Nos dias 8 de maio de 1977 e de 1988, o Vasco derrotava pelo placar mínimo os fregueses coloridos da zona sul. Em ambos os campeonatos, o Vasco sagrou-se campeão
Pelo Carioca de 1977, o gol da vitória foi marcado por Ramon, em jogo truncado e que colocou o Vasco com as mãos na Taça Guanabara, que posteriormente, o cruzmaltino conquistou.
A ficha do jogo, a descrição do gol da vitória e as atuações dos atletas vascaínos. Destaques para Ramon, que além de gol da vitória teve atuação brilhante, e Roberto, que mesmo lesionado, incomodou a zaga tricolor. O árbitro Armando Marques quase estragou o espetáculo com uma péssima atuação, inclusive deixando de marcar um pênalti em Dirceu:
O humorista Otélo na sua coluna semanal, colocou como 2 a 0 o placar moral da partida:
Pelo carioca de 1988, o gol único da partida foi marcado por Henrique, e a vitória também colocou o Vasco próximo a conquista de um turno. Nesse caso, foi o da Taça Rio, que acabou indo pra sala de troféus da General Almério de Moura.
A torcida vascaína teve grande destaque nesta vitória, tomando grande parte do Maracanã, e suplantando em quantidade e qualidade a massa pouco volumosa do freguês da Gávea:
“A vitória vascaína começou na arquibancada. De um lado, a torcida do Vasco mostrava visão: motivada pela volta de Roberto e pela confiança no artilheiro Romário, encheu a parte que lhe era destinada no estádio. Do outro lado, a do Flamengo, ainda cega de raiva e dor, pelas recentes derrotas do time na Supercopa da Libertadores, compareceu em menor quantidade. pelo menos foram poucos os rubro-negros a sofrer.”
A ficha do jogo e as atuações cruzmaltinas:
O gol do jogo:
Outras vitórias do Vasco em 8 de maio:
VASCO 1 X 0 AMÉRICA (CARIOCA 1927)
No dia 7 de maio de 1980, o Vasco goleava o Vitória-BA dentro da Fonte Nova, com 3 gols de Roberto Dinamite, 1 de Jorge Mendonça e outro de Catinha.
“Com três gols de Roberto Dinamite, mais uma vez seu melhor jogador em campo, o Vasco não teve dificuldade para golear o Vitória por 5 a 1, ontem à noite no Estádio da Fonte Nova. O resultado garantiu ao Vasco o primeiro lugar de seu grupo, o que lhe dá o direito de nesta próxima fase fazer dois jogos no Rio e apenas um fora.
No primeiro tempo o Vasco já vencia por 3 a 0, gols de Catinha, aos 17 minutos, Roberto, aos 37 e 43. No segundo, jogando com mais facilidade e tendo ainda a sorte a seu favor (sofreu três bolas na trave); fez mais dois gols em contra-ataque: Jorge Mendonça, de cabeça, aos 13 e Roberto outra vez, aos 36 minutos.
O grande nome do jogo foi sem dúvida Roberto. Além dos três gols, participou dos outros dois de forma direta. No de Catinha fez o corta luz, iludindo toda a defesa, no de Jorge Mendonça foi dele a jogada que começou tudo, chegando à linha de fundo pela esquerda e cruzando para a área.
O mais belo gol, contudo, foi o terceiro do Vasco, segundo de Roberto. Ele recebeu um lançamento perfeito de Pintinho, driblou o goleiro Gérson por cobertura e mesmo o perdendo o ângulo; recuperou-se, driblando dois zagueiros e completando com chute forte, indefensável.
O grande nome do jogo foi sem dúvida Roberto. Além dos três gols, participou dos outros dois de forma direta. No de Catinha, fez o corta-luz, iludindo toda a defesa; no de Jorge Mendonça, foi dele a jogada que começou tudo, chegando à linha de fundo pela esquerda e cruzando para a área. O mais belo gol, contudo, foi o terceiro do Vasco, segundo de Roberto. Ele recebeu um lançamento perfeito de Pintinho, driblou o Gélson por cobertura e, mesmo perdendo o ângulo, recuperou-se, driblando dois zagueiros e completando com chute forte, indefensável,
Não era tôa a euforia de Fantoni após o jogo:
— Esse Roberto é sem dúvida o maior atacante do mundo dentro de uma área. E com ele nosso time se transfigurou. Os inimigos que se cuidem.
Animado, Roberto comentou alegremente sua atuação, mais uma vez com muitos gols.
—O time está engrenando mesmo. E eu aos poucos vou brigando pela artilharia. Já tenho oito gols e ainda tem muito jogo pela frente.”
Outras vitórias do Vasco em 07 de maio:
VASCO 2 x 1 Madureira (CARIOCA 1975)
ITAPERUNA 0 x 1 VASCO (CARIOCA 1989)
GRÊMIO 1 x 2 VASCO (BRASILEIRO 2006)
VASCO 5 x 1 CORINTHIANS-AL (COPA DO BRASIL 2008)
No dia 6 de maio de 1934, o Vasco derrotava o Fluminense por 2 a 1 pela 6ª rodada do Campeonato Carioca da LCF, que veio a ser conquistado pelo cruzmaltino. Os gols foram marcados por D´Alessandro e Gradim.
Era o início do profissionalismo no futebol, e neste ano o Vasco montou um dos mais caros times à época. A formação-base era esta:
Rei (Marques), Domingos e Itália; Gringo (Tinoco, Calocero), Fausto (Jucá) e Mola; Orlando (Baianinho, Novamuel), Almir (Leônidas, Lamana), Gradim, Nena (Russinho) e D’Alessandro.
Técnico: Harry Welfare
O jornal “O Globo” na sua edição matutina de 07 de maio, destacava o grande sucesso de público que estava sendo aquele campeonato:
“Raramente se ha visto um match do campeonato da cidade despertar tamanho interesse publico, como esse de proflssionaes, que hontem se disputou, no stadium da rua Guanabara, entre o Fluminense F. C. e C.R. Vasco da Gama.
Foi um verdadeiro acontecimento sportivo e social. Sportivo pelo ardor com que foi travada a peleja, social pela qualidade e quantidade da assistencia ao grande prélio. Todas as ruas que se escoam na de Guanabara, tiveram aspecto desusado, esse mesmo aspecto dos dias memoráveis de sports, que tem emocionado o Rio de Janeiro. Gente em quasi massa compacta, a locomoverse do Largo do Machado, da Praia de Botafogo, do alto das Águas Férreas. Um successo completo e inilludivel de bilheteria, a provar o evidente triumpho do profissionalismo, apenas com campeonato e meio de existencia !”
O jornal descreve como difícil a vitória fora de casa, e destacava a liderança isolada do Vasco no campeonato daquele ano:
A ficha do jogo:
Baixe aqui o PDF da reportagem completa sobre a partida.
Outras vitórias do Vasco em 6 de maio:
Vasco 4 x 1 Bangu (Carioca 1928)
Vasco 2 x 1 Fluminense ( Torneio Rio-SP 1959)
Vasco 2 x 0 Olaria (Carioca 1979)
Mesquita 0 x 6 Vasco (Carioca 1987)
Ceará 1 x 2 Vasco (Copa do Brasil 1993)
Vasco 3 x 1 Botafogo (Carioca 1994)
Icasa 1 x 4 Vasco (Copa do Brasil 2009)
No dia 05 de maio de 2001 o Vasco conquistava sua 7ª Taça Rio com uma rodada de antecedência, em dia de Romário, que marcou 3 vezes. A vítima da vez foi o América, clube de coração do seu pai, “Seu Edevair”. Assim narrou o jogo o jornal “O Globo” do dia seguinte:
“O rolo compressor de São Januário voltou a mostrar toda a sua força ontem no Maracanã. Com uma bela atuação do trio Juninho Paulista, Romário e Euller, o Vasco esmagou o América por 5 a 0 e, beneficiado pela derrota do Americano para o Botafogo (1 a 0), conquistou com uma rodada de antecedência a Taça Rio. Foi o 16º jogo invicto do Vasco, que nas últimas três partidas marcou 15 gols.
Quando a bola rolou, os jogadores do Americano, que jogariam a partida de fundo com o Botafogo, se posicionaram atrás do banco do América para secar o Vasco. Mas pouco adiantou. Logo aos cinco minutos, Romário recebeu dentro da área e cruzou para Jorginho Paulista, livre na área, marcar de cabeça.
Romário marca outro e se iguala a Edilson
O gol relâmpago não desanimou o América. O time foi para cima do Vasco e chegou a marcar, mas o lance foi bem anulado pelo bandeira Hilton Moutinho, que apontou impedimento de Wagner. O jogo foi definido aos 35 minutos, quando Romário recebeu livre de Euller e fez o segundo.
Com 2 a 0 no placar, o time de Joel Santana voltou tranquilo para a segunda etapa. Foi tocando a bola sem pressa até que, aos 16 minutos, Romário, em grande jogada individual, marcou o terceiro gol. Luís Antônio Zaluar, treinador do Americano, que assistia à partida no campo, entregou os pontos.
— Agora só nos resta terminar o campeonato da melhor maneira possível — afirmou, conformado.
O Vasco continuou mandando no jogo e criando uma chance atrás da outra, diante de um América totalmente entregue.
Romário, então, se aproveitou para fazer o que mais gosta: gol. Aos 34, ele marcou o quarto, se igualando a Edilson na liderança da artilharia, com 13 gols.
Foi o 201º gol de Romário como profissional do Vasco e o 788º de sua carreira. Aos 37, Euller fez 5 a 0. E Romário só não saiu do Maracaná como artilheiro isolado porque o árbitro anulou erradamente o sexto gol do Vasco, alegando impedimento.
— Edilson é meu parceiro e vamos disputar a artilharia nas finais— afirmou Romário, deixando de lado qualquer polêmica com o atacante rubro-negro.
Vasco:Helton, Maricá, Géder, Odvan (Henrique) e Jorginho Paulista; Fabiano Eller, Paulo Miranda, Juninho Paulista (Dedé) e Pedrinho (Viola); Euller e Romário.
América:Marcelo Leite, Rafael (Paulinho), Júnior, Luciano e Bossato; Leonardo, Adriano, Fabinho e Wallace; Celso e Wagner.
Vasco 5 x 0 SC Brasil (Carioca 1929)
Vasco 3 x 0 Bangu (Carioca 1940)
Vasco 4 x 3 Portuguesa (Brasileiro 1984)
Vasco 1 x 0 Flamengo (Torneio Rio-SP 1965)
Vasco 2 x 1 Goiás (Copa do Brasil 1999)
América 1 x 2 Vasco (Carioca 2002)
Vasco 3 x 1 Vitória (Copa do Brasil 2010)
No dia 04 de maio de 1980, Dinamite se reencontrava com o Maracanã em dia de gala da equipe cruzmaltina, que enfiou uma sonora goleada sobre o Corinthians pelo Brasileiro de 1980.
Assim descreveu o retorno do artilheiro o colunista Cláudio Mello e Souza no jornal “O Globo” do dia seguinte:
“O jogo entre Vasco e Corinthians começou logo ao anunciar-se a noite e terminou por noite fechada e úmida, quase fria. E bastou que, co.mo por milagre, brilhasse naquele céu sombrio a estrela de um atacante para que toda a torcida do Vasco gerasse e transmitisse um calor de carnaval. E de carnaval animado.
Creio que ao marcar todos os cinco gols de seu time, Roberto estabeleceu um recorde ou, caso exista recorde maior, dele se aproximou muito. De qualquer forma, marcou numa só partida mais gols do que em toda a sua temporada espanhola.
Roberto encontrou facilidades? Encontrou, sim.
Mas com que ímpeto, com que determinação e com que força delas se aproveitou para marcar aquele tipo de gol que o público começa a ver nascer, quando o atacante parte com a bola dominada para cima dos zagueiros: passa a antever no momento em que este mesmo atacante se infiltra, em velocidade por entre os mesmos atônitos zagueiros; gol que festeja, enfim, com o coração aos saltos e os olhos cheios de lágrimas, quando a bola, chutada com violência impressionante, faz balançar e estremecer as redes adversárias. ”
A torcida rubro-negra, que estava presente no Maracanã para assistir ao seu time jogar na preliminar, lá ficou para secar o Vasco. Nada adiantou:
As notas e atuações da equipe vascaína:
Os gols do jogo:
Mas a história do retorno de Dinamite não foi tão simples. Roberto havia retornado de uma fracassada experiência no Barcelona e por muito pouco não foi parar no rival rubro-negro. A história começa no fim de 79.
Antes do início da temporada de 1980, o ídolo vascaíno foi vendido para o Barcelona da Espanha, apesar da discordância de Eurico Miranda, então assessor especial da presidência.
O dirigente fez de tudo para que Roberto não fosse e tinha especial cuidado em transmitir para os espanhóis cada exigência de Jurema, mulher do artilheiro, torcendo por uma contestação para melar negócio. Tudo, no entanto, foi aceito e Roberto partiu para a Europa. A passagem do artilheiro por lá, entretanto, foi prejudicada pela saída do treinador que o havia indicado, o húngaro Ladislao Kubala, e a pouca disposição de seu substituto Heleno Herrera, em aproveitá-lo no elenco. Sabedor das dificuldades pelas quais goleador passara no Velho Mundo, o Flamengo partiu para a sua contratação. Roberto firmou um pré-contrato com o rubro-negro.
A notícia surgiu como uma bomba na imprensa carioca. Dirigentes do Vasco haviam dito ao clube espanhol que, entre ter Roberto de volta e receber as parcelas restantes do valor acertado na venda, preferiam a segunda hipótese. Eurico Miranda não se conformou. Articulou-se internamente para convencer a parcela da diretoria que não via com bons olhos o retorno do atleta. Autorizado pelo presidente do clube, Alberto Pires Ribeiro, Eurico voou Espanha com duas missões: desfazer o negócio do artilheiro com o Flamengo e trazer de volta para casa o ídolo da massa vascaína.
Chegando à Europa, enfrentou o empresário responsável pela intermediação do negócio com o Fla. Ignorando qualquer acerto do jogador, afirmou que, para voltar ao Brasil, o destino de Roberto só poderia ser o Vasco. No papo com o ídolo, as coisas se acertaram mais facilmente. O dirigente levou à Espanha uma camisa do Vasco, entregou-a ao artilheiro e tratou da parte financeira com Jurema. Organizou em seguida toda a logística necessária com vistas ao retorno Dinamite. O Vasco conseguiu, a tempo, a inscrição de Roberto no Campeonato Brasileiro ( na Taça Libertadores não foi possível ).
Veja o vídeo abaixo, onde Dinamite agradece por Eurico tê-lo trazido de volta para o Vasco:
No dia 03 de maio de 2015 o Vasco tornava a erguer o troféu de campeão estadual, fato que não ocorria desde 2003. Com duas vitórias sobre o Botafogo, antigo algoz em finais, o cruzmaltino soltava o grito de alegria engasgado e tomava as ruas do Rio de Janeiro.
“Quem ousará dizer que não foi marcante, inesquecível mesmo para a massacrante maioria dos 66 mil presentes no Maracanã? Porque jogos de futebol, por vezes, podem prescindir de virtudes técnicas para que cumpram um papel. E quantas reflexões, quantas lições nos deixou a tarde de ontem, no Maracanã. A começar pela conquista do Vasco, que foi além de vencer o Botafogo por 2 a 1, foi além de simplesmente ganhar uma taça. Na sua tarde de reencontro como título estadual após 12 anos, a torcida deu a todos a exata dimensão do tamanho do clube, da força de sua gente.”
As notas da equipe campeã:
Os gols do jogo:
Outras vitórias do Vasco em 03 de maio:
São Cristóvão 1 x 6 Vasco (Carioca 1925)
No dia 2 de maio de 1993, pela Taça Rio, o Vasco conseguia uma vitória de virada sobre o Itaperuna fora de casa, com 3 gols da jovem promessa da base Jardel. Com este resultado o Vasco voltava a liderança do turno, que viria a conquistar, garantindo uma vaga na grande final. Era o caminho do bi-campeonato estadual sendo pavimentando.
“Foi a vitória mais significativa do Vasco este ano. O time virou um jogo difícil, no campo ruim do adversário, manteve-se sem perder ponto na Taça Rio e mostrou duas novidades: a garra que estava devendo desde o início do Campeonato Estadual e Jardel. A garra superou o gramado e Jardel superou tudo e todos, marcando três gols e definindo o placar de 4 a 2 em seu primeiro jogo inteiro como profissional. No início, o Vasco caminhava para repetir as atuações burocráticas das últimas partidas. Sofreu um gol aos 37 minutos, num chute de fora da área de Cadinhos. Respondeu um minuto depois, com Bismarck, de cabeça. Mas, aos 42, o ponta Tilico cruzou da direita, Carlos Germano e Jorge Luís ficaram olhando e Carlinhos fez o segundo. O mundo desabou sobre o time. Tudo se transformou no segundo tempo. O Vasco voltou com uma garra incomum (como seria bom para os vascamos se fosse sempre assim!) e Hernande no lugar de Leandro, gripado. Mais veloz, o time pressionou. Fez o jogo aéreo que Joel Santa-na pedira e que não funcionara no primeiro tempo. Depois de algumas chances perdidas, Pimentel cruzou da direita, Pacato falhou e Jardel começou a mostrar sua inspiração: entrou com bola e tudo, num gol estranho, que nem ele sabe dizer se fez de joelho, coxa ou peito: — Só vi a bola, e ela tinha que entrar de qualquer maneira.
O Vasco continuou mandando. No jogo, com garra, e na área, com Jardel. Aos 36 minutos, depois de um escanteio cobrado por França, a bola subiu. Subiu muito para os outros, mas não para o novo centroavante do Vasco. Ele saiu do chão mais do que todos e virou o jogo. O novato contagiou o time, que aumentou a velocidade e trucidou o adversário. Aos 41 minutos, Hernande cruzou e Jardel coroou a atuação com um toque genial. De cabeça, é claro. A vitória revigorou o Vasco. O time saiu de campo com sorrisos de um orgulho escondido há muito tempo atrás de exibições pouco convincentes. Orgulho capaz de fazer voltar a São Januário a palavra título. Orgulho de vencedor. Orgulho que Joel Santana definiu, emocionado: — Nós finalmente fomos brilhantes…”
A estatura e o faro de gols de Jardel já chamavam a atenção do torcedor vascaíno e da mídia esportiva à época:
As notas da equipe vascaína:
A ficha do jogo:
Os gols do jogo:
Outras vitórias do Vasco em 2 de maio:
Vasco 1 x 0 Internacional de Bebedouro-SP (Amistoso 1929) Vasco 3 x 2 Atlético-PR (Brasileiro 1991)
Peñarol 1 x 3 Vasco (Libertadores 2001)
Vasco 2 x 1 Lanús (Libertadores 2012)
No dia 1º de maio de 1984 , o Vasco goleava a Portuguesa fora de casa na 1ª partida das quartas de final do Brasileiro de 1984, praticamente garantindo sua vaga na semi-final. Assim descreveu a partida o jornal “O Globo” do dia seguinte:
“Com uma atuação de alto nível no segundo tempo, principalmente do apoiador Arturzinho, o Vasco goleou a Portuguesa por 5 a 2, ontem à tarde, no Pacaembu, e pode até perder por uma diferença de trés gols para o time paulista, sábado que vem, no Maracanã, que estará classificado para as semifinais da Copa Brasil. Arturzinho, que marcou dois dos cinco gols, é agora o artilheiro da competição, com 13 gols.
No primeiro tempo, porém, o Vasco cometeu alguns erros que quase o levaram a sair de campo derrotado. A defesa falhava na cobertura e na marcação (Edevaldo era o pior de todos), Pires não cobria bem os zagueiros, Mário e Marquinho deixaram muitos espaços entre a intermediária adversária e a entrada da área do Vasco e faltava velocidade nas jogadas de contra-ataque.
Por tudo isso, a Portuguesa saiu na frente, gol marcado por Gérson Sodré, aos 32 minutos. O goleiro Roberto Costa ainda evitou mais dois gols, com defesas de alta categoria em chutes de Almir e Marinho Rã. O Vasco também conseguiu duas boas chances (Éverton defendeu chutes de Daniel Gonzalez e Roberto) antes de marcar seu gol, já no fim do primeiro tempo, através de Arturzinho. Um belo chute de voleio.
Mas no segundo tempo o Vasco mostrou um futebol de alta categoria. Levou uma bola na trave (um chute de Toquinho), aos 4 minutos, e marcou o segundo gol logo em seguida (por intermédio de Mário). Aos 6, a Portuguesa mandou outra bola na trave (chute de Gérson Sodré) e, a partir dai, a equipe carioca tomou conta da partida.
Arturzinho,de cabeça,fez 3 a 1. E Roberto, o quarto e o quinto gols. Coube a Mendonça, cobrando um pênalti inexistente, marcar o segundo gol do time paulista. Mas, sem dúvida, a grande jogada deste segundo tempo pertenceu a Arturzinho: recebeu uma bola na intermediária, viu Éverton adiantado e chutou por cobertura. A bola passou raspando a trave; diante de um goleiro apavorado e já batido no lance. Realmente, uma jogada de craque.”
O grande destaque do jogo foi o baixinho Arturzinho
As notas da equipe cruzmaltina:
A ficha do jogo:
Reportagem sobre a goleada vascaína no “Globo Esporte”:
Outras vitórias do Vasco em 01/05:
Vasco 11 x 0 Sc Brasil (Carioca 1927) América 0 x 1 Vasco (Amistoso 1931) Vasco 5 x 2 Flamengo (Carioca 1934)
Vasco 1 x 0 São Paulo (Torneio Rio-SP 1953)
Campo Grande 0 x 4 Vasco (Carioca 1969)
Vasco 2 x 1 América (Carioca 1976)
Volta Redonda 0 x 1 Vasco (Carioca 1977)
Vasco 2 x 0 Bangu (Carioca 1988)
Vasco 5 x 0 Itaperuna (Carioca 1999)
A vitória de ontem sobre o Flamengo pela semi-final do Carioca de 2016 não foi a primeira em um dia 24 de abril. Aliás, foi uma das 3 vitórias em 3 dias consecutivos em diferentes anos.
Nos dias 22, 23 e 24 do mês de abril, respectivamente nos anos de 2012, 2000 e 1977, o Vasco promoveu a folia vascaína sobre o eterno freguês rubro-negro.
Em 22 de abril de 2012, o Vasco vencia o Flamengo de virada pela semi-final da Taça-Rio e colocava o rival de férias. Respondendo a provocações de Vágner Love, Felipe, que teve grande atuação, disse : “Quem ganha a vida com a boca é cantor. Essa foi a segunda resposta. A primeira foi dentro de campo”
No dia 23 de abril de 2000, a surra que entrou pra história como “Chocolate da Páscoa”, com direito a distribuição de ovos de chocolate para a torcida vascaína, que viu Romário comandar a goleada com 3 gols que deu ao Vasco o título da Taça Guanabara. A torcida cruzmaltina se esbaldava cantando “Urubu otário, vem pro Maraca só pra ver gol do Romário”. Sobre a decisão, o baixinho que havia sido dispensado pelo rival, falou após o jogo:
“Foi maravilhosa. Não me lembro de ter marcado 3 gols numa decisão. E não representou resposta ao Flamengo. Minha felicidade é por que o Vasco demonstrou sua força.”
E em 24 de abril de 1977, mais uma goleada, também pelo campeonato Carioca. Neste dia o Vasco quebrava a invencibilidade de 5 jogos da equipe rubro-negra com 2 gols de Roberto e 1 de Zanata. O Vasco podia ter feito um placar mais elástico, devido a grande superioridade em campo. O jornal “O Globo” do dia seguinte resumiu assim a partida:
“Com 1 a 0 no primeiro tempo, o Vasco já era absoluto. No segundo, favorecido por uma falha de marcação da defesa rubro-negra, que tentou usar a tática do impedimento, o Vasco fez o segundo gol e partiu para o terceiro – e porderia ter ampliado ainda mais, se se esforçasse. Foi uma vitória tranquila de um time que lutou para ganhar, e o fez de forma organizada e humilde: o Vasco.”
Outras vitórias vascaínas nas 3 datas:
DIA 22:
Vasco 3 x 1 Botafogo (Carioca 1923)
Vasco 4 x 0 Andarahy (Carioca 1928)
Vasco 1 x 0 Bonsucesso (Carioca 1932)
Vasco 2 x 1 Botafogo (Carioca/Torneio Erasmo Martins Pedro 1973)
Stadium do Club Vasco da Gama (planta geral) Pedro Paulo Bastos, architecto
Muito se tem debatido acerca da demolição do atual Estádio Vasco da Gama, inaugurado a 21 de abril de 1927.
A sua bela história, a união dos dirigentes e associados para a sua construção, feita de sacrifício e superação, está inscrita para sempre na memória vascaína.
Sua bela fachada, em estilo neocolonial e tombado pelo município, deverá ser mantida no caso de modernização do complexo esportivo da antiga rua Abílio, atual General Almério de Moura.
No entanto, o estádio atual não foi o único projeto apresentado aos vascaínos.
Um outro “São Januário” foi proposto como Stadium Vasco da Gama. Mais complexo, fachada elaborada, com anel completo, entrada monumental para as arquibancadas, piscinas, quadra de tênis, ginásio etc.
Iremos, portanto, transcrever abaixo o texto original do esboço do projeto proposto em fins de 1925 para o Gigante da Colina, pelo periódico “Architectura do Brasil”:
Stadium do Club Vasco da Gama (fachada) Pedro Paulo Bastos, architecto.
O STADIUM DO CLUB VASCO DA GAMA
O espirito sportivo está se desenvovendo cada vez mais entre nós. Breve estara inaugurado o prado de corridas do Jockey Clube, e já outra possante agremiação, como é o Club de Regatas Vasco da Gama, inicia, no bairro de S. Januario, a construcção de um gigantesco stadium, digno, pelas suas proporções, da nossa Capital. Por emquanto só podemos publicar o esboço do grandioso projecto elaborado pelo Architecto Pedro Paulo Bastos. O edifício occupa 274 metros de frente sobre a rua Abilio e estende-se entre as ruas S. Januario e Ricardo Machado, ficando limitado nos fundos pela rua Bomfim. O eixo da planta geral corresponde a uma recta perpendicular ao alinhamento da rua Abilio. Occupa a bacia do Stadium, propriamente dito, quasi 2/3 do terreno sendo, a sua forma determinada por quatro rectas parallelas duas e duas e concordadas por quatro arcos de circulo, de raio egual a 35 metros, internamente. As archibancadas abrangem 27 metros de projecção horizontal em volta do campo de athletismo, comprehendendo na parte destinada aos socios 36 filas de cadeiras com o espaçamento de 0m,75, e 56 no restante com espaçamento de 0m,50 permittindo assim uma lotação de cerca de 100.000 pessoas. A inclinação das archibancadas fixada, segundo as construcções recentes deste genero, por meio de uma curva logarithimica, leva em conta a posição dos observadores, os quaes de qualquer uma das filas poderão avistar um mesmo ponto, convenientemente escolhido, dentro do campo de athletismo. O espaço reservado para o football observa as dimensões estabelecidas pela Liga, tendo mais nas cabeceiras respectivamente, dois campos de baskett-ball e dois para tennis, que servirão unicamente nos campeonatos. Circumdando o campo principal desenvolve-se a pista para corridas a pé com uma extensão de 480 metros em linha recta. A circulação, tanto do publico como dos socios, é feita em volta da bacia por meio de tres passagens; uma na base, com 1m,75 de largura, outra no meio, com 2m,20 (que será aproveitada para collocação de camarotes) e a ultima correspondendo á pergula que se vê na fachada principal. As entradas dão diretamente nestas tres passagens podendo o publico conforme quizer, ter acceso a qualquer parte das archibancadas por meio de escadaras internas, sem ter de percorrer as filas de cadeiras. Esta organisação é observada nos estabelecimentos congeneres da America do Norte com o fim de facilitar o transito. O escoamento rapido do Stadium é garantido pelas mesmas vias destinadas ao ingresso e mais por quatro grandes passagens descobertas dirigidas segundo as flexas dos arcos de concordancia do perimetro e por duas outras, collocadas nos centros das cabeceiras, como se vê na planta geral. A elevação apresentada corresponde sómente a um trecho de 114 metros de archibancada, sob a qual serão collocados os serviços das partes athletica e social. A primeira, situada no andar terreo, consta das accomodações destinadas aos dois teams, visitante e residente. As do residente mais amplas, com grande dormitorio com capacidade para 32 pessôas; pharmacia de urgencia; serviço de copa; toilletes; rouparia; vestuario; banheiros e apparelhos sanitarios tem uma entrada independente e communicação subterranea exclusiva para o campo. Ahi encontram-se igualmente, a parte destinada aos juizes, com entrada independente e communicação tambem directa, para o campo; secção infantil de athletismo e escotismo; policia de campo; bar e restaurante; para o publico e para os socios. A parte social, situada no segundo pavimento, comprehende dois salões destinados ás reuniões sociaes e outro da directoria; toilletes; etc. Completando o conjuncto da planta geral, existem os annexos do Stadium; á esquerda, pela rua S. Januario, ha grandes campos de tennis; á direita, além de campos de athletismo, fica collocada uma grande piscina descoberta de 30 metros por 40 metros, marginada lateralmente por archibancadas, e um stand de tiro com cabines para os atiradores. Foi projectada, deste lado, uma grande avenida, que vai desembocar na cabeceira do campo, e terá para ornamental-a, as estatuas dos athletas mais notáveis. Na parte opposta á fachada principal, dando para a rua Bomfim, ergue-se um portão monumental onde ficarão collocadas as borboletas que dão ingresso as archibancadas geraes.* *grafia original da época.