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No apagar das luzes, o empate e a manutenção da liderança

 

No dia 22 de janeiro de 1956, Vasco e Flamengo se enfrentaram no Maracanã em jogo que valia a liderança do campeonato estadual do ano anterior. O Flamengo abriu o placar com Paulinho aos 16 do 1º tempo e Vává, nos acréscimos empatou, mantendo o cruzmaltino no topo da tabela.

Assim Mário Filho descreveu a partida no “Jornal do Brasil” do dia 24 de janeiro de 1956:

“Um match decisivo é assim. O torcedor na arquibancada. o jogador no campo, todos sentem a angústia da decisão. Enquanto houver jogo há perigo. O que vence não está seguro, o que perde ainda tem esperança. Lá estava o placard: Flamengo um a zero. Mas o Flamengo jogava com dez homens, o Vasco insistia. É verdade que o tempo se escoava. A qualquer momento o juiz podia levantar os braços.

A noitinha chegava e muita gente, gente do Vasco, já ia embora, desistindo de esperar. O Flamengo ia vencer, desde o primeiro tempo que era o líder. Foi quando houve o córner. Saberá bateu. A bola subiu, desceu em frente ao gol do Flamengo, todo mundo apinhado na pequena área. Pinga cabeceia, a bola bate em Pavão, volta. Vavá se estica, mete a testa, a bola foi estufar a rede. Era o empate.

O GOAL DO ÚLTIMO INSTANTE

Para o Vasco mais do que o empate. Aquele goal no escuro recolocava-o na ponta do campeonato. O Flamengo é que perdera a grande oportunidade. Por que? Naturalmente todo o placard se explica por si mesmo. Algumas vezes o Flamengo esteve à beira do segundo goal. O shoot de Dida bateu na trave e voltou às mãos de Hélio. O de Indio encontrou o peito de Hélio. O certo é que o Flamengo não fez o segundo gol, ficou no goal de Paulinho. E a distância de um goal é transponível a qualquer momento. E a prova está ai: quando o jogo estava ‘acaba não acaba’, quando nem se sabia se Sabará teria tempo de bater o córner, surgiu o goal do Vasco. “

O Globo – 23/01/1956

Ficha do jogo:

VASCO DA GAMA 1X1 FLAMENGO
Local: Maracanã
Juiz: Charles Williams
Renda: Cr$ 1.475.152,00
Gols: Paulinho 16′; Vavá 90′
FLAMENGO: Chamorro, Tomires e Pavão; Jadir, Dequinha e Jordan; Joel, Paulinho, Índio, Dida e Zagalo. Técnico: Fleitas Solich.
VASCO DA GAMA: Hélio, Paulinho e Bellini; Mirim, Orlando e Beto; Sabará, Maneca, Vavá, Pinga e Paulinho. Técnico: Flávio Costa.
Expulsão: Joel

Vitórias do Vasco em 22 de janeiro:

Vasco 2×0 Americano (Carioca 2012)

Fonte: historiacruzmaltina.com

Vitória com gol de Sabará na entrega das faixas

 

No dia 20 de janeiro de 1953, o Vasco vencia o Olaria por 1 a 0 pela última rodada do Carioca de 1952, ocasião em que recebeu as faixas de campeão.

Assim descreveu a peleja o “Jornal do Brasil” do dia 22 de janeiro:

“O local desta partida foi o estádio de São Januário, perante numerosa assistência, principalmente do quadro social do grêmio cruzmaltino.

Como era natural, pela grande diferença de forças,o quadro vascaíno era considerado franco favorito, tanto mais quanto não necessitava da vitoria vara a conquista do campeonato já ganho. Bastaria jogar com calma e acerto para não perder a partida.

Contrariando porém a expectativa geral, tornou-se de sobremodo difícil alcançar o triunfo não obstante a enorme superioridade demonstrada em todo transcorrer do jogo. Desde o começo até o final  a equipe cruzmaltina foi senhora do gramado só não conquistando pontos em parte pela precipitação ou maus arremessos dos seus dianteiros em parte pela defesa do próprio Olaria que recuou alguns dos seus elementos e os concentrou frente ao seu retângulo facilitando o rechaço da pelota, mesmo em momentos críticos.

E dessa forma o tempo foi escoando até que no último minuto há um córner contra o Olaria que Chico se encarregou de bater proporcionando a Sabará correr e enviar a pelota as redes assinalando o gol da vitória. logo após o joog veio a terminar com a muito justa mas difícil vitória do Vasco da Gama por 1×0.

Vasco da Gama: Barbosa, Augusto e Haroldo/ Eli, Danilo e Jorge; Sabará, Vavá, Edmur, Ipojucan e Chico.

Olaria: Aparício, Jorge e Job; Olavo, Moacir e Ananias, Tião,Washington, Maxell, Alves e Lima.”

O Globo (21/01/1953)

Outras vitórias do Vasco no dia 20 de janeiro:

América 1×2 Vasco (Carioca 2010)

Fonte: Memória Cruzmaltina

Da última vez, deu Vasco

 

Na próxima quarta-feira, o Vasco irá decidir sua sorte na Copa do Brasil diante do Santos, num jogo com garantia de estádio lotado e emoções fortes.

Da última vez que ambas se enfrentaram num confronto decisivo com jogos de ida e volta, deu Vasco, na final do título do Torneio Rio-SP de 1999. Na primeira partida, no Maracanã, vitória cruzmaltina por 3×1. E nova vitória no segundo jogo, dessa vez por 2×1.

Foi uma noite inesquecível para um esquadrão que fez história no futebol brasileiro.

O Vasco podia até perder a final por um gol de diferença, mas foi ao Morumbi, templo do futebol paulista, e derrotou o Santos. No primeiro gol, Zé Maria executou uma venenosa cobrança de falta. A equipe santista empatou com Alessandro e cometeu o erro de ir para a frente. Num contra-ataque mortal, Juninho assinalou o gol da vitória, que premiou  a equipe que naquele momento era a melhor do Brasil e da América.

Recordar é viver!

“Ao Vasco bastava o empate, mas o campeão sul-americano mostrou ontem no Morumbi por que é considerado um dos melhores times do Brasil. Jogou com personalidade, não se assustou com a pressão do Santos e venceu por 2 a 1 com autoridade, conquistando o Rio-São Paulo com justiça. Pelo tricampeonato do torneio (o Vasco fora campeão em 58 e 66), os jogadores ganharam o ótimo prêmio de R$ 50 mil pelo título. Pelo segundo ano consecutivo, o futebol carioca conquistou o torneio: o Botafogo foi o campeão em 1998.

O jogo foi eletrizante como se espera de uma final. O Santos, naturalmente empurrado pela necessidade de fazer pelo menos dois gols, foi à frente. Mas quem esperava um Vasco atrás, em busca do empate que garantiria o título, se enganou. A primeira oportunidade, porém, foi do Santos. Logo aos dois minutos, Jorginho chutou com efeito, da entrada da área, e a bola passou raspando a trave direita. A resposta veio no ataque seguinte. Luizão recebeu na entrada da área e foi derrubado por Claudiomiro. O juiz Cláudio Cerdeira, porém, ignorou a falta.

Cerdeira marcaria, no entanto, uma aos nove, sobre Donizete. Juninho bateu com força e a bola foi na trave de Zetti. Em jogo aberto, logo o Santos estava em cima do Vasco. Aos 19 minutos, Anderson cobrou córner da direita e Claudiomiro cabeceou com grande perigo. Três minutos depois, Alessandro, novamente de cabeça, quase marcou. Do lado de fora, o técnico Leão se desesperava. Com a arbitragem, como de costume, e com Alessandro.

— O Alessandro precisa ir para esquerda e aproveitar o medo que eles estão dele. É preciso inteligência — disse o treinador.

Mas as jogadas não aconteciam. O Santos, aos poucos imprensou o Vasco, porém, não conseguiu criar muitas chances. Tinha o maior volume e não transformava isso em vantagem. Faltava ao Santos exatamente o que sobrava ao Vasco: uma boa estratégia para decidir.

Recuados, os cariocas esperavam o momento de contra-atacar. Ele surgiu aos 42 minutos, quando Juninho lançou Ramon livre. Ramon demorou a chutar e foi desarmado por Marcos Bazílio.

O Vasco já parecia satisfeito com o empate no primeiro tempo quando conseguiu uma inesperada vantagem. Zé Maria cobrou falta do lado esquerdo, a barreira abriu e Zetti foi surpreendido.

— O professor (Leão) pediu para a gente abrir o jogo. Vamos ver se no segundo tempo o obedecemos — disse Alessandro

Ele mesmo se encarregou de cumprir a promessa. Logo aos 30 segundos, Alessandro cortou dois vascaínos, chutou cruzado, empatou o jogo e incendiou o Morumbi. Melhor do que Leão planejara. Era hora de pressionar.

O Santos poderia ter virado o jogo aos seis, mas quando Camanducaia ia chutar, Viola o atrapalhou e bateu de pé direito, fraco, nas mãos de Carlos Germano. Aos 10, o goleiro fez difícil defesa em cruzamento de Alessandro. Muito mais do que no primeiro tempo, o Santos dominava.

O técnico Antônio Lopes percebeu que era hora de tomar uma atitude e pôs Vágner no lugar de Donizete. O titular saiu de cara feia, mas a mudança surtiu efeito. Aos poucos, o controle que o Santos tinha do jogo se transformou em descontrole emocional. Vágner, com seus dribles, irritava os santistas que apelavam mais do que de hábito para as faltas.

Leão cansou de Viola e, quando o substituía por Rodrigão, sofreu o golpe decisivo. Juninho escapou pela direita e deslocou Zetti, aos 29 minutos. Alessandro quase empatou aos 36, mas, mesmo que conseguisse, dificilmente o Santos conseguiria virar o jogo.

O título já tinha um dono. Era do Vasco.”

Jornal O Globo (04/03/1999)

Há 85 anos, a equipe dos Camisas Negras desembarcava no Rio após turnê na Europa

A Vitória do Pioneirismo
Foi do Vasco o privilégio de ser o primeiro clube carioca a excursionar pela Europa. O pioneirismo e a inexperiência não impediram que o time jogasse com os melhores de Portugal e Espanha, levantando bem alto o nome e o gigantismo do Vasco. Em terras portuguesas, a delegação foi celebrada e homenageada com entusiasmo por onde passou. Destacados jornais abriram espaço em suas colunas esportivas para elogiar o melhor do futebol brasileiro, reverberando a superior qualidade do jogo empreendido pelo Vasco. Essa iniciativa marcou o início do fim do amadorismo no futebol. Jaguaré, “o Dengoso”, e Fausto, “o Maravilha Negra”, deixaram o Vasco para jogar profissionalmente pelo Barcelona.
Mostraremos a seguir a síntese e as imagens de mais esta epopeia histórica que só o Club de Regatas Vasco da Gama poderia promover!
A Organização da Comitiva
Sob a presidência do senhor Raul da Silva Campos, a delegação estava assim organizada:
JOGADORES – Jaguaré Bezerra Vasconcelos, Waldemar Sá Couto Guimarães (goleiros); Luiz Gervazoni (Itália), Alfredo Brilhante (zagueiros); Alfredo Tinoco, Fausto dos Santos (o Maravilha Negra), Sebastião Paiva Gomes (Molla), Luiz Ferreira Nesi, Antonio Castro Reis (Rainha) (meio campistas). Daniel Augusto Magdalena (Bahianinho), Carlos Paes (84), Moacyr Siqueira de Queiroz (Russinho), João Ghisoni, Mario Mattos, Sebastião Sant’Anna (atacantes); todos do Vasco, além de Fernando Giudicelli do Fluminense, Nilo Murtinho Braga, Carlos Carvalho Leite e Benedicto de Moraes Menezes, do Botafogo que integraram a delegação de comum acordo com a AMEA (Associação Metropolitana de Esportes Athleticos) – entidade a que estavam filiados os clubes que disputavam o campeonato de futebol amador do Rio de Janeiro.
DIRETORES: Capitão Orlando Eduardo da Silva (diretor técnico); Eduardo da Fonseca Filho (tesoureiro), José da Silva Rocha “Rochinha” e Harry Welfare (treinador).
Resultados dos Jogos Realizados
Espanha – Barcelona – Estádio Las Corts
28/06/1931 – Barcelona 3 x 2 Vasco da Gama (Nilo e Carvalho Leite)
29/06/1931 – Barcelona 1 x 2 Vasco da Gama (Carvalho Leite e Russinho)
Espanha – Vigo – Estádio Municipal de Balaídos
05/07/1931 – Celta 2 x 1 Vasco da Gama (Russinho)
07/07/1931 – Celta 1 x 7 Vasco da Gama (Bahianinho – 3 gols, Russinho, Nilo – 2 gols, e Mario Mattos)
Portugal – Lisboa – Estádio do Lumiar
12/07/1931 – Benfica 0 x 5 Vasco da Gama (Mario Mattos – 2 gols,  Russinho – 2 gols e Nilo)
Portugal – Lisboa – Campo das Amoreiras
15/07/1931 – Combinado Benfica, Vitória e Casa Pia 2 x 4 Vasco da Gama (Russinho – 3 gols, e Nilo)
Portugal – Porto –  Estádio do Amial
22/07/1931 – Porto 1 x 3 Vasco da Gama (Russinho, Carvalho Leite e Nilo)
26/07/1931 – Porto 2 x 1 Vasco da Gama (Carvalho Leite)
Portugal – Lisboa – Campo da Amoreiras
30/07/1931 – Vitória 1 x 1 Vasco da Gama (Carvalho Leite)
Portugal – Lisboa – Campo Grande
02/08/1931 – Sporting 1 x 4 Vasco da Gama (Nilo – 2 gols, Carvalho Leite e Ghisoni)
Ainda em meio a festas e homenagens proporcionadas pelos portugueses nas localidades por onde a delegação passou, tiveram especial aspecto as exibições ocorridas em Ovar e Póvoa de Varzim, justamente terras dos ex-presidentes Francisco Marques da Silva e Raul da Silva Campos, onde o Vasco aplicou as seguintes goleadas: 9 a 2 contra o combinado dos Poveiros-Boa Vista (22/07/1931) – gols de Tinoco (3), Benedicto (3), Santa’Anna (2) e Fernando; e 6 a 2 contra a Associação Ovarense (24/07/1931), gols de Russinho (3), Nilo, Bahianinho, Carvalho Leite.
No total de 12 partidas, o Vasco obteve 8 vitórias; 1 empate e 3 derrotas, somando 45 gols pró e 18 contra.
O Desembarque e a Exibição Cinematográfica da Excursão
No dia 16 de agosto de 1931, a delegação vascaína desembarcava no Cais Mauá pelo mesmo navio em que viajou para a Europa, o Arlanza. Milhares de vascaínos foram recepcionar a equipe que tanto sucesso teve em solo estrangeiro.
A envergadura de tal feito e o enorme interesse proporcionou a realização do cine-noticiário da excursão, que registrou todos os jogos realizados pelo Vasco, sendo exibido no cinema Eldorado!
*Imagens fotográficas gentilmente cedidas por José Augusto Campos
Registro jornalistico Diário de Notícias e Correio da Manhã (acervo da Biblioteca Nacional)
 
Texto: Henrique Hübner
Diretor do Centro de Memória do Club de Regatas Vasco da Gama
Fonte: Site do CR Vasco da Gama

Antes da conquista da América, festa em terra e mar

 

No dia 16 de agosto de 1998, o Vasco vencia o Guarani pelo campeonato brasileiro daquele ano, na última partida da equipe titular antes da finalíssima da Taça Libertadores. E no mesmo dia, o remo vascaíno vencia a 4ª regata do estadual, massacrando Flamengo e Botafogo e abrindo uma vantagem de 11 vitórias sobre o freguês rubro-negro, faltando apenas duas regatas.

Recordar é viver !

“Antônio Lopes tem razão. O jogo visto do alto é bem melhor. Tão melhor que a torcida vascaína, sentada nas arquibancadas e cadeiras de São Januário. antecipou o resultado do jogo contra o Guarani e festejou assim que seu time entrou em campo. “Carlos Germano! É Seleção!.. . É Odvan! É Seleção!… Mauro Galvão! É Seleção… Fe-li-pê! É Seleção!…” Os 2 a 1 que garantiram ao Vasco mais três pontos no Campeonato Brasileiro eram mero detalhe. Na cabeça dos quase dez mil vascaínos (6.065 pagantes) que foram ao estádio, ecoava a lembrança da decisão da Taça Libertadores, dia 26, contra o Barcelona de Guaiaquil. O que a torcida realmente queria era uma prévia da festa com a qual sonha desde o início deste ano — ano impossível esquecer do centenário vascaíno.

Quando a bola rolou, a lua-de-mel entre time e torcida se fez evidente. Felipe fazia gato e sapato de seu marcador, o zonzo Marco António. As arquibancadas deliravam de felicidade. Cada bola que roçava as redes e prenunciava o gol vascaíno — em São Januário, atualmente, ninguém duvida de que ele sairá, cedo ou tarde — aumentava a sintonia entre campo e torcida. Quando Mauro Gaivão recebeu uma bola de Odvan e não percebeu a chegada de Marcelinho Paulista, que vinha lhe roubar a bola, quem lhe deu o aviso foram os torcedores — um uníssono “Ó o ladrão!”. Deu certo. Galvão não perdeu a bola.

O Vasco executava sua marcação por pressão, e chegou ao seu gol com uma bola roubada por Donizete de Luís Cláudio. Cruzou, ela bateu em Sorlei e entrou. Quem queria ver gol comemorou: “Sorlei! Sorlei!. ironizou a arquibancada, que também marcava o ataque do Bugre. “Rodox no Barata!”. “Dá uma chinelada nele!” eram ouvidos cada vez que o atacante pegava na bola. Ajuda valiosa.

O Guarani empatou. A torcida sentiu, assim como o time. Cansados, os jogadores receberam o apoio do técnico Lopes na beira do campo no segundo tempo. Aos I11 min, Pcdrinho deu de bico para o gol: 2 a I para o Vasco. comemorado com abraços entre técnico e jogadores. A torcida festejou com a cabeça em Guaiaquil: “Dá-lhe, dá-lhe, dá-lhe Vasco, seremos campeões !”

O Jornal do brasil destacava a importância da dupla Luizão e Donizete para a equipe vascaína:

“Desde que chegaram ao Vasco, no início do ano, Donizete e Luizão marcaram, juntos, 29 gols. O mesmo número que Edmundo fez, sozinho, ano passado, no Campeonato Brasileiro. A diferença é que, ano passado. Edmundo marcava praticamente todos os gols do time. Este ano, todos marcam — gols, adversários e pontos com a torcida. A raça e a vontade de vencer que demonstram nos jogos fizeram com que Luizão e Donizete conquistassem seu lugar no coração dos vascaínos. Com amigdalite, Donizete saiu no meio do segundo tempo, no jogo de ontem, debaixo de uma saraivada de palmas. A mesma torcida que o vaiou várias vezes, ontem, reconheceu seu valor para o time. “Au, au, au, Donizete é bacalhau!”, gritaram para o Pantera, que retribuiu atirando sua camisa para a torcida.

O Pantera é bacalhau, Luizão “é o terror”. O segundo gol vascaíno foi mérito seu: trocando de papel com Pedrinho, foi à linha de fundo e cruzou para o camisa 11. aos 11 min, garantir a vitória vascaína. Humilde, o centroavante que chegou ao Rio em Janeiro e já declarou várias vezes ter se encantado com o Vasco, divide o mérito não só com Pedrinha, mas com o resto do time: “Ali, eu só preparei a bola. No Vasco, todo mundo é atacante.”

E marcador também. Não são raras as vezes em que Luizão e Donizete estão no meio de campo, marcando como se fossem volantes, lutando pela posse de bola e disparando para a área adversária quando estão com ela . Dois exemplos de aplicação, dois jogadores modernos, que jogam para o time antes de mais nada. Donizete, que já se irritou muito com substituições anteriores, ontem saiu de campo serenamente. “Hoje eu não estive muito bem. mas o importante é que o Vasco termine o jogo com os três pontos”. disse o atacante cruzmaltino.”

  

Fonte: O Globo e Jornal do Brasil

Outras vitórias do Vasco em 16 de agosto:

Vasco 1 x 0 Vitória (Brasileiro 2003)

Vasco 3 x 0 Bonsucesso (Carioca 1964)

Bonsucesso 1 x 6 Vasco (Carioca 1959)

Canto do Rio 0 x 3 Vasco (Carioca 1958)

 

Historiador divulga fotos raras dos esportes olímpicos do Vasco

 

Em tempos de Olimpíadas no Rio, por que não falar de Vasco?

09/06/1929 – COMPETIÇÃO NO PARQUE DE ATLETISMO DO C.R. VASCO DA GAMA, PATROCINADA PELO JORNAL CORREIO DA MANHÃ

O VASCO COM CAMISETAS NEGRAS GANHOU A PRIMEIRA COLOCAÇÃO EM 6 DAS 11 PROVAS DISPUTADAS:

– 5.000 metros – Jerônimo Porto Maria (18’12” 4/5)
– 1.500 metros – Luiz Henrique (4’35” 1/5)
– 200 metros – Mario Marques (23″ 2/5)
– Dardo – Joaquim Duque (55m.97)
– Salto em Distância – Cyriaco L. Pereira (6m.38)
– Salto em Altura – Joaquim Gonçalves (1m.70)

(Acervo Pessoal)

Fonte: Facebook do historiador Henrique Hubner

Há 42 anos, Vasco se tornava o primeiro carioca a conquistar o campeonato brasileiro

 

Andrada, Fidélis, Miguel, Moisés e Alfinete; Alcir, Zanata e Ademir; Jorginho Carvoeiro, Roberto Dinamite e Luís Carlos. Na noite do dia 1º de agosto de 1974, uma quinta-feira, o time do Vasco levou ao delírio mais de 112 mil torcedores que lotaram o Maracanã. Ao derrotar o Cruzeiro por 2 a 1 num jogo emocionante, o 11 de São Januário entrava para a História do futebol, conquistando pela primeira vez o Campeonato Brasileiro. Era o primeiro clube carioca a vencer o Brasileiro, criado em 1971. Antes, havia os torneios Rio-São Paulo (1933-1966) e Roberto Gomes Pedrosa (1967-1970), considerados embriões do Brasileirão.

Vestindo as tradicionais camisas negras com faixas brancas e cruz-de-malta vermelha (símbolo de Portugal e dos guerreiros cristãos), a equipe treinada por Mário Travaglini entrou em campo atrasada 20 minutos e com uma missão: não deixar o Cruzeiro jogar. O adversário, o time mais técnico do Brasil na época, era comandado pelo craque Dirceu Lopes e tinha ainda no elenco feras como Piazza (tricampeão na Copa de 70), Nelinho e Zé Carlos, além de nomes como Palhinha, Joãozinho e Perfumo. O esquema do Vasco — um time sem estrelas, mas unido e jogando com a tradicional garra — conseguiu parar Dirceu Lopes, marcado de perto por Ademir, anulando o forte meio-campo do rival. E os cruz-maltinos exploravam os contra-ataques, puxados pelo meia Zanata. Ao lado de Miguel, o jogador foi o grande nome do jogo, atacando e defendendo por todo o campo, sem errar passes.

O time mineiro começou todo à frente, mas foi num contra-ataque que o gol do Vasco surgiu, aos 14 minutos, marcado por Ademir em chute forte sem defesa para Vitor. O Cruzeiro empatou aos 19 minutos do segundo tempo, com um violento chute do lateral direito Nelinho, também da seleção brasileira. O gol histórico veio aos 33 minutos, em falha da defesa do Cruzeiro. Alcir chutou, os zagueiros ficaram parados, preocupados com Roberto, Vitor teve de sair do gol e se chocou com o ponta-direita Jorginho, que, com o gol vazio, tocou para as redes. No apito final do juiz Armando Marques, o ponta, após levar vaias da torcida durante a partida, se consagrava como o herói do título inédito. Pagando promessa, o ponta-esquerda Luís Carlos chegou a dormir com o uniforme de campeão.

Fonte: Jornal O Globo (texto e imagens), Jornal do Brasil (imagens) e Youtube (vídeo)

Goleada construida em 10 minutos

 

No dia 6 de julho de 1969, o Vasco goleava o Botafogo por 3 x 0 em partida válida pela Taça Guanabara daquele ano.

Os 3 gols vascaínos foram marcados num intervalo de apenas 10 minutos, no início do 2º tempo. Os autores foram Valfrido aos 3, Nei aos 9 e Acelino aos 13.

Recordar é viver !

Jornal do Brasil (07/07/1969)

O Globo (07/07/1969)

O Globo (07/07/1969)

Ficha do jogo:

Taça Guanabara 1969

Vasco da Gama 3 x 0 Botafogo

Estádio do Maracanã

Público pagante: 32.739 – Renda: NCr$ 100.008,25

Juiz: José Mário Vinhas

Vasco da Gama: Andrada, Fidélis, Moacir, Orlando e Eberval; Bouglex e Alcir; Nei, Valfrido (Adilson), Bianchini e Acelino (Silvinho)

Botafogo: Ubirajara, Moreira, Zé Carlos, Leônidas e Valtencir; Carlos Roberto e Afonsinho; Rogério Ferreti, Roberto (Zequinha) e Lula (Nei)

Outras vitórias do Vasco em 6 de julho:

Seleção de Teresópolis 2 x 7 Vasco (Amistoso 1952)
Vasco 2 x 0 Botafogo (Taça Guanabara 1971)
Vasco 4 x 1 Portuguesa (Carioca 1975)
Santa Cruz-RS 0 x 3 Vasco (Amistoso 1977)
Botafogo-PB 0 x 2 Vasco (Amistoso 1979)
Goytacaz 0 x 3 Vasco (Carioca 1986)
Vasco 3 x 1 Porto-POR (Torneio de Paris 1989)
Vasco 3 x 1 Vitória-BA (Brasileiro 2004)

“Não há team igual em parte alguma do mundo”

 

Com esta frase, o treinador do Áustria Viena, uma das maiores equipes europeias da década de 50, resumiu o “Expresso da Vitória”, que acabara de enfiar uma sonora goleada de 5 a 1 sobre seus comandados:

“Herr Muller estava conformado com o insucesso. E fez o maior elogio que alguém já fez a um conjunto de atletas deste país — a um quadro de football nacional ou sul-americano.

— Em meus anos todos de football — e não são poucos —nunca, vi e jamais supus que pudesse ver “onze” assim tão perfeito, tão exato, tão extremamente certo, com tantos talentos, com tanta argucia, com essa rapidez, com essa noção do goal — com essa sede de goal !

Ainda perguntou abismado:

— O Vasco joga normalmente isso que jogou, essa imensidade de football que jogou contra nós?

— Normalmente joga, Herr Muller.

— Então — concluiu Herr Muller — não pode haver melhor, mais preciso, mais esfuziante.

Foi mais longe:

— Tínhamos na cabeça, na lembrança, na saudade, o nosso “wonderteam” daqueles tempos bons que não voltam mais. Hoje o Vasco devolveu-nos o nosso “wonderteam” no apogeu de sua forma.”

(O Globo – 06/07/1951)

A partida foi válida pela 2ª rodada da Copa Rio 1951, e o cruzmaltino já vinha de uma outra goleada pelo mesmo placar sobre o Sporting de Portugal.

Os mais de 90 mil torcedores que estiveram presentes ao Maracanã naquele dia,  tiveram o prazer de ver de perto aquele verdadeiro esquadrão vencer de virada, com 4 gols de Friaça e 1 de Tesourinha.

O Vasco atuou com Barbosa; Laerte e Clarel; Eli, Danilo Alvim e Alfredo; Tesourinha (Noca), Ipojucan, Friaça, Maneca (Tesourinha) e Dejair.

Recordar é viver !

(O Globo – 06/07/1951)

(O Globo – 06/07/1951)

(Jornal dos Sports – 06/07/1951)

A ficha do jogo:

VASCO DA GAMA (RJ) 5 x 1 ÁUSTRIA VIENA (AUT)

Data: 05/07/1951 (quinta-feira)

Local: Estádio do Maracanã

Público e renda: 93.833 pagantes – Renda: Cr$ 2.615.830,00

Juiz: Powers (Brasil).

Gols: Huber 13’/1º, Friaça 20’/1º, Friaça 25’/1º, Tesourinha 43’/1º, Friaça 20’/ 2º e Friaça/pênalti 40’/2º.

VASCO DA GAMA: Barbosa, Laerte, Clarel, Ely, Danilo, Alfredo II, Tesourinha, Ipojucan, Friaça, Maneca (Noca) e Dejayr.
Técnico: Oto Glória.

ÁUSTRIA VIENA: Schweder (Ploc), Melchior II, Kowanz, Fisher, Ocwirk, Joksch, Melchior I, Huber, Kuler (Tomineck), Stojaspal e Aurednik.
Técnico: Herr Muller

Outras vitórias do Vasco em 5 de julho:

Vasco 7 x 4 Brasil (Carioca 1925)
Vasco 3 x 1 Madureira (Carioca 1936)
Vasco 5 x 1 Austria Viena-AUT (Copa Rio 1951)
Vitória-BA 0 x 2 Vasco (Brasileiro 1978)
Vasco 3 x 2 Coritiba (Copa da Hora 2010)