No dia 01 de março de 2003, um sábado de Carnaval, o Vasco conquistava a Taça Guanabara após empatar em 1 a 1 com o rival da Gávea.
A festa do título teve direito até a distribuição, dentro do gramado, de bolinhos de bacalhau por parte da diretoria cruzmaltina, numa resposta ao então presidente rubro-negro Hélio Ferraz, que havia dito que comemoraria o título comendo a iguaria lusitana após o fim do jogo.
Petkovic foi um dos que se mostraram contrariados com a comemoração antecipada por parte do rubro-negro, criticando a atitude dos dirigentes do seu ex-clube:
“O Flamengo desrespeitou o Vasco o tempo todo. Durante a semana já dava a conquista da Taça Guanabara como certa. Acabou pagando um preço alto por isso”.
Vamos relembrar a conquista da 11ª Taça Guanabara da história cruzmaltina !
“Na final da 38ª Taça Guanabara, jogando melhor desde o princípio, a equipe do Vasco trazia problemas constantes à meta do arqueiro adversário, Júlio César. Além disso, o clima tenso da disputa permeava a atitude dos jogadores na cancha.
Com um minuto de jogo, Fábio Baiano, do Flamengo, cometeu falta dura sobre o zagueiro Wellington Paulo, numa dividida da área vascaína. Aos nove, Wellington Monteiro agarrou por trás o rubro-negro Jorginho. Finalmente, aos 20 minutos, o primeiro cartão amarelo do espetáculo. André Gomes, do Fla, tentou dar um chapéu em Wellington Monteiro, mas este se recuperou na jogada, ganhando a dividida. No desespero, André Gomes atingiu o peito do adversário, erguendo por demais o pé no lance, o que ensejou a advertência formal do juiz.
Cinco minutos após, o lateral vascaíno Russo disparou em velocidade pelo lado direito, campo de ataque do seu time, e foi derrubado por trás pelo próprio André Gomes. O árbitro Carlos Jorge Moreira preferiu não mostrar o segundo cartão amarelo ao reincidente infrator, que permaneceria naquele combate até ser substituído no comecinho do segundo tempo.
A melhor postura no gramado premiaria a equipe de São Januário, com a abertura do placar aos 31 minutos, através de Wellington Monteiro, após belo passe de Marcelinho Carioca. O próprio Marcelinho viria a perder ainda duas chances cara a cara com o goleiro para ampliar o marcador: a primeira delas desperdiçada próximo ao término da etapa inicial e a segunda no início do período final , sendo que em ambas errou por pouco o alvo.
O confronto , na etapa complementar, seguia com as duas equipes próximas do gol. O Fla tentando pressionar e o Vasco perigoso a cada contragolpe. Aos 27 minutos, Athirson recebeu em posição legal e marcou aquele que seria o gol do empate rubro-negro, porém, foi erradamente marcado o impedimento. Cinco minutos depois o Fla igualou o marcador, pondo fogo no jogo.
Dali em diante, a partida ganhou em emoção e nervosismo, com duas expulsões aos 43 minutos (uma pra cada lado), invasão do gramado por parte de um torcedor vascaíno, aos 46, paralisando o clássico por um minuto exato, um derradeiro cartão vermelho aplicando sobre outro atleta da equipe vermelho e preta no minuto seguinte, mas sem alteração do escore até o fim.
Embora houvesse a remotíssima chance de o Americano vir a conquistar a Taça Guanabara caso vencesse o Friburguense no jogo a ser realizado quatro dias depois, em Campos, por oito gols de diferença (as duas equipes viriam a empatar em 0x0), a taça de campeão foi erguida pelo Vasco ainda no gramado, junto à farta distribuição de bolinhos de bacalhau, comandada por Eurico Miranda, em resposta às declarações dadas pelo presidente rubro-negro Hélio Ferraz durante a semana. Este vaticinara a vitória do Fla no clássico e já antecipara seu desejo de celebra-la comendo um bacalhau bem saboroso.
Atletas e torcedores invadiram o campo para festejar a conquista e se esbaldaram.”
Fonte: Livro “Eurico Miranda – Todos contra ele” – Sérgio Frias
Compacto do jogo:
https://youtu.be/4mv7rys8qPA
A ficha da partida:
Vasco Da Gama 1 x 1 Flamengo (RJ)
Data: 01/03/2003
Campeonato Estadual
Local : Estádio Do Maracanã (Rio De Janeiro – RJ)
Arbitro : Carlos Jorge Lopes Moreira
Público : 25.781
Gols : Wellington (Vasco 31/1ºT) e Zé Carlos (Flamengo 32/2ºT)
Expulsão : Marcelinho (Vasco) e Fernando e Jorginho (Flamengo)
Vasco – Fábio, Russo, Alex, Wellington Paulo, Wellington (Siston), Henrique (Rogério Corrêa), Bruno Lazaroni, Petkovic, Marcelinho, Cadu e Valdir (Léo Lima) Técnico : Antônio Lopes
Flamengo – Júlio César, Alessandro, André Dias, Fernando, Athirson, Jorginho, André Gomes (Jean), Fábio Baiano (Fabiano Cabral), Felipe, Zé Carlos e Fernando Baiano (Andrezinho) Técnico : Evaristo Macedo
Fonte: História Cruzmaltina