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Quarenta e dois

Respondendo a alguns da Turma do Ódio esta semana em minha coluna, vi como a baba que lhes escorre pelas respectivas bocas, os põe na condição que invariavelmente defendi neste espaço por seis anos e tanto, enquanto oposicionista da pior administração da história do Vasco. São primordialmente contra Eurico Miranda. O Vasco vem depois.

Não bastasse a mídia ter que se calar para não admitir, investigar, veicular,  gritar pelo jogo limpo, ética no esporte, etc… a infantaria dela própria, que pega em “armas” para tentar defender o indefensável, materializado em doze, sim eu disse DOZE pontos tirados do Vasco pela arbitragem (excluindo aí a operação sem anestesia sofrida pelo time cruzmaltino na partida do returno contra o Goiás, curiosamente apitada e bandeirada pelos mesmos Luiz Flavio de Oliveira e Alex Ang Ribeiro que arbitrarão neste fim de semana Flamengo x Goiás) é hoje constituída de… vascaínos.

O Goiás, por sinal, teve quatro pontos a mais dados para si em função das arbitragens no Campeonato Brasileiro. O brilhante Avaí ganhou de presente cinco e a super Chapecoense seis. Pela ordem são as três equipes mais beneficiadas da competição, à frente do Corínthians, virtual campeão, neste quesito.

Se simplesmente a arbitragem não fosse favorável aos clubes acima, a Chapecoense hoje teria 34 pontos, Avaí e Goiás 30 pontos. E, para completar, o espetacular Joinville 28. O Vasco 42.

Qualquer time do décimo para baixo, que perdesse 12 pontos estaria na zona de rebaixamento e o nono a um ponto dela. Imaginem o Palmeiras, finalista da Copa do Brasil, sem saber o que fazer. Priorizaria a decisão contra o Santos entre a antepenúltima e a penúltima rodada da competição ou daria de bandeja o título para o peixe a fim de escapar?

Nenhum clube no atual campeonato, com a exceção, é claro, do Vasco perdeu mais do que três pontos na balança de erros e acertos contra si. Ou seja, o Vasco perdeu o quádruplo disso.

A imprensa antes mandava o torcedor vascaíno agir conforme seus anseios, hoje basta jogar um ossinho que o torcedor cruzmaltino vai ávido abocanhá-lo.

Os argumentos que mais giram nas redes sociais, úteis para obnubilar quem prejudica o Vasco de forma evidente são: um clube que faz 13 pontos no turno não tem justificativa para não cair, ou ainda “um clube que perde para Coritiba e Figueirense em casa e empata com o Joinville merece cair”.

Ocorre que o Vasco fez 13 e não 16 pontos no turno, justamente em função da arbitragem diria eu num debate contra alguém que resolvesse argumentar isso. Certamente o interlocutor diria: “13 ou 16 tanto faz. É em função da campanha do turno que o Vasco está nesta situação”. Infelizmente para muitos, os argumentos caem por terra se simplesmente voltarmos nossos olhos para a história recente do próprio Campeonato Brasileiro.

A partir de 2006 o modelo de pontos corridos passou a contar com 20 equipes. Fluminense em 2009 e Atlético-MG em 2011 encerraram o turno com apenas 15 pontos ganhos. O Galo nem precisou dos pontos das últimas duas rodadas do certame para se manter na primeira divisão e o Fluminense – sem qualquer prejuízo de arbitragem no momento da reação iniciada a nove rodadas do fim – também se manteve na elite do futebol. O Flu, em 2008, terminou o turno com 16 pontos e já estava virtualmente mantido na Série A na última rodada daquele campeonato. Em 2010 o Atlético-MG fez 17 no turno e não precisou dos pontos das últimas duas rodadas para se manter na primeira divisão. Dos grandes o único que fez campanha similar aos clubes citados no turno de um campeonato foi o Palmeiras em 2012, campeão da Copa do Brasil no mesmo ano e que caiu de divisão naquela temporada.

O outro argumento se pulveriza diante da própria história do Vasco. Em 2004 o Vasco perdeu no turno para o Criciúma em casa, Guarani em casa e empatou com o Grêmio em casa. Todos caíram e o Grêmio foi o lanterna. Naquele campeonato o Vasco, ao final da competição, teve como balanço derradeiro seis pontos tirados de si por conta da arbitragem e não precisou dos pontos das três últimas rodadas da competição para permanecer na Série A, embora matematicamente tenha resolvido sua situação na penúltima rodada. Mas se o clube ao invés de ter sido prejudicado em seis o fosse em 12 pontos, cairia.

E aí, como não existem mais argumentos objetivos, fala-se que a atual situação do Vasco ocorre em virtude de uma falta de planejamento (como se o de Flamengo e Fluminense este ano tivessem sido mais responsáveis que o do Vasco), da contratação tal, da negociação tal, do técnico tal, do estádio tal. Relembrando que tanto Fla como Flu estariam na zona de rebaixamento caso fossem tungados em 12 pontos por conta das arbitragens.

Numa ação torpe como essa contra o clube, proporcionada pelas arbitragens, deflagradas pelo presidente do Vasco, postas e expostas perante o STJD, evidenciadas nas mentiras de pernas curtas do vice-presidente da CBF, não há nenhuma manifestação em massa, em uníssono contra o prejuízo absurdo sofrido pelo Vasco, minimamente constrangedor para quem se diz honesto, ético, justo e motivo de um silêncio vergonhoso, vexatório da mídia convencional.

Mas tudo isso me faz lembrar de um texto escrito em fevereiro/março de 2007, num desses sites do MUV, quando a sigla vivia a ânsia de um golpe que a pusesse no poder para obter a chave do cofre e pudesse, com sua grande perspicácia, rebaixar o Vasco em todos os sentidos, aumentar a dívida do clube em 400 milhões (após ter recebido em nome do clube outros 400).

O texto chegou ao Casaca! em 2009  (identificado o mês e ano do original por relatos de um jogo), porque alguém considerou que naquele momento, no qual fazíamos uma crítica aberta ao presidente do Vasco pelo fato deste ter dito que a conquista do Campeonato Brasileiro pelo Flamengo seria boa para o futebol carioca, era o propício para reeditá-lo e assim a mensagem nos foi enviada, numa matéria em que comparávamos a postura do Corínthians diante do São Paulo, na luta deste último pelo Tetra Campeonato Brasileiro na ocasião.

Por mais incrível que possa parecer o texto dizia que o Vasco estava fazendo a sua torcida passar vergonha porque perdera nos pênaltis para o Flamengo a vaga a final da Taça GB de 2007. Ele também cravava que a estatística era favorável ao rubro-negro na ocasião, a partir de 2001 (embora desde aquele citado ano o Vasco tivesse vencido 10 partidas e perdido oito 8 do adversário, tivesse, de fato, humilhado o rival com um 5 x 1 em 2001, tivesse ganho do próprio rubro-negro no ano anterior com oito reservas, tivesse virado a estatística em Campeonatos Brasileiros naqueles anos, tivesse mantido a maior sequência invicta do século no clássico, com 4 vitórias e 2 empates, incluindo um título no sexto jogo).

E havia é claro o discurso quanto a Vasco x Flamengo não ter que ser um campeonato à parte porque isso deixava os jogadores do Vasco… nervosos. Foi dito até faltar inteligência emocional ao time pela pressão de ser o jogo um campeonato à parte. Sinceramente, que tese é essa????? Para o Flamengo não havia pressão? Da onde surgiu essa conclusão surreal? Da imprensa, que obviamente faz todo o clima antes da disputa do clássico favorável ao Flamengo (vide 2015)? Se não há pressão no Flamengo como explicar os quatro cocos tomados neste ano? Faltou pressão?

E a visão completamente idiota de um jogo normal, saída da cabeça de algum gênio do MUV, levou o Vasco em 22 jogos diante do Flamengo a vencer apenas três, durante todo o período da sigla amarela banana no clube.

A parte da imprensa historicamente contra o Vasco nem precisa mais trabalhar como outrora, pois seus maiores aliados hoje são torcedores do Vasco, que se organizam em debates, pensamentos, filosofias, discussões para reverberar as maiores sandices, transformando-as em regras, como algumas que citei, e ao mesmo tempo ficar cada vez mais distantes dos estádios.

Observem que:

1 – A presença dela, torcida, foi vergonhosa em cinco das sete partidas oficiais contra o Flamengo este ano, lembrando que o Vasco venceu quatro, empatou duas (numa delas eliminou o adversário) e perdeu uma apenas.

2 – A presença dela, torcida, no turno, do lado esquerdo do Maracanã, como quer o Fluminense e a própria imprensa, foi praticamente igual ao contingente no jogo de domingo último.

3 – A presença dela, torcida, em São Januário no Campeonato Brasileiro foi ridícula, com a exceção da partida diante do Palmeiras, mesmo após ter sido discutido que o problema inicial era o preço dos ingressos, motivo pelo qual ela não comparecia, apesar do recente título carioca conquistado.

4 – Ela, torcida, bradava pelo Maracanã, mas um público de pelo menos 25 mil pagantes só se viu uma vez, diante do Joinville, considerando também os clássicos.

Falo aqui da torcida do Rio de Janeiro, não de outros estados, pois esta última frequenta em peso os jogos do Vasco, quando o clube atua fora.

Buscar erros do Vasco ao invés de gritar contra os prejuízos externos, estranhos ao Vasco, cometidos contra o time, fora das regras, como princípio, meio e fim de pensar e agir só motiva a que mais e mais o clube seja prejudicado.

Nós do Casaca! continuaremos mostrando nossa indignação e revolta contra isso, independentemente da maré ser boa ou ruim, da mesma forma como nos dispusemos a pontuar os erros internos na nossa visão cometidos e nos disponibilizamos a ajudar no saneamento deles, diante do espaço que nos foi dado no clube. Acreditamos no Vasco, no time do Vasco, na recuperação do Vasco neste campeonato, mas temos plena noção de quem é a responsabilidade por sua sedimentação não ter vindo há mais de duas rodadas, da forma como este elenco do Vasco fez por merecer ocorrer.

Sérgio Frias

Atitude

Muito pode ser falado da fraca atuação do Vasco contra o Fluminense no último domingo. Atuações individuais abaixo da crítica, demora na recomposição defensiva, pouca mobilidade de vários atletas, muitas ligações diretas para o ataque e um time desorientado entre os 25, 30 minutos da primeira etapa até a saída do tricolor Gerson aos 19 minutos do segundo tempo, que coincidiu com a entrada de Éder Luís, quem sabe uma arma para os jogos finais do time na competição.

Para se ter uma ideia, a primeira chance criada pelo Vasco na segunda etapa através de um chute certeiro de Nenê, cortado por um zagueiro tricolor em cima da linha, surgiu aos 22 minutos do segundo tempo (na sequência Julio Cesar quase marcou, travado por um defensor adversário na hora do arremate). A cabeçada de Riascos na trave ocorreu aos 32 e o terceiro chute a gol do Vasco nesta etapa foi dado pelo próprio Riascos aos 44 minutos. Daí para frente, na blitz final, mais três chutes do Vasco e duas chances de ouro desperdiçadas pelo Fluminense.

Alguns atletas do Vasco, pendurados com o segundo cartão amarelo, podem ter nisso a justificativa para uma marcação frouxa entre as duas intermediárias, mas, se for o caso, trata-se de um erro conceitual, pois não se pode dar o espaço oferecido pelos vascaínos a um adversário que tem como característica o bom toque de bola.

A realidade agora é vencer quatro partidas em cinco e dá para conseguir isso se uma borracha for passada na lamentável atuação de domingo e o time voltar a atuar no nível das nove partidas anteriores, pois já com o devido entrosamento entre atletas e setores junto a um nível de concentração mais elevado poderá ultrapassar os obstáculos que restam para conseguir se manter na Série A.

Bruno Gallo é o desfalque para domingo, o adversário, Palmeiras, é bastante qualificado, joga em casa, e está classificado para a decisão da Copa do Brasil. Com o fim de superar isso o Vasco terá que jogar totalmente compenetrado e coeso, mas sabedor de sua qualidade, ratificada em nove atuações antes desta última, para vir de São Paulo com um bom resultado.

Esperamos uma atuação convincente do time contra o Palmeiras, arbitragem no nível apresentado nos últimos dois jogos disputados pela equipe cruzmaltina, mas relembrando novamente ter sido ela própria a responsável por nos tomar 12 pontos no campeonato, situação que se afetasse os dois outros clubes cariocas deste certame os poria na zona de rebaixamento tal qual está o Vasco hoje e faria, por exemplo, com que o Corínthians, apesar da bela vitória última contra o Atlético-MG em Belo Horizonte, ainda fosse o vice líder da competição.

Muita força ao time nessa reta de chegada pois para atropelar será necessário comprometimento total do grupo com o resultado final.

Sérgio Frias

Camaleões

Os tricolores, ao que parece, realmente se acham no direito de ocupar o lado direito do Maracanã e ontem compareceram ao estádio, infiltrando-se na nossa torcida, em dia de jogo do Vasco.

A turma pó de arroz vaiou Julio dos Santos desde a escalação (que foi um dos melhores do time na partida até o momento de sua saída) e na condição de tricolores, entendedores de nado sincronizado, mas não de futebol, tiveram dificuldade de compreender quando, vez por outra, apertado pela marcação, o meia tocou uma ou outra bola para trás. Ele que pôs duas vezes Nenê na cara do gol em condições de arremate, ele que serviu diversas bola a Madson, ele que se não vinha bem em outros jogos, ontem foi injustamente perseguido pela horda tricolor.

Mas a manifestação pó de arroz de ontem já foi botafoguense em 2009. Após atuação tenebrosa da equipe cruzmaltina diante do time de General Severiano no jogo da eliminação do Estadual daquele ano, apanhando de 4 x 0 na partida semifinal da Taça Rio, a última da equipe na competição, parte da torcida do lado direito das tribunas aplaudiu efusivamente os atletas. Ontem, após o empate contra o Grêmio, terceiro colocado do Campeonato Brasileiro e segunda melhor defesa do certame, os atletas se uniram para acenar à torcida e ouviram da trupe tricolor, que já foi botafoguense, vaias.

Nas mídias sociais, a mesma parte camaleônica de nossa torcida gosta também de ser Flamengo, quando diz que o estadual nada vale e põe 12 pontos perdidos pelo clube no campeonato, em função da arbitragem (contra nenhum ganho) como algo menor porque seu totem, Eurico Miranda, está acima de qualquer instituição para eles. Perda ou diminuição de conquista do Vasco deve ser devidamente pontuada de acordo como nossos oponentes prescrevem.

Parte da torcida do Vasco torce contra Eurico Miranda e depois a favor do Vasco e ela própria criou uma fantasia para justificar suas sandices e atitudes oligofrênicas contra o clube, dizendo simplesmente o contrário. Que quem apoia Eurico Miranda põe o Vasco em segundo plano.

Não podemos nos esquecer que com o propósito de tentar o vice nas eleições ultimas do nosso clube o apelo final da chapa amarela foi resumido no seguinte dizer de seu candidato, para além de qualquer projeto mambembe ou inviável: “‘Sou o anti-Eurico. Tudo o que ele pensa, penso o contrário”

A condescendência e o ódio permitiram a que o clube fosse rebaixado institucionalmente e tivesse uma dívida aumentada em 400 milhões de reais aproximadamente (num mesmo período em que outros 400 milhões teoricamente entraram no clube). Resignação e tolerância levaram a isso.

Na atual gestão, falando apenas de futebol, o Vasco foi Campeão Carioca e, portanto, fez um trabalho exemplar até abril, juntando os cacos e mantendo os salários em dia.

O clube contratou um lateral e um volante dois dias após o título, um atacante entre a terceira e a quarta rodada e acreditou no técnico Campeão Estadual, hoje empregado no São Paulo e que fez razoável campanha na Ponte Preta até sair.

Com três empates e cinco derrotas seguidas no espaço de um mês e meio houve a troca de treinador e as aquisições de Andrezinho e Herrera. Em seguida veio Bruno Gallo.

Após a chegada do novo técnico, em seis partidas ocorreram três vitórias e três derrotas no Campeonato Brasileiro, uma última aposta em Dagoberto e aí sim uma demora para a contratação de outros nomes.

As vindas de Nenê e Jorge Henrique não coincidiram com a demissão de Roth, após os fiascos diante de Palmeiras e Corínthians. Naquele momento a mudança era necessária. Um centroavante deveria ter chegado junto, mais um volante inquestionável visto que o Vasco não tinha ainda em Diguinho um atleta em condições de fazer uma sequência na competição. Carecia ainda o time de alguns nomes para dar opção de substituição em outras posições, uns trazidos, outros não.

O Vasco perdeu tempo e pontos importantes contra Joinville e Coritiba. Quando trouxe Jorginho e Zinho para o comando o clube ainda não tinha um centroavante (Thales vivia péssimo momento), nem contava com um lateral esquerdo de confiança e acabou por iniciar o returno em meio a problemas, vistos de forma cabal contra Figueirense e Internacional-RS.

Mas, convenhamos. A contratação de Jorginho foi um coelho tirado da cartola no momento em que poucos queriam vir treinar o Vasco. Das 12 contratações feitas pelo clube para o Campeonato Brasileiro sete se encaixaram no time, na condição de titular ou primeira opção de banco (Diguinho, Julio Cesar, Andrezinho, Bruno Gallo, Nenê, Jorge Henrique, Leandrão). João Carlos e Bruno Teles ainda não estrearam (este último deveria ser o substituto natural de Julio Cesar ontem, mas não estava na relação devido provavelmente ao rodízio de atletas no banco, pois esteve relacionado contra o São Paulo), Riascos fez alguns gols (seis no total) mas caiu, Herrera evoluiu porém isso só será percebido quando seu esforço for traduzido em assistências ou gols e Felipe Seymour não disse a que veio. O técnico recuperou alguns atletas do plantel e quando contou com os novos contratados já em forma tornou o elenco mais coeso, modificou o panorama do Vasco na competição e só não houve a reversão total da situação do clube por inacreditáveis 9 (NOVE) pontos perdidos apenas no returno, oriundos de erros proporcionados pela arbitragem. Somados aos três pontos do turno temos um total de 12 a menos na tabela de classificação. Ou seja, ao invés de 30 o clube teria hoje 42 pontos no Brasileirão 2015.

As críticas pontuais foram feitas pelo Casaca!? Foram. Os elogios também? Sim. Identificamos o real inimigo do Vasco na competição? Da mesma forma. Desde a partida contra o Goiás falamos da arbitragem, após o time que vencera o Flamengo três dias antes pela Copa do Brasil ser operado em Goiânia.

A modificação da postura do Vasco no âmbito institucional parece ter incomodado a muitos, o título estadual idem, postar o mais queridinho de quatro também, consolidar a reação da equipe no Brasileiro, entretanto, pode causar até mesmo algumas tentativas de suicídio, tal é o sentimento de ódio, que não pode parar.

Fica aqui uma menção honrosa àqueles que não embarcaram na banana inflável furada pós jogo e calaram as vaias com aplausos ao esforço do time na partida, sabedores que o futebol jogado pelo Vasco hoje e já há algum tempo é de primeira divisão, diferentemente das arbitragens de quinta categoria, responsáveis por nos tirar pontos e vitórias aos cachos.

Sérgio Frias

Sentimentos represados

Curioso como parte da imprensa tentou taxar o jogo ontem, mesmo diante de mais uma atuação do árbitro prejudicial ao Vasco, curioso como o fato de o Vasco ter perdido inúmeras chances de gol puseram num lugar mais brando duas falhas graves da arbitragem contra a equipe visitante na partida, curioso como o santo Rogério Ceni entrou em cena para falar aquilo que a imprensa gostaria de ouvir após o fim do jogo e a inibiu em parte de tecer uma opinião imparcial a respeito da arbitragem.

Logo no início do clássico o São Paulo, antes do primeiro minuto, abriu o marcador após falha de Rodrigo no lance, diga-se de passagem sua única na partida.

O Vasco não se intimidou e por volta dos 10 minutos já havia se mostrado um adversário à altura do oponente, mesmo jogando na casa do adversário e em desvantagem no marcador.

Uma falta para cartão, cometida por Matheus Reis sobre Madson neste curto espaço de tempo não teve do árbitro a devida punição.

Logo depois, nova falta para cartão do mesmo atleta em Madson e desta vez o amarelo foi aplicado.

O primeiro tempo seguiu equilibrado com o Vasco desperdiçando uma ótima chance de gol com Jorge Henrique e o São Paulo outra com Rogério, cabeceando após ganhar no alto de Bruno Gallo. Nenê pelo Vasco e Pato pelo São Paulo deram outros arremates, mas o lance que mudaria a partida ocorreu mesmo aos 43 minutos. Em pênalti claro cometido pelo atleta Matheus Reis do São Paulo, após cruzamento de Madson, foi dado o segundo cartão amarelo ao infrator e o Vasco ainda obteve o empate após perfeita cobrança de Nenê.

Já no intervalo o goleiro Rogério Ceni jogou pressão para cima do árbitro, agradando órgãos da imprensa paulista que precisavam de um combustível para tentar desmerecer a atuação e reação do Vasco.

Com apenas um minuto da segunda etapa outro pênalti a favor do Vasco, mas desta vez o árbitro já devidamente pressionado não marcou. Não se pode marcar dois pênaltis a favor do time visitante ainda mais depois de uma reclamação pública do homenageado da tarde (Rogério Ceni) quanto à primeira.

Apesar de contar com um homem a menos em campo, o São Paulo rondou por várias vezes a área do Vasco, tendo desperdiçado uma grande oportunidade para aumentar com Luís Fabiano aos oito.

A esta altura Jorge Henrique, sentindo a perna, já fora substituído por Rafael Silva aos sete minutos, mas o Vasco ainda parecia não se achar no jogo e o time da casa permanecia rondando a área de Martin Silva.

A segunda substituição feita por Jorginho, pondo Diguinho no lugar de Julio dos Santos aos 12, modificou o panorama. O Vasco passou a ter mais a bola, a girá-la e o adversário começou a ser envolvido em campo.

O gol da virada saiu de bola parada aos 17 minutos, em bela cabeçada de Rodrigo, disputando o lance entre os zagueiros do time adversário, após córner cobrado por Nenê.

Dos 18 minutos aos 43 o Vasco arrematou a gol oito vezes nas seguintes oportunidades:

Defesa de Rogério Ceni em falta cobrada por Nenê aos 23.

Defesa de Rogério Ceni em chute dentro da área desferido por Rafael Silva aos 24.

Furada de Nenê próximo à marca do pênalti após cruzamento de Madson aos 25.

Defesa de Rogério Ceni em chute de Nenê dentro da área aos 27.

Chance desperdiçada por Rafael Silva dividindo na pequena área, após cruzamento de Luan aos 28, com a bola chegando às mãos de Rogério Ceni.

Alguns minutos se passaram sem que o Vasco encaixasse seus contragolpes de forma eficiente mas Jorginho voltou a dar vida nova ao time aos 35, substituindo Leandrão por Herrera.

Com menos de 30 segundos em campo Herrera cruzou para Nenê, que deu a Andrezinho próximo à área. Novo arremate para mais uma intervenção segura de Rogério Ceni.

Aos 39 Herrera chutou de fora da área e Rogério Ceni defendeu em dois tempos.

Aos 40, em cruzamento de Julio Cesar, Rafael Silva cabeceou na trave.

E o São Paulo?

Dos 18 aos 42 minutos deu apenas três chutes de fora da área, todos tortos, pela linha de fundo, e tentou alçar algumas bolas, sem sucesso.

Aos 43 minutos surge o gol irregular do time da casa, validado pela arbitragem. Bola alçada na área do Vasco e Ganso faz falta sobre Bruno Gallo impedindo que este tivesse qualquer chance de alcançá-la. A pelota chega então a Rodrigo Caio que toca para o gol com tranquilidade.

Nos minutos finais o São Paulo, empolgado com o tento de empate quase virou, tendo uma grande oportunidade para isso, e do lado vascaíno, Andrezinho, já dentro da área, errou o passe final para Herrera, embora pudesse até tentar arrematar no lance, desperdiçando a última chance da partida.

O Vasco mais uma vez foi prejudicado pela arbitragem e se após o gol relâmpago do São Paulo no início da partida muitos vascaínos temeram por uma derrota contundente, o revés sofrido aos 43 minutos serviu como uma ducha de água fria, diante de uma vitória já quase garantida.

Faltam sete jogos e com mais 14 pontos o Vasco deve se garantir na Série A, mas caso as arbitragens simplesmente cumprissem a regra do jogo o clube teria mais 12 pontos na tabela de classificação, fato que desequilibra o campeonato em favor de equipes como o Avaí por exemplo e prejudica frontalmente o nosso clube, embora parte da imprensa faça força para passar outra informação ao público, como tentou mais uma vez ontem e continuará assim procedendo, pois seu discurso de time horroroso, já rebaixado, pior da história, caiu por água abaixo diante do que vem jogando o Vasco e dos prejuízos insofismáveis sofridos pelo clube até aqui.

Se o Vasco hoje em campo se mostra um time a ser temido e respeitado, como já o é o clube em função de quem o representa, cabe à parte da mídia, teimando em ignorar as coincidências de arbitragens contrárias ao Vasco, sentar-se no divã e tentar se reinventar porque o ocorrido e os motivos disso teoricamente seriam ponto de partida para inúmeras matérias investigativas e discursos inflamados, mas, pelo que vemos, parece ser mais simples tapar a boca e agir de forma conveniente, afinal a chamada lisura do futebol é algo secundário quando afeta interesses outros de quem supostamente se diz imparcial.

Por fim, sem essa de que o Vasco merece isso ou aquilo porque foi mal no primeiro turno. O campeonato tem dois turnos, isso está no regulamento e a reação do Vasco se deu num prazo até confortável (15 rodadas antes do fim da competição). Não é aceitável, entretanto, que o clube perca 12 pontos (nove no returno) por conta de prejuízos quase sequenciais de arbitragem, lembrando ainda que mesmo nas vitórias contra Atlético-PR e Sport o Vasco também foi prejudicado por ela.

Sérgio Frias

Fonte do Vídeo: Rede Globo

Fonte da foto: ESPN Brasil

 

Dez pontos

Os problemas que rondam a CBF já há algum tempo criam um cenário sombrio no qual muito se discute sobre a fragilidade de seu presidente e o fortalecimento de seu vice, Delfim Peixoto, dentro da própria entidade.

A relação de Delfim com Santa Catarina já está sedimentada, afinal é ele presidente da Federação Catarinense de futebol pelo incrível espaço de 30 anos ininterruptos.

O número de favorecimentos de arbitragem a equipes catarinenses neste Campeonato Brasileiro é algo no mínimo curioso. Uma incrível coincidência. As quatro equipes são inferiores ao Vasco, mas em três dos sete jogos contra elas, até aqui, o Vasco foi “operado”, mesmo quando venceu o Avaí no turno.

Num momento de reação do time cruzmaltino os prejuízos constantes e consecutivos de arbitragem saltam aos olhos. Dos últimos sete jogos o Vasco foi prejudicado simplesmente em cinco deles, mesmo conseguindo quatro vitórias e três empates neste período.

A esta altura da competição parece um contrassenso ser a equipe do campeonato que sofreu mais faltas até aqui, exatamente o Vasco, a recordista de cartões amarelos e vermelhos (103 e 12 respectivamente), sem ser uma das que mais comete faltas na competição. Para completar o número de adversários expulsos contra o Vasco é de apenas quatro.

Dissemos em matéria recente que o Vasco não havia, até o jogo com a Chapecoense, ganhado um ponto sequer por conta do apito neste Campeonato Brasileiro.

Por outro lado, o time cruzmaltino já havia perdido oito pontos por erros de arbitragens, contra Internacional-RS e Sport (turno), Atlético-MG, Cruzeiro e Avaí (returno), sem contar a partida frente ao Goiás, também no returno, encerrada na prática aos 19 minutos do primeiro tempo por bandeira e árbitro da partida com a expulsão de um atleta vascaíno injustamente e um gol irregular do Goiás na vitória parcial até ali de 2 x 0.

O que ocorreu na noite de quinta-feira no Maracanã foram inexplicáveis e indefensáveis prejuízos contra o Vasco de arbitragem, mais uma vez. Um pênalti pessimamente marcado a favor da Chapecoense aos 40 minutos do 2º tempo e um claríssimo não assinalado a favor do Vasco dois minutos depois.

Para quem estava no Maracanã a sensação foi a de que o árbitro apitou os lances como se estivesse comprometido em prejudicar o Vasco. A atitude do apitador foi infantil nos dois lances citados, digna de um juiz de pelada entre solteiros e casados. Foi simplesmente ridícula a sua análise nos respectivos casos.

Enquanto o incrível Edinho, comentarista do Sportv, via falta de Rodrigo no gol do Vasco, o árbitro da partida amarelava atletas cruzmaltinos por reclamação, e em dose tripla. Houve lance em que o juiz não conseguiu distinguir pé alto na cara do adversário como infração, optando por falta da vítima, seguido de cartão a ela. Mesmo assim o Vasco vencia a partida com autoridade, após melhorar e muito seu jogo na segunda etapa.

O pênalti marcado contra o time da casa, no qual a bola não bateu na mão de Rodrigo dentro da área e se tivesse batido, com este tendo o braço colado ao corpo, não caracterizaria a penalidade, foi um desrespeito a todos os torcedores que pagaram ingresso para ver futebol e não o árbitro do espetáculo.

Mas o show de horrores da arbitragem ainda não tinha chegado ao fim. Dois minutos depois do gol de empate dos visitantes, o atleta da Chapecoense simplesmente esticou o braço até onde pôde após cobrança de escanteio, desviou a bola com a mão, dentro da área – na frente do bandeirinha, perto do árbitro – e o inacreditável Ricardo Ribeiro deixou o lance seguir, bem como seu auxiliar.

Segundo Nenê – presente na jogada do pênalti a favor do Vasco – disse em entrevista após o jogo, a justificativa do árbitro teria sido a de que o toque fora dado sem querer. Não são dois pesos e duas medidas não. É um escárnio mesmo. Uma dose dupla de lambanças, um movimento que põe sob suspeita sua capacidade para arbitrar uma partida de futebol profissional.

Os inimigos externos do Vasco pretendem rebaixar o clube num movimento orquestrado, ao que parece, no qual se tenta dizer com enorme cara de pau não ser um acinte à inteligência dos torcedores vascaínos os sistemáticos erros de arbitragem contra o nosso clube.

A desculpa está preparada para justificar um rebaixamento que muitos vaticinaram após o jogo contra o Figueirense, ou Internacional-RS ou ainda Atlético Mineiro no returno. Não contavam os apressados com a reação cruzmaltina e hoje já se mostra completamente injusto para com o Vasco a permanência do time no chamado Z4, mesmo porque, por mérito próprio, deveria ter o clube nas últimas sete partidas mais seis pontos na tabela e com isso já estar fora da zona de rebaixamento nesta rodada. O problema para tantos não terá sido a arbitragem, mas o tempo de reação, a troca de técnico, a demora na contratação de A ou B. E a mídia motivará tal análise.

Não foi pela arbitragem que o Vasco deixou de ser Campeão Carioca invicto em 1923, Campeão Carioca em 1944, do Torneio Rio-SP em 1950, 1952, finalista da Copa Rio de 1952, finalista do Estadual em 1973, Campeão Carioca invicto em 1977, Campeão Carioca em 1986, finalista do Campeonato Brasileiro de 1992, Campeão Carioca em 1999, Campeão Mundial Interclubes em 2000, Campeão Carioca em 2001, Campeão Carioca Invicto em 2003, Campeão Carioca em 2004, classificado para a Libertadores em 2006, finalista da Copa do Brasil de 2008, finalista da Copa do Brasil em 2009, Campeão Brasileiro em 2011, de se manter na primeira divisão em 2013, de ser Campeão Carioca de 2014, porque sempre se levantarão outros fatores para encobrir as absurdas, contínuas e históricas arbitragens contrárias ao Vasco, principalmente pelos pseudo formadores de opinião da imprensa.

Não tenham dúvida que a partir de agora teremos em qualquer lance polêmico nos jogos do Vasco uma lente de aumento e quando houver um favorecimento ao clube (caso haja) será dito ser a lei da compensação ou coisa que o valha, mas ter o Vasco 10 pontos, eu disse DEZ, a seu favor, por conta de arbitragens, nem tempo há.

O time cruzmaltino deve continuar lutando pois já demonstrou que possui condições de obter os pontos necessários para sair dessa situação. Se obtiver nos próximos sete jogos os mesmos 15 conquistados nos últimos sete provavelmente se garantirá na primeira divisão com uma rodada de antecedência e a equipe já mostrou ter condições para isso, mas é absolutamente inaceitável o que o apito e as bandeiradas têm feito contra o Vasco, contra as regras do futebol e contra o bom senso.

Sérgio Frias

Liga não

Desde o início do ano, Flamengo e seu papai no futebol, Fluminense, partiram para uma briga direta contra a FFERJ, afinal sabiam que uma vez voltando o respeito ao Vasco a entidade passaria a ter mais uma força ativa e não passiva em seu seio.

Após conquistar um campeonato “roubado”, dito mais gostoso por isso, diante do Vasco em 2014, depois de obter benefícios de arbitragem em várias de suas conquistas, desde o final do século XX até o ano passado, o saco de pancadas Flamengo – que tem reverberado, massificado e apoiado seu discurso na imprensa, através dos anos, de pobre coitado e perseguido – sonha com a Liga Sul-Minas para minar o Campeonato Carioca e com isso tentar (mais uma vez) pôr o futebol do Rio para baixo, comparando-o com o de Minas, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul ou similares.

Ao invés de se fazer com que haja mais força num estado no qual reside um terço dos grandes clubes brasileiros, a dengosa dupla Fla-Flu pretende uma divisão, admitindo nas entrelinhas não ter cacife para bancar um enfrentamento contra o Vasco (o respeito voltou), mas prejudica também seus próprios torcedores, conduzidos como gado para um torneio que não vale nada, não tem história e põe o Rio de Janeiro no mesmo patamar que Santa Catarina por exemplo.

De pronto afirmo que sou favorável à volta do Torneio Rio-SP, competição que o Fluminense não vence desde 1960, enquanto seu filhinho Flamengo só conquistou uma vez, no ano seguinte, mas sem, é claro, atrapalhar as datas do Campeonato Carioca, que partirá para sua centésima décima primeira edição em 2016.

O grande erro está no tamanho do Campeonato Brasileiro, que aperta o calendário e é demasiadamente chato (vide médias de público), com a briga de dois ou três pelo título, três ou quatro por uma vaga na Libertadores (ou pré Libertadores) e seis ou sete contra o rebaixamento.

Não fossem os estaduais, quantos títulos de relevância teriam Vasco e Flamengo nos últimos 20 anos? O Vasco seis (uma Libertadores, uma Copa Mercosul, dois Campeonatos Brasileiros, uma Copa do Brasil e um Torneio Rio-SP), já o Flamengo cinco (uma Copa Mercosul, um Brasileiro, duas Copas do Brasil e uma Copa dos Campeões do Brasil).

Fluminense e Botafogo somados, teriam conquistado apenas quatro no mesmo período. Mesmo assim ganharam na referida época mais títulos que Paraná e Santa Catarina juntos.

O que fez o Flamengo se manter como marca em destaque durante todo esse tempo foi a conquista de 10 estaduais, contra quatro do Botafogo, quatro do Fluminense e três do Vasco, desde 1995.

Não podemos crer que o massacre midiático em prol do mais queridinho teve como sustentáculo seus vices na Supercopa Libertadores (Independiente-ARG), Torneio Rio-SP (Santos), Copa do Brasil (Grêmio, Cruzeiro e Santo André), Copa Mercosul (San Lorenzo-ARG) ou seus rotineiros vexames na Taça Libertadores contra Universidad Catolica-CHI (dentro e fora de casa), LAU-CHI (em casa), América-MEX (em casa) Leon-MEX (em casa) ou o poderoso Defensor-URU (fora).

A verdade nua e crua é a clara birrinha rubro-negra contra seu algoz fora de campo, mas com óbvio prejuízo ao futebol deste estado, algo que só não é veementemente combatido pela imprensa carioca, por conta de seu comprometimento em defender seu mais queridinho nas causas mais esdrúxulas, como as tentativas frustradas de criação das ligas barbantes em 1994 e 1997, causadoras de inesquecíveis micos pagos por parte de seus signatários: a sequência ridícula de W.Os aplicados sobre eles no título cruzmaltino conquistado no ano de seu centenário em 1998.

Cabe ao Vasco sair da situação delicada na qual se encontra hoje no Campeonato Brasileiro e partir para o bi em 2016. Quanto a manobras dos adversários que lhe temem, fica o recado para os torcedores cruzmaltinos, sem deixar o clube de trabalhar nos bastidores contra golpes contrários aos interesses do futebol do Rio: liga não.

Sérgio Frias