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Vasco hoje (18/05/1977) – O jogo mais importante da vida de Roberto Dinamite em São Januário

 

À princípio os quase 11.000 torcedores que enfrentaram a chuva e o frio em São Januário não tinham tanto com que se preocupar naquele confronto diante do Bonsucesso. Apesar do deslize na quarta rodada, quando foi derrotado pelo América por 1 x 0, o Gigante da Colina encontrava-se na tabela como líder e com certa folga. Três pontos à frente da dupla Fla-Flu e dois de vantagem sobre o Botafogo, sabedor que Fla e Flu se enfrentariam no domingo seguinte.

O adversário daquela noite, carinhosamente chamado de Bonsuça, dera certo trabalho a Flamengo, Botafogo e América, mas sucumbira diante de todos eles (ainda não havia enfrentado o Fluminense no turno). Era um time chato, comandado na zaga por Dário Lourenço, no meio por Cabral, contando ainda com a velocidade de Naldo, além dos gols de Tuca.

Logo aos 13 minutos Calibé trocou passes com Cabral avançou e cruzou para Naldo, que entre Geraldo e Marco Antônio chutou a gol, abrindo o marcador.

O Vasco foi todo pressão desde então e aos 43 minutos do período inicial o árbitro Luís Carlos Félix dexou de marcar uma penalidade máxima sobre Dirceu.

O nervosismo do torcedor vascaíno após o intervalo virou agressão. Sobrou para o bandeirinha Ronald Monassa, que levou uma garrafada do setor de arquibancada e teve de sofrer pontos na perna, ensanguentada a olhos vistos após o arremesso do casco em sua direção.

A partida recomeçou após vários minutos de paralisação.

No tempo corrido o marcador apontava 40 minutos do segundo tempo quando após cobrança de escanteio Abel, dentro da área caiu nela. O árbitro acertadamente mandou o jogo seguir, mas no rebote a bola sobrou para Roberto, que foi derrubado por Calibé. Pênalti bem marcado, mas encarado como inexistente pela equipe visitante. A reclamação foi tão veemente e insistente que irritou o árbitro a ponto deste expulsar naquele entrevero dois atletas do Bonsucesso: Nilo e Cabral.

Roberto preparou-se para a cobrança e a executou com precisão aos 42 minutos, empatando a partida.

A paralisação de quase 10 minutos entre o lance da agressão ao bandeirinha no início da segunda etapa e o tempo entre a marcação do pênalti  e a cobrança deveriam ser descontados e o Vasco, com apoio de sua torcida, virou a partida aos 47, após chute de Orlando Lelé que o arqueiro Pedrinho rebateu, oportunizando a Dinamite fazer o gol da vitória vascaína de cabeça, encontrando o canto esquerdo da meta adversária.

Nos minutos seguintes ainda se viu o Vasco buscar ampliar a contagem, mas a partida terminou mesmo com o placar final de 2 x 1.

Onze anos depois, em entrevista à TVE, do Rio de Janeiro, Roberto lembrava com saudade do episódio e afirmava ter sido aquele o jogo mais especial de sua carreira, dentre todos os disputados no estádio do Vasco. De fato, tanto o clima da partida como a virada em cinco minutos levaram à torcida do Vasco à loucura naquela ocasião. Uma noite inesquecível para ela e seu ídolo.

O Globo (19/05/1977)

Jornal do Brasil (19/05/1977)

Outras vitória em 18 de maio:

VASCO 3 X 0 MANGUEIRA (AMISTOSO 1924)

VASCO 5X0 CANTO DO RIO (CARIOCA 1941)

PORTUGUESA 2X5 VASCO (TORNEIO RIO-SP 1957)

VASCO 4X0 BANGU (CARIOCA 1997)

VASCO 1X1 AVAÍ (COPA DO BRASIL 2011)

Tri, tri, o Vasco é tri !

 

No dia 15 de maio de 1994, o Vasco conquistava seu primeiro tri-campeonato estadual, com uma vitória por 2 a 0 sobre o eterno freguês das Laranjeiras.

O gigante da colina iniciou o jogo de maneira alucinante, e com apenas 35 segundos de jogo, já tinha um pênalti a seu favor, cometido sobre o lateral Pimentel. Yan cobrou e Ricardo Pinto defendeu parcialmente. No rebote Valdir quase marca de peixinho.

Os vascaínos não desanimam e continuam pressionando. E logo aos 4 minutos, o Vasco consegue seu primeiro gol. William lança Valdir na esquerda e este cruza para a área, encontrando Jardel que  entre os zagueiros, toca na corrida, de direita, para as redes.

O gigante da colina era senhor da partida e até o final da primeira etapa ainda perdeu várias outras oportunidades, deixando o Flu completamente atônito.

Na volta para o 2º tempo, imaginava-se uma reação tricolor, mas, contando com uma atuação soberba de meio de campo Willian, era o Vasco quem mais ameaçava.

Aos 5 minutos, Jardel acerta a trave. Aos 16 , perdia nova chance e, finalmente , um minuto depois, após passe do baixinho William , o mesmo Jardel, próximo a pequena área, tocaria de direita e contaria com o desvio involuntário do zagueiro adversário Luis Eduardo para aumentar a contagem.

A torcida vascaína começou, então, uma grande festa nas arquibancadas, enquanto o Vasco continuava controlando a partida . Encerrado o espetáculo, invasão de campo por repórteres e torcedores. A saga cruzmaltina havia, enfim, sido coroada com êxito. Um tri-campeonato que nem o Expresso da Vitória havia conseguido conquistar.

Um título que Valdir resumiu de maneira perfeita: ” Fomos nós do Vasco e a torcida. O resto foi todo contra”.

Foi também uma vitória da imensa torcida bem feliz,  que fechou com o time e não perdeu em nenhum momento a esperança de que, ao final, se fizesse justiça a melhor equipe do campeonato.

Ou como dizia Eurico Miranda na época, “muito melhor”.

Depoimentos dos tri-campeões e as notas dos atletas cruzmaltinos segundo o jornal O Globo:

CAMPANHA:

VASCO 2X0 VOLTA REDONDA
VASCO 1X0 BANGU
VASCO 2X1 ITAPERUNA
VASCO 0X0 MADUREIRA
VASCO 3X1 FLAMENGO
VASCO 1X0 AMÉRICA-RJ
VASCO 2X0 BOTAFOGO
VASCO 2X1 OLARIA
VASCO 2X0 CAMPO GRANDE
VASCO 0X0 AMERICANO
VASCO 0X0 FLUMINENSE
VASCO 4X1 FLUMINENSE (Vasco campeão da Taça Guanabara)
VASCO 1X0 BOTAFOGO
VASCO 1X1 FLUMINENSE (última partida de Dener pelo Vasco)
VASCO 1X2 FLAMENGO (única derrota do Vasco)
VASCO 1 x 1 FLAMENGO
VASCO 3X1 BOTAFOGO

FINAL:

Vasco Da Gama 2 x 0 Fluminense (RJ)

Data: 15/05/1994

Campeonato Estadual

Local : Estádio Do Maracanã (Rio De Janeiro – RJ)

Arbitro : Léo Feldman

Público : 79.230

Gols : Jardel (Vasco 6/1ºT) e Jardel (Vasco 17/2ºT)

Vasco – Carlos Germano, Pimentel, Ricardo Rocha, Alexandre Torres, Cássio, Leandro, Luisinho, William, Yan, Jardel e Valdir
Técnico : Jair Pereira

Fluminense – Ricardo Cruz, Alfinete, Rau, Luís Eduardo, Branco, Jandir, Cláudio (Lira), Luís Henrique, Luís Antônio, Mário Tilico e Ézio
Técnico : Delei

Outras vitórias no dia 15 de maio:
VASCO 3 X 1 FLAMENGO (AMISTOSO)

TIRADENTES-PI 0X1 VASCO (BRASILEIRO 1974)

PORTUGUESA 1X3 VASCO (CARIOCA 1977)

VASCO 2X1 SÃO PAULO (BRASILEIRO 1980)

VASCO 1X0 FLUMINENSE (CARIOCA 2002)

PAYSANDU 1X2 VASCO (BRASILEIRO 2004)

Vitória contra o circo

A superioridade do Vasco incomodava a chamada “turma do arco-íris”.

Flamengo, Fluminense e Botafogo faziam patética campanha nos gramados do Rio de Janeiro pelo Estadual e papelões fora deles.

Inconformados com o adiantamento e atrasos de alguns jogos do Vasco na competição (o clube estava disputando três competições ao mesmo tempo, Carioca, Copa do Brasil e Libertadores) o trio de lata tentou de todas as formas esvaziar o estadual.

O rubro-negro da Gávea tentara ainda superar o Vasco na Taça Guanabara, mas com o empate na decisão, que favorecia o Vasco e sua pífia performance no início do returno optou mesmo por sabotar a competição.

O campeonato naquele ano era disputado por apenas oito equipes e já na segunda rodada do returno apenas o Vasco mantinha 100% de aproveitamento, tendo derrotado o Americano, em Campos, por 1 x 0 e o Friburguense no estádio de São Januário por 3 x 1. Flamengo e Botafogo, que se enfrentaram na segunda rodada já haviam perdido quatro pontos cada, enquanto o Fluminense deixara dois pontos em Campos diante do Americano.

Com a partida de volta das oitavas-de-final marcada contra o Cruzeiro para o dia 02/05 o clube se viu impossibilitado de enfrentar o Fluminense no clássico do dia 03 e aproveitou o meio de semana para solicitar a antecipação de uma das suas partidas naquele certame contra o Madureira. Isso antes da disputa da segunda rodada. Os tropeços dos outros três cariocas trouxeram questionamentos posteriores à rodada sobre a antecipação da partida diante do Madureira. Começava aí a tentativa do trio de lata de sabotar a competição.

Na quarta-feira, 29 de abril, tranquila vitória do Vasco sobre o Madureira por 2 x 0.

Enquanto no sábado o Gigante da Colina despachava o Cruzeiro, classificando-se às quartas-de-final da Libertadores, no domingo o trio de lata tinha uma baixa definitiva. O Botafogo fora derrotado pelo Bangu por 2 x 1, que, àquela altura já se encontrava à frente de Flamengo e do próprio Botafogo, mas o alvinegro se via em posição desesperadora. Somara apenas 2 pontos em três jogos, contra 9 do Vasco no mesmo número de partidas.

Faltando quatro rodadas para o fim seria fundamental uma vitória sobre o Vasco duas rodadas após e principalmente bater o Fluminense no meio de semana.

Temendo prejuízos pelas fases dos dois clubes os dirigentes de Flu e Bota resolveram tirar a partida do Maracanã e jogá-la em Olaria, mas a mudança não trouxe um bom futebol entre ambos e o empate pelo placar de 1 x 1 foi péssimo para a dupla.

Na mesma rodada o Flamengo passou pelo Friburguense fora de casa e passou a depender de um tropeço do Vasco para permanecer com chances de conquistar o turno e com isso ter o direito de enfrentar o adversário na final do estadual.

Já o jogo do Vasco teve que ser adiado para a semana seguinte pelo fato de o Gigante da Colina ter marcado para si jogos da Copa do Brasil no dia 07 e 12 diante do São Paulo, na capital paulista e no Rio, respectivamente. A partida diante do Bangu, inicialmente marcada para o dia 06, passaria para 14/05. Vale ressaltar que o trio de lata estava todo ele eliminado da Copa do Brasil àquela altura.

O Vasco viveria uma autêntica maratona. Atuaria contra o São Paulo no dia 07, Botafogo (10/05), São Paulo (12/05), Bangu (14/05) e Flamengo (17/05).

Com 3 pontos em 4 jogos e podendo chegar no máximo a 12 a equipe de General Severiano dependeria de uma vitória sobre o Vasco, mais outras duas no certame e ainda torcer para que os cruzmaltinos não fizessem mais de três pontos nos outros três jogos contra Flamengo, Bangu e Fluminense, mas também tinha de torcer para tropeços de Flamengo e Bangu, equipes que não enfrentaria mais, nos três jogos restantes. Cada um deles poderia fazer no máximo quatro pontos nos últimos três jogos a serem disputados e ainda teria de torcer para o Fluminense, até ali com cinco pontos ganhos, perder mais cinco pontos nos últimos quatro jogos, lembrando que haveria vários confrontos diretos entre os envolvidos.

Foi aí que o circo começou. Praticamente eliminado do campeonato o Botafogo afirmou não aceitar entrar em campo para disputar seu último clássico contra o Vasco que disputaria apenas o seu primeiro no returno. Com isso o alvinegro não foi a campo no domingo ficando passível de sofrer um W.O.

Na mesma rodada, a quinta das sete, o Fluminense foi derrotado pelo Madureira por 1 x 0, ficando distante do título, com 7 pontos perdidos, enquanto o Bangu ao empatar diante do Americano na terça-feira, 12 de maio chegaria ao sexto ponto perdido no returno.

No dia 13/05, véspera de Bangu x Vasco era, portanto, esta a situação do campeonato:

Vasco – 3 jogos – 0 ponto perdido e na expectativa pela confirmação do W.O. a seu favor na partida contra o Botafogo

Flamengo – 5 jogos – 4 pontos perdidos

Bangu – 5 jogos – 6 pontos perdidos

Fluminense – 4 jogos – 7 pontos perdidos.

Com a confirmação do W.O. favorável ao Vasco estariam eliminados matematicamente Americano, Botafogo, Friburguense e Madureira.

Na mesma data, entretanto, um confronto direto poderia eliminar o Fluminense da competição, caso fosse derrotado ou empatasse com o Flamengo no clássico Fla x Flu, considerando a adjudicação dos pontos ao Vasco referente ao jogo diante do Botafogo não disputado por ausência do alvinegro no gramado.

O rubro-negro, por sua vez, mesmo derrotando o adversário, teria de esperar pela perda de mais um ponto do Vasco nos últimos três jogos.

A dupla, entretanto, não foi a campo a 13/05, protagonizando (pela ausência) um duplo W.O. para ambos. O motivo foi a mudança de local da partida. Do Maracanã para o estádio do Bangu. Vale lembrar que isso ocorreu uma semana após Fluminense e Botafogo preferirem Olaria ao Maracanã para a realização do clássico entre ambos.

Com isso bataria ao Vasco, no dia seguinte, vencer o Bangu e ter confirmada a adjudicação dos pontos para si, concernentes ao jogo contra o Botafogo, não realizado diante do fato de o alvinegro não ter comparecido a campo quatro dias antes, o que foi confirmado em julgamento ocorrido no dia seguinte.

Posteriormente o W.O duplo foi confirmado para a dupla Fla x Flu, o Flamengo ainda tomou outro por não ter comparecido para enfrentar o Vasco no Maracanã, a 17 de maio e na última rodada o Vasco, já campeão e na festa das faixas, foi derrotado pelo Fluminense por 2 x 0.

A equipe campeã estadual no ano do centenário

O jogo

Na primeira etapa o Bangu conseguiu ainda equilibrar as ações e até ameaçou mais a meta contrária que o adversário.

Logo aos cinco minutos Donizete cabeceou para o gol, mas o lateral banguense Flavinho estava no caminho e desviou a bola, impedindo a inauguração do placar.

A equipe de Moça Bonita quase abriu a contagem com um chute de André Biquinho rente à trave e o mesmo jogador atirou mais duas vezes em gol na primeira etapa, proporcionando ao goleiro Márcio praticar boas defesas.

O Vasco voltou para o segundo tempo já sabendo da adjudicação dos pontos da partida do Botafogo, confirmada no TJD e partiu concentrado para a obtenção do título por antecipação.

Logo no início, Nasa chutou forte e no rebote do goleiro Donizete desperdiçou a chance. Aos 12 minutos o mesmo Nasa foi derrubado na entrada da área. Juninho cobrou a falta, que bateu na barreira e quase foi morrer no ângulo de Alex. Passou muito perto.

O jogo ganhava contornos de dramaticidade para o Vasco e o nervosismo em campo foi evidenciado com o desentendimento entre o lateral Felipe e o banguense Edilson, aos 18 minutos. O árbitro Ubiraci Damázio mandou os dois mais cedo para o chuveiro. Pouco depois, aos 26, Marcão, do Bangu, também foi expulso pelo juiz, após agarrar Pedrinho, cometendo falta grosseira.

A equipe cruzmaltina seguia na pressão. Alex ainda praticou duas grandes defesas, mas o gol teimava em não sair.

A essa altura não havia mais gandulas para repor em jogo as bolas atiradas para fora e a um minuto do fim, faltaria também luz no estádio de Moça Bonita.

Os banguenses queriam o fim da partida daquela forma mesmo, sem acréscimos quaisquer, enquanto o Vasco, através de seu treinador Antônio Lopes, brigava pelo contrário, mas apenas com a chegada de Eurico Miranda ao campo de jogo e após conversa com o árbitro da partida naquele local houve uma decisão de bom senso. Cercado por imprensa e alguns atletas, Ubiraci Damázio definiu que haveria a disputa de três minutos após o retorno de energia.

Logo depois, Eurico Miranda, questionado a respeito dos protestos do trio de lata do estadual (Flamengo, Fluminense e Botafogo, os qualificou todos como quadrilheiros e disse não saber apenas quem era o chefe da quadrilha.

Quase 30 minutos se passaram mas a luz enfim voltou e a partida foi reiniciada. O Vasco subiu para o ataque em busca do gol que lhe daria o título e o Bangu entrincheirado fazia tudo para não tomá-lo.

No segundo dos três minutos de acréscimo previstos, entretanto, Odvan lançou para a área, a zaga banguense rebateu, Juninho tocou por cobertura para o meio e Mauro Galvão, vindo por trás da defesa alvirrubra, tocou por cima de Alex, marcando o gol do título vascaíno.

Os jogadores do Bangu reclamaram impedimento (inexistente), como se num “choro” representassem o trio de lata do estadual, frustrado com o título cruzmaltino iminente no ano do centenário do clube.

Mais uma minuto quase foi jogado sem qualquer mudança no placar e o Vasco, passando por cima de seus adversários, disputando três competições ao mesmo tempo, com o melhor elenco do Rio de Janeiro e sem adversário (literalmente) em alguns jogos pôde erguer a Taça Rio, segundo turno do estadual, e, por conseguinte, ter ratificada a conquista do Campeonato Carioca.

O sonho de muitos num ano tão emblemático foi, de fato, conseguido por poucos, afinal fazer história depende muitas vezes de não se deixar levar por “barrigadas” do destino.

Gonçalvez diz que dirigentes de Botafogo (seu clube na época), Flamengo e Fluminense prejudicaram o campeonato, pois sabiam que o Vasco era o melhor time.

Jornal O Globo (15/05/1998)

Outras vitórias do Vasco em 14 de maio:
CRB 0X2 VASCO (BRASILEIRO 1978)

VASCO 2 X 0 AMÉRICA (CARIOCA 1988)

VASCO 2X0 CEARÁ (COPA DO BRASIL 1993)

VOLTA REDONDA 0X3 VASCO (1995)

CORINTHIANS-AL 1X3 VASCO (COPA DO BRASIL 2008)

Momento histórico do futebol vascaíno pode ser vivido hoje

Os torcedores vascaínos que entendem ser o Torneio de Paris, ganho em 1957, um autêntico mundial, têm frustradas suas convicções quando olham para um critério reverberado recentemente a respeito da invencibilidade do clube e de seus adversários.

O entendimento do que é amistoso ou oficial causa uma série de confusões no torcedor e inúmeros títulos ganhos por clubes brasileiros, mundo afora, passam a ter uma consideração menor, por simples escolha de métodos estatísticos, que se dão para tentar harmonizar o mundo todo do futebol por um parâmetro questionabilíssimo.

A situação chega a tal ponto de distorção, que vemos em 1977 o Vasco ter desconsideradas quatro derrotas sofridas sem que, em tese, interferisse na sequência dita oficial, invicta. Uma no Troféu Ramon de Carranza contra o Atlético Madrid-ESP por 3 x 0, uma no Torneio de Paris contra o Paris Saint Germain-FRA por 2 x 1, outra diante do Sporting-POR em amistoso disputado em Portugal e finalmente mais outra sofrida diante do Ceará por 4 x 1, fora de casa, em novo amistoso às vésperas do início do Campeonato Brasileiro daquele ano.

O critério usado para descrever as estatísticas de um atleta, como o caso da maior invencibilidade do mundo de um goleiro, considerada a de Mazaropi, do Vasco, desconsiderando jogos como os citados acima, tanto quanto os muitos gols tirados de Pelé, entre outros artilheiros, não respeita situações nas quais grandes conquistas são obtidas por clubes, que erguem taças e as exibem a seus torcedores, além de expô-las com orgulho nos respectivos salões de troféus.

A sequência oficial deve estar dentro da invicta e isso parece óbvio. No momento em que um clube perde um amistoso que seja toda a sequência é quebrada e assim deve ser também em relação aos jogos oficiais.

O Bahia em 1982, por exemplo, perdeu a invencibilidade de 46 jogos num amistoso contra o Treze-PB e no momento em que isso ocorreu havia contabilizado 38 jogos oficiais e 8 amistosos. Pouco importou se no ano seguinte enfrentou na estreia do Campeonato Brasileiro o Palmeiras e empatou por 0 x 0. A sequência já havia sido quebrada.

O Botafogo quando brigava pela manutenção de sua invencibilidade, em 1978, tirou o time de campo por não aceitar a marcação de uma penalidade máxima contra si a poucos minutos do fim. A iniciativa de seu técnico à época, Zagallo, desconsiderava ser aquele jogo um mero amistoso e sim de que se tratava do fim da sequência. A partida terminou empatada em 2 x 2, a equipe da casa, o Uberlândia, chiou, mas com o tempo deixou o assunto em segundo plano e o empate foi então considerado o resultado final da partida, incluída na estatística que levaria o alvinegro à marca de 52 jogos invictos (44 oficiais).

Há situações em que a maior sequência invicta geral não coincide com a referente a jogos oficiais. O Cruzeiro, por exemplo, possui sua maior sequência geral em 1969, quando se sagrou campeão mineiro e atuou em amistosos, somando 38 jogos ao todo, mas sua maior sequência oficial ocorreu entre o final do Campeonato Brasileiro de 2002, passando pelo Campeonato Mineiro, jogos da Copa do Brasil e o Brasileiro de 2003, quando foi derrotado já no mês de maio, mais precisamente no dia 25. Invencibilidade iniciada a 03 de novembro do ano anterior.

O Vasco pode bater, de fato, um recorde hoje, em se tratando de jogos oficiais. Isto porque nas quatro sequências invictas à frente da atual, foi este abaixo o número de jogos assim considerados, contando aí torneios internacionais disputados:

1945 – 27 jogos (35 no geral entre 1945/46)

*Na primeira partida oficial de 1946 o Vasco perdeu para o América pelo Torneio Relâmpago por 1 x 0.

1952/53 – 26 jogos (34 no geral)

*Conta-se aí o Torneio Quadrangular do Rio de Janeiro e o Torneio de Santiago-CHI, ambos vencidos pelo clube de forma invicta, após o Campeonato Carioca de 1952.

1992/93 – 25 jogos (32 no geral)

*A sequência de ambos termina na derrota do Vasco para o La Coruña-ESP em amistoso disputado no Maracanã, por ocasião da despedida de Roberto Dinamite dos campos de futebol.

1949/1950 – 23 jogos (32 no geral)

Atualmente o Vasco contabiliza 27 jogos invictos e todos eles se referem a competições oficiais.

Mantendo a invencibilidade na partida de hoje contra o CRB o Vasco, portanto, alcançará a maior sequência invicta oficial de sua história.

Daí por diante ressaltaremos, jogo a jogo nos quais o Vasco vier mantendo sua invencibilidade, quais novas quebras de recordes (internos ou externos) poderão ser alcançadas. O Casaca! atualizará o leitor também, após cada partida, para que este saiba qual novo recorde foi batido.

O torcedor vascaíno deve se orgulhar e muito do momento vivido pelo clube, que pode e deve continuar fazendo história em 2016.

Casaca!

Vasco hoje (13/05/1923) – Tempos de afirmação

 

Todos sabem quão difícil foi para o Vasco comprovar para a elite do futebol carioca seu valor no início dos anos 20 do século passado.

Apesar de já ter disputado três partidas no certame carioca da primeira divisão naquele ano e obtido duas vitórias convincentes, contra Flamengo e Botafogo, apagando a desconfiança deixada na rodada inicial, após a fraca atuação e o empate diante do Andarahy, o jogo esperado por todos era o do time miscigenado cruzmaltino contra o campeão da cidade, América, em Campos Sales, território rubro.

Correio da Manhã – 14/05/1923

A equipe da casa não fazia lá uma grande campanha. Apesar da boa estreia diante do São Cristovão, quando goleou por 4 x 1, o revés diante do Bangu logo na segunda rodada, fora de casa, por retumbantes 6 x 1, com show dos ponteiros Nestor e Antenor, deixou os torcedores americanos com o cabelo em pé e a última disputa diante do Andarahy, sem abertura da contagem pelas equipes, desagradou definitivamente a todos no clube. Vencer o Vasco era, diante disso, embolar o campeonato e comprovar que o bi não era apenas um sonho, mas algo plausível de ocorrer naquela temporada.

Às 16 horas em ponto começou a peleja.

Na primeira meia hora nenhuma grande chance das duas equipes, mas mesmo assim o trabalho dos arqueiros Nelson Conceição, pelo Vasco e Mirim, defendendo a meta rubra com duas seguras defesas cada um.

Aos 33 minutos o gol do Vasco. Arlindo recebeu de Torterolli, levou a bola pelo centro e próximo aos beques adversários viu uma brecha dada pelo zagueiro Álvaro Martins, do que se aproveitou para marcar, abrindo a contagem.

Na segunda etapa o América voltou pressionando. O vascaíno Nicolino tocou a bola com a mão dentro da área e em seguida cedeu escanteio. O árbitro Mário Araújo, do Clube de Regatas do Flamengo, não marcou a penalidade, preferindo assinalar o tiro de canto. Na cobrança excelente defesa de Nelson, em cabeçada executada por Simas. Pouco depois Mattoso chutou e Nelson defendeu. Em seguida, nova chance desperdiçada por Simas, após receber bom passe de Oswaldinho.

A reação do Vasco se deu com Arlindo, obrigando Mirim a uma boa defesa, mas na sequência nova ação ofensiva do América. Os rubros desperdiçaram a chance do empate com Gonçalo, que chutou encobrindo a trave, após defesa parcial de Nelson.

O Paiz – 14/05/1923

Uma falta desleal e desnecessária de Oswaldinho no vascaíno Torterolli e mais duas defesas seguras (uma de cada lado) dos arqueiros Nelson e Mirim foram os últimos destaques da partida, que terminava com o Vasco mantendo a liderança invicta do certame e comprovando sua força no nele mais uma vez.

Apesar da vitória, o jornal “A Noite” afirmava na sua edição de segunda-feira ter a equipe vascaína mais fama que valor, embora elogiasse os extremas Paschoal e Negrito, a leitura de jogo de Torterolli, o center half Claudionor, a segurança do zagueiro Leitão e, principalmente, a qualidade de Nelson, goleiro vascaíno tido já àquela altura como um dos melhores da cidade. O conjunto da linha média e os rushs de Cecy e Arlindo também foram pontuados.

O Imparcial – 14/05/1923

Já o jornal “O Imparcial” julgou ter sido o defensor rubro Álvaro Martins o responsável pela derrota. Tanto “O Imparcial” como “A noite” entenderam serem os destaques do América na partida os meias Oswaldinho e Gonçalo, a despeito de terem criticado o primeiro por faltas duras praticadas no decorrer do clássico.

O Vasco era a surpresa do certame, mas para muitos precisaria mostrar mais a fim de convencer torcedores e críticos do seu valor. O tempo faria com que todos enxergassem a realidade dos fatos.

Outras vitórias do Vasco em 13 de maio:
SC BRASIL 1X4 VASCO (CARIOCA 1928)

VASCO 3 x 0 BANGU (CARIOCA 1973)

VASCO 2 x 1 SÃO PAULO DA FLORESTA-SP (AMISTOSO 1930)

ADN-NITERÓI 0 x 3 VASCO (CARIOCA 1979)

VASCO 3X1 AMÉRICA-RJ (CARIOCA 1987)

VASCO 6X1 OLARIA (CARIOCA 2000)

AMÉRICA-RN 0X1 VASCO (BRASILEIRO 2007)

VASCO 4X0 VITÓRIA (COPA DO BRASIL 2009)

Casaca!

Vasco Hoje (12/05/1998) Duelo de campeões

Folha de São Paulo – 13/05/1998

O Vasco estava a um passo de se sagrar Campeão Carioca no ano de seu Centenário, já o São Paulo derrotara o Corínthians na final do Campeonato Paulista por 3 x 1, contando com a estreia de Raí e um partidaço de França e Denilson. este último, negociado junto ao Betis-ESP, faria seu jogo de despedida justamente contra o Gigante da Colina, em São Januário.

O time cruzmaltino tinha em seu time titular naquele dia nomes como Carlos Germano, Valber, Odvan, Felipe, Vágner, Pedrinho, Donizete, Luisão e buscava a conquista da Taça Libertadores, da Copa do Brasil, do Estadual, atrás de títulos nos seus 100 anos de vida, que se completariam pouco mais de três meses depois.

Mas o tricolor paulista não ficava atrás. Além de Raí, França e Denilson destacavam-se no time titular são-paulino Rogério Ceni, Zé Carlos, Serginho e Carlos Miguel.

Na partida de ida, cinco dias antes, um empate em 1 x 1 no Morumbi. O Vasco saiu na frente com Luizão aos 24 do 2º tempo, mas o time da casa igualou tudo com o volante Gallo aos 36.

Naquela terça-feira, 12 de maio, São Januário recebeu um público superior a 20.000 pessoas (19.245 pagantes), que testemunharam algo raro. Seis gols em 31 minutos, cinco deles marcados até os 20 do primeiro tempo.

Raí marcou para o São Paulo logo aos 53 segundos de jogo, aproveitando rebatida de Carlos Germano para o meio da área.

O que seria uma ducha de água fria para o Vasco só fez esquentar o jogo e aos três minutos a grande dupla de ataque do ano, Luizão e Donizete, funcionou mais uma vez. O ponteiro cruzou da direita para o artilheiro empatar o clássico.

Aos 11 Pedrinho bateu da entrada da área a bola desviou no zagueiro Bordon e enganou Rogério Ceni. Virada vascaína: 2 x 1.

Mas o São Paulo era valente e perigoso. Aos 14 França, após cruzamento de Zé Carlos da direita, cabeceia para grande defesa de Carlos Germano. Um minuto depois, entretanto, Bordon, também de cabeça marca o segundo tento tricolor, após centro de Carlos Miguel da direita, contando com a inação de Odvan na jogada. O resultado dava a classificação ao time visitante, pois marcara dois gols fora contra um do adversário no Morumbi.

Novamente o Vasco investe no ataque e Donizete faz a diferença. Aproveitando-se de uma falha geral da defesa são-paulina, após toque de cabeça efetuado por Odvan para dentro da área inimiga, desempata a partida.

Um minuto depois o centroavante França perde a cabeça, atinge Luizão violentamente – que voltara ao campo de defesa vascaína para ajudar no combate ao time adversário – e é justamente expulso.

Caminho aberto para o domínio vascaíno até o fim da primeira etapa. Aos 31 novamente Donizete protagoniza lance de gol. Ele cruza para a área e conta com a ajuda de Capitão, que marca contra, deslocando Rogério Ceni. Vasco 4 x 2.

Com dois gols a mais e um homem a menos do adversário a goleada parecia ser questão de tempo, mas o São Paulo tinha Denilson. O ponteiro ameaçou o gol de Carlos Germano em duas estocadas, aos 37 e 42 minutos e a partida foi para o intervalo sem um prognóstico definido.

O segundo tempo se inicia e Denilson permanece desequilibrando. Em jogada fantástica passa entre Alex Pinho e Nasa e é derrubado por Vitor, dentro da área. Raí cobra e marca, descontando para o tricolor.

Aos 24 minutos o Vasco tem Pedrinho expulso após carrinho por trás aplicado sobre Carlos Miguel.

Dez contra dez o jogo se torna emocionante de vez. O São Paulo em busca do empate que lhe daria a vaga, o Vasco apostando no contragolpe. Juninho a esta altura estava em campo para ajudar o meio campo cruzmaltino, após substituir Vágner, enquanto no São Paulo a entrada de Dodô dava mais poderio ofensivo à equipe. Os treinadores Antônio Lopes e Nelsinho Batista tinham pensamentos opostos naquele momento. Enquanto Lopes buscava segurar o empate, Nelsinho punha o São Paulo de vez à frente.

Nos 20 minutos finais o time de Raí esteve perto de chegar ao gol de empate, mas a proximidade do fim da peleja foi aos poucos trazendo ao torcedor cruzmaltino a sensação de que a vitória não escaparia.

Após o árbitro Wilson de Souza Mendonça trilar o apito pela última vez naquela noite o torcedor cruzmaltino passou a ter três certezas: a vaga às semifinais era mesmo do Vasco, o time era sim um dos melhores do país, senão o melhor, e que aquele jogo, de tantas nuances e alternativas, entraria para a história como um dos maiores embates do clássico Vasco x São Paulo, através dos tempos.

Outras vitórias do Vasco em 12 de maio

ANDARAHY 0 X 2 VASCO (CARIOCA 1929)

VASCO 5 X 1 MADUREIRA (CARIOCA 1935)

OLARIA 0 X 4 VASCO (CARIOCA 1996)

 

 

Vasco hoje (11/05/2006) – A noite de Edilson

 

Apelidado de capetinha nos anos em que brilhou no Guarani, Palmeiras, Corínthians e Flamengo, para os adversários do Vasco Edilson parecia um anjo, um menino bem comportado. Não incomodava, poucos gols marcava e estava longe de ser, já aos 35 anos, o terror das defesas adversárias de outros tempos.

Vasco e Fluminense faziam naquela noite de quarta-feira a primeira partida semifinal da Copa do Brasil e havia muita desconfiança sobre o time cruzmaltino. Seu atacante de destaque até ali havia sido Valdiram, um ilustre desconhecido do torcedor carioca até chegar ao Vasco meses antes. Uma série de jogadores contestados pelos torcedores, como o goleiro Cássio, Jorge Luiz, Fábio Braz, Diego, Roberto Lopes tentavam se harmonizar com o veteraníssimo Ramon, o veloz Wagner Diniz e o hábil Morais.

Mas o Flu tinha Petkovic, Tuta na frente, o ídolo Marcão, o eficiente lateral Roger a revelação Thiago Siva atrás, o garoto Lenny como um dos destaques do tricolor na temporada à frente, além de outros nomes que caíam já no gosto da torcida, casos de Arouca e do imprevisível Fernando Henrique, goleiro que usava e abusava de fazer defesas com os pés e as pernas, ao invés de usar as mãos para tal. No comando Oswaldo de Oliveira era o técnico. Contra ele, o “boleiro” Renato Gaúcho no banco vascaíno.

A partida começou estudada, mas com o Fluminense ligeiramente melhor em campo. Aos 13 minutos Thiago Silva marcou, mas em posição de impedimento. O gol foi bem anulado.

Jean, lateral esquerdo trazido junto ao Feyenoord-HOL pelo clube das Laranjeiras, perdeu grande chance de abrir o placar acertando a trave vascaína aos 17 minutos.

Quando as equipes foram para o intervalo a sensação era de que o Fluminense, melhor em campo, transformaria em gols sua diferença para o adversário na segunda etapa.

A entrada do lépido Abedi no lugar de Roberto Lopes, entretanto, mudou o panorama da partida.

Aos 13 quase o Vasco abriu o placar. Morais, de fora da área, acertou o travessão de Fernando Henrique.

Aos poucos o Fluminense foi se reorganizando em campo, mas quando parecia mais senhor das ações no gramado, veio a ducha de água fria.

Em jogada pela direita Morais deu a Ernane, que substituíra o apagado Valdiram. O garoto, apelidado por alguns como “Cacá do Nordeste” cruzou da direita para Edilson, que tocou de primeira inaugurando o marcador e fazendo explodir a torcida vascaína no Maracanã.

Dali por diante o Fluminense se mostrou perdido em campo, longe do empate e perto da eliminação após o apito final do árbitro 15 minutos depois do gol de Edilson. O herói do jogo assim resumiu sua participação decisiva no clássico: “Atacante é assim mesmo. Precisa estar no lugar certo, no momento certo”. De fato, naquela noite de 11 de maio ele estava.

Outras vitórias do Vasco em 11 de maio:

 
VASCO 2X0 ANDARAHY (CARIOCA 1930)

VASCO 4 x 0 PORTUGUESA (CARIOCA 1975)

SERGIPE 0X5 VASCO (BRASILEIRO 1978)

PORTUGUESA-RJ 0X2 VASCO (CARIOCA 1986)

VASCO 2X1 AMERICANO (CARIOCA 2002)

Vasco hoje (10/05/1953) – Expresso passa pelo Bangu, tal qual locomotiva

 

Aquele expresso de tantas vitórias vinha da conquista do Campeonato Carioca de 1952, encerrado em janeiro daquele ano, conquistara o Torneio Quadrangular Internacional do Rio de Janeiro, goleando na final o Flamengo por 5 x 2, com show de Sabará, o Torneio Internacional de Santiago, no Chile, era o líder invicto do Torneio Rio-São Paulo e já se encontrava a 32 jogos invicto. Não perdia desde setembro do ano anterior.

O formidável Expresso vivia seus últimos meses de glória e teve na manhã daquele domingo, 10 de maio, mais uma atuação de gala. Ainda sem contar com Ademir o Vasco entrou em campo para enfrentar o Bangu, carente de seu grande destaque, Zizinho e aplicou a goleada no ritmo que quis.

O Globo 11/05/1953

Logo aos 10 minutos Danilo, apoiando o ataque, centrou da direita para Chico, que mesmo apertado pelo banguense Zé Carlos, conseguiu atirar em gol. A bola tocou na trave e chegou às redes. Vasco 1 x 0.

Sete minutos se passaram e em lance construído por Chico, Genuíno invadiu a área pela direita, mas foi aterrado por Zé Carlos. Pênalti marcado e logo em seguida cobrado com firmeza por Maneca. Estava ampliado o marcador.

Aos 30 houve pênalti cometido pelo zagueiro Haroldo, do Vasco, sobre Menezes mas o árbitro Mário Vianna marcou falta fora da área para o Bangu. Mesmo com o erro do árbitro a favor do time cruzmaltino a tendência era de uma vitória folgada, dada a qualidade de jogo apresentada pela equipe de São Januário.

A um minuto do fim da etapa inicial o Expresso marcou o terceiro: Genuíno tabelou com Maneca e bateu em gol. A bola desviou em Zé Carlos, enganando o goleiro Jorge e indo morrer no fundo da rede. Pouco depois terminava a primeira etapa com a vitória parcial do quadro dirigido por Flávio Costa.

O Globo 11/05/1953

No segundo tempo o panorama permaneceu amplamente favorável ao Vasco. Aos 18 minutos surgiria o quarto tento cruzmaltino em falha do arqueiro Jorge, que, adiantado, tentou a defesa num chute desferido por Genuíno – mineiro trazido pelo Vasco junto ao Madureira, substituto de Ademir naquela partida – mas acabou por não evitar mesmo após tocar na bola que a pelota adentrasse sua meta. Vasco 4 x 0.

Para fechar o placar os cruzmaltinos contaram com uma grande jogada individual de Ipojucan, que esticou para Sabará invadir a área em diagonal e fuzilar Jorge, mesmo acossado no lance pelo half esquerdo Edilson. Eram decorridos 32 minutos e estava sacramentado o escore final do jogo: 5 x 0.

O vascaíno Danilo Alvim foi considerado o grande destaque da partida e a renda, superior a Cr$300.000,00 foi considerada uma prova de que o horário matinal dos domingos poderia sim motivar à presença de grandes públicos nos estádios cariocas.

A Noite – 11/05/1953

Outras vitórias do Vasco em 10 de maio:
BONSUCESSO 1X3 VASCO (CARIOCA 1931)

VASCO 5X1 BANGU (CARIOCA 1942)

VASCO 2X0 INTERNACIONAL-RS (BRASILEIRO 1992)

AMERICANO 0X2 VASCO (CARIOCA 2000)

Aconteceu em 16 de maio – Vasco vence o Botafogo de virada por 3 a 2 pelo Carioca de 1926

 

No dia 16 de maio de 1926 o Vasco vencia de virada o Botafogo em General Severiano por 3 a 2, gols de Russinho, Tatu e Bolão.

Aquela era uma grande equipe, que manteve a base do time campeão carioca de 1924, com jogadores como Nelson, Espanhol, Bolão, Arthur, Paschoal, Torterolli, Russinho e Negrito.

O curioso deste campeonato é que terminada a última rodada, o Vasco era o líder e tinha um ponto a mais que o São Cristóvão. Só que o jogo Flamengo 3×1 São Cristóvão do returno, havia sido interrompido com mais da metade do 2º tempo disputado. A partida acabou sendo anulada e teria de ser disputada de novo. O Flamengo, já em 5º lugar na tabela e fora da disputa, se vencesse ou empatasse com o “São-cri-cri” daria o título ao Vasco.

Adivinhem o que aconteceu?  Na reedição da partida, o Flamengo entregou o jogo e foi goleado por 5 a 1 pelo São Cristóvão.

O Vasco que derrotou o Botafogo atuou com Nelson, Espanhol e Itália; Nesi, Bolão e Arthur; Paschoal, Torterolli, Russinho, Tatu e Milton.

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Outras vitórias do Vasco em 16 de maio:

16/05 – Vasco 3 x 0 Olaria (Carioca 1976)

16/05 – Vasco 3 x 0 Bonsucesso (Carioca 1993)

16/05 – Americano 0 x 1 Vasco (Carioca 1999)

16/05 – Vasco 1 x 0 Deportes Concepcion-CHI (Libertadores 2001)

 

Aconteceu em 9 de maio – Vasco vence Botafogo de virada com golaço histórico de Roberto

 

No dia 9 de maio de 1976, o Vasco vencia o Botafogo de virada em jogo que entrou para história pelo belíssimo gol de Roberto Dinamite, após um humilhante chapéu em Osmar.

Com a vitória o Vasco ficou a um ponto do Flamengo e empatado com o Fluminense na segunda posição. No domingo seguinte, enquanto o Vasco despachou o Olaria em São Januário, houve empate de 0 x 0 no Fla x Flu, resultado que levou a decisão da Taça Guanabara a um jogo extra entre Vasco x Flamengo, quando nos sagramos campeões na disputa por pênaltis.

O golaço da virada aos 45 minutos do 2º tempo mereceu destaque no início da matéria do jornal “O Globo” do dia seguinte:

“Aos 45 minutos do segundo tempo, Zanata fez bala jogada pelo lado direito da área e centrou alto, de pé esquerdo. Roberto escorou no peito, driblou Osmar pelo alto, num espaço de pouco mais de um metro, e, de perna direita, deu um voleio, colocando a bola, à meia altura, no lado direito de Wendell: Vasco 2 a 1, resultado justo pare o lime que mais procurou a vitória e fora surpreendido com a gol de Ademir, no primeiro tempo, num dos poucos ataques do Botafogo.” 

As atuações da equipe cruzmaltina, com destaque para o “gol de Pelé” de Roberto:

A ficha do jogo, os gols e a atuação da arbitragem:

Os gols do jogo:

Outras vitórias do Vasco em 9 de abril:
AMÉRICA 1 X 3 VASCO (CARIOCA 1926)

PORTUGUESA 1 X 4 VASCO (TORNEIO RIO-SP 1959)

VASCO 2 X 1 BOTAFOGO (CARIOCA 1993)

VASCO 1 X 0 FLUMINENSE (CARIOCA 1999)

DEPORTES CONCEPCION-CHI 1 X 3 VASCO (LIBERTADORES 2001)