Fonte: Facebook Memória Vascaína
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Expresso da Vitória 11 a 0. Nem parecia que eram onze contra onze…
Na estreia do Vasco pelo Carioca de 1949, uma sonora goleada por 11 a 0 contra o São Cristóvão já mostrava ao adversários que dificilmente aquele título não seria conquistado pelo Expresso da Vitória. Como acabou sendo.
Após esta, outras goleadas vieram: 6×0 Canto do Rio, 5×3 no Fluminense, 5×2 no Flamengo, 8×2 no América, 8×1 no Bonsucesso… Foram 18 vitórias, 2 empates e nenhuma derrota.
O Vasco atuou com Barbosa, Augusto e Sampaio; Ipojucan, Danilo e Jorge; Nestor, Maneca, Heleno, Ademir e Mario.
Os gols foram marcados por Maneca(4), Ademir(3), Heleno(2), Ipojucan e Nestor.
Este jogo entrou para a história como a 3ª maior goleada imposta pelo cruzmaltino sobre um adversário.
Recordar é viver !
“O Vasco arrasou o São Cristóvão impondo-lhe uma goleada de 11 x 0
O São Cristóvão caiu fragorosamente frente ao Vasco da Gama pela contagem de 11 x 0. O regular público que compareceu ontem à tarde ao estádio de São Januário deve ter ficado decepcionado com a equipe de Figueira de Mello Chegou a causar pena da maneira com que foi abatido pelo club vascaíno. Em nenhum momento chegou a ter um lance favorável. Sempre o Vasco foi superior na cancha, do primeiro ao último minuto.
Quando finalizou o primeiro tempo, já o placard registrava a contagem de 7×0. Para o segundo tempo, parecendo ter recebido ordens, os players vascaínos não se empregaram a fundo,e, mesmo assim mais quatro tentos foram consignados. É interessante salientar que nada menos de cinco bolas bateram nas traves, além de seis excelentes oportunidades perdidas pelos atacantes do vice-campeão carioca de 48.”
A Noite (04/07/1949)
O Globo (04/07/1949)
“O Vasco da Gama teve na tarde de anteontem uma das vitórias mais comodas destes últimos tempos, marcando a espetacular contagem de 11 x 0, sobre o São Cristóvão, que se apresentou no estádio de São Januário, com um team incapaz de oferecer qualquer resistência ao onze cruzmaltino.”
Jornal do Brasil (04/07/1949)
Ficha do jogo:
Vasco da Gama 11 x 0 São Cristóvão
Local: São Januário
Juiz: Frederick James Lowe
Renda: Cr$ 64.750,00
Gols: Maneca (4), Ademir Menezes (3), Heleno de Freitas (2), Ipojucan e Nestor.
Vasco da Gama: Barbosa, Augusto e Sampaio; Ipojucan, Danilo e Jorge; Nestor, Maneca, Heleno de Freitas, Ademir Menezes e Mário.
São Cristóvão: Ramiro, Lino e Torbis; Rômulo, Geraldo e Olavo; Lino II, João Menta, Wilton, Nestor e Magalhães.
Outras vitórias do Vasco em 4 de julho:
Vasco 3 x 2 Vila Izabel (Carioca – 2ª Divisão – 1921)
América 0 x 2 Vasco (Carioca 1932)
Vasco 2 x 0 Bangu (Torneio Municipal 1938)
Vasco 3 x 2 Portuguesa de Desportos (Torneio Rio-SP 1954)
Vasco 3 x 0 Porto-POR (Pequena Taça do Mundo da Venezuela 1956)
Espanyol-ESP 1 x 3 Vasco (Amistoso 1957)
Americano 0 x 1 Vasco (Amistoso 1988)
Shimizu S-Pulse-JAP 1 x 3 Vasco (Amistoso 1994)
De virada, Vasco goleia pelo Carioca de 1922
Em 1922 o Vasco chegava a 3ª rodada do returno como líder da Série B da primeira divisão da Liga Metropolitana, seguido de perto pelo Villa Izabel. Ambos possuíam 13 pontos, mas o Vasco levava vantagem no critério de pontos perdidos. Era preciso confirmar a vantagem, pois só faltavam mais 3 jogos para ambos.
Assim, em 2 de julho, no campo da Rua General Silva Teles, em Vila Isabel, o cruzmaltino entrou em campo com Nelson, Mingote e Leitão; Nolasco, Bráulio e Arthur; Paschoal, Pires, Claudionor, Torterolli e Negrito para enfrentar a equipe do Mangueira. E após começar perdendo por 2×0, virou para 4 x 2 , com dois de Pires e dois de Negrito.
Recordar é viver !
“No campo do confiança realizou-se ante-hontem o esperado encontro entre as fortes equipes dos clubes acima. O match foi um dos melhores assistido na série B.”
Outras vitórias do Vasco em 02 de julho:
Vasco 2 x 0 River (Carioca 1924)
Cachoeiro-ES 1 x 2 Vasco (Amistoso 1950)
Sundsvall-SUE 1 x 5 Vasco (Amistoso 1961)
Vasco 3 x 0 Libertad-PAR (Amistoso 1967)
Final antecipada no subúrbio carioca
No dia 01 de julho de 1934, o Vasco adentrava o gramado da Rua Figueira de Mello para enfrentar o São Cristóvão, numa partida decisiva rumo ao título carioca daquele ano.
Naquele momento os “camisas negras” lideravam o torneio com 15 pontos, sete a frente do São Cricri, segundo colocado com 8 pontos. A partida já se anunciava de grande dificuldade, pois foi diante da equipe cadete a única derrota do Vasco até então no campeonato: 0 a 1 dentro de São Januário.
Apesar de sofrer um gol com menos de 1 minuto de jogo, o cruzmaltino não se abalou e tornou-se senhor da partida, pressionando o retrancado adversário. E de tanto insistir, conseguiu o empate através de Orlando, no segundo tempo da peleja.
Com este resultado, a única equipe que poderia ultrapassar o Vasco seria o América (9 pontos ganhos e 7 perdidos) que ainda teria 4 jogos para disputar. O São Cristovão (9 pontos ganhos e 8 perdidos) jogaria mais três vezes e o Vasco (16 pontos ganhos e 4 perdidos) apenas duas. Ao gigante da colina, bastava conquistar 2 pontos em 2 jogos, ou torcer para um empate ou derrota do América na rodada seguinte. E foi o que aconteceu: uma semana depois, América e Fluminense empataram em 3×3 no estádio de Campos Salles, dando ao Vasco o título estadual antecipado de 1934.
Recordar é viver !
“O campo da rua Figueira de Mello, encheu-se hontem, á tarde, para presenciar a disputa do encontro S. Christóvão x Vasco. Há entre os dois clubs do bairro, a se confirmar sempre, a certeza de que bons marches se ferem, sejam quaes forem as condições dos quadros. E a partida do returno confirmou a do turno. Como se sabe, o team local impoz aos primeiros colocados o único revez e um dos dois empates.
Como da outra vez, o S. Christóvão obteve um goal e lutou notavelmente para não ver caídas as suas esperanças. Manoelzinho consignou o ponto, após uma feliz jogada de Bahiano, em menos de meio minuto do início da peleja. E só no segundo tempo o Vasco empatou, por intermédio de Orlando. Um tiro opportuno, após opportuno passe de Itália á frente.”
A Noite (02/07/1934)
O Globo (02/07/1934)
O periódico “O Jornal” trazia a informação destacada no início da coluna “Recordar é viver”: ao Vasco bastava o tropeço da equipe de Campo Salles para a conquista da taça.
“O Vasco está com o campeonato garantido, por assim dizer. Basta-lhe uma victoria em dois jogos ou basta uma derrota ou empate do América”
O Jornal (02/07/1934)
O Jornal (02/07/1934)
A Noite (02/07/1934)
O Globo (02/07/1934)
A campanha do título:
1º Turno:
01/04/34 – Vasco 2 x 1 América (São Januário)
08/04/34 – Vasco 2 x 0 Bangu (São Januário)
12/04/34 – Vasco 2 x 0 Bonsucesso (São Januário)
22/04/34 – Vasco 0 x 1 São Cristóvão (São Januário)
01/05/34 – Vasco 5 x 2 Flamengo (São Januário)
06/05/34 – Fluminense 1 x 2 Vasco (Laranjeiras)
2º Turno:
27/05/34 – América 2 x 2 Vasco (São Januário)
06/06/34 – Bonsucesso 3 x 4 Vasco (Laranjeiras)
24/06/34 – Bangu 2 x 5 Vasco (São Januário)
01/07/34 – São Cristóvão 1 x 1 Vasco (Figueira de Melo)
22/07/34 – Flamengo 3 x 2 Vasco (Laranjeiras)
29/07/34 – Vasco 1 x 0 Fluminense (São Januário)
Classificação final:
P G W D L GF GA GD 1. Vasco 18 12 8 2 2 28 16 12 2. São Cristóvão 14 12 5 4 3 15 15 0 3. América 13 12 4 5 3 24 19 5 3. Bangu 13 12 6 1 5 24 30 -6 5. Fluminense 11 12 4 3 5 24 22 2 6. Flamengo 10 12 4 2 6 35 29 6 7. Bonsucesso 5 12 2 1 9 19 38 -19
A ficha do jogo decisivo:
SÃO CRISTÓVÃO 1 X 1 VASCO Data:01/07/1934 Local: Estádio da Rua Figueira de Mello ( São Cristóvão F.C. ) Árbitro: Loris Valdetaro Cordovil Renda: Não disponível Público: Não disponível SCFR: Francisco; Zé Luís e Mário; Agrícola, Dodô e Armando; Válter, Joãozinho, Manoelzinho, Bahiano e Quintanilha Técnico: Manoelzinho CRVG: Rey; Domingos e Itália; Gringo, Fausto e Mola; Orlando, Almir, Gradim, Nena e D' Alessandro. Técnico: Henri "Harry" Welfare Gols: Orlando e Manoelzinho Obs: Com este resultado, o Vasco sagrou-se campeão por antecipação. Artilheiros do Vasco: Gradim 8 gols, Nena 7 gols.Fonte: RSSSF, O Globo, A Noite, O Jornal Outras vitórias do Vasco em 1º de julho: Vasco 3 x 2 Botafogo (Carioca 1923) São Cristovão 0 x 1 Vasco (Carioca 1928) Estrela do Norte-ES 0 x 9 Vasco (Amistoso 1950) Vasco 5 x 1 Sporting-POR (Copa Rio 1951) São Paulo 0 x 1 Vasco (Torneio Rivadávia Correa Meyer 1953) Vasco 3 x 0 Bonsucesso (Carioca 1962) CEUB-DF 1 x 2 Vasco (Amistoso 1975) Vasco 2 x 0 Serrano (Carioca 1981) Vasco 1 x 0 Avaí (Brasileiro 2015)
O vento é vascaíno
No dia 30 de junho de 1940, o Vasco vencia de virada o Flamengo no gramado das Laranjeiras, após estar perdendo por 2×0, em partida que ficou marcado pela bravura e categoria dos atletas vascaínos em conseguir a reação e pelo vento, o 12º jogador dos “camisas pretas”. Os gols vascaínos foram marcados por Figliola, Alfredo I e Lindo.
O Vasco atuou com Nascimento (Chiquinho), Oswaldo e Florindo; Zarzur e Dacunto; Lindo, Alfredo I, Villadoniga, Gonzalez e Jarbas.
“Sensacional como se esperava a pugna, foi, no entanto, sensívelmente prejudicada pelo vento forte que soprou durante os dois tempos, favorecido sempre o quadro que actuava a seu favor. Dest’arte coube ao Flamengo levar vantagem no primeiro período, atacando mais e conseguindo um goal aos 33 minutos, por intermédio de Leonidas. No segundo do tempo o Vasco jogando a favor do vento reaccionou brilhantemente para conquistar o triumpho. De inicio, aos seis minutos, o Flamengo, marcou o 2° goal por intermédio de Jarbas. Aos dez minutos, Figliola, de cabeça num córner, fez o 1° gol dos vascaínos e Alfredo I empatou aos treze minutos. Finalmente aos vinte e nove minutos, Lindo fez o gol da victória dos vascaínos, encerrando-se o prelio com a contagem de 3×2.” (Jornal dos Sports – 01/07/1940)
Mário Filho destacava em sua coluna no JS que as forças da natureza favoreceram aqueles que foram melhores:
“A peleja Flamengo x Vasco proporcionou ao público que lotou completamente as dependências do estádio das Laranjeiras as mais fortes emoções. Pode a partida ser incluída entre as melhores do ano. Se não foi perfeita sob o ponto de pista técnico, es-teve ótima, muito bem disputada, renhidamente jogada mesmo e a parte disciplinar não sofreu um só arranhão. O Vasco triunfou por 3 x 2, e, merecidamente. O bando cruzmaltino mereceu a vitoria e esteve perdendo por 2 x 0 quando o panorama geral lhe era todo favorável. A atuação do Vasco, com efeito, surpreendeu. Iniciou a partida atacando muito, desenvolvendo excelente jogo e se impondo pelo número de cargas e pela sua melhor organização, mas não conseguia goals sinão na etapa final.
O Flamengo vencia por 2 x 0 — A reação vigorosa dos cruzmaltinos
No fim do primeiro tempo o Flamengo obteve seu primeiro goal. Mas o Vasco estava agindo melhor, aparecendo com energia e desenvolvendo superior atuação. O goal de Leônidas adveio de uma carga isolada, mas perfeitamente concluída por um tiro de mestre. No tempo final o rubro-negro fez o segundo goal e ai firmava-se gradativamente. Mas o Vasco preparou vigorosa reação, estimulada por um goal de cabeça consignado por Figliola ao se aproveitar de um corner. E depois se pôde verificar que só faltava ao Vasco conseguir goals. Atuando com desembaraço. apoiado pela sua excelente linha média, onde todos os players, Figliola, Zarzur e Dacunto apareciam otimamente, foi possível obter o empate c o goal da vitoria.” (A Noite – 01/07/1940)
“O embate travado ante-hontem no estádio do Fluminense FC pode ser considerado como o melhor deste turno neutro, chegando mesmo a relembrar os áureos tempos do football carioca.” (A Noite – 01/07/1940)
A Gazeta da Tarde lembrava que com a vitória, o Vasco tirava o Flamengo da liderança e assumia a 2ª colocação do campeonato, empurrando o rubro-negro para o terceiro lugar:
O Jornal “O Globo” do dia seguinte estampava em letras garrafais a histórica virada vascaína:
Outras vitórias do Vasco em 30 de junho:
30/06 – Vasco 4 x 3 Brasil-RJ (Carioca 2ª Divisão 1918)
30/06 – Bonsucesso 1 x 5 Vasco (Carioca 1943)
30/06 – Benfica-POR 2 x 5 Vasco (Amistoso 1957)
30/06 – Vasco 6 x 1 Bonsucesso (Amistoso 1960)
30/06 – Vasco 4 x 1 Portuguesa (Carioca 1963)
30/06 – Nacional-AM 0 x 1 Vasco (Amistoso 1968)
30/06 – Rio Branco-ES 0 x 2 Vasco (Amistoso 2000)
30/06 – Avaí 1 x 3 Vasco (Copa da Hora)
30/06 – Vasco 3 x 2 Ponte Preta (Brasileiro 2012)
Há 63 anos, o melhor dos 8, o maior do mundo
Há 63 anos, no dia 04 de julho de 1953, o Vasco vencia o São Paulo por 2 a 1 e conquistava um dos maiores títulos de sua história: o Torneio Ocotogonal Rivadavia Corrêa Meyer. E de forma invicta.
O torneio foi sucessor da Copa Rio, realizada nos anos de 1951 e 1952, mas com várias semelhanças: ambas as competições tiveram o mesmo organizador, a CBD, com autorização da FIFA, comprovada pela participação do presidente da Federação Italiana e vice-presidente e Secretário-Geral da FIFA Ottorino Barassi na sua organização.
Assim como nas edições da Copa Rio, no Torneio Rivadavia os árbitros eram todos do quadro da FIFA: por exemplo, o árbitro paulista Querubim da Silva Torres foi aceito na competição apenas na condição de “bandeirinha” por não ser um árbitro do quadro da entidade máxima.
Após empatar em 3 a 3 com o Hiberian, bicampeão escocês 1950/51 e 1951/52, vencer Fluminense e Botafogo por 2×1, e despachar o Corinthians nas semi-finais com duas vitórias (4×2 e 3×1) Vasco pegaria o tricolor paulista na grande final.
Na primeira partida, vitória do Vasco por 1 x 0 em pleno Pacaembu, gol de Djair. Mas ainda faltava um jogo. O jogo.
Na tarde de sábado do dia 4 de julho, o Maracanã receberia a grande final do octogonal internacional. E novamente o Vasco sairia vencedor, dessa vez por 2 a 1, dois gols de Pinga, conquistando um dos mais valiosos troféus de sua grandiosa história. Este dia também ficaria marcado como o último título de Ademir de Menezes pelo “Gigante da Colina”.
“Está terminado o Torneio Octogonal. E coube ao Vasco laurear-se no certame em disputa da taça “Rivadavia Corrêa Meyer”, fazendo-o com inteira justiça. Foi um vencedor à altura do titulo, provando ter sido a decisão lógica e merecida. Na verdade, pertenceram ao esquadrão de São Januário, em todo o decorrer do Torneio Octogonal os feitos de maior expressão tornando-o, por isso, o vencedor indiscutível de alto mérito.
É verdade que houve prélios em que foi necessária toda a dose de espirito de luta e alguma chance, como frente ao Botafogo e no primeiro confronto com o São Paulo. Mas, ainda assim, atuou o campeão do Octogonal à altura das tuas credenciais.
A vitória de sábado, sobre o mesmo São Paulo por 2 a 1, valeu pois, pela confirmação de uma superioridade que já se desenhara e foi a consagração final pela conquista do título.”
A Noite (05/06/1953)
“O Vasco é o campeão da primeira Taça Rivadavia Corrêa Meyer. Vencendo o São Paulo na tarde de sábado, pela contagem de 2×1, o team cruzmaltino completou a sua serie invicta no Torneio Internacional. Na série de classificação, empatou com o Hibernian por 3×3, derrotando Fluminense e Botafogo pelo mesmo score de 2×1. Nas semi-finais venceu duas: vezes ao Corintians, por 4×2 e 3×1.
Classificado para as finais, com o São Paulo que derrotara o Fluminense, voltou a ganhar duas vezes, começando na quarta-feira da semana passada, na Paulicéia, por 1×0 (goal de Djair) e bisou o triunfo sábado. Utilizando dois arqueiros — Ernani e Oswaldo; quatro zagueiros —Augusto, Haroldo, Mirim e Bellini: quatro halves — o mesmo Mirim, Ely, Danilo e Jorge: e nada menos do que onze atacantes: Pedro Bala, Alfredo, Maneca, Sabará, Ademir, Ipojucan, Alvinho, Pinga, Simão, Chico e Djair, 21 jogadores ao todo, o quadro de São Januário cumpriu destacada performance, merecendo o titulo conquistado.
Foi, sem favor, o team mais regular, saindo de um pálido empate com os escoceses de Edinburgo para notáveis exibições, merecendo citação as que desenvolveu contra o Fluminense e na primeira peleja com o Corintians. Ao todo marcou dezessete goals, contra nove dos adversáos, apresentando a media de 2,2 pró e 1,2 contra. Como o “goal average” está entrando em moda no Brasil, o vascaíno foi de 1.88. Diga-se que os cruzmaltinos, que começaram com a zaga Augusto e Haroldo, para as semi-finais tiveram de improvizar Mirim como back direito, colocando Bellini como seu companheiro. E tudo deu certo, e pode ser compreendido pelo plantel de São Januário e a habilidade na escolha dos elementos.”
O Globo (05/07/1953)
Os gols do Vasco, em imagens capturadas pelo jornal “O Globo”:
As atuações dos campeões, segundo o periódico carioca:
ERNANI – Jogou apenas poucos minutos da segunda fase, saindo de campo por ter torcido o tornozelo direito, ao cobrar um tiro de meta. No primeiro tempo, porem, foi um bom arqueiro, praticando seguras defesas. A sua mais sensacional intervenção foi num “shoot” cruzado de Bauer.
OSWALDO — Entrando aos 8 minutos da segunda fase, para substituir Ernani, o veterano guardião houve-se com sucesso. Não foi culpado no goal único do adversário e fez espetacular defesa aos 43 minutos, quando evitou tento tido como certo, num shoot de surpresa de Pé de Valsa, que invadira a área. Sem exagero pode-se dizer que, com a sua intervenção dita milagrosa, Oswaldo pagou o preço do seu ingresso no Vasco.
MIRIM — Jogando contundido, Mirim não pôde desenvolver o seu melhor jogo. Mas foi um valente e supriu com entusiasmo as dificuldades que encontrava para firmar o pé. Fez penalty em Maurinho, que o juiz não marcou.
BELLINI — Errando logo no primeiro minuto, segundos antes do goal número um do Vasco, quando a bola passou sob os seus pés e foi perdida por Oito sozinho diante de rnani, depois foi crescendo de produção. No final, na reação dos paulistas, destacou-se pela firmeza nas rebatidas, tirando partido do seu físico.
ELY — Firme o medio direito, embora nos momentos decisivos abusasse um pouco do Jogo viril. Mas ninguém deve ficar espantado com o entusiasmo e os excessos do defensor vascaíno, pois faz parte do seu estilo de jogo. Para o seu team, porque mais interessa aos torcedores e companheiros, foi um elemento útil.
DANILO — Com bons e maus momentos, sentindo talvez um pontapé que recebeu na canela direita. Lutou, porém, com ardor e procurou resolver de qualquer maneira os lances, nos instantes de dificuldade.
JORGE — Fez um primeiro tempo fraco, pois não conseguiu acertar muito com Maurinho. Depois foi melhorando. principalmente quando o ponteiro direito sampaulino passou para a esquerda. Lanzoninho foi mais fácil de controlar.
MANECA — Embora escalado na ponta direita, raramente Maneca foi encontrado no posto, pois ficava armando o jogo e soltava as bolas para os companheiros pela sua ala. Depois passou para a meia e foi visto mais vezes na frente, procurando o goal. Deu um grande shoot na trave, quase aliviando o team quando o São Paulo atacava muito.
ALFREDO — Jogou dez minutos apenas, criando um caso com o juiz por ter agarrado Poy. Na sua missão de perturbar o árbitro — se realmente foi essa —teve bom desempenho.
ADEMIR — Colaborou nos dois goals vascaínos feitas por Pinga e deu algumas de suas sensacionais arrancadas. Deixou o campo aos 35 minutos da fase final, por ter sentido o joelho direito, justamente o que o afastara do gramado durante três meses.
IPOJUCAN — Sentindo a distensão muscular. não foi o mesmo player dos últimos encontros. Mas desta vez, pelo menas, teve a seu favor a disposição para a luta, tendo aparecido com sucesso ao apoiar a retaguarda, quando maior era a pressão bandeirante.
PINGA — Duas chances e dois goals: parece que não precisava fazer mais, quando se sabe que o Vasco venceu por 2×1. No segundo tempo andou com cuidado devido às entradas dos adversários e não apareceu muito.
DJAIR — Ficou escondido grande parte do jogo. pois De Sordi esteve atento. Mas no final desferiu violento shoot, obrigando Poy a difícil defesa, ao recolher a bola que Maneca mandara na trave superior.
O Globo (05/07/1953)
Outras vitórias do Vasco em 04 de julho:
04/07 – Progresso 1 x 4 Vasco (Carioca – 2ª Divisão – 1920)
04/07 – Vasco 3 x 0 Syrio e Libanez (Carioca 1926)
04/07 – Canto do Rio 2 x 3 Vasco (Carioca 1943)
04/07 – Vasco 2 x 1 São Paulo (Torneio Rivadávia Correa Meyer 1953)
04/07 – Vasco 2 x 1 Madureira (Carioca 1970)
04/07 – Uberaba 1 x 3 Vasco (Amistoso 1971)
04/07 – Vitória-BA 0 x 3 Vasco (Amistoso 1973)
04/07 – Vasco 3 x 0 Fluminense (Carioca 1981)
04/07 – Vasco 4 x 0 Santos (Brasileiro 2007)
E o Barcelona conheceu sua 1ª derrota em casa para um brasileiro
Em 1931, entre os dias 28 de junho e 2 de agosto, o Vasco excursionou pela Europa conquistando grandes vitórias e trazendo orgulho para o Brasil. Uma delas foi justamente a primeira derrota do Barcelona em seu estádio para uma equipe brasileira: vitória vascaína por 2 a 1, gols de Carvalho Leite e Russinho. Seria 3 a 1, não fosse um gol mal anulado de Benedicto. O cruzmaltino novamente sendo pioneiro no futebol nacional.
A partida foi realizada no dia 29 de junho, no Camp de Les Cortes, primeira casa do clube catalão. O Vasco foi escalado com Jaguaré, Brilhante e Itália; Tinoco, Fausto e Mola; Bahianinho, Benedicto, Carvalho Leite, Russo e Santanna. Do lado espanhol, destaque para o famoso goleiro Ricardo Zamora e o goleador Josep Samitier, medalha de prata na Olimpíada de 1920.
“A acuação do Vasco, hoje, excedeu a todas as expectativas. O conjunto brasileiro se acclimatou rapidamente ao meio estranho, e, fora os primeiro momentos que foram de indecisão, os rapazes do Vasco souberam prescindir da influencia do campo e da torcida estranhos, e tiveram a supremacia dos ataques.
A victoria foi conquistada sem um deslize, limpa e brilhante. Jaguaré foi um arqueiro de defesas espectaculares. Deu umas três saídas em falso, mas fora isso, actuou com firmeza, formando com Brilhante e Itália uma defesa quase inexpugnável. A zaga esteve em grande dia. Brilhante impressionou pela tirada limpa e a jogada inteligente, procurando sempre entregar uma bola em condições ao companheiro. Itália esteve firme, rebatendo com segurança. Não falhou uma só vez. Tinoco marcou uma ala perigosa e mesmo assim não teve indecisões.
Fausto foi um dos grandes factores da victoria. Os jornaes chamam-no “La Maravilha Negra” e dizem que é um dos maiores center-halfs que pisaram as canchas da Europa. Molla esteve bom. Bahianinho foi o “enfant-gaté” do público. Teve magníficas jogadas. Mas o trio atacante foi que despertou maiores enthusiasmos. Benedicto, Carvalho Leite e Russo maravilharam pela combinação precisa e a rapidez das jogadas. Arremataram constantemente , pondo sempre o arco de Zamora em perigo. Sant´anna e Mario Mattos, bons.
A victoria do Vasco tem a sua maior significação no facto dos jogadores brasileiros virem de uma viagem exhaustiva e ter jogado hontem contra o mesmo team que appareceu, hoje, reforçado. Actuando em campo estranho, com público estranho, jogando duas partidas em quarenta e oito horas, o Vasco teve uma grande victoria, justa, limpa e leal.” (O Globo – 30/06/1931)
A importância do jogo era tão grande, que o jornal “A Noite” lançou uma edição especial do periódico no mesmo dia da partida, logo assim que ela terminou:
“A partida de hoje entre o CR Vasco da Gama e o Barcelona FC foi brilhantíssima, sendo assistida por um número extraordinário de expectadores. A entrada dos jogadores brasileiros, o público prorompeu em applausos enthusiasticos.” (A Noite – 29/06/1931)
Seleção brasileira em 1934 (4×4) e Palmeiras em 1949 (2×2) tentaram, mas não conseguiram repetir o feito vascaíno. Somente 25 anos depois, um clube brasileiro conseguiria vencer novamente o Barcelona em seu estádio: em 1956, vitória botafoguense por 2 a 0 na cancha dos catalães. No ano seguinte (1957) o Vasco novamente entraria para a história, aplicando a maior goleada que os espanhóis já sofreram em casa: 7 a 2.
“Felizmente para satisfação dos desportistas nacionaes, o Vasco da Gama triumphou sobre o quadro mais pujante da Hespanha, gremio que jamais se deixou abater por qualquer equipe estrangeira em sua cancha”
Jornal dos Sports (30/06/1931)
Outras vitórias do Vasco em 29 de junho:
Bonsucesso 2 x 3 Vasco (Carioca 1941)
São Cristovão 3 x 5 Vasco (Amistoso 1946)
Cachoeiro-ES 0 x 2 Vasco (Amistoso 1950)
Norrkoping-SUE 0 x 1 Vasco (Amistoso 1961)
Ceará 1 x 2 Vasco (Amistoso 1965)
Vasco 3 x 0 Operário-MS (Brasileiro 1974)
Operário de Dourados-MS 0 x 4 Vasco (Amistoso 1980)
Vitória e vaga na final do Rivadavia Corrêa Meyer no dia da volta de Ademir
Na tarde de 28 de junho de 1953 no Maracanã, o Vasco derrotava o Corinthians por 3 a 1 pela segunda partida da semi-final do Torneio Rivadavia Correa Meyer, classificando-se para a grande final, pois já havia vencido a primeira peleja por 4 a 2 no mesmo estádio.
“Ratificando as vitórias já obtidas sobre o Corinthians no torneio Rio-São Paulo no dia 31 de maio e na primeira semi-final do octogonal na tarde de quarta-feira última, o Vasco da Gama voltou a impor-se ontem ao campeão bandeirante pela contagem de 3 x 1. Com esse novo triunfo classificou-se o esquadrão cruzmaltino vencedor da série Maracanã das semi-finais, candidatando-se a decidir o titulo de campeão do torneio Rivadavia Corrêa Meyer com o vencedor da sede do Pacaembu, que acabou sendo ontem o São Paulo, na prorrogação. Como das vezes anteriores, a terceira vitória do Vasco sobre o Corinthians no curto espaço de um mês foi perfeitamente justa. Ainda que sem repetir a grande atuação do primeiro tempo da quarta-feira passada, o campeão carioca foi de um modo geral, mais team que o campeão paulista em quase todo o decorrer da luta. Apenas no início do segundo tempo, durante alguns minutos, é que o Vasco desnorteou-se um pouco permitindo que os bandeirantes exibissem unta certa supremacia territorial. Mas na metade do tempo o Vasco já se havia recuperado e consolidou o jogo até que surgiu o terceiro gol, quando então não mais deixou dúvidas quanto a nitidez do teu triunfo.”
O Globo (29/06/1953)
“Sem repetir a mesma soberba atuação de quarta-feira última, quando apresentou aos olhos de quantos compareceram ao Maracanã urna autêntica exibição de futebol, ainda assim pôde o Vasco, na tarde de ontem, repetir a proeza de derrotar o bi-campeão paulista classificando-se como um dos finalistas do Octogonal. Realmente, desta vez os cruzmaltinos não conseguiram apresentar aos olhos dos espectadores o mesmo jogo de conjunto — antes, pelo contrário, em certas ocasiões chegou mesmo a demonstrar certas falhas, principalmente em seu setor defensivo. No entanto muito, embora isso, o fato é que os campeões cariocas souberam sempre conduzir o “match” de acordo com as suas conveniências, fazendo gols nos momentos em que as oportunidades surgiam, ou ganhando tempo ao bloquear os avanços quando o Coríntians esboçou sua reação durante grande parte da etapa final.”
A Noite (29/06/1953)
Este jogo marcou o retorno de Ademir de Menezes aos gramados após mais de 2 meses parado devido a uma lesão no tornozelo. Sua última atuação pela equipe cruzmaltina tinha sido no dia 5 de abril no jogo contra o Colo-colo pelo Triangular do Chile, conquistado pelo Vasco.
“Quando Flávio Costa fez uma substituição na equipe do Vasco da Gama aos trinta e dois minutos da etapa derradeira, foi um verdadeiro delírio no Maracanã. Tratava-se de Ademir. O famoso artilheiro que desde o último Campeonato Sul-Americano de Futebol, realizado em Lima (obs: o correto é Santiago), se encontrava afastado das canchas, voltava a integrar o esquadrão de seu clube. Interveio em dois ou três lances, e demonstrou que dentro em breve, estará na sua melhor forma física e técnica, surgindo sempre como o maior perigo para as metas adversárias.”
A Noite (29/06/1953)
O Globo (29/06/1953)
O Globo (29/06/1953)
As atuações da equipe vascaína segundo o jornal “O Globo”:
A ficha do jogo:
VASCO DA GAMA (RJ) 3 X 1 CORINTHIANS (SP)
Data: 28/06/1953
Torneio Octogonal Rivadávia Correia Meyer / Semifinais
Local: Estádio do Maracanã
Árbitro: Erik Westman (SUE)
Renda: 1.059.888,20
Gols: Maneca 15, Sabará 36/1º e Djair 35/2º; Carbone 32/1º
VASCO DA GAMA: Ernãni, Mirim e Bellini, Eli, Danilo e Jorge, Sabará, Maneca, Ipojucan (Ademir), Pinga e Djair / Técnico: Zezé Moreira Zezé Moreira
CORINTHIANS: Cabeção, Homero e Olavo, Idário, Julião e Roberto), Cláudio, Vermelho, Baltazar (Nardo), Carbone e Souzinha (Liquinho) / Técnico: Rato
Outras vitórias do Vasco em 28 de junho:
Estrela do Norte-ES 1 x 6 Vasco (Amistoso 1950)
Vasco 2 x 1 Bonsucesso (Carioca 1970)
Seleção de Ilhéus-BA 1 x 2 Vasco (Amistoso 1983)
Fortaleza 0 x 1 Vasco (Brasileiro 2003)
São Raimundo-AM 1 x 2 Vasco (Amistoso 2006)
Vasco 4 x 2 Ipatinga (Brasileiro 2008)
Vasco 1 x 0 Flamengo (Brasileiro 2015)
Expressinho derrota o Flu e força a “negra”
Jornal dos Sports (29/06/1948)
No ano de 1948, o “Expresso da Vitória” já tinha sua fama reconhecida dentro e fora das fronteiras brasileiras, e por este motivo, o Vasco recebia inúmeros convites para amistosos nacionais e internacionais. Todos queriam ver de perto aquela verdadeira “locomotiva”.
E sabedor da força de seu elenco, nos meses de maio e junho, o treinador Flávio Costa montou aquele que ficou conhecido como “Expressinho”, com jogadores reservas para a disputa do Torneio Municipal, enquanto os titulares excursionavam pelo Brasil e pelo mundo.
Porém, aquela equipe de suplentes estava longe de ser um alvo fácil para os adversários. Pelo contrário. O Vasco, que lutava pelo penta da competição, chegou ao fim do torneio invicto e empatado em número de pontos com o Fluminense, forçando as finais. E só não foi campeão direto, pois o tricolor das Laranjeiras ganhou no tapetão os pontos do empate frente ao Bonsucesso na penúltima rodada (o atleta Wilson Silva do clube suburbano havia atuado de maneira irregular).
O Vasco perderia a primeira partida da decisão por 4 a 0 e precisava vencer o jogo seguinte, forçando um terceiro confronto, a chamada “negra”.
A equipe titular, que havia vencido o Bahia por 2 a 0 em partida amistosa no dia 22 de junho com Barbosa (Mariano), Rômulo e Rafaneli; Eli, Danilo e Jorge; Nestor, Ademir, Dimas, Tuta (Maneca) e Chico, já havia retornado e poderia reforçar o Vasco neste segundo jogo decisivo. Porém, a diretoria cruzmaltina continuava apostando no time suplente, dando força para seus jogadores:
“Os reservas continuam merecendo toda confiança, e na interpretação dos dirigentes, o afastamento dos suplentes seria duro golpe na moral dos rapazes, que até aqui vinham defendendo magnificamente as cores do clube” (Jornal dos Sports, 27/06/1948)
No dia 28 de junho de 1948, o Vasco entrava em campo com Barcheta; Laerte, Wilson; Alfredo II, Moacir, Sampaio; Nestor, Ipojucan, Dimas, Ismael e Tuta. E com o chamado “Expressinho”, venceria a peleja por 2 a 1, gols de Dimas (36 do 1º tempo) e Nestor (5 do 2º tempo), forçando um terceiro jogo final.
A Noite (28/06/1948)
“Muita gente foi ontem ao estádio da Gávea, lá no longínquo campo dos ventos uivantes, convencida que assistiria a repetição daquele baile que o Fluminense dera ao Vasco na quarta-feira última. Acontece que o maestro Flávio Costa, não tendo gostado da desarmonia do último jogo, afinou o seu bando direitinho, e mandou-o ao gramado dentro da pauta para que o diapasão da música fosse outro. E foi mesmo.
No primeiro tempo, o bailarino Orlando não acertou o passo, e como os outros quatro do ataque acompanham o seu ritmo, acabaram sem saber o que deveriam fazer, principalmente “109” que não acertava o compasso. Os fans do tricolor ficaram desapontados vendo o Vasco jogar igualzinho e, às vezes, melhor, até aquele momento cruciante em que Dimas, aproveitando uma saída em falso de Castilho, marcou o primeiro goal dos vascaínos.
O jogo andava pela altura dos trinta e seis minutos e os tricolores pensaram que havia tempo para uma reaçãozinha. Como o relógio não pára, os nove minutos passaram, sem que o Fluminense conseguisse o emapte, o que seria injusto, pois os cruzmaltinos estiveram mais afinados em suas linhas, jogando com mais harmonia.
As coisas vão melhorar no segundo tempo, pensaram os super-campeões. Começou a segunda fase, e foi água na fervura. Aos cinco minutos Nestor e Ipojucan resolveram ensinar como se dança e embrulhando a defesa contrária em passes curtos, entraram na área. Foi só Nestor chutar e a bola entrou direitinho no goal sem que Castillo pudesse impedir sua trajetória até o fundo das redes. Aquilo não estava certo.
Os de Álvaro Chaves tinham ido à Gávea para dar um baile e o Vasco estava estragando a festa. Então eles resolveram acelerar o ritmo das jogadas e aos quinze minutos, em uma confusão na porta do goal de Barqueta conseguem acertar o pé e mandar a pelota aos fundos da rede.
Muitos abraços e grande alegria entre os tricolores, que pensaram logo no empate, e quem sabe, na vitória. Não passou porém de pensamento, porque Barqueta em duas ou três ocasiões demonstrou que não estava ali para inglês ver e agarrou tudo que chegou ao seu alcance.
Não era negócio para os vascaínos aquela reação dos comandados de Rubinho e o remédio para o mal é muito conhecido e foi aplicado de acordo com a praxe. Bola retardada ou para fora, na clássica cêra que, embora irritando a assistência, te salvo muita gente boa.
E assim a festança terminou com o score de 2×1 pró Vasco, contagem que além de assinalar a queda de um invicto, deu aos cruzmaltinos a possibilidade de mais um título, vencendo o Torneio Municipal.”
O penta não veio, mas o “expressinho”, formado por reservas que seriam titulares em qualquer outro clube do Brasil, se eternizou na história.
O Globo (28/06/1948)
Jornal do Brasil (28/06/1948)
Jornal dos Sports (29/06/1948)
Ficha do Jogo:
Torneio Municipal do Rio de Janeiro 1948
Data: 27/Junho/2008 – Local: Estádio da Gávea (C.R. Flamengo)
Árbitro: Alberto da Gama Malcher
Renda: Cr$ 176.684,00 – Público: 11.016 pagantes.
Gols: Dimas aos 36′, Nestor 50′ e Orlando Pingo de Ouro aos 60′
CR Vasco da Gama: Barcheta; Laerte, Wilson; Alfredo II, Moacir, Sampaio; Nestor, Ipojucan, Dimas, Ismael e Tuta. Técnico: Flávio Costa
Fluminense FC: Castilho; Pé de-Valsa, Haroldo; Mirim, Índio, Bigode; Cento e Nove, Simões, Rubinho, Orlando e Rodrigues. Técnico: Ondino Vieira.
Outras vitórias em 27 de junho:
River 1 x 2 Vasco (Carioca – 2ª Divisão 1920)
Vasco 5 x 1 Vila Isabel (Carioca 1926)
Vasco 3 x 1 Andarahy (Carioca FMD 1937)
AIK-SUE 1 x 1 Vasco (Amistoso 1961)
Bahia 1 x 2 Vasco (Amistoso 1965)
Vasco 5 x 0 Campo Grande (Carioca 1979)
Estrela do Norte-ES 0 x 3 Vasco (Amistoso 1982)
Internacional-RS 1 x 3 Vasco (Brasileiro 2004)
Mais coincidências contra o Vasco no estádio da Ressacada
Em tarde e noite de péssima arbitragem, o Vasco foi prejudicado no estádio da Ressacada e perdeu para o Avaí neste sábado, em partida válida pela décima quarta rodada da Série B.
O time vascaíno teve na partida inúmeras chances de gol, desperdiçadas principalmente no segundo tempo. Na primeira etapa oportunidades foram perdidas por Éder Luís aos 10, Nenê aos 34 e Éder Luís aos 37. O Avaí, por sua vez, teve chance de inaugurar, de forma lícita, o placar aos 35 minutos.
No período complementar, após sair atrás do marcador, o Vasco teve oportunidades de marcar aos 6 com Rodrigo (lance detalhado mais abaixo) aos 8 com Leandrão, aos 9 com Júlio César, aos 12 com Éder Luís (lance detalhado mais abaixo), aos 14 com Marcelo Mattos, aos 21 com Caio Monteiro, aos 23 com Aislan e Caio Monteiro, tendo a bola batido na trave por três vezes no mesmo lance, aos 27 com Caio Monteiro (lance detalhado mais abaixo), aos 29 com Nenê, aos 45 com Caio Monteiro e aos 48 com Rodrigo, em lance no qual a bola bateu involuntariamente no braço de um atleta avaiano, braço este preso junto ao corpo.
Já o Avaí, em lances lícitos, teve apenas duas conclusões com perigo à meta de Martin Silva, além dos dois gols marcados, ocorridas aos 33 e 47 minutos.
A seguir todas as lambanças da arbitragem durante a partida e os erros capitais contra o Vasco.
Aos 7 minutos do 1º Tempo houve falta em Júlio César e depois em Martin Silva não marcadas e William livre quase abriu o placar. Chutou para fora. Cartão amarelo dado injustamente para Martin Silva por reclamação. O terceiro do goleiro, que não enfrenta o Brasil-RS.
Aos 17 Rodrigo meteu a mão na bola na intermediária defensiva do Vasco, quando, absoluto na jogada, se atrapalhou no domínio.
Aos 19, falta fora da área de Marcelo Mattos, na esquerda de defesa do Vasco, não marcada a favor do Avaí.
Aos 30 Madson recebeu uma trombada faltosa próxima à entrada da área do Avaí, pelo lado direito, e o árbitro nada marcou.
A 1 minuto do 2º tempo, falta próxima à entrada da área mal marcada a favor do Avaí. Marcelo Mattos foi limpo na bola para fazer o desarme em William. Na cobrança, Martin Silva praticou defesa parcial e no rebote, houve a correta marcação de impedimento do ataque do Avaí.
Aos 6, impedimento mal marcado do ataque do Vasco. Rodrigo estava com o braço à frente da zaga e braço à frente não caracteriza impedimento. Lance de mesma linha. O pé do penúltimo defensor avaiano serve de referência para caracterizar a legalidade do lance. Rodrigo cabeceou para o meio da área, a bola passou por vários jogadores e saiu para fora.
Aos 12, falta em Éder Luís dentro da área, O atacante é deslocado pelo zagueiro, após desvencilhar-se da marcação e surgir sozinho para o cabeceio a gol, que é feito por Éder desequilibrado, diante do empurrão dado pelo jogador avaiano, embora não houvesse reclamação posterior do atleta, após a conclusão da jogada.
Aos 16, falta sobre Júlio Cesar não marcada pela arbitragem, próxima ao meio campo, no campo de ataque do Vasco.
Aos 22 foi dada uma saída de bola na linha lateral do ataque do Avaí, mas a pelota não havia ultrapassado totalmente a linha. Prejudicado o time da casa.
Aos 25, pênalti mal marcado pela arbitragem. Nem falta houve do zagueiro Rodrigo em Renato e o lance foi fora da área. Em consequência disso, Jorginho foi expulso por reclamação. Na cobrança Martin Silva fez a defesa e pegou firme no rebote.
Aos 27, pênalti não marcado a favor do Vasco. Toque de mão dentro da área de André Santos. O jogador do Avaí tenta chegar na marcação de Caio Monteiro, mas com o braço esquerdo aberto. No momento exato da cabeçada de Caio, o braço do adversário não está junto ao corpo. André Santos baixa o braço numa fração de segundo e a pelota toca nele, sendo amortecida para a defesa de Renan. Ressalte-se que não havia nenhuma chance de o zagueiro chegar na bola para evitar a conclusão de Caio. Embora não se possa afirmar que o cabeceio do atacante vascaíno chegaria ao gol, a pelota iria em direção à meta do Avaí. Em consequência da não marcação da penalidade, Marcelo Mattos e Leandrão levaram cartão amarelo por reclamação logo após o lance. O atleta do Avaí, talvez para justificar aos jogadores do Vasco a não marcação da penalidade, bateu algumas vezes no peito, como se fizesse menção de que a bola tocara ali e não em seu braço.
Aos 34, falta de Caio Monteiro, jogo perigoso, no campo de defesa do Vasco, próximo à entrada área.
Feito o resumo, ressaltamos o seguinte:
Não há nenhuma desculpa para a ridícula atuação do Vasco na última terça-feira diante do Paraná, perdendo para uma equipe com meio time reserva, marcando gol contra e proporcionando numa grande trapalhada o tento da vitória paranista, mas neste sábado o time fez por onde colher um resultado melhor e foi prejudicado pela arbitragem em lances capitais, tal qual ocorrera no ano passado.
Casaca!