Fôlego de gato… quer dizer, de veterano mesmo. Com média de 30,4 anos, o Vasco tem o time mais velho do Campeonato Brasileiro, em comparação envolvendo os titulares dos demais 19 clubes participantes. E mesmo assim vem se destacando fisicamente nesta reta final de temporada, provando que idade não é documento. Considerando apenas jogadores de linha, a atual equipe titular de Jorginho percorre aproximadamente 103 km por partida. Madson e Andrezinho são os que mais correm, com média de 13 km cada um, seguidos por Jorge Henrique e seu reserva imediato Rafael Silva, ambos com 12 km.
Segundo estudos científicos, a média que um atleta profissional corre durante os 90 minutos é entre 9 e 11 km, sendo que o trajeto percorrido ao longo do primeiro tempo é superior em 5% com relação à etapa final. No geral, os meias são os maiores corredores do futebol. Laterais e alas, por sua vez, são os que mais se movimentam com a bola nos pés, enquanto os atacantes correm as menores distâncias, mas chegam a dar piques de até 15 metros em alta velocidade.
O bom condicionamento físico pode ser observado na maratona de jogos. Com duas partidas por semana, o Vasco não revezou jogadores e manteve o pique brigando para escapar do rebaixamento no Brasileirão e chegando às quartas de final da Copa do Brasil. Por exemplo: depois de enfrentar o São Paulo com força máxima no Morumbi, numa quarta-feira, quando perdeu por 3 a 0, no domingo o time venceu o clássico com o Flamengo, diante de um rival que teve a semana inteira de preparação. Durante a arrancada que já dura seis duelos de invencibilidade, a equipe levou ampla vantagem física diante de Avaí, Cruzeiro e Ponte Preta.
Uma das estratégias utilizadas no Vasco para combater o desgaste da maratona de jogos é poupar os jogadores nos treinos, priorizando a recuperação física no Centro Avançado de Prevenção, Recuperação e Rendimento Esportivo (Caprres) e preservando os atletas para as rodadas seguintes. O lado ruim é que, com isso, não sobra tempo para trabalhar a parte tática, um risco calculado por Jorginho. O técnico, porém, ganhou raros 10 dias de preparação até o duelo contra a Chapecoense, na próxima quinta-feira, e vem realizando treinos fechados em São Januário para desenvolver a equipe.
– Essa semana vem sendo muito importante. Está dando ao Jorginho um tempo a mais para trabalhar. Já havíamos tido alguns dias de preparação na semana passada, em virtude da divisão do grupo para o jogo com o São Paulo, mas apenas agora a comissão técnica tem a possibilidade de ajustar a parte tática. Esse tempo é bom também para que alguns jogadores possam descansar. O próximo jogo é muito importante para nós e com temos tudo para chegar nele ainda mais preparados – declarou Júlio César ao site oficial do clube.
Novidade do Vasco em 2015, o Caprres anunciou no inicio do ano que o time iria se destacar fisicamente ao longo da temporada. Dito e feito. E comemorado nas redes sociais pelo coordenador científico do projeto, Alex Evangelista, enaltecendo o trabalho conjunto que permitiu ao clube chegar na reta final do Brasileirão com o departamento médico vazio. Apenas Diguinho e Eder Luis ainda não estão à disposição de Jorginho: o volante trata um desequilíbrio muscular e está em fase final de transição, enquanto o atacante faz tratamento de fortalecimento muscular.
– A pergunta que eu mais gostaria que fosse feita: além da inovação tecnológica trazida para o C.R. Vasco da Gama a partir do intercâmbio com a NBA, gostaria também de ser perguntado como está o DM (departamento médico) do clube? Acredito que de nada adiantaria tal tecnologia se o DM estivesse cheio. Sendo assim, com muito orgulho quero parabenizar a equipe Caprres pelo excelente trabalho realizado até aqui. Pois está sendo possível entregar ao Jorginho todos os atletas em plena reta final de campeonato – escreveu o coordenador em seu Instagram.
A posse de bola também é outra característica do Cruz-Maltino. Das 29 rodadas do Brasileirão até aqui, em 14 o time teve o domínio do jogo; em outras 10 acabou dominado pelo adversário, e em cinco terminou empatado com 50%. De acordo com pesquisas, os atletas profissionais dão de 80 a 140 toques na bola por partida e ficam com ela no pé por no máximo um minuto e meio.
Fonte: GloboEsporte.com