.
Vasco e Cruzeiro fizeram um jogo movimentado desde o início, mas de poucas oportunidades no primeiro tempo. O Vasco mostrou domínio desde o início, com Vagner chamando o jogo e ditando o ritmo do meio campo, ora prendendo a bola, ora soltando-a rapidamente. Mas o time carioca não conseguia concluir com perigo. O Cruzeiro tinha ainda mais dificuldades.
Só que um lance genial acabou criando a primeira chance para o time mineiro. Com um toque de calcanhar, Bentinho deixou Marcelo diante do goleiro Carlos Germano. O atacante cruzeirense foi derrubado por Nélson e o juiz Carlos Eugênio Simon marcou pênalti. O próprio Marcelo cobrou, deslocando Carlos Germano e fazendo o gol do Cruzeiro, aos 21 min.
O Vasco não se abalou, mas passou a pressionar o Cruzeiro e acabou dando espaços. Disto se aproveitou o lateral canhoto Gilberto, que penetrou até a área e só não concluiu com perigo porque não conseguiu acertar o chute com a perna direita.
O susto não impressionou o Vasco, que continuou buscando o empate. Aos 26 min, Felipe cruzou, Donizete subiu mais que Gilberto e cabeceou na trave. No rebote, Luisão corajosamente se antecipou de cabeça a Gottardo e empatou a partida. O restante do primeiro tempo foi de equilíbrio e nenhuma chance de gol.
O técnico Antônio Lopes trocou Nélson por Válber no intervalo e o Vasco voltou mais arrumado no meio campo. Só que o dono do segundo tempo foi Donizete, que arriscou com perigo aos 5 min. Aos 12 min, o próprio atacante recebeu de costas, girou e chutou forte, para marcar o gol da virada. E um minuto depois quase ampliou, de longe, em chute que Dida desviou para córner. O Vasco dominou até o fim do jogo, mas não conseguiu ampliar, nem mesmo aos 45 min, quando Vítor ficou completamente livre, mas chutou em Dida. “O resultado foi importante, principalmente porque foi de virada. Agora temos de defender a vantagem em Belo Horizonte”, comentou o técnico Antônio Lopes.
Vasco: Carlos Germano; Maricá (Vítor), Geder, Mauro Gaivão e Felipe; Nélson (Válber), Nasa, Vagner (Fabrício) e Pedrinho; Luizão e Donizete.
Técnico: Antônio Lopes.
Cruzeiro: Dida; Gustavo, Marcelo Paulista, Gottardo e Gilberto; Valdir, Ricardinho (Caio), Marcos Paulo e Elivélton (Alex Alves); Bentinho (Fábio Júnior) e Marcelo.
Técnico: Levir Culpi.
Local: São Januário. Público: 16.347 pagantes Renda: R$ 77.065,00
Juiz: Carlos Eugênio Simon. Cartão amarelo: Marcelo Paulista.
Gols: No primeiro tempo, Marcelo, aos 17 min, e Luisão, aos 26 min; no segundo, Donizete, aos 12 min.
Outros jogos: Nacional (Uru) 1 x 1 Grêmio (Bra), Barcelona (Equ) 2 x 1 Colo Colo (Chi), Cerro Portenho (Par) 1 x 0 America (Col). “
No dia 14 de abril de 1996, com um show do garoto Brener, que entrara no segundo tempo, e dos meias Assis – irmão de Ronaldinho Gaúcho – e Válber, há exatos 20 anos o Vasco virava de forma sensacional em cima do Fluminense. Após estar perdendo por 2×0, o Cruz-Maltino conseguiu se recuperar e ganhar a partida. O técnico vascaíno Carlos Alberto Silva sacou o centroavante Nilson e lançou o menino Brener, que mudaria o panorama do jogo. Com dois gols e duas assistências, a então promessa foi o grande destaque do time.
“Foram 45 minutos que resguardaram a emoção deste Campeonato Estadual. Neles, o Vasco virou para 5 a 3, um jogo que perdia por 2 a 0. Neles, lançou um reserva, Brener, que tumultuou o adversário e decidiu o jogo.” escreveu o jornal “O Globo” do dia seguinte.
O garoto Brener, na época com apenas 20 anos, diz que o clássico foi a partida da sua vida. E nela, ganhou a nota máxima dentre todos que estiveram em campo:
Outras vitórias do Vasco em 14 de abril:
Vasco 3 x 0 Mangueira (Amistoso 1918) Vasco 5 x 0 Corínthians (Amistoso 1928) Syrio e Libanez 3 x 4 Vasco (Carioca 1929)
Vasco 4 x 0 América (Torneio Rio-SP 1965)
Vasco 4 x 0 Goytacaz (Carioca 1976)
Vasco 3 x 0 Botafogo (Brasileiro 1991)
Corinthians-PR 0 x 1 Vasco (Copa do Brasil 2010)
No dia 13 de abril de 1968 o Vasco conquistava sua 8ª vitória consecutiva no Carioca daquele ano, goleando o Fluminense por 3 x 1 no Maracanã.
O jornal “O Globo” trazia na sua edição matinal com o título “Foi a vitória do coração”, uma entrevista com o então presidente cruzmaltino Reinaldo Reis e o treinador Paulinho:
O jornal destacava a 8ª vitória seguida do gigante da colina naquele certame:
Abaixo a ficha do jogo daquela noite de sábado:
Outras vitórias do Vasco em 13 de abril:
Vasco 3 x 1 Syrio Libanez (Carioca 1930)
No dia 12 de abril de 1992, o Vasco vencia o Botafogo de virada no Maracanã em jogo válido pela 13ª rodada do Brasileiro daquele ano, e assumia a liderança isolada da competição. Bebeto, grande destaque do clássico, marcava seu 12º gol na competição, e liderava a artilharia. Assim descreveu a partida o jornal “O Globo” do dia seguinte:
“A torcida do Vasco apostou como nunca em seu ídolo. E ganhou. Foi sempre assim. A menor provocação da torcida do Botafogo, a resposta vinha rápida e tinha um nome só: Bebeto! Bebeto! Bebeto! Começado o jogo, o artilheiro do Campeonato Brasileiro, agora com 12 gols, não deixou por menos e correspondeu.
Embora prejudicado pela ausência de William, vetado pouco antes da partida, e de Geovani, que saíra machucado com apenas 15 minutos de jogo, Bebeto, num esforço incomum, brindou o público com lances que levaram os zagueiros do Botafogo ao desespero e a massa vascaína, ao delírio. E veio o coro musical ensurdecedor: “Ê ô, ê ô, o Bebeto é um terror!”
E foi. Como em todo enredo fechado sob forte emoção, ele deixou o melhor para o fim. A partida estava 1 a 1, aos 37 minutos do segundo tempo, e o Botafogo corria atrás do gol que lhe daria a liderança do campeonato. Só que, além de toda a equipe do Vasco, tinha Bebeto à sua frente.
E ele investiu em direção à área numa corrida fatal. Nem se pode dizer que a defesa adversária estava desprevenida. O grandalhão Márcio Santos até subiu com ele, Bebeto, porém, conseguiu ir mais alto. O Vasco passou a ser uma festa só. No campo, no toque de bola de seus jogadores; na arquibancada, na sincronia dos cânticos de torcida; e na tabela, com a liderança folgada no Brasileiro, com 21 pontos.
O gol que decidiu o clássico muito disputado teve a mão do técnico Nelsinho. Ao perceber o maior volume de jogo do Botafogo, ele trocou o cansado Macula pelo lateral Eduardo, deslocado para o meio-campo. Cássio, descansado, e na posição de Eduardo, era o caminho para o gol. E tantos foram os cruzamentos que um chegou na medida para Bebeto.
É verdade que o jogo teve um início favorável ao Botafogo. A começar por um pênalti de Eduardo em Renato, e que Chicão desperdiçou, chutando fraco, nas mãos de Régis. É verdade, também, que teve outro pênalti a seu favor, de Macula em Renato, não marcado pelo árbitro. Mas, no primeiro tempo, foi somente isso. Com Valdeir e Carlos Alberto Dias jogando mais atrás, o Vasco equilibrou as ações, procurando o gol com chutes seguidos e perigosos.
Mas foi o Botafogo que reapareceu melhor na volta para o segundo tempo. Renato, em duas oportunidades, poderia ter chegado ao segundo gol. E, no grito da torcida, apareceu Vivinho em campo, no lugar do ponta, já cansado.
Mas a festa, que tivera início antes do jogo com uma gigantesca “ola” por todo o anel da arquibancada, parecia talhada para o líder do campeonato. E a torcida, sem se cansar, deixou o Maracanã com um canto incansável: “Ê ô ê ô, o Bebeto é um terror!”
O Vasco tinha na época a melhor equipe do futebol brasileiro, recheada de grandes jogadores como Bebeto, Edmundo, Geovani, Bismarck entre outros.
Eis as notas dadas aquele grande time e a ficha do jogo:
VT do jogo na íntegra:
Outras vitórias do Vasco em 12 de abril:
Andarahy 0 x 3 Vasco (Carioca 1931)
Vasco 2 x 0 Bonsucesso (Carioca 1934)
Vasco 1 x 0 Portuguesa (Taça Rio-SP 1953)
Vasco 3 x 1 Madureira (Carioca 1973)
Vasco 4 x 1 Confiança (Brasileiro 1978)
Madureira 0 x 4 Vasco (Carioca 1998)
Volta Redonda 0 x 3 Vasco (Carioca 2000)
Vasco 4 x 1 América de Cáli (Taça Libertadores 2001)
Em 11 de abril de 1984 e 1999, o Vasco venceu seus adversários pelo placar mínimo e em cobranças de faltas, executadas por Roberto Dinamite e Juninho Pernambucano.
Contra o Coritiba em 1984, pela 2ª rodada da 3ª fase, a vitória em São Januário foi descrita assim à época:
“Apesar de ter dominado inteira.mente a partida, o Vasco só conseguiu vencer o Coritiba por 1 a 0, gol de Roberto, de falta, aos dois minutos do segundo tempo, em jogo violento, ontem à noite, em São Januário. O Vasco lidera o Grupo Q, com três pontos, e domingo joga no Rio, contra o Fortaleza.
Com um esquema agressivo, o Vasco iniciou o jogo pressionando, procurando não dar espaço ao adversário, que teve dificuldades até para armar jogadas de contra-ataques, pelo lado do veloz ponta-direita Lela. Aproveitando a complacência do árbitro pernambucano Gilson Cordeiro, o time do Coritiba procurou usar a violência para amedrontar os atacantes do Vasco, em sua maioria pequenos e franzinos.
De qualquer forma, o Vasco atuava bem, chegando a armar boas jogadas para marcar, como aos três minutos, quando Edevaldo cruzou e Arturzinho cabeceou rente ao poste, Outras oportunidades aconteceram aos 34 e aos 37 minutos, a primeira através de Roberto, a segunda de Mauricinho. Quando saiam de campo para o vestiário, no intervalo, Arturzinho e Mauro se desentenderam e foram expulsos.
Mal começou o segundo tempo, já com Vilson Tadei no lugar de Mauricinho, o Vasco partiu todo para o ataque. Aos dois minutos, de falta, Roberto fez 1 a 0, com um chute que deixou Jairo totalmente sem ação. O Vasco não parou aí, continuando em busca de mais um gol. Numa dessas jogadas, Carlos Alberto Rocha chegou a salvar em cima da linha de gol.
Depois de perder este gol, o Vasco caiu um pouco de produção, principalmente depois que Vilson Tadei, sem ritmo, cansou, não dando seguimento rápido às jogadas. Aproveitando-se disso, o Coritiba colocou Aladim no lugar de Elejo e melhorou. “
E na Taça Guanabara de 1999, o autor do gol que deu a vitória ao Vasco, foi Juninho Pernambucano:
“Em domingo de Fórmula-1, valeu a comparação. O duelo entre Vasco e Botafogo, ontem, no Maracanã, parecia algo semelhante à disputa de um McLaren de Mika Hakkinen contra um Sauber de Pedro Paulo Diniz. Em que pese o nítido desgaste que tem feito o campeão da América ratear nos últimos jogos, deu a lógica. Juninho, o motor do time, aquele que dita o ritmo da equipe, foi a diferença. Com uma cobrança de falta magnífica, ele garantiu o 1 a 0 e a vantagem do empate na decisão da Taça Guanabara, devido ao saldo de gols (15 contra 12), no próximo domingo, contra o Flamengo, uma espécie de Ferrari desta disputa. Não tem o melhor carro, mas tem o melhor piloto: Romário, comparável a Michael Schumacher, pelo talento.
Apesar de suas limitações, quem começou à toda foi o Botafogo. Em dois minutos teve duas chances. Rodrigo obrigou Carlos Germano à boa defesa e depois Caio chutou forte por cima. Juninho começou a esquentar as máquinas aos 8, após passe de Felipe e quase surpreendeu Vágner. Mas quem estava com tudo era Rodrigo. Outro chute forte e mais uma defesa de Germano.
Lopes troca a peça certa e seu time dá a arrancada definitiva
Era difícil, porém, uma equipe com peças tão limitadas como o Botafogo, manter um ritmo forte e o Vasco, sempre na cadência de Juninho, foi saindo do sufoco. É verdade que havia um certo desleixo no ar, como se o time tivesse certeza que o gol sairia a qualquer momento. O bom futebol de Sandro e, principalmente, de Bandoch era a prova de que as coisas não seriam tão simples.
O pit-stop do intervalo foi providencial. Bom mecânico, Antônio Lopes trocou uma peça e deu nova vida ao Vasco. Tirou o improdutivo Henrique, pôs Alex Oliveira na lateral esquerda e liberou Felipe para o meio-campo. Era o combustível que Juninho precisava para levar o time à frente.
Logo aos 30 segundos, Ramon apareceu na frente de Vágner e chutou forte. O goleiro fez uma de suas várias ótimas defesas no jogo. Faria outra aos 15, numa cabeçada de Guilherme.
Mas o Botafogo deu também sua acelerada. Aos 17 , César Prates entrou livre, mas chutou fora. Dois minutos de-pois, Sérgio Manoel preferiu se atirar na área do que concluir uma jogada que ele mesmo iniciara de forma brilhante. O juiz Ubiraci Damásio não foi na onda.
Foram duas das raras escapadas do Botafogo no segundo tempo. Seu time já apresentava problemas. Havia um corredor pela direita e Donizete, mesmo sem ser brilhante, levava vantagem sobre Reidner. Lopes, porém, achou que o atacante estava rodado demais e o trocou por Zezinho. A torcida protestou:
— Burro! Burro!
Melhor, o Vasco foi chegando de novo com Ramon, mas Vágner apareceu bem. Ronildo errou a marcha, perdeu a bola na área e Felipe quase complicou para o Botafogo. Rodrigo tentou dar o troco, foi a vez de Germano aparecer. Em seguida, Felipe deu outro susto, com um belo chute. Aos 39, porém, Juninho cobrou uma falta de longe, com a categoria dos mestres. Vágner não acreditou e o Vasco ganhou o jogo.
O 1 a 0 fez o Vasco se igualar ao Flamengo em pontos, mas, pelo saldo, a vantagem é de Juninho e seus amigos. Quarta-feira, é verdade, a máquina vascaína terá sua potência testada contra o Palmeiras, pela Libertadores da América, e pode chegar à prova final um tanto desgastada. De qualquer forma, domingo, o favorito vai largar na pole.”
No dia 10 de abril de 1994, o Vasco estreava com vitória no quadrangular final do Carioca de 1994, com uma vitória diante do Botafogo, em dia de William e Carlos Germano. Assim descreveu o jornal “O Globo” o que aconteceu naquela tarde no Estádio Mário Filho:
“O baixinho William andou um bom tempo jogado pelos cantos de São Januário. Foram quatro meses de isolamento. Primeiro, uma contusão; depois, pouco caso com ele na renovação do contrato. Posto à venda, foi oferecido por ai até em troca por outros jogadores. Ninguém apareceu. Em meio ao ostracismo ao qual o levaram, ele bem que avisou: “Sou bom de bola e futebol não se esquece”. O sábio Jair Pereira, ao assumir o comando técnico do time, mostrou que sabe das coisas e o recuperou. Pois na vitória de 1 a 0 de ontem do Vasco sobre o Botafogo, William mostrou suas garras.
Ele andou perturbando o goleiro Vágner até onde pôde. Chutou cara a cara, Vágner defendeu; usou seu passes e lançamentos, ninguém aproveitou. Até que veio aquela falta de Wilson Gottardo em Valdir. Yan ainda se preparou para a cobrança. Mas o pequeno armador chegou mais para perto e avisou: “Essa é comigo”. Estava coberto de razão.
Emoção demais. William acabara de fazer 1 a 0 e o tri já era cantado pela arquibancada vascaína. Veio o pênalti. Roberto Cavalo chutou mal, bola nas mãos de Carlos Germano. Nova jogada de perigo do Botafogo, Marcelo chutou e Carlos Germano evitou novamente o gol.
As duas torcidas deliravam. A do Vasco buscou a quem recorrer. E recorreu aos céus. Lembrou-se dos momentos dramáticos do Fluminense e não se incomodou ao imitar a torcida rival: “A bênção, João de Deus…”, cantou, em agradecimento, num gigantesco coro ouvido por todo o Maracanã.
O jogo continuou corrido, com emoções a todo instante, mas o Vasco pareceu mesmo abençoado. Venceu. Agora tem quatro pontos (tinha dois de bonificação, um pela melhor campanha e outro por ser o primeiro em seu grupo na fase de classificação), dois a mais do que o Flamengo e três a mais do que o Fluminense.
Comovente o Botafogo. Entrou de camisa preta, rasgando a sua tradição. Queria surpreender. Nílton Santos, uma de suas glórias do passado, apelou para a superstição: “Ataquem primeiro para o lado a direito da tribuna, se nos couber escolher o campo”. pediu. Limitado, seu time é. Mas é guerreiro, bom de briga. Com dois minutos de jogo deu um aviso ao Vasco. Eduardo, de longe, mandou uma bola rasteira na trave direita de Carlos Germano.
Valdir respondeu, mas encontrou Vágner atento e bem colocado. O Vasco insistiu. Gottardo empurrou Torres dentro da área. O árbitro Léo Feldman não marcou o pênalti. Os primeiros sustos passaram. Os times se encolheram e se estudaram. Queriam chegar logo ao gol.
Um intervalo nas emoções. Os jogadores respiraram, retomaram o fôlego e pronto: dai até o fim não deu para descansar. Ao provocar sua expulsão, Ricardo Rocha deixou o Vasco em situação dramática. Tanto que os vascaínos só respiraram no apito final. Mas continuam invencíveis: “Tricampeão!”, cantavam eles. ”
Numa equipe que contava com Dener, Valdir, Ricardo Rocha entre outros, destaque especial para William e Carlos Germano, que obtiveram as melhores notas da equipe cruzmaltina:
No dia 9 de abril de 1981, o Vasco vencia o Fluminense na 1ª partida das oitavas de final do campeonato brasileiro daquele ano, conquistando uma belíssima vantagem pro jogo seguinte.
O Gigante da colina não sabia o que era eliminar o tricolor em jogos mata-mata havia décadas, mas a dupla “Dinamite e Granada” tratou de quebrar esse incômodo jejum:
“O Vasco ficou ontem a noite numa posição invejável no Campeonato brasileiro, ao derrotar o Fluminense, por 2 a 0, no Maracanã. Assim, pode até perder por dois gols de diferença, no próximo domingo, que estará classificado à fase seguinte da competição.
Até que o Fluminense começou bem a partida, explorando as jogadas de pontas e chegando com perigo ao gol de Mazaropi. Mas, aos oito minutos, um de seus pontas — Zezé atingiu Wilsinho por trás e foi expulso de campo.
Bastou isso ao Vasco para tomar conta do jogo e chegar com merecimento à vantagem de 1 a 0 no primeiro, num belo gol de César, aos 35 minutos: lançado por Roberto, o atacante driblou Zezinho e, na saída do goleiro Paulo Vítor, tocou sem defesa.
Mas, mesmo com dez, o Fluminense causou pânico na defesa do Vasco, minutos antes, quando Robertinho, de virada, aproveitou um cruzamento de Edevaldo para mandar a bola no travessão, com o goleiro Mazaropi completamente batido. Mas o Vasco teve um gol anulado, aos 20 minutos, porque Roberto empurrou o goleiro Paulo Vítor antes da conclusão de Guina.
No segundo tempo, o Vasco imprimiu um ritmo veloz e chegou seguidamente com perigo à área adversária, e sempre pelas pontas. Numa dessas jogadas, Roberto recebeu, dominou e concluiu rápido, na trave.
Aos 14 minutos, César e Wilsinho trocaram passes. A bola, já dentro da área, ficou para Wilsinho, derrubado por Tadeu. Pênalti indiscutível, que Roberto cobrou com categoria. Vasco 2 a 0, resultado que persistiu até o final.
Resultado justo, por sinal. Mas o Vasco, na ânsia de mantê-lo, permitiu que o Fluminense avançasse e, a partir dos 30 minutos, o goleiro Mazaropi passou por maus momentos. Até Edinho esteve na área para as conclusões, quase conseguindo descontar numa cabeçada nos minutos finais.”
O técnico do Vasco Zagalo comenta sobre a vantagem conquistada e os dirigentes tricolores tentam justificar a derrota colocando (sem razão) a culpa na arbitragem:
As altas notas atribuídas aos atletas vascaínos comprovam a grande atuação do time naquele dia:
No dia 08 de abril de 1934, o Vasco vencia o Bangu em São Januário, em partida válida pela 2ª rodada do campeonato carioca (LCF). Seria a segunda das oito vitórias da campanha do título cruzmaltino deste ano:
“Em São Januário mediram forças hontem os quadros do CR Vasco da Gama e os do Bangú AC em disputa do campeonato carioca de profissionaes. A assistencia que compareceu ao local da peleja foi pequena. A opinião geral era de que o Vasco venceria a peleja com muita felicidade. Entretanto, foi o que não se verificou: a victoria conquistada pelos cruzmaltinos foi bem difficil.” diziam as primeiras linhas da matéria. O Vasco atuou com: Rey, Domingos e Italia; Tinoco, Fausto e Gringo; Bahianinho, Leonidas, Gradim, Russo e Orlando. Os gols foram marcados por estes dois últimos.
O fato curioso desta partida foram os 3 irmãos do “Clã da Guia” jogando juntos, sendo 2 pela equipe banguense (Medio da Guia e Ladislao da Guia) e 1 pela equipe cruzmaltina (Domingos da Guia):
“Domingos, Medio e Ladislau, os três irmãos que surgiram no Bangú e que há dois annos se separaram, indo Domingos para o Vasco, depois para Montevideo e agora novamente para o Vasco.
Nunca tinham actuado uns contra os outros. A peleja Vasco e Bangú fez com que se encontrassem em campos opostos. É a família que mais cracks tem dado ao football carioca. E todos actuaram em scratch. O primeiro a destacar-se na família foi Luiz Antônio. Ladislau appareceu depois. Medio e Domingos são da mesma época, sendo que Medio antes de Domingosactuou em primeiros quadros”
A edição vespertina do jornal, descrevia como ficava a situação do campeonato após o fim da rodada, com o Vasco liderando: