O Estádio Vasco da Gama completa 89 anos de história. Na ensolarada tarde de 21 de abril de 1927, coube ao major português, José Manuel Sarmento de Beires (1893-1974), a honra de romper a fita inaugural do estádio que ficaria popularmente conhecido como São Januário. Com a sua história de fundação sui generis e sua utilização ao longo do tempo como palco de grandes manifestações populares e marcos importantes para o país, a “casa vascaína” escapou da serventia tradicional de arena esportiva e se colocou no decorrer de sua gloriosa existência como parte da história política e cultural brasileira, tornando-se um verdadeiro patrimônio nacional.
O surgimento de São Januário remonta à luta do Vasco em poder colocar em prática a sua política de seleção de jogadores sem distinção de raça ou condição social. Na medida em que o Clube foi desenvolvendo o futebol, conquistando vitórias e aumento o seu número de adeptos, urgiu a necessidade imperiosa de construir-se um estádio que estivesse à altura da cada vez maior legião de vascaínas e vascaínos que inundavam os estádios cariocas.
O futebol do Vasco foi institucionalizado em 26 de novembro de 1915. A partir disso, o Clube passou a organizar a “secção” deste esporte e preparar-se para a disputa no ano seguinte da 3ª Divisão da Liga Metropolitana. O começo do futebol do Vasco teve inúmeros percalços, de ordem econômica, estrutural e de pressão política interna, na voz daqueles que não concordavam com a sua inserção na entidade. Entretanto, por intermédio de homens, como Raul da Silva Campos, Antonio da Silva Campos e Antonio de Almeida Pinho, o futebol do Vasco alinhou-se com o objetivo de elevar o Clube ao patamar daqueles que brigavam pelo maior título do futebol carioca.
O Clube a cada temporada montava equipes que proporcionavam um espetáculo qualificado e que chamava a atenção do público do “esporte bretão”. Com o passar do tempo, o Vasco foi gradativamente “unificando” grande parte dos membros da colônia portuguesa residente na Cidade do Rio de Janeiro e, concomitantemente, fez aumentar o número de torcedores das esferas mais baixas da sociedade carioca. A torcida vascaína crescia a olhos vistos na medida em que os membros das camadas populares enxergavam naquela equipe do Vasco a si próprios. Assim, o Vasco tornou-se um clube com imensa torcida, permitindo a entidade a angariar recursos que seriam fundamentais para chegar à principal divisão do campeonato da cidade.
Além de procurar por bons jogadores pelos subúrbios da cidade, outra política vascaína implementada pelos dirigentes da época para o desenvolvimento do futebol no Clube foi ir atrás das melhores áreas possíveis para treino e de estádios que pudessem ser alugados para sediarem os jogos da equipe vascaína. Os primeiros campos utilizados pelo Vasco para treinos e jogos de menor apelo foram:
1º Campo da Praia do Russel (1916);
2º Campo da Rua Barão de Itapagipe (1920);
3º Campo da Rua Moraes e Silva (1922);
Em 1923, seu ano de estréia na elite do futebol do Rio de Janeiro, o Vasco conquistou o Campeonato Carioca com uma equipe formada por atletas brancos e negros de baixa condição social, rompendo o paradigma que fora instalado desde o surgimento da competição em 1906. As elites administrativas dos clubes que historicamente haviam vencido o campeonato procuravam estabelecer a prática do futebol como instrumento de distinção social. Assim, jogadores com características semelhantes aos dos vascaínos não possuíam espaço nos times principais dos chamados “grandes clubes”.
O time dos “Camisas Negras” fez história. A equipe vascaína levou multidões aos campos metropolitanos e deu a certeza da grandeza que atingira o Vasco, tanto para os dirigentes vascaínos quanto para os seus rivais. No início de 1924, América, Bangu, Botafogo, Flamengo e Fluminense romperam com a Liga Metropolitana e criaram a Associação Metropolitana de Esportes Athleticos (Amea), com a justificativa de que era preciso salvar a “moralidade do futebol carioca”.
Convidaram o Vasco, que aceitou. No entanto, lhe foram impostas algumas condições, dentre elas: excluir 12 jogadores, não possuir status de clube fundador e jogar aos Sábados (o principal dia para a renda era aos Domingos). A intenção dos clubes das elites por meio da Amea era cristalina: asfixiar o Vasco economicamente e politicamente, e a qualquer outro clube que viesse a montar equipes com jogadores das camadas populares.
De forma categórica, o Clube se negou a aceitar tais medidas e retornou para a Liga Metropolitana. O grande marco desse evento foi o ofício assinado pelo Presidente do Vasco, José Augusto Prestes, e encaminhado à direção da Amea, no qual a instituição deixava claro que não abriria mão de seus jogadores “por não se conformar com o processo porque foi feita a investigação das posições sociais desses nossos consócios, investigação levada a um tribunal onde não tiveram nem representação nem devesa”. Esse ofício ficou conhecido como a “Resposta Histórica”.
Neste mesmo ano, impulsionados pela conquista de 1923 e pela tentativa dos ditos “grandes clubes” em asfixiar o Vasco, a vontade por um estádio próprio crescia no “Clube de Santa Luzia”. Os dirigentes vascaínos já debatiam seriamente a compra de um terreno para a construção de sua própria casa. A obtenção de um estádio era enxergada como meio de se obter total autonomia para a realização dos seus jogos, a possibilidade de aumentar os lucros a partir do gerenciamento de uma arena própria e parar de alugar estádios de outros clubes por altos valores.
O VASCO DA GAMA VAE CONSTRUIR UM STADIUM
Na reunião de hoje do Conselho Deliberativo do valoroso campeão da cidade, entre outros assumptos será tratado o da construção de um grande stadium, estando já em vista três grandes terrenos. Para tal fim será levado empréstimo de 2 mil contos” (O Imparcial, 16 de março de 1924)
O Vasco conquistou o Campeonato de 1924 após 16 jogos, o primeiro de sua história vencido de forma invicta. Isso lhe garantiu a posse definitiva da Taça Constantino.
Dirigentes e associados vascaínos próximos à Taça Constantino, cuja posse definitiva foi adquirida pelo Vasco ao somar maior número de pontos nos anos de 1922, 1923 e 1924 – Imagem de 1923
A Amea, que ficou com os “clubes mais endinheirados”, mesmo tendo o campeonato mais rico, sofreu e reconheceu a falta “daquele Vasco”, daquela torcida que conseguia superlotar não somente o Estádio das Laranjeiras, como os demais estádios da cidade. Em 1925, os clubes da elite cedem e convidam, sem restrições, o Vasco a entrar para a Amea. Permanecia, entretanto, a sensação de constrangimento por parte do Vasco em ter que exercer o mando de campo em estádios alugados, como Laranjeiras e General Severiano, abastecendo os cofres dos clubes coirmãos.
O processo de construção da “casa própria” vai tomando corpo, até que no dia 28 de março de 1925, o Vasco adquiria de forma definitiva um terreno da Sociedade Anonyma Lameiro. Era uma área de 65.445 m² no bairro São Cristóvão, sendo a Rua São Januário uma das principais vias de acesso.
Grande Benemérito, Manoel Joaquim Pereira Ramos, mostrando a área onde seria construído o Estádio do Vasco da Gama
Adquirido e espaço, era preciso erguer o tão sonhado stadium vascaíno. Para tal, foi-se intensificando a busca por recursos e posto em prática uma campanha de sócio em massa, que acabara por entrar para história como “A campanha dos 10 mil”. Portugueses e brasileiros se uniram em prol do ideal de construir o maior palco do futebol brasileiro.
A campanha de arrecadação de dinheiro para a construção do Estádio começou praticamente depois da carta do Presidente José Augusto Prestes, que incendiou os vascaínos. Essa carta é de abril de 1924. Mas, efetivamente a campanha só tomou corpo em 1926, às vésperas da construção do Estádio, com a participação geral dos vascaínos. As listas corriam entre humildes funcionários, gente de bares e restaurantes, pessoa que trabalhava nos bondes, enfim a gente humilde do Rio. O dinheiro era arrecadado pelos três cobradores da época e entregue à Tesouraria do Clube. Era uma espécie de empréstimo, o primeiro empréstimo compulsório que ouvi falar, prazo de dez meses e a quantia máxima de 10 mil reis. Portanto, foi o povo que construiu o estádio do Vasco, revoltado contra o racismo dos outros clubes e contra a tentativa de marginalizar o Vasco […]
(Adriano Rodrigues dos Santos. Diretor de Futebol de 1923. Jornal Vasco, maio de 1977, p. 6)
O contrato entre o Vasco e construtora Christiani & Nielsen foi firmado em 17 de abril de 1926, assinando-o pelo Vasco o então Presidente Raul da Silva Campos, e Harald Broe, pela empresa construtora. A Cristiani & Nielsen (atual Carioca Christiani-Nielsen Engenharia) tem origem dinamarquesa, cujos fundadores foram o engenheiro Rudolf Christiani e pelo Capitão de Marinha Aage Nielsen. Anos antes (1923/1924) foi responsável pela construção da sede do Jockey Club Brasileiro.
O Lançamento da Pedra Fundamental do Estádio, no dia 06 de junho de 1926, reuniu dentre outras autoridades, os dirigentes do Vasco, torcedores e o então prefeito da Capital Federal, Alaor Prata. Além da assinatura da Ata de Lançamento pelo Prefeito e dirigentes vascaínos, houve a inserção de uma espécie de “cápsula do tempo” no subsolo do futuro estádio, contendo moedas, jornais e outros objetos da época.
Lançamento da Pedra Fundamental do Estádio Vasco da Gama
Iniciada as obras, o processo de erguimento do “Gigante de concreto” entrou em ritmo acelerado. Em menos de 10 meses o Vasco dava ao Brasil o maior estádio da América do Sul. A área construída foi de 11 mil m², com capacidade inicial de 30 mil pessoas (Social e arquibancada do lado oposto, não contando com a curva).
Estádio de São Januário, 1927
A pomposa fachada de um refinado estilo neocolonial do colossal stadium chamava a atenção do público carioca, especialmente, da multidão que foi assistir a partida inaugural, um Vasco x Santos, no dia 21 de abril de 1927. O major português Sarmento de Beires cortou a fita inaugural ao lado do Presidente do Vasco, Raul da Silva Campos, e do Presidente da CBD, Oscar Rodrigues da Costa. Também estava presente o Presidente da República, Washington Luís, que assistiu os eventos do dia da Tribuna de Honra.
Na preliminar do jogo principal, houve um embate entre a equipe vascaína de basquete contra o time da Associação Cristã, saindo vencedor a primeira. Além disso, também foi disputada uma partida de tênis com duplas mistas. No grande encontro do dia, Vasco e Santos apresentaram um grande espetáculo, com muitos gols. O primeiro gol vascaíno no estádio foi de Negrito, aos 44’ do 1º tempo, empatando a partida. O Santos havia saído na frente com o gol de Evangelista, aos 19’ da primeira etapa.
No final, a derrota vascaína por 5 a 3 não constituiu uma mácula para a inauguração, pois, o jogo em si era pouco perto do que representava aquele marco histórico. O Vasco, em resposta àqueles que queriam diminuí-lo ou até mesmo exterminá-lo, a também àqueles que gostariam de ver o futebol como mero palco para a festa das elites, fez surgiu um verdadeiro templo do povo. O estádio passou a receber os jogos do Vasco, de outros clubes coirmãos como America, Botafogo, Flamengo e Fluminense, e da própria seleção brasileira.
Para além do futebol, São Januário tornou-se um patrimônio nacional ao ser sede de eventos culturais e políticos que marcaram a vida do país. No estádio vascaíno, Getúlio Vargas assinou a lei que instituiu o Salário Mínimo, anunciou a instalação da Justiça do Trabalho, pronunciou discursos no Dia do Trabalho (1º de Maio) e no Dia da independência (07 de Setembro). Geralmente, na comemoração da independência, o maestro Heitor Villa Lobos regia corais orfeônicos com milhares de jovens e crianças. Além de Getúlio, a Tribuna de Honra teve a presença de outras figuras importantes da política nacional, como Luiz Carlos Prestes, Juscelino Kubitschek, Eurico Gaspar Dutra, João Goulart e outros. Na “casa vascaína” também foram realizados desfiles de escolas de samba e shows de bandas internacionais.
A Noite, 02 de maio de 1940, ed. 10137, p. 1 – Discurso de Presidente Getúlio Vargas – Salário Mínimo
Correio da Manhã, 24 de maio de 1945, ed. 15507, p. 12 – Comício de Prestes
Ultima Hora, 02 de maio de 1956, ed. 01495, p. 1 – Comemorações do Dia do Trabalho – Juscelino Kubitschek
Em São Januário, os vascaínos e vascaínas já riram, choraram, se alegraram e sofreram. O lendário estádio completa mais um ano de aniversário em “plena forma” e pronto para muitas outras batalhas e títulos que estão por vir. De forma um tanto quanto sarcástica, o tempo nos reservou uma grata surpresa na contemporaneidade… 89 anos se passaram e somos nós que podemos nos orgulhar de dizer que: dos clubes grandes do Rio de Janeiro, o único a ter estádio próprio com condições de receber partidas oficiais de futebol é o CR Vasco da Gama.
1º jogo da Final da Libertadores de 1998. Rio de Janeiro, 12 de agosto de 1998
O Vasco começou o estadual de 1988 em busca da conquista do bi-campeonato, e após perder a chance de vencer a Taça Guanabara ficando apenas 1 ponto atrás do Flamengo, teria que ir com tudo pelo título da Taça Rio e consequentemente, garantir sua vaga na grande final.
Porém, o início da caminhada cruzmaltina no 2º turno, foi tempestuoso. Após um início irregular, com más atuações em duas vitórias (2 a 0 no Volta Redonda e 1 a 0 no Friburguense) e a perda de 3 pontos para clubes menores (derrota para a Cabofriense fora de casa por 1 a 0 e empate em São Januário em 0 a 0 com o Americano), só restava ao Vasco, vencer o Goytacaz fora de casa na 5ª rodada, para não deixar o Fluminense, então com 4 vitórias e 1 empate, disparar na liderança.
A imprensa inclusive já tratava a vitória como fundamental para o Vasco não entrar em uma crise:
Apesar da dificuldade histórica em vencer os clubes campistas em seus domínios, o Vasco conseguiu os 2 pontos necessários para se manter vivo na competição.
O jogo foi tenso, com direito a jogador expulso por peitar o árbitro e torcedor invadindo o gramado:
“O Vasco sabia que somente a vitória interessava. Não só para manter as esperanças de conquistar o segundo turno como para afastar a crise por causa da campanha apenas regular na Taça Rio. Ontem à noite, no Estádio Ari de Oliveira e Souza, em jogo tumultuado, inclusive com invasão de campo e sem que o juiz desse 5 minutos de descontos — para não beneficiar o infrator por causa da paralisação na cobrança de pênalti contra o time da casa —, o Vasco derrotou o Goytacaz por 2 a 1, deu um passo importante para atingir o objetivo e agora tem sete pontos ganhos.
Com menos de 30 segundos de jogo, falta contra o Goytacaz; com 10 minutos, as faltas contra o time de Campos já chegavam a sete. Este foi o grande problema que o Vasco enfrentou até os 20 minutos. Depois, o Goytacaz percebeu que, além de perturbado com as seguidas paralisações, o Vasco também tinha problemas de entrosamento — Henrique fez ontem sua primeira partida este ano, substituindo Romário, suspenso pelo terceiro cartão amarelo, obrigando Lazaroni a improvisar Bismarck no comando do ataque.
Com isso, o Goytacaz começou a tocar a bola de forma objetiva. Mas passou a deixar o Vasco jogar. A partir dai, a partida ficou equilibrada e várias oportunidades foram criadas pelos dois times. Aos 45 minutos, depois de falta cobrada por Donato, Fernando fez 1 a 0. Aos 11 minutos do segundo tempo, quando outras oportunidades já haviam sido criadas, Henrique foi derrubado por Zé Paulo na área e o juiz marcou pênalti. Rodeado pelos jogadores do Goytacaz, Aloisio Viug expulsou Edinho, que o empurrou. Imediatamente, Viug pediu a presença do policiamento mas um torcedor, que invadira o campo, iludiu a vigilância dos policiais e conseguiu dar um pontapé no juiz, que revidou, dando-lhe Um soco no rosto.
Após a paralisação, Geovani bateu o pênalti e fez 2 a 0. Também de pênalti, cobrado por Zé Paulo, o Goytacaz fez 2 a 1, aos 35 minutos.”
Depois desta vitória, Vasco e Fluminense começaram a travar um duelo particular pela conquista da Taça Rio. O Vasco então com 7 pontos, brigava para alcançar o tricolor que tinha 9.
Na rodada seguinte, vitória do Vasco sobre o Porto Alegre ( 1 x 0 ) e vitória do Flu sobre o Bangu ( 1 x 0 ).
Na 7ª rodada, vitória do Vasco sobre o Bangu ( 2 x 0 ) e vitória do Flu sobre o Americano ( 3 x 1 ).
Na 8ª rodada, vitória do Vasco sobre o Flamengo ( 1 x 0 ) e vitória do Flu sobre o Goytacaz ( 3 x 2 ).
Porém, na 9ª rodada, a sorte de campeão começava a favorecer o cruzmaltino: os tricolores tropeçaram na Cabofriense ( 0 x 0 ), enquanto o Vasco vencia o América por 2 a 0.
A diferença tinha caído para apenas 1 ponto.
Na 10ª e penúltima rodada, empate sem gols entre Fluminense e Flamengo, e nova vitória do Vasco, dessa vez sobre o Botafogo ( 3 x 0 ).
Enfim, tudo igual.
A última rodada caprichosamente reservou o duelo entre as duas equipes, com o mesmo número de pontos na liderança: 17 cada.
O regulamento previa que no caso de empate, haveria um jogo extra. Então só a vitória interessava aos dois para evitar este novo duelo.
No fim, o Vasco acabou vencendo o eterno freguês tricolor por 2 a 1 , conquistando a Taça Rio e a vaga na final do Estadual.
O bi estava encaminhado. E a belíssima reação começou neste jogo de 21 de abril de 1988 contra o Goytacaz.
Outras vitórias do Vasco nesta data:
Vasco 9 x 2 SC. Brasil (Carioca 1926)
Vasco 4 x 0 São Cristóvão (Carioca 1940)
Vasco 1 x 0 Flamengo (Carioca 1971)
Vasco 2 x 1 América (Carioca Especial 1979)
Bangu 2 x 3 Vasco (Carioca 1996)
Vasco 3 x 2 Deportivo Táchira (Taça Libertadores 2001)
Em 20 de abril de 1986, diante de 120 mil torcedores, o Vasco vencia o Flamengo por 2×0 na última rodada. Um jovem Romário balançaria as redes duas vezes, trazendo para o Cruzmaltino a 4ª Taça Guanabara de sua história, encerrando um jejum de nove anos. Era a 1ª conquista de Eurico Miranda no comando do futebol do clube.
Assim descreveu este jogo histórico o jornalista e vascaíno fanático Tim Lopes:
“Foi uma festa vascaína. Às 19h45, quando o Maracanã apagava seus refletores, o herói e artilheiro da Taça Guanabara descia as escadas para o vestiário suado e cansado, mas feliz. Ele sabia que estava começando ali uma nova era para a equipe de São Januário, a sua era, a era Romário.
Depois de habitar por mais de 17 anos os apaixonados corações dos torcedores vascaínos, o veterano ídolo Roberto Dinamite começa a dividir as luzes da ribalta com seu pequeno sucessor. Romário, 20 anos, mereceu os dois gols que marcou contra o Flamengo, aos 5 e aos 45 minutos do segundo tempo, que deram o título da Taça Guanabara ao Vasco e o colocaram na frente do eterno Roberto na artilharia do campeonato. Agora, Romário tem 12 gols e Roberto 11, o que deixa o Vasco com os dois primeiros goleadores e o ataque mais positivo: 29 gols.
O grito da galera contagiava os jogadores. Afinal, o Maracanã teve público e renda recordes da temporada: 3 377 325 cruzados e 121 093 pagantes. Para ajudar o Vasco, a Mancha Verde, torcida do Palmeiras, também compareceu, o que aumentou a ira rubro-negra. Eram cãnticos de guerra, batalha de bandeiras e muito carnaval, tudo misturado. Na arquibancada, parte da bateria da Escola de Samba Império Serrano empurrava o Vasco em campo. O tradicional “Casaca, casaca, zaca, zaca, zaca…/A turma é boa, é mesmo da fuzarca…” se misturava com o refrão do samba-enredo mais popular do carnaval: “Me dá, me dá, me dá o que é meu / Foram oito anos (tempo em que o Vasco ficou sem o título da Taça Guanabara) que alguém comeu…”
“Nunca perdi uma decisão para o Flamengo”, dizia Romário confiante, ao acordar, domingo, na concentração do clube. Em sua curta carreira, iniciada num time de bairro, o Estrelinha, Romário de Souza Faria sempre foi artilheiro e nunca tremeu diante do Flamengo. Foi campeão juvenil, de juniores e, agora, no profissional, sempre sobre o Flamengo. “Voltei a provar que não faço gol só em time pequeno. Meti logo dois no Flamengo que é para calar a boca de muita gente”, desabafava.
O tão sonhado título vascaíno continuou a ser comemorado, pela quente noite carioca, por dirigentes e jogadores. Boa parte do grupo foi para uma churrascaria em Copacabana, mas o artilheiro Romário preferiu refugiar-se na casa dos pais, no modesto bairro de Vila da Penha. Lá, ele esqueceu a injustiça do corte da seleção de juniores que foi a Moscou e conquistou o bicampeonato mundial. E sonhou em ser, para o Vasco, o que Roberto, o velho Bob Dinamite, representa hoje. Um ídolo e craque inesquecível.”
Assim a imprensa noticiou a conquista vascaína:
Aos jogadores do Vasco, foi pago um valor recorde pelo título, demonstrando toda importância que tem a Taça Guanabara, uma das competições mais antigas do futebol brasileiro:
O então vice-presidente de futebol Eurico Miranda comentou sobre a conquista no vestiário pós-jogo:
“Este título não tem preço. A torcida do Vasco estava precisando colocar a mão numa taça e ela veio de maneira sensacional, com uma vitória sobre o Flamengo. então não tem dinheiro que pague este título.”
E também falou sobre a recepção da torcida, que gritou seu nome no Maracanã:
“Esta emoção é algo indescritível. Na verdade, a emoção maior é ver esta torcida com um título que não ganhávamos ha nove anos, desde 1977. Acho que não existe coisa melhor do que isso. agora é comemorar e nos prepararmos para conquistar o segundo turno e o campeonato estadual”
As notas dos campeões, segundo o jornal “O Globo”:
Melhores momentos da partida:
A Campanha:
6-0 Goytacaz
3-0 Mesquita
7-1 Portuguesa
2-2 Bangu
2-1 América
3-0 Campo Grande
2-0 Olaria
2-1 Americano
0-2 Botafogo
0-0 Fluminense
2-0 Flamengo
Ficha do Jogo:
20/04/1986 – Vasco 2 x 0 Flamengo – Maracanã Juiz: Luís Carlos Félix; Renda: Cr$ 3 377 325; Público: 121 093 Gols: Romário 5 e 45 do 2º.
Vasco:
Paulo Sérgio, Paulo Roberto, Donato, Fernando e Lira; Mazinho, Gersinho (Geovani) e Josenílton; Mauricinho, Roberto e Romário. Técnico: Antônio Lopes
Flamengo:
Zé Carlos, Jorginho, Guto, Aldair e Adalberto; Andrade, Valtinho e Gilmar; Bebeto, Chiquinho e Marquinho. Técnico: Sebastião Lazaroni
19 de abril é uma data que traz muita alegria pro torcedor cruzmaltino e muita tristeza para o freguês da Gávea.
Neste dia foram nada menos que 3 jogos contra o rival , sendo dois que decidiram títulos de Taça Guanabara (1987 e 1998) e um com direito a vaga pra final do estadual. E os 3 com final feliz pra torcida vascaína.
“Os jogadores do Vasco levantaram, muito justamente, a taça de campeão da Taça Guanabara, aliás de bicampeão. Os torcedores, porém, deveriam levantar em triunfo o goleiro Acácio. Foi ele quem, no segundo tempo, quando o jovem e inexperiente time do Flamengo conseguiu chegar, ameaçadoramente à grande área do Vasco, fez pelo menos uma defesa empolgante e importante, numa esplêndida demonstração de coragem e de reflexos apuradíssimos. Se defesa ganha jogo — como já disse aqui, a propósito desse mesmo Vasco —, posso acrescentar agora que goleiro também garante um título.”
O Vasco do final da década de 80 era um verdadeiro esquadrão, e sem dúvida, um dos mais fortes elencos do Brasil.
Abaixo as notas de cada atleta na partida decisiva da Taça Guanabara daquele ano e o destaque ao nome do jogo, o goleiro Acácio:
No dia 19 de abril de 1998, coincidentemente, novo jogo decisivo de Taça Guanabara, novamente contra o cliente rubro-negro. E alegria em dose dupla: conquista no profissional e nos juniores.
O jornal “O Globo” do dia seguinte dizia que aquele era “o primeiro título do centenário”, quase que profetizando o título da Libertadores que viria em seguida:
“[…]Sim, o Flamengo estava cheio de jogadores famosos, um deles, Romário, excepcional, mas não tem um time. Já o Vasco faz do entrosamento a sua arma, e no meio de conjunto tão homogêneo, ainda exibe um jogador com pinta de craque: Pedrinho. O Vasco podia empatar, mas foi quem mais e melhor atacou. Pelo lado do Flamengo, ficou provado que a demora na escalação da equipe não serviu para confundir 0 adversário, mas, apenas para reforçar a tese de que boa equipe é aquela que qualquer garoto sabe de cor[…]Enfim, justiça. O Vasco acabou campeão com o empate, merecendo ganhar. O Flamengo, que precisava vencer, entrou sem ambição ofensiva. Um time sabia o que fazer em campo, o outro, apesar dos nomes que ostenta, não tinha o básico, organização. Desde cedo tinha cheiro de bacalhau no ar. Os juniores do Vasco empataram em 1 a 1 com o Flamengo (gols de Vanderlei para o Vasco e Juan) e também garantiram o titulo do primeiro turno. Outra taça para São Januário.”
A superioridade se comprova nas notas daquele sensacional time vascaíno, que tanto alegrou a torcida no final dos anos 90:
E finalmente, fechando o dia da freguesia rubro-negra, chegamos em 2015, mais precisamente no 2º jogo da semi-final do Estadual.
Naquele momento, o Vasco estava a 11 jogos sem vencer o rival, muito por conta de dirigentes que durante 6 anos, entre 2008 e 2014, disseram que Vasco x Flamengo era um jogo comum, e que deveria ser tratado dessa forma. Achavam que com este discurso, tirariam uma suposta pressão de cima dos jogadores, o que se comprovou uma atitude falha, tendo em vista que neste período, o Vasco em 22 jogos só havia vencido 3 vezes e perdido 10. Porém, a partir deste 19 de abril de 2015, isso mudaria:
“Não importa que o Flamengo tenha vencido as duas primeiras partidas entre as equipes (em Manaus e na Taça GB) e que tenha chegado às semifinais com a vantagem de poder empatar duas vezes. Tudo isso é passado para o torcedor do Vasco. O que importa mesmo é que o time jogou bem e pôs fim ao jejum de 11 jogos sem vencer o maior rival. A última vitória tinha sido em abril de 2012. O clássico lavou a alma dos vascaínos. Os torcedores saíram do jogo gritando “o respeito voltou” e muitas das declarações dos jogadores, além de mensagens postadas nas redes sociais, destacaram a importância de voltar vencer o Flamengo, dando moral ao time para ganhar um Estadual depois de 12 anos. — O respeito voltou. Só isso o que eu digo. Para mim, o título foi aqui. Já ganhei meu campeonato. Ganhamos deles (do Flamengo), isso é que importa. É um torneio à parte, o resto é o resto — disse o presidente Eurico Miranda. “
Desde então, o Vasco não sabe o que é perder para o clube populista da zona sul. E nos últimos 16 clássicos contra os 3 rivais, só perdeu um.
Há 57 anos, o Vasco vencia o Palmeiras por 3 a 0 pelo Torneio Rio-SP de 1959, com grande atuação de Almir Pernambuquinho que marcou duas vezes, e quebrava um jejum de 12 jogos sem vitória sobre os paulistas.
O jornal “O Globo” do dia 20 de abril, destacava a superação cruzmaltina por ter suplantado um fortíssimo elenco palmeirense:
O goleiro Barbosa enaltecia o poderio daquele elenco no vestiário pós-jogo. Fato é que, mesmo não conquistando o título, a equipe cruzmaltina ficou apenas 1 ponto atrás do Santos de Pelé no final do torneio.
Almir Pernambuquinho, o nome do jogo, ao ser perguntado sobre os dois tentos, comentou: “E espero fazer muito mais”
Outras vitórias do Vasco em 18 de abril:
Vasco 4 x 2 Americano-RJ* (Carioca – 2ª Divisão 1920)
Em 17 de abril de 1977 o Vasco aplicava uma surra histórica sobre o tricolor suburbano, a maior daquele campeonato que viria a ser conquistado pelo Cruzmaltino:
“O Vasco não precisou apresentar atuação de alto nível técnico para golear o Madureira por 7 a 1, em São Januário, com absoluta tranqüilidade. No final do primeiro tempo o Vasco já vencia por 5 a 0, com gols de Zanata, aos 15 e 19 minutos, Luis Fumanchu, aos 31, Roberto aos 38, e Ramon, aos 43 minutos. No segundo tempo o Vasco aumentou o marcador, com gols de Ramon, aos três minutos e Roberto, aos 34, enquanto Edésio marcou pelo Madureira aos 48 minutos.
Se o Vasco não se apresentou com grande brilho, porque o adversário não exigiu, o jogo serviu para mostrar melhoras acentuadas na equipe. Em primeiro lugar, deve ser destacada a atuação de Ramon, que mesmo não sendo ponta-esquerda, mostrou que está se adaptando ao esquema tático, encontrando a melhor posição em campo, não só para armar as jogadas como para finalizar.
Outro motivo da subida de produção da equipe foi a movimentação de Dirceu pelo lado esquerdo do ataque, aproveitando os espaços abertos por Ramon. Jogando dessa forma o time do Vasco ganhou melhor estrutura ofensiva, principalmente porque aproveitou as características individuais dos jogadores. Dirceu é mais eficiente quando cai pela ponta esquerda e Ramon se apresenta como goleador entrando pelo meio. Há ainda o aproveitamento de Marco António, mais plantado, para fazer a cobertura da defesa. O importante é que o time do Vasco, apesar da facilidade que encontrou para golear o Madureira, jogou com seriedade do inicio ao fim. Mesmo no segundo tempo, depois de marcar o sexto gol logo aos 3 minuta, os jogadores do Vasco continuaram jogando sério, embora evitassem as jogadas divididas. Procuraram tocar a bola sem humilhar o adversário e respeitando a torcida.”
Abaixo, a ficha do jogo e as atuações dos atletas vascaínos:
No dia 16 de abril o Vasco aplicou duas goleadas que entraram para a história: uma em 1975 pelo Carioca contra o São Cristóvão , quando Jair Pereira marcou 3 gols em 5 minutos, e outra em 1994 contra o Remo pela Copa do Brasil, quando o atleta Bismarck, formado na base do clube, chegava ao jogo de nº 300 pelo Gigante da Colina.
Há 23 anos, o Vasco goleava o Remo por 4×0 e avançava na Copa do Brasil. Após empatar por 0x0 em Belém, o Cruz-Maltino atropelou no Maracanã. O zagueiro Jorge Luís marcou duas vezes. Valdir Bigode e Bismarck, que completava 300 jogos com a camisa vascaína, completaram o placar.
“O Vasco enfim chegou à terceira fase da Copa do Brasil. No Maracanã, ontem, goleou o Remo por 4 a 0 e terá como próximo adversário o Ceará. Nas três vezes em que participou da competição, o Vasco foi eliminado na segunda fase.
O time carioca encontrou dificuldades nos 20 minutos iniciais. O Remo se defendia com aplicação até que Mongol cortou uma bola em sua área sem a chuteira. O juiz marcou dois toques: Bis-marck rolou para Jorge Luis fazer 1 a 0, aos 23 minutos.
A desvantagem no placar pós o Remo no ataque e os espaços para o Vasco começaram a aparecer no segundo tempo. Aos 29, Jorge Luis fez 2 a 0, cobrando falta. Aos 33, o artilheiro Valdir mostrou seu oportunismo ao marcar o terceiro gol. E coube ao aniversariante Bismarck, em chute de pé esquerdo, fechar, aos 91 minutos, a goleada.”
Vasco Da Gama 4 x 0 Remo (PA)
Data: 16/04/1993
Copa Do Brasil
Local : Estádio Do Maracanã (Rio De Janeiro – RJ)
Arbitro : José Mocelin
Público : 6.150 pagantes
Gols : Jorge Luís (Vasco 22/1ºT), Jorge Luís (Vasco 24/2ºT), Valdir (Vasco 33/2ºT) e Bismarck (Vasco 41/2ºT)
E pelo Carioca de 1975, o Vasco aplicava uma sonora goleada no São Cristóvão, com direito a 3 gols de Jair Pereira em apenas 5 minutos, um feito que entrou para a história do clube.
A curiosidade é que o “Jornal do Brasil” e o jornal “O Globo” divergem sobre os exatos minutos em que os gols foram marcados.
O JB diz terem sido aos 25,27 e 30, e o Globo diz que foram aos 25, 26 e 30:
“A facilidade com que o Vasco venceu a partida pode ser determinada pela contagem do primeiro tempo, 4 a 0. Nesta fase. Jair Pereira marcou aos 25, 27 e 30 minutos e Roberto, de pênalti, aos 38. No segundo tempo, Roberto voltou a marcar de pênalti. aos 2 minutos. Sena diminuiu. nos 29 e Gaúcho encerrou a contagem. aos 39.”
“Explorando bem as duas laterais do campo, o Vasco chegou com facilidade a vitória de 6 a 1 sobre o São Cristóvão, ontem à noite, em São Januário, mantendo ainda as esperanças no título da Taça Guanabara. Os três gols de Jair Pereira aos 25, 26 e 30 minutos saíram de jogadas de Carlinhos na direita, e Luis Carlos na esquerda, facilitados pela má marcação dos laterais Padeirinho e Pexininho”
Fonte: Blog do Garone, Jornal do Brasil, Jornal O Globo, TV Globo/Youtube (vídeo)
Outras vitórias do Vasco em 16 de abril:
Vasco 4 x 0 Palmeiras (Carioca – 2ª Divisão 1922)
Vasco 3 x 0 Bangu (Carioca 1939)
Corinthians 0 x 2 Vasco (Torneio Rio-SP 1961)
Ferroviário-PR 0 x 1 Vasco (Torneio Roberto Gomes Pedrosa 1967)
Com mais uma atuação impecável da dupla Donizete e Luizão , no dia 14 de abril de 1998, o Vasco virou em cima do Cruzeiro e deu o primeiro passo rumo às quartas de final da Libertadores. Após sair perdendo no primeiro tempo, o Cruz-Maltino conseguiu chegar à vitória através de seus atacantes.
O “Jornal do Brasil” descreveu assim a estréia do Vasco na fase eliminatória da Libertadores 1998:
“O Vasco derrotou o Cruzeiro por 2 a 1, ontem à noite em São Januário, e vai jogar por um empate em Belo Horizonte, no dia 1° de maio, para classificar-se às quartas-de-finais da Taça Libertadores. Uma vitória do Cruzeiro por um gol levará a decisão da vaga para os pênaltis. Se ganhar por dois gols de diferença, o Cruzeiro classifica-se. No último minuto da partida, Pedrinho torceu o tornozelo esquerdo e dificilmente terá condições de disputar domingo a decisão da Taça Guanabara contra o Flamengo.
Vasco e Cruzeiro fizeram um jogo movimentado desde o início, mas de poucas oportunidades no primeiro tempo. O Vasco mostrou domínio desde o início, com Vagner chamando o jogo e ditando o ritmo do meio campo, ora prendendo a bola, ora soltando-a rapidamente. Mas o time carioca não conseguia concluir com perigo. O Cruzeiro tinha ainda mais dificuldades.
Só que um lance genial acabou criando a primeira chance para o time mineiro. Com um toque de calcanhar, Bentinho deixou Marcelo diante do goleiro Carlos Germano. O atacante cruzeirense foi derrubado por Nélson e o juiz Carlos Eugênio Simon marcou pênalti. O próprio Marcelo cobrou, deslocando Carlos Germano e fazendo o gol do Cruzeiro, aos 21 min.
O Vasco não se abalou, mas passou a pressionar o Cruzeiro e acabou dando espaços. Disto se aproveitou o lateral canhoto Gilberto, que penetrou até a área e só não concluiu com perigo porque não conseguiu acertar o chute com a perna direita.
O susto não impressionou o Vasco, que continuou buscando o empate. Aos 26 min, Felipe cruzou, Donizete subiu mais que Gilberto e cabeceou na trave. No rebote, Luisão corajosamente se antecipou de cabeça a Gottardo e empatou a partida. O restante do primeiro tempo foi de equilíbrio e nenhuma chance de gol.
O técnico Antônio Lopes trocou Nélson por Válber no intervalo e o Vasco voltou mais arrumado no meio campo. Só que o dono do segundo tempo foi Donizete, que arriscou com perigo aos 5 min. Aos 12 min, o próprio atacante recebeu de costas, girou e chutou forte, para marcar o gol da virada. E um minuto depois quase ampliou, de longe, em chute que Dida desviou para córner. O Vasco dominou até o fim do jogo, mas não conseguiu ampliar, nem mesmo aos 45 min, quando Vítor ficou completamente livre, mas chutou em Dida. “O resultado foi importante, principalmente porque foi de virada. Agora temos de defender a vantagem em Belo Horizonte”, comentou o técnico Antônio Lopes.
Vasco: Carlos Germano; Maricá (Vítor), Geder, Mauro Gaivão e Felipe; Nélson (Válber), Nasa, Vagner (Fabrício) e Pedrinho; Luizão e Donizete.
Técnico: Antônio Lopes.
Cruzeiro: Dida; Gustavo, Marcelo Paulista, Gottardo e Gilberto; Valdir, Ricardinho (Caio), Marcos Paulo e Elivélton (Alex Alves); Bentinho (Fábio Júnior) e Marcelo.
Técnico: Levir Culpi.
Local: São Januário. Público: 16.347 pagantes Renda: R$ 77.065,00
Juiz: Carlos Eugênio Simon. Cartão amarelo: Marcelo Paulista.
Gols: No primeiro tempo, Marcelo, aos 17 min, e Luisão, aos 26 min; no segundo, Donizete, aos 12 min.
Outros jogos: Nacional (Uru) 1 x 1 Grêmio (Bra), Barcelona (Equ) 2 x 1 Colo Colo (Chi), Cerro Portenho (Par) 1 x 0 America (Col). “
No dia 14 de abril de 1996, com um show do garoto Brener, que entrara no segundo tempo, e dos meias Assis – irmão de Ronaldinho Gaúcho – e Válber, há exatos 20 anos o Vasco virava de forma sensacional em cima do Fluminense. Após estar perdendo por 2×0, o Cruz-Maltino conseguiu se recuperar e ganhar a partida. O técnico vascaíno Carlos Alberto Silva sacou o centroavante Nilson e lançou o menino Brener, que mudaria o panorama do jogo. Com dois gols e duas assistências, a então promessa foi o grande destaque do time.
“Foram 45 minutos que resguardaram a emoção deste Campeonato Estadual. Neles, o Vasco virou para 5 a 3, um jogo que perdia por 2 a 0. Neles, lançou um reserva, Brener, que tumultuou o adversário e decidiu o jogo.” escreveu o jornal “O Globo” do dia seguinte.
O garoto Brener, na época com apenas 20 anos, diz que o clássico foi a partida da sua vida. E nela, ganhou a nota máxima dentre todos que estiveram em campo:
Outras vitórias do Vasco em 14 de abril:
Vasco 3 x 0 Mangueira (Amistoso 1918) Vasco 5 x 0 Corínthians (Amistoso 1928) Syrio e Libanez 3 x 4 Vasco (Carioca 1929)
Vasco 4 x 0 América (Torneio Rio-SP 1965)
Vasco 4 x 0 Goytacaz (Carioca 1976)
Vasco 3 x 0 Botafogo (Brasileiro 1991)
Corinthians-PR 0 x 1 Vasco (Copa do Brasil 2010)
No dia 13 de abril de 1968 o Vasco conquistava sua 8ª vitória consecutiva no Carioca daquele ano, goleando o Fluminense por 3 x 1 no Maracanã.
O jornal “O Globo” trazia na sua edição matinal com o título “Foi a vitória do coração”, uma entrevista com o então presidente cruzmaltino Reinaldo Reis e o treinador Paulinho:
O jornal destacava a 8ª vitória seguida do gigante da colina naquele certame:
Abaixo a ficha do jogo daquela noite de sábado:
Outras vitórias do Vasco em 13 de abril:
Vasco 3 x 1 Syrio Libanez (Carioca 1930)