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O Vasco não é várzea

Ontem à noite houve mais uma prova da debilidade, fragilidade e descrédito da atual gestão do clube, mais propriamente do presidente Alexandre Campello.

O desastre administrativo da direção começa com a implosão política do clube, protagonizada por seu presidente , que acolhendo a vontade dos magos do BNDES aceitou assinar em 30/04/2018 uma carta de apresentação esdrúxula junto a um balanço desarrazoado, conforme definido pelo Conselho Deliberativo do clube em novembro último, quando as contas corretas de 2018 foram aprovadas pelo referido conselho.

A atitude acima trouxe para ele a oposição clara do Casaca!, que se mantém até hoje, sem qualquer conversinha, como oposição à sua terrível administração.

Posteriormente, brigou com seu próprio grupo de apoio (base de apoio eleitoral) e trouxe mais oposição para si, assim como já a tinha por parte do grupo amarelo, que ora o protegeu por conveniência política, ora não.

A posição do Casaca! mais uma vez é clara e será evidenciada ao longo do texto.

Em agosto do ano passado, sem ter entregue qualquer documento ao Conselho Fiscal, a gestão queria um empréstimo de 38 milhões de reais, contando uma história na qual era dito ter o dinheiro acabado, faltando já para o dia seguinte.

O Casaca!, na figura do Benemérito Sérgio Frias, visando a que se pudesse resolver a questão sem traumas, sem votação e com harmonia, sugeriu a discussão do empréstimo no mesmo local 10 dias depois, já com a apresentação de documentos para o Conselho Fiscal.

Houve tentativas de acordo neste sentido ao longo da reunião por parte do Benemérito, mas a vontade de votar prevaleceu. Resultado: em nome da institucionalidade, que passa longe das prioridades de Alexandre Campello, votamos contra e soltamos nota no dia seguinte dizendo que em sendo cumprido pela direção do clube o compromisso da institucionalidade, com apresentação dos documentos ao Conselho Fiscal, obrigação, por sinal, da gestão, votaríamos a favor.

Dito e feito. Na reunião seguinte houve voto unânime pelo empréstimo de 38 milhões de reais no mesmo Conselho e a garantia da direção de que a questão com o Conselho Fiscal estaria resolvida, desde então, algo não verificado ao longo do tempo.

De lá para cá, cortes de serviços comezinhos ocorreram no Vasco desde o final de dezembro e outros ao longo de 2019. Além disso, situações bizarras vividas pelo clube são seguidamente publicadas na mídia convencional.

Em 12/04 o presidente do clube foi ao Twitter afirmar que a gratificação natalina, referente a 2018 estava paga, assim como o salário de fevereiro. Ou seja, o salário de março ainda não havia sido depositado.

Daquela postagem para cá nem uma folha foi paga direito. Passou o restante de abril, maio e chegamos a junho com o clube devendo a um mundaréu de gente, com salários atrasados, acordos não cumpridos e, pasmem, apresentando no final de abril um balanço que sugeria ao grande público ter o Vasco um superávit na ordem de 60 milhões de reais, relativo a 2018.

Era justamente no término de abril que a direção do Vasco deveria ter buscado o Conselho Deliberativo, afinal partiria para dois meses de salários atrasados cinco dias depois.

Mas não. Era a hora da conversa fiada nas mídias digitais, afirmações de quanto se mostravam capazes a gestão e o BNDES dela, como o Vasco estava magnificamente sendo gerido.

A vergonha que é o balanço do Vasco, iniciado a partir de números não aprovados pelo Conselho Deliberativo, entre outras questões, não é tema de agora. Fica apenas o registro.

Mas, como dizíamos, o momento era aquele, pensando-se na instituição, nos funcionários do clube, no time de futebol, em quem foi demitido saindo do Vasco com uma mão na frente e outra atrás (centenas de casos), porém tudo isso significou para a gestão porcaria nenhuma.

Sem documentos entregues ao Conselho Fiscal e contando uma história falsa sobre a situação do Vasco talvez holofotes favoráveis fossem endereçados à ela e este era o objetivo da estratégia, em grego strateegia, em latim strategi, em francês stratégie, em inglês strategy… tomada em detrimento do clube.

Com o Vasco com quase três meses de salários atrasados, devedor do FGTS há mais de seis (pelo menos ao Bruno Silva) o presidente do clube se reúne na sala Eurico Miranda do Conselho de Beneméritos com alguns conselheiros natos e pede para que se interceda, objetivando a obtenção de um empréstimo na ordem de R$8.000.000,00, no que é interrompido por seu consultor para assuntos financeiros, dizendo este último algo como “8 não, melhor 10”. Como se fossem 8 caixas de cerveja e depois 10.

Na reunião ocorrida no Conselho de Beneméritos, onde infantilmente Campello desdisse sobre o que acordara, não houve definição sobre empréstimo e sim papelão do presidente, que ainda não pediu desculpas pelo que fez perante uma turma que não está certamente no mesmo nível dele. Em tempo, o outro envolvido na confusão, mesmo com razão na questão, desculpou-se perante o Conselho Deliberativo do clube, por sua ação reativa dura no caso.

Na assembleia da semana passada, ocasião em que o presidente do clube só faltou sair aos pulos por não ser aberta uma investigação contra si e com rumores de que havia ido para lá com carta de renúncia no bolso, o Conselho Deliberativo do Vasco, através de proposta do Grande Benemérito Luis Manuel Fernandes, aquiesceu por UNANIMIDADE que a diretoria pudesse captar 10 milhões de reais a título de empréstimo, segundo ela já no forno para sair.
Oito dias depois nada havia sido resolvido.

Mas ontem a direção queria mais 20 milhões, já estourando até mesmo a projeção orçamentária feita pelos magos das finanças, que transformam o Vasco num “pardieiro planilhado”. Os 20 milhões estariam atrelados aos outros 10 milhões, somando-se 30 e aí sim tudo estaria resolvido no Vasco, até o fim de 2019.

Ignorando que não tem consigo nem 50 conselheiros fiéis, a situação, sem explicar nada a ninguém, solicita ao Conselho Deliberativo que ponha na pauta votação de mais 20 milhões de reais no espaço de oito dias e não procura rigorosamente ninguém para explicar o que será feito com o dinheiro, qual o plano de ação, etc… Isso seria mostrado na hora para quem quisesse engolir. Quem não quisesse que votasse contra e tudo bem.

Logo após livrar-se de uma comissão de sindicância, por apenas oito votos, Campello e seu séquito, de fato, se sentiam fortes para atropelar algo, ainda mais num quórum qualificado?

Afirmar que houve boicote de A ou B vai fazer A ou B votar a favor num próximo pedido? É a forma política de se postar, sabendo-se que não tem, de fato, o número necessário para aprovação de nada se não sentar e conversar?

“Ah, mas não adianta conversar porque são oposição a mim”. Tente, gênio. Pegue seus consultores políticos e elaborem todos uma forma de não perder todas as votações com quórum qualificado, porque a soma dos dois grupos citados por vossa excelência, em termos de votos, se forem lá e votarem contra impedirão que qualquer empréstimo saia.

Para agir, visando o bem do Vasco, essa administração teria de se sujar perante o público, mostrar seus erros de análise, seus desacertos, suas atitudes irresponsáveis, seus ralos e o cheiro deles.

Não parece ser esse o caminho escolhido, até porque sustentar uma mentira já vista por todos que é mentira (a qualidade da própria gestão) para alguns dali é o único caminho para não sucumbir. Se o Vasco sucumbir, então, desde que não se sujem, que se dane.

Na nossa visão, independentemente do que aí está, alguns compromissos deveriam ser firmados pela direção em 2019:

1 – Apresentação de plano para obtenção das certidões positivas com efeito de negativas ainda este ano.
2 – Fim das demissões persecutórias no clube (ocorreram mais algumas recentemente) e manutenção dos esportes encontrados no Vasco por essa gestão, olhando, também, para a base e dando mínimas condições para que atletas possam se desenvolver e despontar com a camisa do Vasco.
3 – Colocação do Vasco no Campeonato Brasileiro deste ano (compromisso) no mínimo no lugar em que sua folha salarial recomenda, comparando-a com a dos demais adversários.
4 – Cuidado com o patrimônio do clube (compromisso), seu estádio, suas sedes e atenção especial ao Colégio Vasco da Gama, considerando-o com a importância que ele tem e baseado nos preceitos de sua inauguração, ocorrida há 15 anos.

Sobre a posição do Casaca!.

Queremos que sejam garantidos os seguintes pagamentos com o valor que se requer seja emprestado e mais aquilo que o Vasco terá a receber neste ano:

1 – Pagamento imediato dos salários atrasados de atletas (incluindo direitos de imagem), demais funcionários, FGTS inclusive, mantendo-os em dia até o fim do ano.
2 – Pagamento imediato dos inúmeros acordos em atraso firmados por essa gestão com ex funcionários do clube, tanto quanto celebração e cumprimento das parcelas dos que faltam, até o fim de 2019.
3 – Pagamentos do que estiver faltando quanto a salários e gratificações concernentes ao fim de 2017, que já deveriam ter sido pagos em abril do ano passado, quando do recebimento da verba inerente à venda do atleta Paulinho, portanto há 14 meses.
4 – Demais acordos e obrigações para que não se inviabilize o clube no decorrer deste ano.

E se o valor a pedir emprestado for maior que este, discutido agora para este ano? Joguem limpo e digam que vão estourar mais e mais o orçamento, mas não joguem para a galera, pura e simplesmente.

Na nossa visão os itens expostos logo acima devem ser respeitados e realizados e os compromissos mais acima firmados, de fato, pelo bem do Vasco, em respeito a todos os seus torcedores, como nós também somos (DE RAIZ).

Casaca!

Consciência limpa

O Casaca! novamente se manteve a favor da investigação daquilo que seria alvo de sindicância.

Pela segunda vez consecutiva votamos pela abertura da sindicância. Mais uma vez o Conselho Deliberativo, em maioria, entendeu dar carta branca ao presidente do clube.

Lamentamos mais uma vez tal atitude pois de um ano para cá a carta branca dada resultou no que estamos vendo.

Na nossa opinião quem perde com isso é apenas o Vasco, pois está absolutamente evidenciada a incapacidade administrativa da atual gestão e quanto mais ela ficar solta para fazer o que bem entender a tendência é a de que mais erros graves sejam cometidos, com suposto aval do Conselho Deliberativo clube.

Sigamos em frente.

Casaca!

Desproteção

O afastamento imediato, dito em mídias sociais, do atleta Yago Pikachu da partida diante do Corinthians, em função do episódio ocorrido na chegada da equipe vascaína a Manaus, seria, se confirmado, uma atitude tão irresponsável quanto insensível para com ele, pois nem teria lhe sido dado o direito de expor sua versão do caso antes da suposta punição sofrida.

O atleta é funcionário do clube, ativo do clube e estaria exposto para o público de forma maniqueísta, porque já teria sido dado como culpado pelo episódio e com isso já queimado, em função da notícia de seu desligamento do jogo de amanhã.

Só pela feição do rosto de Pikachu dava para ver que havia sido um movimento reativo a algo sofrido por ele, vindo do torcedor.

Claro que o atleta tem de se controlar e tal, mas depois viria a público, pediria desculpas, e tentaria resolver a questão de forma mais tranquila, como tentou fazer.

Quem administra tem de fazer a correção internamente, puxar a orelha, mas mostrar perante ao grupo que vai cuidar do jogador, blindá-lo, mas cobrá-lo internamente, porque isso passa confiança para os demais de que a direção os protege.

A atitude reativa de Yago Pikachu simboliza o Vasco agredindo sua torcida, a imagem que fica é aquela registrada pelas câmeras.

Exatamente por isso a direção tem de internamente fazer ver ao atleta o que significa seu ato, mas protegê-lo contra o apedrejamento em praça pública.

Yago Pikachu tem contrato até junho de 2021 e isso também deve ser considerado, vive uma má fase como viveu uma muito boa no ano passado. Não ajuda em nada ser exposto neste caso.

Repetindo que a ação dele, mesmo reativa, está errada e acaba ferindo a imagem da delegação vascaína perante a torcida manauara, mas a justificativa de uma criança envolvida no episódio atenua seu rompante.

Que venham os dirigentes vascaínos a público proteger, enfim, seu atleta, pois antes tarde do que nunca.

Como o clube não se manifestou oficialmente a respeito do caso, até aqui, que seja normalmente o jogador escalado amanhã, ficando o dito pelo não dito ao longo do dia de hoje em mídias sociais.

Sérgio Frias

OBS: Texto editado às 23:45 hs do dia 03/05/2019

O texto original foi escrito quando circulava nas mídias sociais a informação de que Yago Pikachu não enfrentaria o Corinthians e a diretoria não se pronunciaria sobre o episódio. Tal informação, entretanto, não foi oficializada.

Depois de afastar jogadores da Libertadores por causa de uma foto em mídias sociais, depois de afastar Thiago Galhardo da reta final do Campeonato Carioca e da Copa do Brasil, parece, assim esperamos, que a diretoria interrompeu o procedimento padrão até então visto a cada vez que precisava gerenciar uma crise.

Persiste a crítica por não ter se pronunciado o clube sobre este episódio com Yago Pikachu. Dirigente do Vasco não pode ter medo de se expor.

Desastre absoluto

Pela primeira vez no século o Vasco perde as duas primeiras partidas na disputa do Campeonato Brasileiro.

O plantel vascaíno é até aqui um dos mais sofríveis entre os 20 clubes que disputam a competição nacional este ano.

Não há um atleta nosso que desequilibre a favor, o número de jogadores com passagens recentes por grandes clubes e com algum destaque é ínfimo, dentre os cerca de 25 oriundos de outras agremiações.

A base, por sua vez, está jogada às feras, com atletas que tendem a cair de produção ou com pouca possibilidade de ajudar, com toda a pressão sobre o time.

Salários atrasados, outros pagamentos idem, uma sucessão de resultados negativos e perda total de confiança, um inexperiente treinador, profissionais medíocres para baixo na gestão de futebol, uma lacuna na vice-presidência do setor pela presença de Alexandre Campello no cargo.

Enquanto isso, o presidente do clube declara em conversa de rua com torcedores que o time recebido em janeiro de 2018 não tinha a mesma qualidade do que se classificou à Libertadores, porque não possuía mais Anderson Martins e Mateus Pet, mas sim Paulão e Erazo, esquecendo-se que a zaga titular do jogo diante do Atlético-MG ontem já fora recebida por ele próprio – com a contratação de Werley formalmente concretizada em sua gestão, mas já bem direcionada pela anterior – e que Paulão formou na maioria da competição em 2017 a zaga titular do Vasco. Aliás com um gol do zagueiro a equipe ficou perto da conquista da vaga para a Libertadores na penúltima rodada, diante do Cruzeiro, em Belo Horizonte.

Esquece-se também que para o lugar de Jean veio Desábato, atleta com o qual o Vasco lucrou este ano, negociando-o, que para ser também reserva na posição de Mateus Vital, assim como o jovem da base era, chegou Thiago Galhardo, com quem a diretoria atual renovou, que Luiz Gustavo, trazido para a lateral ou zaga teve seu contrato também renovado pela nova direção, que Rildo e Riascos foram trazidos e seus currículos e atuações em grandes jogos são mais recomendáveis que as de Vinicius Araújo, por exemplo, que se Rafael Galhardo e Fabricio não eram o ideal, trazido este último porque Ramon estava machucado, as contratações de Lenon, Cáceres, Claudio Winck e Danilo Barcelos estiveram longe ainda de serem soluções para as duas laterais.

A cada dia que passa a situação do clube fica pior.

Mais cobranças são feitas, penhoras, queixosos de acordos não cumpridos por essa gestão se multiplicam, atletas, outros funcionários e credores não pagos no final de 2017 também se manifestam via judicial. Por opção de quem chegava, embora com 90 dias houvesse condições para pagamento dos últimos citados, o caminho foi ignorar tais débitos na prática.

A gestão anterior, boba, não vendeu Paulinho pelo valor da multa rescisória à época, triplicando a quantia em janeiro de 2018, proporcionando com isso a quem chegava receber 57 milhões de reais limpos e, como “reconhecimento“ daquele ato institucional, ignorar, por politicagem, molecagem, má intenção ou conveniência, pagamentos inerentes àquela, fundamentalmente salários, direitos de imagem e acordos, privilegiando a manutenção do dinheiro em banco para satisfação de pagamentos futuros, enquanto se demitiam centenas de funcionários, sem lhes pagar os direitos trabalhistas, como também assim se faria em relação a acordos futuros celebrados com estes.

A perspectiva de ganhos para este ano reside em verba da Globo a ser recebida em breve e através da venda de um ou outro atleta oriundo da base na próxima janela, falando das mais relevantes. Daí por diante são aportes viabilizados por empréstimos e afins.

A gestão atual vende uma fantasia para o público, enquanto o estapeia com a realidade dos fatos. Os discursos dela são parecidíssimos com os do MUV. Senão vejamos:

Em janeiro de 2012 o vice de Finanças da época afirmava que o Vasco devia 250 milhões de reais mais ou menos e no balanço de 2013 surgia o clube devendo quase o dobro, após refeito o balanço do próprio ano de 2012. O valor subiria a quase 700 milhões em 2014 e seria reduzido para 580 milhões em 2017.

Mas para a gestão atual o balanço de 2017 (retificado em novembro último), dizia dever o Vasco 645 milhões, assim como o MUV e suas reservas de contingência elevaram na caneta a dívida do clube de 220 milhões para mais de 350 em 2009.

Por outro lado coube a Alexandre Campello protagonizar uma série de atitudes, desde sua chegada à presidência do Vasco, que transformaram um cenário de pacificação e unidade noutro no qual isolou-se para buscar apoios a qualquer custo e – curioso – ter à sua volta vários pacificadores, que lhe consideram tão fraco quanto importante numa estratégia de coalizão.

A implosão política do clube, protagonizada por Campello, se deu também desde a insistência em fazer um balanço que era cabido ao gestor antecessor realizar, com números – relembre-se – depois retificados e votados no Conselho Deliberativo e novamente ignorados na feitura do balanço de 2018. Junto a isso uma carta amarela, na essência, foi elaborada provavelmente por amarelos dessa gestão, cínica, covarde e maquiavélica, vide ações posteriores a ela e choramingo ulterior. A assinatura daquilo demonstrou também um pouco do caráter administrativo do atual presidente.

A forma como Alexandre Campello tratou Eurico Miranda na mídia no início de sua gestão, sugerindo uma distância, enquanto intramuros ia até ele, demonstrando o contrário, solicitar ajuda (que nunca lhe era negada) traduziu-se em sinal para muitos.

A forma como tratou seu próprio grupo, sem o qual não teria chance nem mesmo de pleitear ser conselheiro do Vasco, a não ser, talvez, na chapa “pura” amarela, por seu discurso coadunado na essência com o que pensa tal facção – diga-se de passagem hoje aliada em mantê-lo no poder, visando as eleições em 2020, fazendo a lógica do quanto pior melhor – mostra também muito de si.

A forma como tratou a gestão anterior sobre seus resultados, a verdadeira reconstrução que se iniciava no Vasco, em vários dizeres já expostos acima, culminou com declaração recente de que a atual gestão reconstrói o clube – infelicidade dita após a perda de um título contra o maior rival, para os vascaínos de raiz.

A forma como tentou trabalhar politicamente apoios no clube – excluindo desta conta os que convergem com ele e suas ideias por convicção na sua capacidade de gestão – trouxe para si supostos aliados, os quais querem não só que ele se dane, como também que sirva aos interesses filosóficos de cada um, vide, por exemplo, o ocorrido após decisão judicial que garantiria novas eleições no clube próximo ao fim do ano passado.

O Vasco desaba institucionalmente, joga fora todo o trabalho feito com tantas dificuldades e poucos recursos pela gestão antecessora à atual, realizado após seis anos e cinco meses do que se viu de horrendo no Vasco. Caminha hoje o clube para uma derrocada esportiva com consequências das mais danosas, pois é o Vasco no cenário atual uma equipe sem prestígio, sem carisma, sem harmonia e se não houver mudanças drásticas (E CORRETAS), sem futuro.

Sérgio Frias

Medo, descomprometimento, vergonha

A lamentável e inaceitável atuação do Vasco domingo contra o Flamengo, na primeira partida decisiva do campeonato, criou um abismo entre os dois clubes, materializado em 90 minutos de partida.

Tal abismo era nítido entre o Campeonato Brasileiro de 1997 e o de 2000, a favor do Vasco, mas o que se via na época era uma dedicação quase irracional da equipe rubro-negra, jogando a vida a cada confronto, contra um adversário nitidamente superior, que entre uma goleada e outra impingida, buscava igualar as coisas, com o sistema a seu favor, claro, mas também comprometido a cada disputa. Foram 6 vitórias do Vasco contra 5 do adversário.

A mesma diferença abissal era nítida entre o início de 1979 até o Campeonato Brasileiro de 1983. A geração de Zico e cia. ganhou mais que perdeu do Vasco, mas teve no adversário um digno contendor. Naquela época o que se via pelos lados de São Januário era uma luta constante, contra uma equipe melhor e um sistema que ainda a fortalecia mais ainda, independentemente da distância entre os dois clubes. Foram 9 vitórias do Flamengo contra 8 do oponente.

Tanto Vasco como Flamengo tiveram ao longo da história momentos nos quais o favoritismo pendia para um lado ou outro, mas a luta, a garra, a vontade de vencer, não era definida no papel, na escalação, mas sim na atitude em campo.

Faltou atitude ao Vasco, sobrou receio, faltou concentração, sobrou atabalhoamento, tudo isso no primeiro jogo decisivo do campeonato.

Os dois gols rubro-negros surgiram de falhas infantis dos laterais e o anulado de outra, desta vez cometida pelo zagueiro Werley.

O treinador errou em duas das três substituições (na outra trocou simplesmente um centroavante por outro), mas ficou evidenciado que a mexida do intervalo pôs cedo demais no gramado um atleta capaz de produzir muito mais como arma para os últimos 15, 20 minutos (oxalá esteja pronto para mais daqui por diante). O absurdo, entretanto, foi a segunda alteração, quando foi retirado de campo o jogador mais produtivo da equipe nas ações ofensivas, facilitando de vez as coisas para o adversário, embora, em tese, a dupla função a ser exercida por Yan Sasse, mais descansado, justificasse, por princípio, a troca.

Os atletas com os quais mais se contava, no meio e na frente, decepcionaram. Maxi Lopez e Bruno César andaram de mal a pior, Pikachu reapareceu sem ritmo e pouco comprometido com a marcação, Lucas Mineiro mostrou-se irregular ao longo da partida, vigiado de perto pela marcação adversária e Raul um tanto inseguro e pouco efetivo.

Atrás salvou-se Leandro Castan, realizando uma bela partida e Fernando Miguel, com boas defesas, embora deixasse a sensação de que poderia não largar o cruzamento de Arascaeta, na jogada do segundo gol rubro-negro. A bola, todavia, estava molhada, absolvendo o arqueiro de qualquer crítica contundente naquele lance.

Não há uma mágica solução para reverter uma vantagem considerável, aberta pelo adversário, mas o certo é que com a repetição dos erros, da amorfia e do titubeio coletivo, o Vasco não conseguirá melhor sorte na segunda partida.

De nada adianta simplesmente passar uma borracha no que ocorreu, mas sim tirar lições disso, corrigir defeitos, questionarem-se todos os envolvidos no vexame e mudar a postura (tanto quanto o espírito) para a disputa do segundo jogo decisivo.

Por fim, deve nesta semana se expor a direção, mantendo os vascaínos ainda motivados para darem sua contribuição em nome da reação, com sua presença e incentivo no último embate do campeonato.

O vascaíno cascudo vai ao jogo, disso temos todos certeza.

Sérgio Frias

Até…

Eu o conheci pela TV, falando Vasco, Vasco e Vasco em inúmeras discussões ali e acolá.

Eu o conheci pelo rádio, onde ouvia o que desejava ouvir, quase que como lhe dissesse para falar o que dizia, como se adivinhasse o que meu coração vascaíno queria ouvir.

Eu o conheci através dos jornais, com matérias por vezes sensacionalistas, noutros casos ácidas, falando dele como uma figura que cativava, mas também incomodava.

Eu o conheci ao vivo, lá pelos meus 18 anos e não vi barreira grande para falar com ele ou ter dele uma resposta direta e até simpática diante das minhas dúvidas ou preocupações daquele momento.

Quando meu pai me trouxe o adesivo de campanha, em 1985, eu o colei na minha janela e lá está ele até hoje, no mesmo vidro dela, no mesmo lugar, no quarto da hoje casa de minha mãe.

O que se dizia ali era muito sério, de difícil execução, quase impossível ocorrer na prática, mas eu, adolescente e acreditando nos sonhos de qualquer adolescente via como possível, plausível e emblemático: “Eurico 86 – O Vasco Acima de Tudo”.

Eurico perdeu as eleições, de forma estranhíssima na ocasião. O clube todo sabia o que ocorrera, mas ele não foi à Justiça, não foi expor o Vasco.

Deu lá algumas entrevistas e voltou para seus afazeres, certo de que o Vasco praticamente inteiro o queria dentro do clube.

Chamado a atuar como Vice-presidente de futebol, após quase 20 anos vivendo a política interna do clube, ele surgiu como um trator.

O Vasco mudou de patamar e aquilo que nem nos nossos mais belos sonhos juvenis seria plausível foi obtido.

Mas o que chamava a atenção, mais do que vitórias, títulos, alegrias era como havia apenas dois caminhos para os oponentes do Vasco. Admirá-lo ou odiá-lo.

O Vasco não passava desapercebido e quando desrespeitado tinha um leão a defendê-lo, com todas as armas possíveis e impossíveis de serem usadas para tal.

Colecionou inimigos e brigas em prol do clube, prejudicou-se pessoalmente, teve na família seu grande aparato, nos amigos e correligionários apoio, mas viveu entre injustiças contra si e ações odiosas de seus adversários.

Em tempos digitais mentiras e distorções se espalham pela rede, falar mal em maioria de alguém faz um monte de bobagens parecerem verdades e o trabalho feito por Eurico Miranda após seu retorno apoteótico à presidência do clube no final de 2014, até o fim de seu mandato, teve na distorção dos fatos a conclusão de que tudo aquilo feito de nada importava e era simples para qualquer outro executar.

O tempo demonstra o contrário, como a história recente do clube – sem ele gerindo o Vasco – também evidencia a grande distância entre aquele indefectível personagem e o resto.

No seu último ano de vida ativa no clube ainda ajudou no que pôde, aconselhou no que pôde, agiu como pôde. Enfim, fez o que pôde.

Um homem que por décadas não passou anônimo na multidões qualquer lugar pelo qual andasse, que se fez respeitar pelos adversários desta cidade por inequívoca supremacia nos confrontos, por inequívoca capacidade de sobrepujá-los fosse nos bastidores ou no próprio campo de jogo.

Como gran finale teve ao final de seu último jogo como presidente do clube uma vitória, contra tudo e contra todos, que foi a classificação para a Taça Libertadores de 2018.

Como gran finale teve ao final de seu último jogo como torcedor um gol do Vasco, contra o arquirrival, marcado num pênalti, no último minuto.

Quisera eu escolher sua última memória, sua última visão, antes de ele fechar de vez os olhos e entrar para a história. Que fosse ela, então, a bola na rede rubro-negra em mais um gol do Vasco, Vasco que foi no fundo a razão de viver dessa lenda chamada Eurico Miranda, que tanta falta nos faz e fará ao Vasco para todo o sempre.

Saudades, amigo.

Sérgio Frias

Parabéns à torcida vascaína


Foi uma vitória da torcida, que pressionou os jogadores tricolores e seu tic-tac improdutivo no campo de defesa.

Foi uma vitória da torcida, que pressionou fora do estádio para que pudessem retornar ao local que sempre foi de direito do clube, desde 1950 e deixou de sê-lo por uma anuência inaceitável em 2013 e que mantém a discussão acesa até hoje.

Foi uma vitória da torcida, que enfrentou intempéries, enfrentou a desilusão dos portões fechados com o jogo correndo e voltou ao estádio, ou o invadiu, após ter havido a liberação judicial.

O Vasco cumpre ordem judicial, ao Vasco cumpre tal dever e à torcida cruzmaltina cumpre defender o clube, com ações em massa como a que vimos hoje.

Parabéns a todos nós.

Vasco Campeão da Taça Guanabara (invicto) mais uma vez.

Sérgio Frias

https://casaca.com.br/site/wp-admin/edit.php?paged=1

Grande diferença

Na democracia um dos seus preceitos é o respeito a opiniões e não a desqualificação de quem pensa diferente de você, como se o dono da razão fosse você próprio.

O escudo do Flamengo visto ontem não agradou nem um pouco a inúmeros vascaínos, como também pode ter satisfeito a uma outra parte, como para outros não fez diferença alguma.

Como a ação de marketing não funcionou da maneira como se propunha, a forma como o atual presidente do Vasco, Alexandre Campello, se posicionou na própria imprensa seguiu um contexto de diminuição dos que discordam dele, como por exemplo discorda o estatuto do próprio clube, que, em tese, deveria ser respeitado.

Talvez em tenra infância as cores do Vasco pouco importassem para o mandatário, mas para inúmeros VASCAÍNOS DE RAIZ já nos eram imaculadas e assim permanecem.

A homenagem feita pela equipe do Resende é digna de todos os aplausos e poderia ser também a do Vasco, com o mesmo leilão que se pretende fazer em favor das famílias das vítimas, embora quem apareça na própria camisa (no caso das do Vasco) tenha sido o responsável pelas vítimas e não tão vítima como as que partiram.

Às famílias das vítimas, amigos, admiradores, colegas, funcionários próximos, muita força.

Ao Flamengo, que não mais manche o esporte brasileiro, sendo referência de desdém quanto às leis, determinações e normas, que levaram à possibilidade do ocorrido.

Ao presidente do Vasco, mais zelo com o clube.

Sérgio Frias

Tragédia Secular

O ocorrido há cerca de 36 horas é estarrecedor, inimaginável, inclassificável e uma tragédia, fruto de completa e total irresponsabilidade do Clube de Regatas do Flamengo.

O local onde havia dormitório poderia funcionar como estacionamento, tratava-se de um contêiner, com uma só saída e sem outra de emergência, o clube havia sido multado quase 30 vezes, por estar sem o devido alvará, a prefeitura determinou a interdição do CT em 20/10/2017, mas o clube resolveu manter o funcionamento e transformou em alojamento um espaço, sem ter pedido licença para tal e sem anuência do corpo de bombeiros.

Força Flamengo???

Força aos parentes das vítimas, amigos, colegas, admiradores, funcionários próximos.

Por completa irresponsabilidade, desídia, negligência, prepotência, arrogância do rubro-negro, houve uma tragédia inaceitável (e jamais vista), em clubes da quarta divisão do futebol brasileiro ou em outros sem divisão alguma.

Não é a maior tragédia do Flamengo em sua história. É a maior tragédia entre clubes brasileiros, na história do futebol brasileiro, por responsabilidade própria.

Força Flamengo???

Força aos parentes da vítimas, amigos, colegas, admiradores, funcionários próximos.

Não fosse a Folha de São Paulo soltar uma matéria ontem devastadora, quanto a todas as irregularidades cometidas pelo Clube de Regatas do Flamengo, teríamos vivido um dia no qual o responsável pela morte de 10 crianças carbonizadas parecia tão vítima como as crianças que morreram.

Os prejuízos que a instituição “Flamengo” sofreu foram de imagem e financeiros. Isso se compara ao que foi perdido pelas famílias daquelas crianças?

Força Flamengo???

Força aos parentes das vítimas, amigos, colegas, admiradores, funcionários próximos.

A consternação foi geral. De qualquer atleta mirim que pretende ser um profissional, dos profissionais veteranos ou já fora dos campos que um dia foram mirins. Todos tem história para contar, de dificuldades pelas quais passaram ou passam, das condições precárias em dado clube ou oportunidade, mas nenhum tem história similar ao ocorrido, porque nunca aconteceu e ocorreu com um clube que é tido e havido como modelo pelos irresponsáveis da imprensa convencional que investigam o que lhes interessa e incensam também o que lhes interessa.

Ora, ninguém, absolutamente ninguém da imprensa convencional que cobre o Flamengo buscou saber quais as condições daquele espaço? Por que (se sabiam) não se buscou divulgar o fato até que interditassem (caso permanecesse a desídia, irresponsabilidade, negligência, arrogância e prepotência do Flamengo), por meio de uma campanha global em cima da irregularidade?

Ontem mesmo se viu gente falando na mídia convencional da estrutura do Vasco em 2012 (sim, 2012), em Itaguaí para incensar o Flamengo, afirmando que era o clube com menos problemas na época e que depois melhorou mais ainda… Melhorou muito! Está se vendo como melhorou! É a referência do Rio! Aliás o Flamengo hoje é uma referência nacional! É uma referência de desídia, negligência, irresponsabilidade, prepotência e arrogância, que levou ao ocorrido.

Força aos parentes das vítimas, amigos, colegas, admiradores, funcionários próximos.

Sérgio Frias

Diferença incontestável

Em qualquer lugar do mundo em que se analisasse resultado esportivo e gestão, comparativamente, sob a ótica desses últimos dois anos, ter-se-ia a clara conclusão de que o Vasco foi transformado de vinho para água e com muito mais recursos financeiros disponíveis no presente ano, em comparação ao outro.

Vamos a um fato, que chama bastante a atenção. Número de vitórias fora do estado, com mando de campo do adversário.

Não há como fazer uma comparação diferente do que utilizar como parâmetro o modelo de pontos corridos com 20 clubes na disputa, se quisermos ser justos, o que ocorre desde 2006.

A cada ano exposto o Vasco atuou na Série A em 16 jogos fora do Rio de Janeiro (apenas em 2015 foram 17).

Eis os números:

2006: 6 vitórias fora de casa (três contra grandes clubes brasileiros)
2007: 4 vitórias fora de casa (duas contra grandes clubes brasileiros)
2008: 3 vitórias fora de casa (nenhuma contra grande clube brasileiro)
2010: 2 vitórias fora de casa (nenhuma contra grande clube brasileiro)
2011: 7 vitórias fora de casa (duas contra grandes clubes brasileiros)
2012: 6 vitórias fora de casa (uma contra grande clube brasileiro)
2013: 2 vitórias fora de casa (nenhuma contra grande clube brasileiro)
2015: 3 vitórias fora de casa (uma contra grande clube brasileiro)
2017: 6 vitórias fora de casa (duas contra grandes clubes brasileiros)

Está claro que os números de 2017 estão entre os melhores dos nove anos mencionados.

Para resumir nossa participação no Campeonato Brasileiro de 2018, não ganhamos de ninguém fora do Rio.

Ano passado o Vasco somou 56 pontos, em 2018 foram 43. Treze a menos.

Em 2017 o clube foi deixado na Libertadores e neste ano não se classificou nem para a Copa Sul-Americana.

No ano passado o Vasco perdeu o direito de ter torcedores na cidade do Rio de Janeiro em seis dos seus jogos, em 2018 jogou todas com seu mando de campo em casa, com torcida, tendo vendido apenas um mando para Brasília (Vasco x Corinthians no turno).

É inegável que o Vasco seguia para um bom caminho entre o findar de 2017 e o início deste ano.

As receitas em 2018 aumentariam (venda de Paulinho, prevista para julho, participação em competições sul-americanas, ganhos com mecanismo de solidariedade) e com as certidões a serem conseguidas, por quem tinha competência para tal, outros ganhos ocorreriam.

A mudança de poder, de gestão, de atitude, de comportamento, visão e postura levaram à nova vitimização, pouquíssimo avanço e nenhum comprometimento de se sair em defesa da qualidade do elenco que lá estava e o que foi constituído a partir do desmonte daquele encontrado.

O Vasco em 2018, para sua gestão, não tinha objetivo algum. Nenhuma promessa foi feita, não foi dito em rodada alguma do Campeonato Brasileiro, nem nas quatro, cinco primeiras, que o clube objetivava voltar à Libertadores, criando um ciclo virtuoso. Nada, absolutamente nada foi dito.

O clube pagou pela inoperância e omissão de uma gestão totalmente despreparada para simplesmente mantê-lo no patamar esportivo em que se encontrava há um ano.

Lembre-se ainda que nos últimos três meses de Campeonato Brasileiro, ano passado, o clube se viu à volta com problemas de salários e políticos, mas isso não impediu que o objetivo traçado no início da competição fosse cumprido.

A simples admissibilidade disso poderia fazer o Vasco ter um melhor ano novo, no próximo.

Se sobrar humildade para ouvir e coragem para agir externamente em defesa do elenco, de sua capacidade, traçando objetivos grandiosos, sem fazer segredo ao público, pode-se conseguir mais, muito mais.

Há gente disposta a encarar o desafio, pelo que tenho visto, mas é uma atitude grupal e não individual que poderá fazer a diferença. Não adianta um puxar para cima e os outros se esconderem no conforto do descomprometimento. Todos devem se expor e fazer com que se acredite no Vasco para 2019.

A torcida vascaína agradece.

Sérgio Frias