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Todo mundo tenta, mas só o Vasco Hexagera

  • Foi desde o início uma prova do tamanho que é o Vasco.

Nas primeiras duas rodadas, com a imprensa praticamente toda contra o estadual, denegrindo-o e tentando desvalorizá-lo, a torcida do Vasco compareceu de forma exemplar nos jogos contra o Madureira, na estreia, e diante do América, em Edson Passos, quatro dias depois. Sete gols marcados e dois sofridos demonstravam que o início era alvissareiro.

No quarto compromisso, o improvável: jogaríamos contra o Flamengo em São Januário, após 11 anos, com choro escandaloso da direção rubro-negra sobre o evento, quebra de banheiro por parte de sua torcida e grande pressão contra a partida em nosso estádio, como tradicionalmente ocorre com os sem campo. Além da manutenção do jogo lá, uma vitória de uma forma que jamais havíamos conquistado contra o clube da Gávea. Com o gol decisivo marcado nos acréscimos. Pedrinho, Cocada,  Roberto, Abel, Paulo Cesar Puruca, Silva, Pascoal fizeram gols decisivos nos cinco minutos finais do clássico, mas ninguém havia registrado o que fez Rafael Vaz. Parecia um predestinado.

A primeira fase do campeonato chegava próxima do fim e outro clássico em São Januário seria disputado: diante do Botafogo. Saímos na frente com Riascos, que seria decisivo em outros confrontos de expressão mais adiante, Nenê acertou a trave em belíssimo lance, mas logo depois uma falta do meio da rua cobrada com um tiro fortíssimo pelo zagueiro Emerson surpreenderia Martin Silva e a muitos vascaínos presentes em São Januário. O 1 x 1 pareceu injusto pela produção do Vasco, após a marcação do primeiro gol, mas futebol é bola na rede…

Após o final da fase inicial, na qual o Vasco ficou apenas atrás do já surpreendente Botafogo, partimos para a disputa da Taça Guanabara. O jejum de 13 anos sem conquistá-la foi se vislumbrando próximo de ser quebrado diante dos resultados obtidos nas três primeiras rodadas. Na estreia um 2 x 0 convincente contra o Bangu, contando o Vasco com bela atuação do até ali apagado Jorge Henrique. Em Cariacica uma festa vascaína do início ao fim da estadia do Vasco no Espírito Santo. A vitória por apenas 1 x 0 pareceu pouco, diante de várias chances desperdiçadas pela equipe. Já contra o Botafogo, mesmo sem jogar bem, o Vasco contou com a genialidade de Nenê, o garçom da hora, e o oportunismo de Thales, o artilheiro do jogo, que marcou o gol único da vitória vascaína.

Na quarta rodada o Vasco vai para Brasília (mais uma vez ovacionado por sua torcida desde a chegada no aeroporto), mas em campo mostra mais defeitos que virtudes. Riascos salva o time de uma derrota e mantém o tabu recente diante do rival. Placar final: 1 x 1.

Veio então um pequeno período de apreensão. Se na primeira fase vencemos os eliminados Tigres e Bonsucesso, atuando com pressão intensa sobre os adversários (derrotados por 2 x 0 e 3 x 1 respectivamente), o jogo contra o Volta Redonda esteve aquém da expectativa. Foi o ressurgimento de Thales na equipe com um gol inicialmente construído e posteriormente arrematado (o segundo do Vasco), mas a equipe (embora vencesse por 2 x 0) não atuara bem. Na Taça Guanabara o enredo da primeira etapa foi pior ainda. O Vasco até saiu na frente, embora não realizasse uma grande partida, teve tudo para ampliar, mas o incrível aconteceu: Nenê perdeu um pênalti. E pior: o Voltaço empatou, fechando o placar. Decepção geral.

Jogo seguinte vitória inconvincente diante do lanterna da Taça Guanabara, Madureira. Se antes muitos torcedores pensavam numa goleada, a magra vitória por 1 x 0 foi mais uma frustração.

Chegava então a hora da verdade. O Vasco atuaria na última rodada da Taça Guanabara precisando de uma vitória sobre o Fluminense. O adversário jogava pelo empate e vinha bem, invicto naquele octogonal e sem perder ponto para as chamadas equipes pequenas.

O suposto favoritismo tricolor não inibiu torcedores vascaínos em Manaus de se mostrarem presentes e confiantes no time desde a chegada à capital do Amazonas. No jogo, certo equilíbrio no primeiro tempo e um Vasco mais ágil na segunda etapa. A vitória veio com mais um gol de Riascos e o título da Taça Guanabara conquistado novamente, 13 anos depois.

O Vasco pegaria então o Flamengo na semifinal. Jogo único, vantagem do empate e o clube não exerceu seu mando de campo como muitos torcedores sonhavam. A partida foi tirada de São Januário para o mesmo local da peleja diante do Fluminense. Estádio lotado, com um contingente maior de flamenguistas e uma bandeira fincada no meio de campo após a entrada sem escrúpulos do time rubro-negro no gramado, largando crianças torcedoras do clube pelo caminho.

Nas quatro linhas, superioridade traduzida em gols, numa fácil vitória por 2 x 0, que no final do espetáculo pareceu pouco diante da apresentação vascaína no clássico.

Veio então o Botafogo na decisão. Ninguém teria vantagem alguma nos dois confrontos decisivos, mas o Vasco no primeiro deles construiu um handicap para a finalíssima. Venceu o glorioso por 1 x 0 e ficou a um empate do título.

E, finalmente, a 08 de maio, após estar atrás no marcador, numa falha de Rafael Vaz, o predestinado zagueiro fez o gol de empate. Ele substituiu Luan no intervalo, assim como saíra do banco para dar a vitória ao Vasco no jogo contra o Flamengo em São Januário na primeira fase.

Entre o gol de empate do Vasco e o fim da peleja se passaram 40 minutos e neste período a experiência do time cruzmaltino, aliado à inexperiência alvinegra, que rodava a bola, mas não conseguia desenvolver muitas jogadas de perigo (duas ou três no máximo) levou o escore a não mais se alterar. Chegávamos então ao nosso vigésimo quarto título carioca e ao sexto invicto, igualando a campanha do primeiro título invicto do Expresso da Vitória, em 1945: 13 vitórias e 5 empates.

Outros tentam, mas só mesmo o Vasco é hexacampeão estadual invicto. De forma justa, merecida, quebrando paradigmas (como o da alta faixa etária do time) e fazendo história mais uma vez com o ministro da defesa Martin Silva, o veloz Mádson, o desenvolto Luan, o xerife Rodrigo, o eficiente Julio Cesar, o lutador Marcelo Matos, o passador Julio dos Santos, o hábil Andrezinho, a referência Nenê, o tático Jorge Henrique, o imprevisível Riascos, o matador Thales, o lutador Éder Luís, os garotos Jordi, Henrique, Mateus Vital, Caio Monteiro, Matheus Indio e Evander, o despojado Pikachu, o valente Jomar e, finalmente, o predestinado Rafael Vaz, entre outros, bicampeões comandados pelos hoje mais vascaínos que nunca, Zinho e Jorginho.

Foi na técnica, foi na raça, na catimba, no oportunismo, na categoria, na disciplina, no improviso, no sangue, no coração. O Vasco venceu cinco clássicos em oito disputados. Da Taça Guanabara em diante tomou apenas três gols em 10 jogos. Mantém-se invicto, desde 08 de novembro do ano passado, portanto há seis meses e dois dias, chega a 25 jogos sem perder, podendo bater marcas e recordes históricos.

Finalmente uma menção à torcida vascaína. Após o gol sofrido diante do Botafogo anteontem, ela não se calou, não se entregou. As viradas ocorrem muitas vezes com este apoio oriundo das arquibancadas e o dado aos atletas em campo no domingo foi exemplar, embora a apreensão dos 20 minutos finais tenha deixado o estádio mais próximo do silêncio que do grito. Mas aí o resultado já era do Vasco.

Que as comemorações continuem, pois a supremacia vascaína incontestável este ano já entrou para a história do clube.

Quanto aos incomodados da turma do contra… Eurico neles!

Sérgio Frias

Caixa

 

Tenho observado as manifestações a respeito do fechamento de patrocínio do Vasco com a Caixa Econômica Federal e no próprio site já houve várias.

No site Netvasco pesquisa anterior à oferta final da CEF mostrou que a maioria ficou de acordo com a não redução do valor para o acerto do patrocínio.

Alguns chegaram a defender que o valor de 9 milhões ano (tá bom, 7,5 + bônus) poria o Vasco num patamar definitivo de decréscimo. E por aí foram…

E há ainda a discussão se empresas vinculadas ao governo deveriam ou não patrocinar clubes de futebol, o que traz usualmente questionamentos entre contemplados e não contemplados, celeumas referentes a valores e uma névoa política sobre as resoluções individuais vistas.

Abstrações são direitos individuais, mas a concretude desta situação é simples e clara.

O Vasco fechou contrato com a CEF e este saiu publicado em Diário Oficial a 24/07/2013. Duração até agosto de 2014. Na época o clube não apresentou as contrapartidas exigidas e a empresa pública sequer aventava a hipótese de fazer uma renovação com o clube.

Com a chegada da gestão atual, as contrapartidas foram satisfeitas e o Vasco apresentou um retorno de mídia previsto em contrato que daria azo a não manutenção do valor para 2015.

Entre janeiro e maio o Vasco negociou, brigando pelos 15 milhões, e muitos achavam improvável a manutenção pelos números apresentados em 2014, mas após a conquista do título estadual o presidente Eurico Miranda argumentou junto à direção da empresa que o Vasco havia sido o clube, dentre todos os patrocinados, a ter dado maior visibilidade à marca nas finais dos estaduais. Com isso obteve a manutenção do valor. E o retorno no ano passado foi considerável, a ponto de a empresa já quase no fim de dezembro pretender permanecer com o patrocínio para 2016.

Ocorre que foi utilizado um raciocínio, expresso inclusive pela presidente da empresa quando da confirmação do fechamento, no qual se entende que o abismo de valores comparados em 2014 e 2015 teria sido afetado pelo fato de em 2014 o clube ter atuado na segunda divisão.

Podemos discutir “n” conceitos referentes a esta circunstância, ora repetida. Mas parece razoável pensar que o Vasco não terá o mesmo retorno de mídia neste ano, se comparado ao ano passado, pelo menos a princípio.

O dizer da Caixa sobre o motivo pelo qual baixou a oferta de patrocínio parte de uma premissa. Considerando-a ao Vasco caberá um valor muito maior em 2017, caso haja novo acordo, apresentando, por exemplo, melhor retorno de mídia em 2016, comparado a 2014, o que será possível diante de uma performance esportiva boa e a condução do clube feita de maneira positiva no âmbito institucional (leia-se, pagando a quem deve, cumprindo acordos e contrapartidas, tendo sucesso na implementação de planos e vendas, etc…).

Diferentemente da opinião de vários companheiros de luta eu me posiciono claramente favorável ao acordo firmado visando estrategicamente aumentá-lo de forma relevante no próximo ano, justamente levando-se em conta a justificativa dada por parte da empresa pela diminuição.

Argumentos ou certezas surgem de vários lados batendo o martelo de que o ocorrido se deu por politicagem. Se há politicagem, esta, por princípio, favoreceu o Vasco, em detrimento de São Paulo, Santos, Fluminense e Botafogo, por exemplo, pois tais clubes não tiveram ofertas da empresa e estão na primeira divisão.

Quando se expõe a público o motivo pela redução, dá-se vazão a que na negociação seguinte uma situação distinta mude o cenário.

Além disso, considero a crise econômica geral e a dificuldade vista em vários outros clubes para fechar algo no patamar obtido pelo Vasco, como um fator de alerta. Conseguiu-se mais 20% no fim da negociação, chegando-se aos nove milhões e desde já é cabível propor que ainda durante o contrato se busque mais caso o clube chegue às fases finais da Copa do Brasil, quando terá a oportunidade de atuar no horário nobre do meio de semana.

Ser arremessado à segunda divisão da forma como o Vasco foi, por culpa única e inequívoca da arbitragem, responsável por nos tungar 14 pontos (bastava-nos obter três para permanecer na Série A) é claro que traz consequências.

Felizmente não perdemos 10,5 milhões de reais com a TV como em 2009, felizmente temos a expectativa de uma nova receita com o programa de sócio torcedor para este ano, felizmente o clube manteve elenco, salários em dia, cumprimento de acordos, investimento em basquete, remo, base, estrutura, patrimônio e permanece com crédito no mercado junto a uma nova fama de bom pagador, mas isso não ocorre com milagres e sim com a entrada de receitas.

O Vasco vai paulatinamente se reerguer, apesar do “crime” cometido contra o clube pelos homens de bandeiras e apitos (que Eurico Miranda de forma errada assumiu em nome deles, ou apesar deles, como se o “criminoso” fosse ele).

Em 2016 é lutar e muito para manter o projeto de reequacionamento, brigar por títulos sim e permanecer demonstrando ser o Vasco um clube responsável e agregador, possuindo grande peso nisso o envolvimento dos vascaínos através da adesão ao programa de sócio torcedor aberto pelo clube em março.

E quanto a 2017? Cada passo de uma vez.

Sérgio Frias

Sérgio Frias fala sobre o contrato com a CEF – Casaca no Rádio 12/04/2016 by casaca_oficial

Cobranças

Acompanho futebol há cerca de 40 anos.

Não me lembro de ter visto manifestações tão contundentes a respeito de treinador da base, em todo esse período, numa circunstância tão peculiar como vimos e que há de ser pontuada, retratada e cobrada intramuros.

O caso do treinador Rodney Gonçalves para mim só não é espantoso porque essa gente, banhada pelo ódio, pelo despeito e pelo oportunismo, age assim por vocação: o nível é péssimo, o Vasco secundário e as manifestações típicas de quem se esconde por detrás de um grupo para caluniar e fazer insinuações torpes a profissionais do clube que tem história no Vasco, um hábito “muviano”, ora travestido de amarelo.

O Vasco tomou de 5 x 0 do Fluminense no Sub 20 e isso foi uma vergonha, alicerçado também pelo fato de o time ter largado o jogo quando tomava de três, levando dois gols próximo no fim.

Incrível ninguém ter comentado ainda que o time do Andrey tomou de 5 x 0, o time do Evander tomou de 5 x 0, o time do Mateus Vital tomou de 5 x 0, o time do Mateus Indio tomou de 5 x 0, o time do Caio Monteiro tomou de 5 x 0. Todos atletas que atuaram na equipe de cima este ano ou estão próximos disso.

E não me venham com o papo de que faltou entrosamento. Do meio para frente são cinco atletas os quais atuam ou atuaram juntos. Faltou a eles sim comprometerem-se com o jogo. Recomporem, marcarem, irem com sangue nos olhos a cada jogada, disputá-las, sentirem no gol adversário a vontade de reagir, retrucar, suar a camisa do Vasco, clube que lhes paga e ao qual devem ser todos muito agradecidos pelo tratamento proporcionado.

O que houve, de fato? Individualmente o Vasco possui ainda outros nomes de destaque, como o lateral Allan Cardoso, o zagueiro Lucas Barboza, autor do gol da vitória sobre o Flamengo no turno, o centroavante Hugo Borges, e por aí vai.

A derrota para eles passa como um acaso? Há algum problema de que um atleta eventualmente aproveitado no time de cima venha a participar com outros companheiros do Sub 20 e atuar com destaque? Não são todos profissionais? Por outro lado, o salário é diminuído quando um atleta já aproveitado em cima volta a atuar na categoria?

Discutamos, é claro, o trabalho de A ou B, porque numa derrota dessas muito há de se conversar para não repeti-la no futuro, mas a grande questão, a ampla questão está diretamente relacionada a dificuldade de hoje se cobrar a harmonização dos atletas partícipes regularmente do elenco, com aqueles que atuavam antes de um jogo decisivo. A vitória é de todos e a derrota idem.

Há de se valorizar a chegada dos que atuam em cima e vêm para ajudar, bem como dos outros componentes do plantel. A união faz a força, mas a desunião azeda o caldo.

O treinador Rodney Gonçalves não é um paraquedista no Vasco. Numa categoria abaixo, ainda em 2008, foi Campeão da Copa do Brasil Sub 17, vencendo o Santos de Neymar por 2 x 1 na decisão. Essa mesma turma, pelo mesmo motivo de agora, ódio a Eurico Miranda e a qualquer um que tenha relação direta ou indireta com ele, seus filhos, etc… o demitiu no dia seguinte e foi reverberado nas mídias situacionistas da época uma satisfação com isso.

O desprezível contingente nada mais faz que, independentemente de qualquer resultado, procurar algo possível para lançar diatribes contra a administração.

O centroavante do Fluminense, decisivo no jogo, treinava em cima, desceu e definiu, como já vimos no passado ocorrer com Roberto Dinamite, Geovani, Valdir, Jardel, entre outros exemplos. A arma é utilizada por todos, mesmo porque a obviedade de se tornar mais forte um time com a possibilidade de utilização do que se possui de melhor é quase um axioma.

Não acho razoável para o futuro dos atletas de base do Vasco ficarem protegidos, enquanto se queima o treinador, após um vexame proporcionado por eles em campo. É assim que pretendem se destacar em suas carreiras? Ora, o Vasco largou o jogo no fim, quando perdia por 3 x 0. Foi o treinador quem mandou largar?

Como justificar que uma linha de frente formada por Índio, Mateus Vital, Evander e Caio Monteiro, contando ainda com a ligação de Andrey no meio, não tenha feito nada de relevante em campo? Não se comprometeram com o jogo? E os outros do time? Não podem cobrar no gramado denodo, vergonha na cara e comprometimento dos companheiros? Não podem dar de si também em dobro num jogo de mata-mata?

Nada justifica a ridícula atuação do Vasco contra o Fluminense nas Laranjeiras. Mesmo que o treinador tivesse escalado o Caio Monteiro no gol e o goleiro Júnior Souza de centroavante. Todos precisam ser cobrados e, claro, a direção do Vasco deve fazê-lo.

Finalmente, sobre o tio de Rodney Gonçalves, Nilson Gonçalves, com décadas de trabalho no Vasco e também na CBF, faltou respeito a ele e sobrou leviandade. Nada diferente daquilo que se vê no grupo amarelo. A frustração é total não com as derrotas nos juniores, que quase ninguém do bando acompanha. O melhor caminho é mesmo chorarem suas mágoas com os rubro-negros. Não nos esqueçamos da ausência de uma linha sequer desse grupo após a vitória contra o Flamengo, que levou o Vasco à finalíssima do estadual em 2015. Algo absolutamente simbólico.

Sérgio Frias

O líder e os micos

Há um simbolismo evidente percebido na primeira rodada do Estadual 2016.

Toda a briga de bastidores em detrimento do futebol do nosso estado, perpetrada pela dupla Fla x Flu, partia de uma premissa falsa, a respeito dos dois clubes, “linkados” à Lusa paulista desde 2013 no imaginário popular.

Lá pelo final dos anos 90 um grito em uníssono surgia das arquibancadas antes de cada jogo do Fluminense, que numa rima em homenagem a suas mães terminava em “O Fluminense é a vergonha do Brasil”.

Mas uma ou duas temporadas depois o clube mostrou a todos a injustiça da rima e tomou uma atitude digna da sua grandeza. Pintou com orgulho em sua sede a conquista da Série C no inesquecível 1999 tricolor.

O Flamengo, por sua vez, pagou mico por mais de 25 anos, crendo ser, em desacordo com a Justiça Brasileira, o Campeão Brasileiro de 1987, título conquistado pelo Sport em ano no qual o Flamengo correu. Meses depois, o rubro-negro do Rio (não falo do Itaperuna) percebeu que correr teria sido também um bom caminho no Estadual, afinal caiu de quatro na competição e teve Cocada como sobremesa. Passados mais nove anos, correu do Vasco (no Estadual de 1997) e no ano seguinte sebo nas canelas novamente. Rubro-marrom nas duas oportunidades, o time sem campo é useiro e vezeiro em colecionar vergonhas.

Já foi o Fla lanterna de um estadual,  protagonista de escândalos e indecências, desde as papeletas amarelas até o caso Lusa em 2013, desrespeita a tudo e a todos (normas vigentes, decisão judicial), além de comer carniça e arrotar caviar.

O desserviço feito ao futebol do Rio, com a associação junto a estados sem 30% do prestígio obtido pelos clubes principais do nosso, pondo-se abaixo de São Paulo, num movimento entreguista que faria inveja ao MUV amarelo (por sinal aliado da dupla!!!), tinha por objetivo que Fla e Flu, terceiro e quarto colocados do estadual 2015, no qual apanharam de Vasco e Botafogo, simplesmente tivessem garantidas vagas para a competição pirata arrumada junto a Delfim e cia.

Ora, competição pirata é com o rubro-negro mesmo, que critica Eurico Miranda há décadas por ter dado caráter oficial ao Campeonato Brasileiro de 1987, quando propôs na CBF o cruzamento de módulos, tirando onda com os otários após a classificação de Inter e Fla para o quadrangular, mostrando-se 1000% ao lado da dupla para que não jogassem o cruzamento proposto por ele próprio.

Já o papai do Flamengo virou um clube pronto a se posicionar à reboque do filho, tal qual um cão amestrado esperando um osso rubro-negro atirado da carniça que comem.  A subserviência tricolor enrubesceria Nelson Rodrigues.

Mas, deixemos para lá. O relacionamento íntimo deles pertence somente a eles. Não metamos a colher.

O fato é que arbitral recente da FFERJ definiu estarem aptos para disputar a Liga Sul-Minas 2017 (competição oficial, caso se adeque ao calendário brasileiro) os clubes campeões e vice campeões do estado em 2016. Repetido o enredo do ano passado os classificados seriam Vasco e Botafogo. A dupla arco-íris ficaria, no caso, de fora.

O calvário começou com dois grandes fiascos protagonizados pela dupla. Enquanto o Voltaço fez gato e sapato do pobre Fluminense, Leandrão lembrou ao Flamengo o peso de ter um atacante vascaíno contra si (vide Riascos, Gilberto e Rafael Silva no ano passado).

Soube-se que no fim da peleja em Volta Redonda um torcedor do clube anfitrião falava em tom pouco efusivo: cumprimos a meta. Temos que vencer todos os pequenos em casa.

E o Campeão Estadual estreou com goleada. Nenê, o craque da galera, foi o melhor do time. Se a atuação do time cruzmaltino não foi tudo o que se esperava, o resultado sim.

Público em festa, o maior da rodada, diante de uma tarde ensolarada, a volta ainda tímida mas já perceptiva de ocupação do espaço destinado à Força Jovem, estreia do Pikachu – pretendido pelo Flamengo, mas trazido pelo Vasco – dois gols de Riascos, vitória na preliminar, e a liderança do estadual 2016, o mais sensacional dos últimos 100 anos, simplesmente porque a torcida do Vasco quer que assim o seja. E torcida campeã já começa o ano com razão.

Sérgio Frias

Ao Pesquisador

<strong>Alex do Carmo disse (Sobre o texto “Resposta ao freguês”):</strong>

Mas q texto BIZARRO!!!

Digno de risadas e mais risadas.

Antes de defecarem pelo teclado, estudem a HISTÓRIA DO CKUBE PIONEIRO NO FUTEBOL.

Sem o FLU vcs estrariam remando até hoje!

Tuvemos negros em nossos times desde o início de nossa historia. O tal jogador q passa va pó de arroz, o fazia desde o América e quando se transferiu foi alvo da torcida americana q o chamou de pó de arroz.

Tá Flu o acolheu e ainda o tornou nosso simbolo.

Vcs sim, na maracutaia, quando o futebol era ainda amador, pagavam os jogadores por fora, forçando o Flu, como sempre ao pioneirismo de introduzir o profissionalismo ao Futebol.

-nquanto vcs não tinham estádio, emprestamos o nosso diversas vezes, inclusive se não o fizéssemos vcs nao poderiam participar dos Campeonatos.

Antes de falarem merda pesquisem. Clube q tem Eulixo Pilantra de Presidente devia ter vergonha.

VCS SÃO LIXO!!!
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Como é, luminar?

Sem o Fluminense?

Conheça a história você.

O Vasco, em 1923, poderia mandar seus jogos para a Rua Ferrer (campo do Bangu), em Figueira de Melo, para qualquer lugar em que foram realizadas partidas no campeonato. Até mesmo para seu próprio campo alugado na Rua Moraes e Silva, caso fosse desejo do clube. Ou você acha que o campo da Rua Barão de São Francisco Filho, do Andarahy, cabia muita gente?

Havia interesse de todos pelo aluguel do campo do Fluminense. Do tricolor, que cobrou e cobrou bem pelo que você ingenuamente chamou de “empréstimo”, para a FMDT, que detinha parte das rendas, e para a torcida do Vasco, que já lotava qualquer campo no qual o Vasco jogasse. Como o clube era popular e não racista e ainda incorporava muitos lusitanos e descendentes radicados no Rio de Janeiro, era algo óbvio o número de torcedores que o Vasco carregava para acompanhar seus jogos.

Mas, Zé, o tricolor ganhou muito nesses aluguéis, diferentemente do que o Vasco fez cerca de 80 anos depois com o teu clube. Emprestou, aí sim, de graça São Januário. E vocês conquistaram no nosso campo um brilhante vice-campeonato, diante do bravo Paulista de Jundiaí, do craque Marcio Mossoró.

Continuando: o Fluminense foi o primeiro a introduzir no futebol a concentração. Desconfia-se que fosse possível pagar ou dar benesses a seus atletas, mas não gostavam de uma mistura de cores em tais concentrações. É bem simples de se entender isso.

Prosseguindo:

Não há como o Fluminense explicar, em 1.000 anos de história, porque permitiu o besuntar de pó de arroz do seu associado. Como não há como o América fazer o mesmo. Como não há como ambos justificarem o porquê de diante do quadro social de seus clubes não terem repudiado o preconceito do adversário, afinal a coloração pó de arroz era um ato de defesa diante de um preconceito sofrido e o referido atleta foi sócio do América e posteriormente do Fluminense. Os associados tricolores e americanos, como rubro-negros, botafoguenses e afins tinham o preconceito na pele, eram geridos por dirigentes que o tinham da mesma forma, vide regulamentos esdrúxulos para aceitação de atletas que pudessem jogar futebol na elite carioca. Uma vergonha para a historia do futebol brasileiro.

Realmente uma grande demonstração de que o Fluminense não tinha nenhum preconceito de ordem social e racial, pode ser comprovado nas fotos dos times tricolores entre 1906 e 1919. Havia muitos negros, não é mesmo?

Sei que hoje vocês carregam a vergonha de torcer por um clube racista na origem, mas isso foi plantado pelos seus ídolos dos anos 10, 20, etc… do século passado. Houve alguns ganhos, como os terrenos dos Guinle, mas o prejuízo histórico é irreparável.

Agora vamos falar de pesquisa. Falta aos pesquisadores tricolores explicarem como era remunerado o treinador J. A. Quincy Taylor.

Falta aos pesquisadores tricolores decifrarem quanto os atletas do Fluminense, nos anos 10, pagavam pelas massagens, refeições e dormitórios dentro do clube. Uma dica: alguns pesquisadores tiveram acesso a números que comprovam um curioso gasto do Fluminense com essas coisas “amadoras”. Há atletas conhecidos na época como “borboletas” do futebol. Quantos passaram pelos clubes da zona sul como borboletas de estação? Pesquise. Lembre-se: estamos falando dos anos 10 do século passado ainda.

E a repentina mudança de paixão de associados/atletas de seus clubes para outros. Imagine você: o cara era sócio de um clube e simplesmente decidia jogar por outro, associando-se àquele. Claro que houve situações pessoais mesmo, como a de Marcos Carneiro de Mendonça, mas não vamos imaginar que eram apenas motivações sentimentais. Ou eram, Poliana?

Em 1918 o Botafogo trouxe dois uruguaios para seu clube (Monti e Behegaray), que supostamente, dentro de seu brilhante raciocínio, caíram de amores pelo alvinegro, resolvendo mudar de cidade, país, tornando-se sócios do alvinegro desde então e atuando no clube. Haja amor!

E a história dos paulistas Friedenreich (Paulistano), Amilcar e Neco (Corínthians)? Você conhece?

Eles receberam ou não para participar do Sul-americano de 1919? Devolveram o que receberam? Procure pesquisar…

E a “importação” rubro-negra de cinco atletas em 1919? Junqueira, Campeão pelo Paulistano em 1918, Mesquita , com passagem pela mesma agremiação, Kuntz, Candiota e Sisson, oriundos do… Rio Grande do Sul. Foi amor ao Flamengo?

E sobre a Lei do Estágio, que caiu em 1920 e antes obrigava a que o atleta ficasse um ano sem atuar antes de poder jogar em outra agremiação? Como se resolveu a questão? Vá pesquisar…

Curiosamente, o atleta que marcou o gol da vitória do Vasco contra seu freguês de caderno na primeira partida entre ambos no ano de 1923 foi Arlindo Pacheco, ex-América e Botafogo. Outra “borboleta” do futebol. Mas como? Afinal só o Vasco buscava o profissionalismo não é mesmo? Fla, Flu, Bota e América eram amadores…

A verdade clara e que esbofeteia toda a torcida tricolor é a seguinte: não importava se o cara era “borboleta”, não importava se se “importava” atleta do Sul ou do Uruguai para jogar no seu clube, não importava se um jogador havia atuado em dois, três, quatro clubes diferentes na carreira. O que importava era se estava dentro dos cínicos padrões dos preconceituosos dirigentes da época. E os do Vasco não estavam. Porque eram pobres, eram negros, eram analfabetos e não podiam suplantar com a bola nos pés aquela elite empertigada e pronta a ser vencedora no dia a dia, sabendo que os negros, analfabetos e pobres seriam perdedores natos. Uma partida de futebol não poderia mostrar algo diferente disso, por mais que fosse sabido o brotar de craques nas chamadas “Ligas Suburbanas”. Não podia haver mistura.

Enquanto o Vasco teve um presidente mulato no ano de 1904 e brigou para que seus remadores não fossem afastados das regatas por serem reles empregados do comércio em 1907, o aristocrático Fluminense deixava seu atleta tacar pó de arroz na cara para parecer branco, após hostilizá-lo quando este atuava no ex-clube, exatamente em função da cor de sua pele.

Vá ler um pouco mais sobre a história. Não há como passar pó de arroz nem de giz sobre ela para distorcê-la.

Só para completar: o Fluminense se obrigou a tudo depois do surgimento do Vasco, mas, principalmente, foi obrigado a ver o Vasco olhando para cima, pois está muito abaixo de nós. E não é pelo fato de estar na Zona Sul e nós na Norte. Embora seja fato que na Zona Norte se encontra o maior estádio particular do Rio de Janeiro, desde 1927.

Como tudo foi devidamente respondido e o texto demonstra sua evidente ignorância/arrogância, deduzimos que o lixo em questão cabe ao desbocado e que defecar pelos dedos é prática sua e dos tricolores que evacuam na história para tentar abrandar a prática racista originária do clube para o qual resolveram torcer.

Sérgio Frias

Preguinho

Soube que houve um prego tricolor, prego no nome, que tentou fazer passar por aqui sua mensagem preconceituosa, vislumbrando através de sua inocente arrogância um processo em favor do tricolor.

Processo, o tricolor, lato sensu, teria muitos a responder. Se não fosse uma elite preconceituosa e racista a dominar os anos 20, sem dúvida. Mas moralmente o “crime” tricolor (tipificado ou não na época pouco importa) é imprescritível. O preconceito social e racial do Fluminense é histórico. Uma mancha institucional inapagável.

Não, não foi um árbitro ou vários que fizeram o Fluminense ser racista. Foi o livre arbítrio tricolor.

Ora, como seus dirigentes permitiram a que um atleta, associado do clube, se enchesse de pó de arroz para disfarçar a cor da pele? Nada fizeram? Nem uma nota de repúdio? De forma alguma. O pó de arroz ou de giz varou o século tricolor. Uma bela tentativa marqueteira para transformar em algo lúdico, algo vergonhoso.

A aristocracia tricolor chegou a ser de terceira no final do século passado e com orgulho fez menção à conquista como se fora um Campeonato Brasileiro. Clubes de seu nível fizeram o mesmo. O Olaria, por exemplo, tão campeão da Série C como o Fluminense.

A champagne estourada em 1997 era de segunda, mas a atitude tricolor em campo no mesmo ano foi de quinta e não fosse a competição nacional mais importante do calendário ter sido organizada pelos clubes em 2000, não se sabe quando o Fluminense voltaria à primeira divisão, pois o ABC da B não fora cumprido dois anos antes.

Afirmar que o Fluminense não merece crédito quando fala do Vasco, seja lá quem vier a falar de Vasco na qualidade de torcedor do Fluminense, é chover no molhado, afinal o clube das Laranjeiras deve ao Vasco… e muito! Uma dívida que não terá como pagar, nem mesmo pondo os vitrais no “prego”. Não, não falo aqui do pulo de letras do alfabeto nas divisões do futebol, mas sim a dívida que ele Fluminense e a elite racista da época, constituída também por seu filho bastardo no futebol, Flamengo, e outros tão preconceituosos como, tem para com o Vasco: o Vasco lhes ensinou que negros e brancos poderiam jogar no mesmo nível, que médicos ou “chafeurs” dentro de campo poderiam apresentar o mesmo futebol e o que lhes faria diferente não seria a conta bancária ou a cor da pele, mas sim o talento e aptidão para jogar futebol.

Com isso o Fluminense pôde ter Didi, Waldo, Escurinho, Denilson, Marco Antônio, Paulo César Lima, Claudio Adão, Washington, Marcão, entre outros, pelo restante do século passado. Em cada conquista tricolor com negros no time se dá um tapa com luva de pelica no clube, pelo antigo preconceito, e naqueles responsáveis pelo orgulho, em tempos idos, daquele preconceito. Não foram refutados pela história tricolor os senhores de tais preconceitos, muito pelo contrário. E como o Fluminense não tem como esconder o preconceito que lhe mancha o histórico, procura tratar o assunto como menor, ou como conto.

Mas como freguês de caderno terá nosso perdão na esfera esportiva, afinal pagam a conta em dia há décadas, pelo menos no campo de jogo, com derrotas e mais derrotas. Uma doce rotina.

Sérgio Frias

Não, nós não aceitamos resignados!

Diego Zangado disse:

Isso ai estou com o Bruno e com o Marcos! É esse silêncio resignado do Casaca é isso mesmo? Nada podemos fazer?
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Meu caro Diego,

Na minha opinião podemos fazer sim.

O Vasco não caiu para a segunda divisão, foi arremessado para lá pelas arbitragens.

Também na minha opinião a investigação de tudo isso, com imagens, deve parar no STJD, mas o Casaca! não gere o Vasco, embora busque ajudar o Vasco no que estiver a seu alcance.

Faremos um vídeo com todos os erros e lances duvidosos, com comentários de ex-árbitros e posicionamentos da imprensa durante o campeonato. Faremos tudo que estiver ao nosso alcance, como dissemos.

Pode ainda o Vasco se prevalecer do descumprimento de normas e regulamentos de outros clubes? Sim, pode. Seria até uma justiça feita por aquilo que foi tomado do clube.

Mas, na minha opinião, o clube deve brigar para que tudo seja devidamente esclarecido.

Não foi só um prejuízo absurdo ao Vasco. Inédito no Campeonato Brasileiro. Houve favorecimento para os catarinenses e nenhum clube da parte de baixo da tabela teve algo desequilibrado contra si. Muito pelo contrário.

Se fosse uma coisa feita contra o futebol do Rio, Flamengo e Fluminense também teriam sofrido prejuízos ao menos próximos, mas houve equilíbrio entre acertos e erros para ambos.

Volto a dizer: não gerimos o clube, pois se assim o fosse o Vasco já estaria usando sua comunicação e marketing para expandir o absurdo que foi cometido contra ele; sua força institucional e de sua massa torcedora para reverberar e se indignar e ainda sua representatividade (na figura de Eurico Miranda) para questionar a tudo e a todos seriamente.

Durante o campeonato descobriu-se que o vice-presidente da CBF na ocasião, presidente da Federação Catarinense há 30 anos, visitou vestiário de árbitro, que seu filho foi delegado de jogo, foram vistas escalas coincidentes em jogos que beneficiaram clubes de Santa Catarina, o presidente da FFERJ foi a público dizer que havia perseguição contra a arbitragem do Rio e aquele que foi considerado o grande árbitro da competição errou de forma lamentável contra o Vasco na última rodada.

O Vasco precisa acreditar na força de sua torcida, na força de um questionamento da massa ao absurdo cometido contra o clube, o maior prejuízo de arbitragem de sua história no modelo de disputa em pontos corridos, oriundos de erros multiplicados contra si, principalmente nos seus melhores momentos dentro da competição.

Talvez se pense em outro caminho, mas o perigoso é mesmo a aceitação de que tudo bem o prejuízo descomunal ao Vasco ter se dado. É um acinte contra o torcedor do clube e contra o próprio Vasco.

Não foi discurso o que dissemos e eu pessoalmente disse a respeito do motivo da queda do Vasco. Não foi uma fala política.

Não vejo culpa alguma do Vasco em tendo sido prejudicado pela arbitragem da forma como foi no quesito rebaixamento, simplesmente porque do oitavo ao décimo sexto, todos teriam caído, caso sofressem o mesmo prejuízo.

Não concordo com o presidente do clube buscar outros fatores para justificar a injustificável ação da arbitragem no campeonato com 21 erros capitais contra o Vasco e um a favor (para o Globoesporte.com dois), que não trouxeram um ponto sequer ao clube. Catorze lhe foram tomados por conta de apitos e bandeiradas. Não há outro fator para a queda.

Há questões que podem ser tocadas para se descobrir o motivo pelo qual o Vasco não somou 56, 57, 58, 60, 70, 80, 90 pontos, mas 55 não teve computados para si por conta da arbitragem apenas. De ninguém mais.

Abraço,

Sérgio Frias

E chegou a vez do Coritiba

O Vasco permanece fazendo a sua parte na reação iniciada desde a partida contra a Ponte Preta. Foram 6 vitórias, 6 empates e apenas uma derrota, mas deveriam ser 10 vitórias, caso apitos e bandeiradas não influenciassem diretamente no resultado das partidas.

Neste período, vimos Goiás, Avaí e Chapecoense sendo “puxados” por resultados obtidos por conta da arbitragem

Na rodada passada o escândalo foi a favor do Figueirense (até então relativamente equilibrado no quesito arbitragem, entre erros e acertos) e hoje o benefício escancarado foi para o Coritiba. Houve pênalti claro não marcado pela arbitragem a favor do Santos, já na segunda etapa, na frente do apitador, ignorado pelo próprio (lance rigorosamente igual a uma falta fora da área marcada no primeiro tempo do jogo). Com isso o time paranaense teve facilitada a sua vida na partida.

E lá se vão 36 rodadas sem que o Vasco tenha um benefício de arbitragem a seu favor, que lhe tenha feito ganhar um ponto sequer (é o único clube na competição com esta estatística), enquanto tomados lhe foram 12 pontos, por conta da arbitragem.

Tirem 12 pontos de Flamengo ou Fluminense e vejam em que lugar estariam na tabela. Façam o mesmo com Cruzeiro e Palmeiras. Todos figurariam na zona da degola.

Sobre o jogo contra o Joinville, a equipe foi muito bem no primeiro tempo, mas acomodada no segundo. Diante de um adversário praticamente morto em campo, poderia ter investido na velocidade e em troca de peças para matar o jogo e construir uma goleada. Tomou um gol bobo, após falhas sequenciais de sua defesa, a partir dos 30 minutos da segunda etapa; Jorginho manteve Nenê em campo já sem condições, não fez entrar Rafael Silva no time, demorou a pôr Bruno Gallo no jogo e não houve qualquer manifestação à comissão técnica que diante das circunstâncias o Vasco poderia, com mais dois gols de vantagem na segunda etapa, ter encostado de vez no Avaí neste quesito, que é fator de desempate na classificação geral.

Domingo que vem o Vasco tem uma partida decisiva diante de suas pretensões no campeonato. A vitória contra o Santos é fundamento para qualquer coisa, independentemente de outros resultados.

O Figueirense perdeu uma grande oportunidade de garantir sua permanência na Série A e não vencendo o São Paulo no Morumbi na próxima rodada deve se ver obrigado a derrotar o Fluminense em seu estádio na última. A equipe catarinense não derrota qualquer adversário em seus domínios desde o dia 14 de outubro, quando venceu nosso freguês Flamengo por 3 x 0. De lá para cá foram dois empates e uma derrota e nenhum gol marcado. A dúvida de alguns é sobre o papel a ser exercido pela equipe das Laranjeiras na partida. Espera-se que seja algo decente, pois hoje, tendo de ganhar, o Avaí (apesar de um pênalti não marcado para o Flu quando ainda estava 0 x 0) não foi páreo.

Já o Corítiba pega o time reserva do Palmeiras, mas fora de casa. Não é tarefa simples obter uma vitória. O Cruzeiro no sábado não conseguiu.

Quanto ao Avaí, vencer no domingo que vem é até plausível, mas o Corínthians na última rodada, em São Paulo, improvável.

Caso as arbitragens não nos fossem prejudiciais (contando apenas os pontos que nos foram tungados na segunda metade da competição) a equipe estaria hoje na vice liderança do returno, atrás apenas do campeão Corínthians, protagonista de uma goleada histórica contra o São Paulo neste domingo, mas longe de conseguir nos derrotar no Rio, mesmo com um a mais em campo boa parte da segunda etapa.

O Campeão Carioca de 2015, rei dos clássicos no Rio de Janeiro e que possui em seus quadros hoje o melhor atleta em atividade na cidade (Nenê) deve buscar investigações sérias devido às enormes coincidências ocorridas contra o clube e seus torcedores, afinal os vascaínos não pagam ingressos e assinaturas de TV para verem seu time ser fragorosamente prejudicado pelas arbitragens, numa vergonha sem precedentes.

Respeito o Vasco mostrou ter voltado, pois encarou, na figura de seu presidente, um julgamento no STJD e expôs as verdades, vistas de forma nítida por todo o Brasil, dos prejuízos causados ao clube na competição. Não houve omissão e ficou de haver investigação.

O escândalo ocorrido na partida Figueirense x Ponte Preta só vem a demonstrar que ainda não se sentiram incomodados, ou constrangidos os responsáveis por sorteios e escalações de arbitragem. Permanece a repetição dos erros cometidos direta ou indiretamente contra a maior vítima da arbitragem neste campeonato: o Vasco.

Sigamos em frente.

Sérgio Frias

Dez contra onze, onze contra Doze

O Vasco jogou na última quinta-feira contra a melhor equipe da competição e por pouco não venceu com 10 jogadores em campo.

Nas últimas 12 rodadas, desde o início da reação vascaína na competição, o que se viu porém foi o Vasco ser posto para baixo de todas as formas possíveis.

Achei curiosíssimo o presidente do Figueirense vir a público criticar a ação do nosso clube em questionar a escandalosa arbitragem contra a Ponte Preta na última quarta-feira e a favor do time catarinense.

A fala do presidente catarinense coincide com a declaração do representante maior da Chapecoense após o jogo contra o Vasco há pouco mais de um mês.

Tudo parece mesmo ensaiado diante da imoral ajuda dada aos catarinenses no Campeonato Brasileiro de 2015.

O próprio Figueirense, que esteve longe de ser um dos mais ajudados na competição até antes da rodada passada, foi operado contra o Avaí no Orlando Scarpelli, em jogo no qual o seu rival venceu por 1 x 0, em função da arbitragem. Aliás uma sequência também muito curiosa do time avaiano nas 10 primeiras rodadas do returno. Ajudado pelo apito em cinco delas e, claro, contra o Vasco na referida sequência.

No turno a equipe azul e branca já havia sido favorecida pela arbitragem, mas mesmo assim o Vasco conseguiu vencer em São Januário.

A parte hipócrita da imprensa permanece fingindo que os prejuízos ao Vasco não estão acontecendo e não fazem a diferença na tabela.

A última matéria que tratou do tema há 11 dias tentou criar uma igualdade de erros contra e a favor do Vasco na competição. Como apenas a equipe cruzmaltina teve três pênaltis contra si mal marcados, a tática foi fingir que o primeiro da partida contra o Goiás no returno (aquela na qual o bandeira Alex Ang Ribeiro definiu a favor da equipe da casa em menos de 20 minutos) fora bem assinalado.

De três pênaltis mal marcados contra o Vasco passa-se a dois e é questionado um pênalti marcado a favor da equipe cruzmatina no jogo do turno contra a Ponte Preta, embora o infrator não tenha esboçado reclamação no lance (certamente em nome do fair play), segundo narrador e comentarista do jogo pontuaram no lance (mantendo ambos uma dúvida sobre a existência da penalidade). Pronto: tudo equilibrado.

E assim segue o barco.

São 35 rodadas e nenhum ponto ganho pelo Vasco por conta da arbitragem. Nenhum. Doze contra. Doze!

Pergunte ao presidente do Figueirense quais doze pontos seu clube reclama da arbitragem para podermos balanceá-los com os benefícios. Está feito o desafio. Lances capitais que determinaram o ganho e as perdas de pontos da equipe na competição.

Repetindo: a arbitragem do jogo Ponte Preta x Figueirense foi um escândalo a favor da equipe visitante.

Agora vamos ao jogo Vasco x Corínthians da última quinta-feira.

A arbitragem não errou um lance de lateral sequer a favor do Vasco; ignorou entrada dura de um atleta corintiano em Riascos, por cima da bola; não viu cotovelada de outro jogador da equipe visitante em Rodrigo na área do Vasco; aplicou cartão amarelo em Rodrigo após lance no qual cabia a reclamação do zagueiro pela não aplicação do mesmo cartão ao atleta corintiano; na segunda etapa ignorou um escanteio a favor do Vasco dando tiro de meta. Nenhum erro capital, mas interpretações notoriamente benéficas ao time paulista.

Este modelo de arbitragem “na dúvida contra o Vasco”, percorre o século XXI, desde 2001, de forma mais escancarada (com a exceção de raros anos neste período). A torcida do Vasco protestou em 2003, 2004, 2008 e 2012 (em 2011 fomos nós e o presidente do Conselho de Beneméritos, de forma clara e evidente), mas hoje ela própria parece conformada.

Atlético-MG e Fluminense, duas vezes cada um, passaram por situações parecidas com a do Vasco nos anos de 2008, 2009, 2010 e 2011, ou seja, fizeram um péssimo primeiro turno (15, 16 pontos) e em três oportunidades nem precisaram dos pontos da última rodada da competição para se livrarem do rebaixamento. Ressalte-se que no turno deste ano o Vasco foi tungado em três pontos por obra e arte das arbitragens.

A força de um clube grande garante a recuperação com alguns acertos e reavaliações para a hora da virada. Mas nem Atlético, muito menos o Fluminense foram garfados como o Vasco está sendo em 2015, pois se fossem teriam caído nas quatro oportunidades. E outros clubes grandes também, em outros anos, como Botafogo e Flamengo em 2004, por exemplo.

A atuação da arbitragem contra o Vasco é absolutamente indecente no ano de 2015 e as coincidências, sobrepostas umas às outras, são a ratificação disso.

O time luta por mais três vitórias para escapar da queda e mostrou futebol no returno para isso, desde a quinta rodada, com as entradas de Julio Cesar e Bruno Gallo na equipe. De lá para cá foram 12 jogos e apenas uma derrota. Oito pontos tirados do Vasco pela arbitragem, que impediram quatro vitórias a mais na tabela (contando, repetindo, só o período da reação). Tirem 12 pontos de Flamengo e Fluminense e vejam qual seria a situação deles na tabela.

E a imprensa, em sua maioria, é culpada por se omitir, não investigar, dar de ombros, não comentar com a ênfase necessária, fingir haver um equilíbrio entre erros e acertos, esconder os fatos, ignorar os escândalos.

Há 10 anos tivemos um vergonhoso Campeonato Brasileiro, maculado com a anulação de vários jogos.

Que se investigue na competição atual o porquê de um clube específico ter tido tantos prejuízos simultâneos, no momento em que reagia, enquanto reações de catarinenses se deram por diversas vezes com a ajuda da arbitragem em lances capitais.

Para os que já haviam jogado a toalha antes da partida contra a Ponte Preta no returno, para os que torcem contra, os que desistiram depois da derrota contra o Fluminense, ou agora, e à nação arco íris, devidamente posta de quatro neste ano (não houve o tapa de mão aberta {cinco de novo} em função da arbitragem na partida de volta da Copa do Brasil) podem continuar com suas teses e choros (vocês sim choram – e os rubro-negros com motivo). A situação atual do Vasco, contabilizando erros e acertos seus, é fruto único, exclusivo e evidente das arbitragens contrárias ao clube em todo o decorrer da competição.

Querem discutir planejamento, troca de técnico, contratações? Ok. Mas com o Vasco somando 46 pontos. E isso porque damos uma colher de chá, sem incluir outro escândalo ocorrido a favor do Goiás no returno (não para o Globoesporte.com, claro), considerando o placar dilatado na ocasião para a equipe goiana.

Sigamos em frente.

Sérgio Frias

Quarenta e dois

Respondendo a alguns da Turma do Ódio esta semana em minha coluna, vi como a baba que lhes escorre pelas respectivas bocas, os põe na condição que invariavelmente defendi neste espaço por seis anos e tanto, enquanto oposicionista da pior administração da história do Vasco. São primordialmente contra Eurico Miranda. O Vasco vem depois.

Não bastasse a mídia ter que se calar para não admitir, investigar, veicular,  gritar pelo jogo limpo, ética no esporte, etc… a infantaria dela própria, que pega em “armas” para tentar defender o indefensável, materializado em doze, sim eu disse DOZE pontos tirados do Vasco pela arbitragem (excluindo aí a operação sem anestesia sofrida pelo time cruzmaltino na partida do returno contra o Goiás, curiosamente apitada e bandeirada pelos mesmos Luiz Flavio de Oliveira e Alex Ang Ribeiro que arbitrarão neste fim de semana Flamengo x Goiás) é hoje constituída de… vascaínos.

O Goiás, por sinal, teve quatro pontos a mais dados para si em função das arbitragens no Campeonato Brasileiro. O brilhante Avaí ganhou de presente cinco e a super Chapecoense seis. Pela ordem são as três equipes mais beneficiadas da competição, à frente do Corínthians, virtual campeão, neste quesito.

Se simplesmente a arbitragem não fosse favorável aos clubes acima, a Chapecoense hoje teria 34 pontos, Avaí e Goiás 30 pontos. E, para completar, o espetacular Joinville 28. O Vasco 42.

Qualquer time do décimo para baixo, que perdesse 12 pontos estaria na zona de rebaixamento e o nono a um ponto dela. Imaginem o Palmeiras, finalista da Copa do Brasil, sem saber o que fazer. Priorizaria a decisão contra o Santos entre a antepenúltima e a penúltima rodada da competição ou daria de bandeja o título para o peixe a fim de escapar?

Nenhum clube no atual campeonato, com a exceção, é claro, do Vasco perdeu mais do que três pontos na balança de erros e acertos contra si. Ou seja, o Vasco perdeu o quádruplo disso.

A imprensa antes mandava o torcedor vascaíno agir conforme seus anseios, hoje basta jogar um ossinho que o torcedor cruzmaltino vai ávido abocanhá-lo.

Os argumentos que mais giram nas redes sociais, úteis para obnubilar quem prejudica o Vasco de forma evidente são: um clube que faz 13 pontos no turno não tem justificativa para não cair, ou ainda “um clube que perde para Coritiba e Figueirense em casa e empata com o Joinville merece cair”.

Ocorre que o Vasco fez 13 e não 16 pontos no turno, justamente em função da arbitragem diria eu num debate contra alguém que resolvesse argumentar isso. Certamente o interlocutor diria: “13 ou 16 tanto faz. É em função da campanha do turno que o Vasco está nesta situação”. Infelizmente para muitos, os argumentos caem por terra se simplesmente voltarmos nossos olhos para a história recente do próprio Campeonato Brasileiro.

A partir de 2006 o modelo de pontos corridos passou a contar com 20 equipes. Fluminense em 2009 e Atlético-MG em 2011 encerraram o turno com apenas 15 pontos ganhos. O Galo nem precisou dos pontos das últimas duas rodadas do certame para se manter na primeira divisão e o Fluminense – sem qualquer prejuízo de arbitragem no momento da reação iniciada a nove rodadas do fim – também se manteve na elite do futebol. O Flu, em 2008, terminou o turno com 16 pontos e já estava virtualmente mantido na Série A na última rodada daquele campeonato. Em 2010 o Atlético-MG fez 17 no turno e não precisou dos pontos das últimas duas rodadas para se manter na primeira divisão. Dos grandes o único que fez campanha similar aos clubes citados no turno de um campeonato foi o Palmeiras em 2012, campeão da Copa do Brasil no mesmo ano e que caiu de divisão naquela temporada.

O outro argumento se pulveriza diante da própria história do Vasco. Em 2004 o Vasco perdeu no turno para o Criciúma em casa, Guarani em casa e empatou com o Grêmio em casa. Todos caíram e o Grêmio foi o lanterna. Naquele campeonato o Vasco, ao final da competição, teve como balanço derradeiro seis pontos tirados de si por conta da arbitragem e não precisou dos pontos das três últimas rodadas da competição para permanecer na Série A, embora matematicamente tenha resolvido sua situação na penúltima rodada. Mas se o clube ao invés de ter sido prejudicado em seis o fosse em 12 pontos, cairia.

E aí, como não existem mais argumentos objetivos, fala-se que a atual situação do Vasco ocorre em virtude de uma falta de planejamento (como se o de Flamengo e Fluminense este ano tivessem sido mais responsáveis que o do Vasco), da contratação tal, da negociação tal, do técnico tal, do estádio tal. Relembrando que tanto Fla como Flu estariam na zona de rebaixamento caso fossem tungados em 12 pontos por conta das arbitragens.

Numa ação torpe como essa contra o clube, proporcionada pelas arbitragens, deflagradas pelo presidente do Vasco, postas e expostas perante o STJD, evidenciadas nas mentiras de pernas curtas do vice-presidente da CBF, não há nenhuma manifestação em massa, em uníssono contra o prejuízo absurdo sofrido pelo Vasco, minimamente constrangedor para quem se diz honesto, ético, justo e motivo de um silêncio vergonhoso, vexatório da mídia convencional.

Mas tudo isso me faz lembrar de um texto escrito em fevereiro/março de 2007, num desses sites do MUV, quando a sigla vivia a ânsia de um golpe que a pusesse no poder para obter a chave do cofre e pudesse, com sua grande perspicácia, rebaixar o Vasco em todos os sentidos, aumentar a dívida do clube em 400 milhões (após ter recebido em nome do clube outros 400).

O texto chegou ao Casaca! em 2009  (identificado o mês e ano do original por relatos de um jogo), porque alguém considerou que naquele momento, no qual fazíamos uma crítica aberta ao presidente do Vasco pelo fato deste ter dito que a conquista do Campeonato Brasileiro pelo Flamengo seria boa para o futebol carioca, era o propício para reeditá-lo e assim a mensagem nos foi enviada, numa matéria em que comparávamos a postura do Corínthians diante do São Paulo, na luta deste último pelo Tetra Campeonato Brasileiro na ocasião.

Por mais incrível que possa parecer o texto dizia que o Vasco estava fazendo a sua torcida passar vergonha porque perdera nos pênaltis para o Flamengo a vaga a final da Taça GB de 2007. Ele também cravava que a estatística era favorável ao rubro-negro na ocasião, a partir de 2001 (embora desde aquele citado ano o Vasco tivesse vencido 10 partidas e perdido oito 8 do adversário, tivesse, de fato, humilhado o rival com um 5 x 1 em 2001, tivesse ganho do próprio rubro-negro no ano anterior com oito reservas, tivesse virado a estatística em Campeonatos Brasileiros naqueles anos, tivesse mantido a maior sequência invicta do século no clássico, com 4 vitórias e 2 empates, incluindo um título no sexto jogo).

E havia é claro o discurso quanto a Vasco x Flamengo não ter que ser um campeonato à parte porque isso deixava os jogadores do Vasco… nervosos. Foi dito até faltar inteligência emocional ao time pela pressão de ser o jogo um campeonato à parte. Sinceramente, que tese é essa????? Para o Flamengo não havia pressão? Da onde surgiu essa conclusão surreal? Da imprensa, que obviamente faz todo o clima antes da disputa do clássico favorável ao Flamengo (vide 2015)? Se não há pressão no Flamengo como explicar os quatro cocos tomados neste ano? Faltou pressão?

E a visão completamente idiota de um jogo normal, saída da cabeça de algum gênio do MUV, levou o Vasco em 22 jogos diante do Flamengo a vencer apenas três, durante todo o período da sigla amarela banana no clube.

A parte da imprensa historicamente contra o Vasco nem precisa mais trabalhar como outrora, pois seus maiores aliados hoje são torcedores do Vasco, que se organizam em debates, pensamentos, filosofias, discussões para reverberar as maiores sandices, transformando-as em regras, como algumas que citei, e ao mesmo tempo ficar cada vez mais distantes dos estádios.

Observem que:

1 – A presença dela, torcida, foi vergonhosa em cinco das sete partidas oficiais contra o Flamengo este ano, lembrando que o Vasco venceu quatro, empatou duas (numa delas eliminou o adversário) e perdeu uma apenas.

2 – A presença dela, torcida, no turno, do lado esquerdo do Maracanã, como quer o Fluminense e a própria imprensa, foi praticamente igual ao contingente no jogo de domingo último.

3 – A presença dela, torcida, em São Januário no Campeonato Brasileiro foi ridícula, com a exceção da partida diante do Palmeiras, mesmo após ter sido discutido que o problema inicial era o preço dos ingressos, motivo pelo qual ela não comparecia, apesar do recente título carioca conquistado.

4 – Ela, torcida, bradava pelo Maracanã, mas um público de pelo menos 25 mil pagantes só se viu uma vez, diante do Joinville, considerando também os clássicos.

Falo aqui da torcida do Rio de Janeiro, não de outros estados, pois esta última frequenta em peso os jogos do Vasco, quando o clube atua fora.

Buscar erros do Vasco ao invés de gritar contra os prejuízos externos, estranhos ao Vasco, cometidos contra o time, fora das regras, como princípio, meio e fim de pensar e agir só motiva a que mais e mais o clube seja prejudicado.

Nós do Casaca! continuaremos mostrando nossa indignação e revolta contra isso, independentemente da maré ser boa ou ruim, da mesma forma como nos dispusemos a pontuar os erros internos na nossa visão cometidos e nos disponibilizamos a ajudar no saneamento deles, diante do espaço que nos foi dado no clube. Acreditamos no Vasco, no time do Vasco, na recuperação do Vasco neste campeonato, mas temos plena noção de quem é a responsabilidade por sua sedimentação não ter vindo há mais de duas rodadas, da forma como este elenco do Vasco fez por merecer ocorrer.

Sérgio Frias