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Anderson Martins destaca comprometimento do elenco com o Vasco

Por: Sarah Borborema

São Januário, Rio

O Vasco da Gama apresentou um grande futebol no clássico contra o Fluminense, no último sábado (26/08), e conquistou uma importante vitória no Campeonato Brasileiro. O desempenho foi comemorado pelo time, junto aos torcedores que compareceram ao Maracanã e esgotaram os ingressos disponíveis para o Cruzmaltino. O zagueiro Anderson Martins destacou os fatores determinantes para o triunfo, por 1 a 0, diante do tricolor.

– Foi um jogo importante. Valeu a entrega e disposição de todos os jogadores. O grupo está de parabéns pelo que apresentou em campo, tenho que reforçar que todo mundo sabe a responsabilidade que é vestir a camisa do Vasco. Também temos que parabenizar o nosso torcedor, que esteve sempre do nosso lado, e dedicar essa vitória a eles – disse.
 
O time de São Januário se mantém firme na busca por seu objetivo na competição nacional. Anderson Martins reafirmou a importância do resultado positivo e de seguir em constante evolução para garantir uma vaga na Copa Libertadores da América.
 
– Sabemos da grandeza do Vasco, todos os jogadores conhecem a história do clube. A gente não pode fazer menos do que o Vasco merece. Temos que trabalhar muito, o campeonato tá muito disputado e a diferença de pontos entre as equipes do meio da tabela é curta demais. Vamos brigar até o final e manter o espírito de hoje para garantir os nossos objetivos – frisou.
 
Com a parada no calendário do futebol brasileiro, nas duas próximas semanas, o time de São Januário terá um bom tempo de trabalho com o técnico Zé Ricardo. O zagueiro vascaíno falou sobre a expectativa com a chegada do novo comandante.
 
– Agora vamos ter tempo, com a chegada do professor Zé Ricardo. Ele vai ter tempo para organizar, colocar em prática a sua filosofia de trabalho. Mas  Hoje, graças a Deus, conseguimos alcançar um bom resultado. Esperamos que na próxima terça-feira a gente possa dar continuidade ao trabalho junto com ele – concluiu.
 
Fonte: Site oficial

Valdir Bigode frisa importância do apoio da torcida vascaína

Por: Sarah Borborema

Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)

O Vasco da Gama superou o Fluminense, na tarde deste sábado (26/08), no Maracanã. O triunfo cruzmaltino, por 1 a 0, foi garantido pelo lateral-esquerdo Ramon, que marcou um golaço ainda no primeiro tempo do clássico contra o Tricolor. Comandante da equipe na grande vitória pelo Brasileirão, o auxiliar técnico Valdir Bigode exaltou o desempenho do atleta em campo.
 
– O Ramon é um ótimo jogador. Teve uma participação decisiva, não só com o gol, mas pelo desempenho ao longo de toda a partida. Marcou bem, atacou bem, fez as coberturas que tinha que fazer. Fez uma grande exibição – disse.
 
Todos os ingressos colocados à disposição dos vascaínos foram vendidos. Um dos fatores mencionados por Valdir, para a conquista do resultado, foi a proximidade com a torcida, após as partidas disputadas em Volta Redonda. Assim como os torcedores, o ídolo reafirmou o desejo de voltar a atuar em São Januário, grande arma para atingir o objetivo do Cruzmaltino na competição.
 
– Tivemos prejuízos jogando longe do nosso torcedor. O time sente falta da sua torcida. Sabemos que se fizermos bons jogos, mesmo com os portões fechados, mas nos próximos duelos, com o apoio da torcida, a tendência é engatarmos um boa sequência na competição. É importante que ela nos apóie, compareça e esteja junto. Empenho não vai faltar da nossa parte – afirmou Valdir..
 
A parceria de Valdir Bigode com Zé Ricardo, novo treinador da equipe, começa na próxima semana. O auxiliar se colocou à disposição do novo comandante e demonstrou bastante otimismo para a realização do trabalho.
 
– Vamos conversar ainda, mas me coloco à disposição. Espero passar tudo que seja necessário para o conhecimento da equipe. Vou estar ao lado dele e, sem dúvida, com o nosso trabalho, iremos fazer com que o Vasco siga crescendo – concluiu.
 
Fonte: Site oficial

Vasco inaugura maior exposição de camisas históricas do clube

Um encontro com parte da história do Club de Regatas Vasco da Gama, assim pode ser resumida a maior exposição de camisas do Gigante da Colina, inaugurada nesta sexta-feira (25/08), no Complexo Esportivo de São Januário. Atento aos detalhes, o presidente Eurico Miranda acompanhou o primeiro contato do público com a exposição e falou sobre o significado de realizar um evento tão especial.
 
– Essa exposição das camisas do Vasco, do futebol do Vasco, representa a grandeza do clube. Aqui está a história, e o vascaíno que quiser realmente conhecer tem que vir visitar a nossa exposição, que me enche de orgulho. A história do clube transcende o futebol, mas essa exposição é específica para os amantes do futebol do Vasco – declarou o presidente Eurico Miranda.

Presidente Eurico Miranda no primeiro contato com o acervo de camisas – Foto: Paulo Fernandes/Vasco.com.br

O projeto, que leva o nome de “119 Anos Vestindo a Camisa”, foi idealizado e executado pelo Departamento de Marketing do Cruzmaltino. O diretor Henrique Serra falou sobre a concepção da experiência única oferecida aos vascaínos. 

 
– Primeiramente a gente quer agradecer a todo mundo que participou do projeto. Inicialmente, aos colecionadores que cederam as camisas. A ideia vem sendo elaborada ao longo do tempo, e com a adesão dos colecionadores o projeto foi crescendo. Tivemos colaboração de todos do clube e isso é muito gratificante. Fizemos tudo com muito carinho. É uma exposição que cada um de nós, como vascaínos, gostaríamos de ter ido em algum momento da vida. Hoje, conseguimos organizar algo que dá muito orgulho ao Vasco, do tamanho que o clube merece. Tenho certeza que o torcedor vai se emocionar quando chegar aqui – disse. 
 
A realização da exposição tem motivos especiais, como conta o diretor de marketing Flávio Carvalho.
 
– Começamos a imaginar a exposição quando paramos para criar ações para comemorar os 119 anos do Vasco. Fizemos questão de realizar o projeto aqui em São Januário, local que completou 90 anos. Unimos a homenagem ao clube e ao estádio. Estamos muito felizes com o resultado e com o desempenho e esforço de toda a equipe para a realização do projeto – contou.

Equipe de marketing do Vasco da Gama – Foto: Paulo Fernandes/Vasco.com.br
 
 
O contato com o acervo inédito é acompanhado de diversos itens que proporcionam aos torcedores um espaço inesquecível. A empresa Collect foi escolhida para participar diretamente da montagem de todas as peças na área VIP de São Januário. O produtor Cultural Rodolfo Abreu revelou o que os visitantes podem esperar da experiência.
 
– Os vascaínos podem esperar um espaço que vai unir cultura e esporte, que vai valorizar a história do Club de Regatas Vasco da Gama. É uma oportunidade única para os torcedores acompanharem, de uma vez só, tantas relíquias em um único espaço.
 
Os colecionadores que participaram diretamente da exposição, que reúne mais de 60 camisas, além de outras peças, presenciaram o evento com olhares orgulhosos. Entre eles estava Leandro Brandão, que falou com satisfação sobre a colaboração com o feito histórico.
 
– Para todos, como a gente brincava, não tem preço qualquer peça. É um valor que não tem como traduzir. O sentimento de passar isso para outras pessoas, sócios e torcedores, é o que vale. Não tem emoção que pague. Não há nada que faça valer isso aqui. Estar apresentado isso aqui é algo muito perfeito – contou.

Público acompanhou a inauguração da exposição – Foto: Paulo Fernandes/Vasco.com.br
 
Outro a participar ativamente, oferecendo peças únicas, foi Paulo Pires. Apesar da dificuldade em apontar favoritismo por uma camisa, ele revelou um carinho especial por uma das integrantes de sua coleção.
 
– Existir uma peça que seja preferida não, até porque tenho muita coisa e é dificil escolher. A camisa que tenho apego maior é a de 74, o primeiro titulo brasileiro do Vasco. É uma camisa rara e sou um dos poucos que têm. A camisa da Adidas da Bandeirantes é outra bem difícil de achar. São várias peças que tenho apreço, mas escolher uma é complicado – declarou.

Confira as informações da exposição “119 Anos Vestindo a Camisa”:

Duração: 26/08 a 09/09.
Entrada: aberto ao público mediante um quilo de alimento não perecível. Para os sócios estatuários e sócios-torcedores a entrega é facultativa.
Horário: de segunda a sexta de 10h às 20h e sábados e domingos de 10h às 16h.
Local: Estádio de São Januário – área VIP
 
Fonte: Site oficial

Zé Ricardo é apresentado oficialmente em São Januário

Escolhido para comandar o Vasco da Gama na sequência do Campeonato Brasileiro, o treinador Zé Ricardo foi apresentado oficialmente na manhã desta sexta-feira (25/08) na sala de imprensa do Complexo Esportivo de São Januário. Ao lado do vice-presidente de futebol, Eurico Brandão Miranda, o presidente Eurico Miranda desejou boa sorte ao profissional e explicou o motivo de sua vinda.

– Ele assume como treinador do Vasco por uma preferência pessoal. É claro que o Departamento de Futebol conversou, mas foi uma escolha minha, da presidência. Ele está vindo para atingir os objetivos que queremos, que é colocar o Vasco lá em cima. Ele não vem como salvador, mas para botar o time do Vasco nos trilhos. É um profissional que reúne muitas qualidades e uma delas é que não chegou aqui querendo saber por qual porta entra. Ele já andou nesses corredores e conhece São Januário. Tem minha total confiança – afirmou o presidente.


Zé Ricardo não escondeu a satisfação ao falar sobre o retorno ao Vasco

Campeão do Carioca de 2017 dirigindo a equipe do Flamengo, Zé Ricardo não escondeu a satisfação ao ouvir as palavras do presidente Eurico Miranda. O treinador agradeceu a confiança depositada pelo Departamento de Futebol e comemorou a oportunidade de retornar ao Gigante da Colina, clube onde trabalhou e obteve sucesso comandando equipes de futsal durante a década de 90. 

– Gostaria de agradecer ao presidente Eurico Miranda e ao clube pela confiança. Ter a oportunidade de ao primeiro grande clube que trabalhei é motivo de alegria e satisfação. Agradeço à vida por me dar essa grande chance. Posso garantir que vou dar o meu melhor e viver esse clube 24 horas por dia para fazer com que os objetivos sejam alcançados. Estou aqui porque acredito no meu potencial, no potencial da comissão técnica e dos atletas. Junto com a torcida, sem dúvidas, vamos recolocar o Vasco no caminho das vitórias – declarou o novo treinador.


Zé Ricardo agradeceu ao presidente Eurico pela confiança- Fotos: Paulo Fernandes/Vasco.com.br

Embora já responda como treinador do Vasco, Zé Ricardo não fará sua estreia no clássico contra o Fluminense. O Cruzmaltino será comandado diante do Tricolor das Laranjeiras pelo auxiliar técnico Valdir Bigode. O novo comandante do Almirante, porém, estará no Maracanã acompanhando a partida. O profissional destacou a qualidade do elenco vascaíno e revelou como buscará fazer o Almirante jogar sob seu comando.

– O fato de ter sido adversário do Vasco algumas vezes ajuda no conhecimento do elenco, mas conto com a ajuda do pessoal da casa, como o Valdir Bigode e os profissionais da análise de desempenho. Depois, com o trabalho diário, irei procurar extrair algo mais dos atletas. Espero fazer um Vasco muito forte, com as características de uma equipe com estilo de jogo, muito intensa, muito participativa, aguerrida, perseverante, competitiva, com personalidade e forte mentalmente. É isso que precisamos e iremos buscar – declarou Zé Ricardo, acrescentando em seguida.

– É um desafio, mas como diz o Sócrates, um filósofo grego, “uma vida sem desafios não vale a pena ser vivida”. É dessa forma que penso também. O Vasco é um grande clube e muita gente gostaria de estar no meu lugar. Aceitei o convite do Vasco porque o clube me escolheu. Quando uma equipe como o Vasco te procura, não é um convite, mas uma convocação. Vamos fazer 15 finais, subir degrau a degrau, encarar cada jogo com se fosse uma final. Essa equipe tem potencial para estar em posições maiores – concluiu o comandante cruzmaltino.

 

Fonte: Site oficial (Texto e fotos) Facebook Esporte Interativo (Vídeo)

Vasco anuncia programa para engajar torcedores na captação de recursos para a base do futebol

 

O Presidente do Vasco, Eurico Miranda, anuncia nesta quinta-feira (24/08), às 11h30, em São Januário, um trabalho inédito do clube na captação de recursos para o futebol de base com apoio na Lei de Incentivo ao Esporte.

O projeto está dividido em duas etapas e será um importante aliado para que o trabalho de fortalecimento da base do Vasco, já em andamento, seja aprofundado e transparente a todos os torcedores. O Vasco tem projeto aprovado na LIE para captar até 2 milhões e 727 mil reais para a base do futebol. A entrevista terá a participação de Antonio Gil Franco, sócio da EY ( Ernest & Young) e Paulo Henrique Oliveira, Gerente Senior da EY.

A EY Assessoria Empresarial participará do Projeto de Doações Incentivadas do CLUB DE REGATAS VASGO DA GAMA (CRVG) prestando consultoria ao clube na identificação de potenciais doadores, pessoas físicas e/ou jurídicas através do uso da análise preditiva de dados (data analytics) e no entendimento dos benefícios oferecidos pela Lei do Incentivo ao Esporte (LIE), com o objetivo final de possibilitar ao clube a execução de projetos incentivados, aprovados no âmbito da LIE.

O CLUB DE REGATAS VASCO DA GAMA será o único responsável pelo monitoramento e pela aplicação dos recursos recebidos em doação, no âmbito da Lei do Incentivo ao Esporte (LIE).

A EY Assessoria Empresarial não irá auditar as demonstrações financeiras do clube ou efetuar análises financeiras, contábeis ou tributárias dos potenciais doadores e respectivas doações, de pessoas físicas ou jurídicas.

Fonte: Site oficial

Sessão Solene na Sede Náutica comemora os 119 anos do Vasco

 
Estiveram presentes na mesa o presidente do Conselho Deliberativo Luis Manoel Fernandes, o presidente Eurico Miranda, Silvio Godoí (2º vice-presidente), Rubens Lopes (presidente da FFERJ), Sergio Frias (vice-presidente do Conselho Deliberativo), Nelson Tomaz Braga (desembargador do TRT/RJ), Carlos Teixeira da Silva (professor titular de história na UFRJ), Francisco Manoel de Carvalho (deputado estadual), Paulo Roberto Correa (juiz titular da 8ª Vara Cível, Eraldo Leite (presidente da ACERJ) e Paulo Germano Maciel (vice-presidente da Federação Nacional dos Clubes do Brasil) – Fotos: Paulo Fernandes/Vasco.com.br

Seguindo a tradicional programação em comemoração aos 119 anos de fundação do Club de Regatas Vasco da Gama, a Sessão Solene foi realizada na noite desta segunda-feira (21/08), na Sede Náutica da Lagoa. Com a presença de todos os poderes do clube, os sócios com 50 anos de contribuição receberam seus escudos de ouro. Aos Beneméritos e Grande Beneméritos foram entregues os títulos e carteirinhas.

 
O presidente do Conselho Deliberativo, Luis Manuel Fernandes, abriu a solenidade com felicitações ao Vasco.
 
– Uma solenidade plena de história, plena de simbolismo. É um momento de grande felicidade para nós comemorar o aniversário do Vasco. Hoje são 119 anos de existência, lutas, glórias, realizações. São poucas as instituições do Brasil que conseguem chegar a essa longevidade – disse.

 


Presidente Eurico Miranda falou sobre o desafio de colocar o Vasco em seu devido lugar
Após a realização do protocolo inicial da cerimônia, com a execução dos hinos nacional brasileiro, de Portugal e do Vasco da Gama, o presidente Eurico Miranda falou aos presentes, reafirmando a importância de participar de mais um ciclo de vida do Cruzmaltino.
 
– A força do Vasco é algo que permite que a gente possa enfrentar e superar problemas. E esses problemas estão sendo superados. Não podemos superar todos, mas estamos gradativamente ultrapassando todos com um intuito só, não tem outro: de colocar o Vasco no lugar dele. O Vasco tem que estar obrigatoriamente numa posição cimeira. Costumo dizer para os nossos adversários que o Vasco pode não ser melhor que algum deles, mas nenhum deles é melhor que o Vasco, nenhum. Por tudo que o Vasco tem, por sua história, pelo que representa. Isso é que permite que nós possamos ir caminhando com o objetivo de colocar o Vasco na posição que é dele por direito, por direito de conquista. Sem dúvida, o Vasco irá chegar lá – disse o presidente Eurico Miranda, que também agradeceu aos familiares, ao 2º vice-presidente Silvio Godoí e à Nossa Senhora.

 


Sessão Solene foi prestigiada por diversos vascaínos ilustres- Fotos: Paulo Fernandes/Vasco.com.br
Na sequência, o professor titular de história da UFRJ, Francisco Carlos da Silva, discursou a cerca da trajetória do Vasco e de todas as suas conquistas em suas lutas sociais, dentro e fora de campo. Ele ainda destacou a importância do Gigante da Colina no cenário brasileiro ao longo de seus 119 anos de fundação.
 

Em um ato histórico, ao fim da solenidade, o presidente Eurico Miranda recebeu um Decreto de Alvará Régio dando ao Vasco da Gama o título de “Real Sociedade”, alcançado durante o reinado do português D. Luiz I. O documento, emitido em 1 de fevereiro de 2017, tem a assinatura do Chefe da Casa Real Portuguesa, Dom Duarte de Bragança, Duque de Bragança.

André Luiz Vieira Afonso (vice-presidente de Obras de Engenharia e Patrimônio) recebeu o título e a carteirinha de Grande Benemérito – Foto: Paulo Fernandes/Vasco.com.br

Sessão Solene foi encerrada com o grito de Casaca – Foto: Paulo Fernandes/Vasco.com.br

VASCO! 119 anos de uma paixão totalmente inexplicável

Por: Walmer Peres, Centro de Memória do Vasco da Gama

São Januário, Rio

Hoje, o Club de Regatas Vasco da Gama comemora 119 anos de existência. No apagar das luzes do século XIX, impulsionados pelos ares da modernidade, pelo desejo de praticarem um esporte símbolo dos novos tempos, homens que na sua maioria trabalhavam no comércio do Centro da Cidade do Rio de Janeiro decidiram criar um novo clube para a prática do remo. 
 
Na tarde de 21 de agosto de 1898, 62 idealistas, reunidos na Rua da Saúde nº. 293, fundaram o Club de Regatas Vasco da Gama. As comemorações do IV Centenário da Descoberta do Caminho Marítimo para as Índias, feito realizado pelo Almirante Vasco da Gama, influenciaram no nome da nova instituição náutica e nos seus símbolos. 
 
Muito tempo se passou desde aquele dia e após mais de um século de existência o nosso Vasco constitui-se como um Gigante. No entanto, mesmo torcendo para um dos maiores clubes do mundo, alguns questionam o motivo do nosso amor pelo Vasco. Geralmente, a pessoa que quer nos questionar inicia com a seguinte:
 
“Por que você é Vasco?”
 
Quando me perguntam isso eu respondo com outra pergunta. 
 
“Por que não ser Vasco?” 
 
Algum (a) amigo (a) seu (sua) pode responder: “Ah, porque tem que torcer para um clube que ganha títulos”. Pois, bem… vamos nos ater ao esporte mais popular do Brasil, o futebol (masculino). Diga para ele (a) que em 103 anos desenvolvendo o esporte bretão, o Vasco acumula 125 títulos, contando apenas competições oficiais e amistosas vencidas pela equipe principal… uma média superior a 1 título por ano (lembre-se que Nosso Clube institucionalizou a prática do futebol em 1915 e só realizou partidas no ano seguinte).
 
Desses 113 títulos, destaca-se o Campeonato Sul-Americano de Campeões, que conquistamos de forma invicta em 1948, no Chile. Sabia que com isso o Vasco se tornou o primeiro Campeão da América? 
 
Não satisfeito, o Vasco venceu outro continental, a Copa Libertadores de 1998, no ano do Centenário da Instituição. Pois bem, somos o clube carioca com maior número de títulos continentais.
 
Que tal nossos quatro CAMPEONATOS BRASILEIROS?… Digo, BRASILEIRO MESMO! Não um amontoado de títulos sem critérios que distribuíram feito bala no trem por aí… e nem aqueles conquistados com a ajudinha marota dos homens de preto e amarelo… mas, vamos deixar isso pra lá… (em 1974 seguimos o regulamento… o choro é azul celeste, digo, livre).
 
Faça o (a) amigo (a) se recordar da virada histórica contra o Palmeiras em 2000. Um 4 a 3 em pleno Parque Antártica… para desespero dos secadores de plantão. Fale sobre o Torneio de Paris de 1957, que o Vasco conquistou em cima do Real Madrid, então bicampeão europeu. Aquele que diziam que era o melhor time do mundo… pena que não transmitiam o Campeonato Carioca na Europa naquele tempo… ora, pois, saberiam que o maior do mundo era (é) o Vasco!
 
Em 1957 também conquistamos o Troféu Teresa Herrera sobre o Athletic Bilbao. Na mesma Espanha fomos tricampeões do Troféu Ramón de Carranza, vencendo-o nos anos de 1987, 1988 e 1989. 
 
Você sabia que o Vasco já enfrentou equipes de todos os continentes? Além disso, é o clube brasileiro que mais enfrentou e venceu equipes europeias, tendo derrotado 11 campeões europeus?
 
Às vezes, esses argumentos não dão conta da chatice de alguns… que emplacam com uma certa propriedade dos tolos: “Você tem que torcer para um clube que tem a maior torcida do Brasil”… ou “do Mundo”.
 
Nesses casos, você, vascaíno (a), tem que parar e respirar bem fundo! Depois, comece a explicar ao (a) inocente torcedor (a) rival que o Vasco é o VERDADEIRO CLUBE DO POVO e possui uma “imensa torcida bem feliz, norte-sul, norte-sul desse país”. Fale pra ele (a) que sua torcida é gigantesca porque cresceu com o Clube, na medida em que ele se tornava, por conta própria, um fenômeno de massa.
 
Com cuidado, pois não queremos magoar ninguém, diga que, com toda certeza, dos grandes clubes de futebol do Rio de Janeiro, O ÚNICO QUE NÃO TEM A MANCHA DO RACISMO EM SUA HISTÓRIA É O VASCO. Ao contrário dos outros “grandes”… que institucionalizaram práticas deploráveis como o racismo e o preconceito social… manchas eternas!
 
Explique para o (a) seu (sua) amigo (a) que o Vasco foi o primeiro clube a conquistar o Campeonato Carioca com jogadores das camadas populares, eram os negros e brancos de baixa condição social que os “clubes das elites” desprezavam… Esclareça que o Vasco se insurgiu contra essas elites e com sangue, suor e lágrimas ergueu o maior estádio da América do Sul em 1927: o Estádio de São Januário (oficialmente Estádio Vasco da Gama). Um símbolo da luta do Vasco pela igualdade e contra o racismo e preconceito social no esporte.
 
O Estádio de São Januário, para além do futebol, tornou-se um patrimônio nacional ao ser sede de eventos culturais e políticos que marcaram a vida do país.  No estádio vascaíno, Getúlio Vargas assinou a lei que instituiu o Salário Mínimo, anunciou a instalação da Justiça do Trabalho, pronunciou discursos no Dia do Trabalho (1º de Maio) e no Dia da independência (07 de Setembro). 
 
Geralmente, na comemoração da independência, o maestro Heitor Villa Lobos regia corais orfeônicos com milhares de jovens e crianças. Além de Getúlio, a Tribuna de Honra teve a presença de outras figuras importantes da política nacional, como Luiz Carlos Prestes, Juscelino Kubitschek, Eurico Gaspar Dutra, João Goulart e outros. Na “casa vascaína” também foram realizados desfiles de escolas de samba e shows de bandas internacionais.
 
Termine dizendo que através da união de membros da colônia portuguesa e de brasileiros, independentemente da classe social ou de raça, o Vasco foi se fazendo grande, apesar das tentativas infrutíferas de diminuir o Vasco, executadas por uma parte da imprensa que era racista, preconceituosa, xenófoba e segregacionista, COMPOSTA POR SÓCIOS DAQUELES CLUBES QUE EXCLUÍAM OS TAIS JOGADORES SEM “CONDIÇÕES MORAIS”… 
Será que é tão diferente de hoje? Acredito que nem tanto, pois, agora tentam difamar o Vasco como parte do objetivo de “espanholizar” o futebol brasileiro… outra guerra que precisamos vencer. No Rio, especificamente, não podemos deixar que se torne um “fru-fras” da vida…
Se o (a) amigo (a) ainda estiver te ouvindo… haja vista que a verdade assusta… e ainda possuir forças para uma última tentativa, ele (a) pode dizer : “Mas tem que torcer para um clube que não seja só de futebol!”.
 
Caso isso ocorra, lembre-o que o Vasco nasceu para a prática do remo, em 21 de agosto de 1898. Mas, desde então, também é um clube de futebol, atletismo, futsal, natação, ciclismo, esgrima, futebol de areia, futebol de mesa, ginástica artística, boliche, polo aquático, pugilismo, saltos ornamentais, tênis, tênis de mesa, tiro esportivo, vôlei, tiro com arco, caratê, taekwondo, judô… dentre outros.
 
Ah! Recorde ao (a) seu (sua) amigo (a) que outra prática de inclusão social desenvolvida pelo Vasco é manter desde 2004 um colégio para os atletas do Clube: o COLÉGIO VASCO DA GAMA!
 
Considerado um marco na história dos clubes de futebol do Estado do Rio de Janeiro, o Colégio Vasco da Gama surgiu da necessidade de se criar uma escola regular, na qual o planejamento anual das atividades escolares seria feito em comum acordo com o planejamento dos departamentos profissional e amador.
 
Assim, procura-se solucionar as dificuldades enfrentadas pelos atletas em conseguir conciliar o esporte com os estudos, tendo o objetivo de facilitar a vida educacional dos esportistas de todas as modalidades, acompanhando-os integralmente. Essa verdadeira ação social garante a assiduidade dos alunos às aulas, contribui para um melhor desempenho escolar e auxilia na construção de uma consciência de cidadania por parte dos atletas vascaínos.
 
Acredito que o (a) amigo (a), ao menos, desistirá de tentar indagar o motivo de você ser Vasco…
 
 Porém, na data de hoje, se algum (a) amigo (a) vier lhe indagar a razão de você ser vascaíno (a), diga para ele (a) que não gostaria de entrar em detalhes. Porque pretende aproveitar bastante o dia. Afinal, você vai festejar os 119 anos do Club de Regatas Vasco da Gama!
 
Fonte: Site oficial

Casaca! O grito de guerra do Vasco da Gama

“Você se lembra do hymno de guerra a desafio do Vasco?
CASACA! CASACA!
A TURMA É BOA! É BOA!
É MESMO DA FUZARCA!
VASCOOOO!…”
 
(Crítica, 04 de outubro de 1929, p. 4) 
Cantemos todos de coração! Hoje, o Club de Regatas Vasco da Gama comemora 119 anos de existência. Para comemorarmos essa data emblemática, vamos abordar a origem de um dos elementos mais vascaínos que existe: o Grito de Casaca. Muitas coisas no futebol geram dúvidas e levam a incertezas, não é o caso do famoso Grito de Casaca. Afinal, este sempre foi o grito de guerra do Vasco, criado pelos vascaínos. O que resulta em confusão por parte de terceiros é que outros clubes do Brasil copiaram-no, resignificaram a sua origem e acrescentaram novos dizeres ao cântico original. 
A nacionalização do “Casaca” é resultado da influência cultural exercida pelo Rio de Janeiro, Capital Federal, na primeira metade do século XX. Neste caso específico, trata-se da capacidade de influenciação dos acontecimentos relativos ao campo esportivo carioca (mais precisamente, aqueles relacionados ao futebol) no qual o Vasco era um dos atores principais. Isso é uma forma de exemplificação da importância que o Clube tem dentro do esporte nacional.
As versões do surgimento do Grito de Casaca
O surgimento do Grito de Casaca possui algumas versões, a maioria se baseia na história oral, reproduzidas por vascaínos que foram ou não contemporâneos ao fato. 
A origem mais provável do Grito de Casaca está assentada nas vozes dos vascaínos ligados ao esporte fundador do Clube, o remo. Embora haja contradições entre as informações apresentadas, o fato mais provável é o de que a formatação do grito de guerra vascaíno teria passado pelos amantes do esporte náutico e então se popularizado nos estádios de futebol.
Uma das versões leva a sua origem a ter uma datação bastante antiga. A menção a este “grito” já estaria registrado no primeiro hino do Clube. De letra e música de Joaquim Barros Ferreira da Silva, o Hino Triunfal do Vasco da Gama, datado de 1918, diz que:
Quando o Vasco em qualquer desafio
Lança em campo o seu grito de guerra
Invencível, nervoso arrepio
Faz tremer o rival e a terra!
Qual seria este “grito de guerra” que fazia “tremer o rival e terra”? Seria o Grito de Casaca? Ou estaria apenas relacionado à parte do cântico atual, tratando apenas do “casaca”, afinal, a expressão “fuzarca” relacionada à “farra” e, no esporte, à qualidade técnica é um neologismo surgido no Rio de Janeiro na década de 20? Seria outro grito de guerra vascaíno, mais antigo? Ainda não sabemos…
Amparando-se na história oral, o grandíssimo vascaíno Álvaro do Nascimento Rodrigues, colunista do Jornal dos Sports, explicou que o “Casaca”, na verdade, teria sido inicialmente “Cazarca” (talvez uma menção ao pato-casarca, ave que poderia ser encontrada em Portugal, nas áreas da Lagoa dos Salgados, do Algarve e de Sagres). 
O grito de guerra do “Cazarca” teria se originado no Departamento de Escotismo do Vasco, que foi criado em 1926. Posteriormente, foi aproveitado pelo chamado Grupo dos Supimpas, formado por sócios e torcedores vascaínos mais ligados ao remo, porém, que se faziam presentes nas mais diversas competições de outros esportes praticados pelo Clube, o que incluía o futebol. 
Nas vozes dos membros do Grupo dos Supimpas (que só poderia ser constituído por torcedores e sócios do Vasco), e dos demais torcedores do Clube que formavam a massa de adeptos vascaínos nos campos de futebol, o grito de “Cazarca” foi transformado em “Casaca”. 
Assim nos diz Álvaro do Nascimento, o “Cascadura” ou ainda “Zé de São Januário”, como assinava as suas crônicas:
GRITO DE GUERRA DO VASCO – Como tive ocasião de explicar no meu primeiro comentário, “Casaca”, o grito de guerra do Vasco, hoje o mais popular do Continente, não está de muitos anos, uma vez que só em 1927, foi introduzido no esporte o vocábulo “Fuzarca”, lançado por mim e pelo Isaías Rosa.
O “GRUPO DOS SUPIMPAS” – Em 1927, formou-se no Vasco da Gama o ‘Grupo dos Supimpas’, constituído de elementos da praia. Esse grupo, que mais tarde tomou grandes proporções, pesando até na balança política do Vasco da Gama, foi o primeiro a usar o “Casaca”, tal qual hoje é cantado em nossos campos. Também a glória do “Casaca” não pertence ao “Grupo dos Supimpas”.
O “Casaca” nasceu no Departamento de Escoteiros, do Vasco da Gama, chefiado por Paulo de Carmo. Isso deu0se entre 1928 e 1929. Paulo do Carmo, e seus escoteiros, entoavam uma canção que terminava com o “Casaca”, ou, para dizer com mais rigorosa justiça, com “Cazarca”.
“Cazarca, Cazarca
Cazarca, Zarca, Zarca,
A turma é boa
É mesmo da Fuzarca!
Vasco!…Vasco!…Vasco!…”
Em 1930, o “Grupo dos Supimpas”, que praticava todos os desportos, oficializou o “Cazarca” para as suas competições. Como os elementos do “Supimpas”, só podiam pertencer ao grupo desde que fossem sócios do Vasco, o “Cazarca” passou a ser entoado em todas as partidas de waterpolo como saudação aos adversários e ao público. Mais tarde o “Cazarca” passou para o basketball e, finalmente para o football. O público agradou-se do grito de guerra vascaíno e, em vez de “Cazarca” passou a pronunciar “Casaca” (Jornal dos Sports, 17 de outubro de 1945, p. 3).
A despeito das informações fornecidas pelo Cascadura, sabe-se que a popularização deste cântico vascaíno data do ano de 1929, ao menos é a data mais provável apontada por nossas fontes escritas. Trataremos disso adiante…
Segundo uma importante fonte oral, Feliciano Peixoto (conhecido pela alcunha de “Ramona”), ex-remador do Vasco na década de 20 e 30 do século passado, o Grito de Casaca teria se originado pelos amantes dos esportes náuticos e sua versão colabora em parte com que é dito por Álvaro do Nascimento. 
De acordo com Feliciano Peixoto, integrante da “turma da fuzarca”, o CR Vasco da Gama, o Internacional de Regatas e o Boqueirão do Passeio ainda não possuíam sedes sociais próprias na década de 20. Os seus adeptos se reuniam na rua e os atletas de remo e natação de cada clube se reconheciam por grupos. Cada grupo possuía uma identificação própria. No Internacional e Regatas criou-se o “Grupo dos Lindos”; no Boqueirão, o “Grupo das Garrafas; no Vasco surgiu o “Grupo dos Supimpas”. 
O Grupo dos Supimpas começou a promover reuniões festivas, que à época eram denominadas de “reco-reco”, e seus integrantes receberam a alcunha de “turma da fuzarca”. Nesse caso, fuzarca se refere à farra. Uma turma farrista.
O Grupo dos Supimpas foi crescendo, criando concursos de remo, pólo aquático e natação, e festividades diversas que atraíam, inclusive, adeptos de outros clubes da cidade. Um importante ponto de encontro desses “fuzarquistas” era uma quadra de vôlei que localizava-se num terreno na Rua México, no Centro do Rio. 
Neste local, para além dos vascaínos, também vinham o restante da nata dos esportes náuticos carioca. O vínculo de amizade estabelecido teria feito com que muitos daqueles que sequer torciam para o Vasco se tornassem sócios do Clube após a construção do Estádio de São Januário.
No contexto desse ambiente festivo, que incluía comemorações carnavalescas, os Supimpas desfilavam da referida quadra de vôlei até a antiga Praia das Virtudes. Foi então surgindo naquela quadra, através de um grupo de atletas do Vasco um grito de guerra que utilizava o Casaca para rimar com Fuzarca. 
Inicialmente entoado nas festividades do Grupo dos Supimpas, que se arrastavam pelo ano inteiro, passou a fazer parte das competições que o Vasco tomava parte. A partir disso, chegou ao futebol.
1929 – O ano em que o Grito de Casaca ganhou o mundo
Em 1929, o Vasco, que já contava com seu imponente Stadium, montou uma equipe que chamais poderá ser esquecida, afinal: “Jaguaré foi comprar ‘Brilhante’ na ‘Itália’, mas, Tinoco preferiu ir à Ópera ver ‘Fausto’ numa cadeira de ‘Mola’, enquanto Paschoal adquiriu por ‘Oitenta-e-Quatro’ mil réis um gato ‘Russinho’ para o Mário Matos brincar no Campo de ‘Santana’”. 
Na onda desta inocente cantiga infantil, recitada entre a criançada vascaína (e de outros clubes também) eternizou-se o esquadrão-base Campeão Carioca de 1929, formado por: Jaguaré, Brilhante e Itália; Tinoco, Fausto e Mola; Paschoal, Oitenta-e-Quatro, Mário Matos e Santana.
Baseando-nos em fontes escritas, mais precisamente em fontes da imprensa, o “Casaca” se firmou e popularizou-se no ano de 1929. No dia 04 de outubro de 1929, o jornal Crítica (fundado em 21 de novembro de 1928 e de propriedade de Mário Rodrigues) publicou na sua seção de esportes uma entrevista dada pelo jogador Theophilo, do São Cristóvão, ao redator do referido jornal. O Campeonato Carioca estava chegando ao seu final e Vasco e América disputavam-no de igual para igual, eram os únicos clubes que poderiam ser campeões. O São Cristóvão enfrentaria o América no Domingo próximo (06/10/1929). A entrevista girava em torno deste evento. 
Em parte da conversa, o entrevistado, Theophilo, recita o “hymno de guerra do Vasco”, usando as suas palavras, é claro. A essência era esta, entretando, poderia haver um “Casaca” a mais, “É boa” a menos… Assim ele disse:
“Você se lembra do hymno de guerra a desafio do Vasco?
CASACA! CASACA!
A TURMA É BOA! É BOA!
É MESMO DA FUZARCA!
VASCOOOO!…”
Theophilo completa:
“Pois , o hymno guerreiro do S. Christovão é idêntico. Ouça só:
CASACA! CASACA!
A TURMA É BOA! É BOA!
É MESMO DA FUZARCA!
SÃO CHISTOVÃOOO!
 
Se formos levar ao “pé da letra” vai parecer que a torcida do São Cristóvão possuía de fato o mesmo grito da torcida vascaína. No entanto, Theophilo, na entrevista que é descrita de modo informal, estava usando um discurso para dar ênfase a sua equipe, que seria da “fuzarca” tal qual o Vasco era. Além disso, e principalmente isso, a derrota do América para o clube de Theophilo seria de fundamental importância para o Vasco. Então, poderíamos dizer que, o São Cristóvão representava o próprio Vasco em campo.
O referido jogo acabaria terminando empatado em 0 a 0.  No final das contas, após empatarem em número de pontos, Vasco e América tiveram que se enfrentar três vezes para sair um vencedor. As duas primeiras partidas terminaram, respectivamente em 0 a 0 e 1 a 1. Na terceira e última peleja, uma esmagadora vitória do Vasco por 5 a 0 pois fim ao dificílimo Campeonato Carioca de 1929, coroando a histórica equipe vascaína e eternizando o Grito de Casaca.
Os jogadores da equipe principal de futebol do C.R. Vasco da Gama posam para fotografia no último jogo da melhor de três contra o América/RJ, no ano de 1929. São eles, da esquerda para a direita: a mascote (Jayme, filho do jogador Paschoal), Jaguaré, Tinoco, Fausto, Itália, Brilhante, Russinho, Paschoal, Mário Matos, Oitenta-e-Quatro, Santana, Ennes e Mola. O Vasco venceu a partida por 5 a 0 e sagrou-se Campeão Carioca de 1929. Estádio das Laranjeiras/RJ, 24 de novembro de 1929
Para reforçarmos ainda mais a originalidade e a autoria do Grito de Casaca como sendo legitimamente vascaíno, citaremos Mário Filho, respeitado escritor e jornalista. Na sua coluna DA PRIMEIRA FILA, no jornal O Globo Sportivo, ele nos elucidou que:
O Esporte [se referindo Sport Club Recife – grifo nosso] também tinha um hurra original. Casaca, asaca, saca, a turna é boa, é mesmo da fuzarca, Esporte, Esporte, Esporte! Era o grito da torcida do Vasco de 29. Alguém do Esporte tinha vindo ao Rio, escutara o casaca, mais do que depressa escreveu para o Recife. Outro clube poderia saber também, aparecer com o casaca antes do Esporte. E daí o Esporte ficava sem hurra. Imitar um clube do Rio estava certo, imitar um de Recife estava errado (O Globo Sportivo, 26 de agosto de 1949). 
 
Mas, afinal, qual a credibilidade da fala de Mário Filho em 1949? Haja vista que a fonte mais antiga que os adeptos do Sport usam para se apropriarem da autoria do Casaca (Cazá para eles) é de 1936, o frevo-canção A Moreninha, escrita por Sebastião Lopes? 
Total credibilidade! Sabem quem era o redator do jornal Crítica que entrevistou o jogador Theophilo em 1929?…O próprio Mário Filho, redator-chefe da seção esportiva do jornal o qual seu pai, Mário Rodrigues, era proprietário.
Os torcedores do Sport Club Recife se apropriaram do cântico vascaíno no contexto da influência exercida pelo Vasco no campo esportivo carioca na primeira metade do século passado, influência esta que ultrapassava os limites geográficos do Rio de Janeiro e chegava a alcançar o nível nacional. 
Cantar “Casá, Casá, Casaca (…)” era uma derivação natural que os próprios torcedores vascaínos já faziam. Inclusive, há fontes que relatam que desde a década de 30 o jornalista Ary Barroso, em seu programa esportivo, utilizava esse início como vinheta para introduzir as informações referentes ao Vasco. Para além disso, a fonte escrita que citamos (1929) é sete anos mais antiga que a primeira a aparecer com o “Cazá” dos nossos co-irmãos recifenses (1936).
 
Os significados das expressões no Grito de Casaca
Para além das variadas maneiras de se entender as expressões que originaram o Grito de Casaca, provavelmente a maioria delas vindas do remo do Clube, vamos tratar delas de maneira a tentar traduzir o que elas significavam no contexto do futebol na década de 20 e mostrar que, de certa forma, podem continuar a ter o mesmo significado para os vascaínos da contemporaneidade.
Os termos e as expressões iniciais utilizados pelos vascaínos na introdução do Grito de Casaca são inspirados nos gritos acadêmicos, especialmente, da Universidade de Coimbra, em Portugal.  Além disso, a expressão “Ao (pessoa, entidade, etc) nada?, que deveria ser respondido com “Tudo!”, era algo que se tornou popular nas décadas iniciais do século XX, podendo ser cantarolado nas mais diversas ocasiões e lugares. 
A utilização da expressão “Casaca” cantada pelos vascaínos anos 20 possui duas possibilidade de entendimento. A primeira delas é a de que utilizavam para chamar atenção dos rivais, representados simbolicamente pela casaca (vestimenta masculina de cerimônia). Fazendo isso, simultaneamente, demonstravam que não faziam parte do “mundo das elites”.
Segundo o ex-remador e Grande Benemérito Mario Lamosa, os remadores do Vasco na década de 20 eram bastante jovens e gostavam de participar de festas (o que colabora com as informações cedidas por Feliciano Peixoto). Em uma das ocasiões festivas, o traje a rigor era a casaca, ou seja, um vestuário cerimonioso para homens. Após beberem muito, os vascaínos começaram a retirar as suas casacas e gritarem “casaca!”, fazendo uma provocação aos rivais que estavam presentes, indicando que aquela vestimenta “requintada” não lhes pertencia e sim aos integrantes dos clubes das elites.
Subentendemos que no futebol, o “casaca” passou a ser utilizado pelos vascaínos para chamarem a atenção dos torcedores rivais (notadamente, de Flamengo, Fluminense, Botafogo e América). Se por um lado, os rivais do Vasco enxergavam a torcida vascaína e seus jogadores (na sua maioria membros das camadas populares), como um conjunto de gente desordeira e que possuíam atitudes contra a tal “moral do esporte” (traço que retrata o racismo e o preconceito social por parte dos nossos rivais), por outro lado, os vascaínos enxergavam os rivais como sendo os “casacas”. Ou seja, faziam referência as elites administrativas e aos torcedores “requintados” dos outros clubes. 
É nesse sentido que nos parece ilustrar a seguinte passagem:
E vendo o film sensacional é fôra de dúvida que a colossal turma do Vasco da Gama se recordará das suas victórias, cantando em surdina:
“Casaca…oh! Casaca!…
Nós somos mesmo da Fuzarca!…” (Diario Carioca, 15 de abril de 1930, p. 5).
 
Apesar dessa possibilidade para o significado do “casaca” ser bastante forte há outra que não pode ser desprezada. Nesta, o “casaca” cantados pelos vascaínos se referiria ao orgulho destes para com o manto sagrado do Clube. Naquele período, os jogadores entravam em campo com uma casaca nas cores do clube por cima do uniforme. Já havia a concepção de ligar determinado partido, clube, ou qualquer instituição à expressão “casaca” (que estava diretamente relacionada às cores utilizadas pela entidade a que se referia).

Jogadores vascaínos com as suas casacas – Rio de Janeiro/RJ, 1921
A expressão “A turma é boa” pode ser contemporaneamente traduzido para “O time é bom” ou “A equipe é boa”. Dessa forma se refere ao plantel que o Clube possui. Assim falava o Presidente do Vasco, Raul da Silva Campos, sobre o time de futebol:
O Vasco tem cosnciencia do valor do seu team. A nossa turma é boa e não se arreceia de enfrentar adversarios. Não precisamos de campeonato de favor (A Batalha, 10 de dezembro de 1930, p. 7).
 
Acreditamos que a expressão “É mesmo da fuzarca”, embora possa ter o significado festivo, estaria mesmo é ligado com a questão técnica da equipe vascaína. Naquele ano de 1929, o termo “fuzarca” estava na moda. A então gíria tipicamente carioca era utilizada livremente para se relacionar a alguma coisa, a alguém ou a algum fato que fosse, nos dizeres atuais, “maneiro”, “legal”, “de farra”, “de boemia”, “de bagunça”, etc. No futebol, o termo “fuzarca” poderia remeter-se à “qualidade”, “dotes técnicos excepcionais” ou ser sinônimo do contemporâneo “de arrasar”. Ou seja, dizer que um time ou um atleta era da “fuzarca” poderia ser que ele fosse “de arrasar”.
Comemoremos sempre com um Grito de Casaca

Com tudo que foi exposto, esperamos ter trazido informações que ajudem a entender como se formou esse grito de guerra genuinamente vascaíno. O Grito de Casaca é mais do que a união de alguns versos, é um cântico que simboliza o destino manifesto do Vasco para com a glória da conquista. Sendo assim, comemoremos todas as nossas vitórias com esse verdadeiro hino que representa acima de tudo o  orgulho de sermos Vasco.

 
Pesquisa e texto: Walmer Peres Santana (Historiador)
Divisão Centro de Memória / Vice-Presidência do Departamento de Relações Especializadas
 
Fonte: Site oficial

Milton Mendes avalia atuação do Vasco contra o Palmeiras

Em sua estreia no segundo turno do Campeonato Brasileiro, o Vasco da Gama acabou não conseguindo obter um resultado positivo. O Gigante da Colina, porém, demonstrou bravura ao buscar o empate nos minutos finais, quando o Palmeiras vencia pelo placar de 1 a 0.

Ao término do jogo, o treinador Milton Mendes concedeu entrevista coletiva e avaliou o desempenho do Cruzmaltino em Volta Redonda. De acordo com o comandante, o Almirante criou boas chances ao longo dos noventa minutos e não merecia sair de campo com a derrota. 
 
– Queríamos vencer, trabalhamos para isso. Fizemos de tudo, tivemos oportunidades. Mas fomos buscar um ponto contra uma equipe recheada de bons jogadores, excelente treinador e estrutura extraordinária. Meus jogadores estão de parabéns, não desistiram. Seguraram a pressão – afirmou o técnico. 
 
Diante do Palmeiras, o Vasco da Gama voltou a contar com duas peças importantes do seu elenco, os experientes Nenê e Luís Fabiano. O primeiro entrou na etapa final, enquanto o segundo começou jogando e atuou durante toda a partida. Durante o bate-papo com os jornalistas, Milton Mendes elogiou a participação dos atletas no Raulino de Oliveira.
 
– Ambos estiveram bem. O Nenê sempre foi um jogador que nós queríamos. O Luis é nossa referência, a ponta do iceberg, precisamos muito dele. Estava cansado e não pude tirá-lo porque precisávamos dele. Fez tudo que podia, estamos orgulhosos. Se estiver bem na sequência, vamos mantê-lo. Temos ainda alguns jogadores que poderão entrar, como o Anderson Martins – declarou Milton Mendes, destacando em seguida a evolução do Vasco em relação ao confronto do primeiro turno.
 
– Nós nunca perdemos a confiança pelos resultados, sabemos para onde queremos ir. Não significa que está tudo ruim quando perdemos duas vezes. Muitos jogadores não estiveram no primeiro jogo, tivemos mudanças. Estamos em um lugar onde não esperavam, e poderíamos estar melhor. Esse ponto, diante das circunstâncias, foi bom. Mas estivemos mais perto de vencer do que de perder. Daqui a pouco as coisas mudam novamente para nós. As pessoas que gostam do Vasco podem ter certeza de que nunca vamos desistir – concluiu o comandante.
 
Fonte: Site oficial