Presidente do Conselho Deliberativo do Vasco da Gama, Luis Manuel Fernandes concedeu entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira (15/01), na Sede Náutica da Lagoa com o intuito de detalhar os próximos passos do processo eleitoral do Gigante da Colina. O novo Conselho Deliberativo se reunirá no próximo dia 19 de janeiro (sexta-feira) para eleger a diretoria administrativa para o triênio 2018-2021, com primeira convocação às 20 horas e a segunda às 20h30. O dirigente relatou que a série de ameaças sofridas pela internet despertaram a necessidade da realização do pronunciamento e lamentou o ocorrido.
Confira os trechos da entrevista coletiva:
– O artigo 55 diz que a sessão solene será presidida pelo presidente da Assembleia Geral. Esta era a minha compreensão. Como posso convocar um conselho que eu não presido? Essa era minha interpretação do estatuto. Fui no Vasco e persistiram divergências de interpretação. Mas o fundamental é que o conselho seja convocado. Li na Internet a confirmação do nome do Roberto Monteiro como candidato para integrar a presidência do próximo Conselho Deliberativo. Entrei em contato com ele com a proposta de data. Ele revelou que havia dúvida do lado dele sobre quem recaía a competência da convocação. Eu não podia fazer a convocação do conselho sem a republicação da ata. Se fizesse, estaria violando o encaminhamento da própria juíza.
– Meus meios de comunicação passaram a ser inundados por xingamentos e ameaças. Coisa que eu nunca passei na minha vida. De onde surgiram essas mensagens? Até 13h45 de sexta-feira eu nunca tinha recebido mensagens desse tipo. Soube depois que o candidato Julio Brant havia dado uma coletiva entre 12h30. Na entrevista, ele afirma que o dirigente responsável não sabe que é responsável. Depois diz que o dirigente quer criar o caos, prolongar a convocação da reunião do conselho para criar um distúrbio. Tentativa de criar o caos. embrando que ele se apresentou ali falando em nome da ética, como exemplo de gestor neoliberal. Mas a ética para quem ocupa funções públicas é a ética das consequências. Em uma hora, ele vira a câmera e pede para se mobilizarem. Foram criados diversos grupos, me incluindo à revelia e me expondo a ataques e ameaças. Eu saía, e me botavam de volta. Uma lógica de intimidação. Minha escola é antiga, fui criado na resistência à ditadura. A resposta é a divulgação, divulgar as ameaças, além de fazer registro na delegacia, coisa que já fiz, pedindo providências para identificar a origem dessas ameaças. Ele afirma estar cometendo uma violência contra o estatuto do Vasco: ‘O resultado provisório me indica como presidente, eu sou presidencialista, logo estou assumindo a cadeira’. Ele não foi eleito. E é disso que essa coletiva aqui se trata. Da convocação da eleição. O fato é que aquele ato foi uma afronta ao Conselho Deliberativo do clube. Uma afronta aos poderes constituídos do clube. E teve como consequência essa enxurrada de ameaças e agressões. Eu considero o senhor Julio Brant politicamente responsável por esses ataques que estou sofrendo.
– A definição da convocação foi feita em clima de normalidade. Será realizada no dia 19, sexta-feira, com primeira convocação às 20 horas e segunda convocação às 20h30. A data foi sondada junto com a pessoa que a chapa que se considera vencedora tinha indicado. Não sou advogado, nem juiz. Prefiro não me meter nessa disputa jurídica. A apresentação da chapa, a composição, a quem compete dar posse é o presidente da Assembleia Geral, que conduziu a eleição. A apresentação dos conselheiros de cada chapa acontece no dia da reunião do Conselho Deliberativo. As chapas não têm inscrito o nome do seu candidato. Isso se apresenta no dia. Se apresentar como presidente sem a reunião é uma violação gravíssima do estatuto. Podemos ter eleito um presidente que reconhece ter praticado violência contra o estatuto, que, segundo o estatuto, tem que se autodesligar. Temos uma eleição em que podem ser cometidas duas grandes violências: proclamar um resultado baseado em votos irregulares, segundo a acusação; cassar sem comprovação de irregularidade o voto de 475 sócios. O que ideal é que fosse feita a perícia completa desses votos. Para não deixar margem de dúvida. Por que este é o encaminhamento de uma eleição sub judice. A urna está sub judice. Essa é a situação.
– Quem conduz o processo para eleger a nova diretoria administrativa é o novo presidente do Conselho Deliberativo. Eleito, procede-se a eleição dos membros do conselho fiscal e dos membros da diretoria administrativa. Sinceramente, não me sinto em segurança em relação ao quadro que está criado. A situação está muito conflitada. Vamos ver. Meu mandato dura até amanhã.
Fonte: Site oficial