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Contra o ódio a leveza

O Casaca! vislumbra, de fato, um futuro para o Vasco em 2021 fora da lógica atual de se tentar limpar uma administração sujando a outra.

O cenário do Vasco hoje tem origem numa tentativa pouco institucional de união para ganhar uma eleição da situação sem que a oposição tivesse nada de concreto para mostrar, como aliás foi dito pelo rapaz que se candidatou e perdeu na Lagoa, afirmando ao público que nada tinham para apresentar a não ser uma solução para que o clube chegasse a 250.000 sócios, tal qual era a realidade do Benfica na época.

A torcida cruzmaltina, todos nós na mesma campanha e remando para o mesmo lado, obtivemos quase isso em duas semanas, numa mera promoção (no caso sócio torcedor), que foi primordialmente uma resposta dada por parte dos vascaínos ao momento e incensar do maior rival, que sem Eurico no poder pintou e bordou com o clube nos últimos 25 anos e meio, o que não conseguiu nos 25 anos e meio com ele com poder, como é sabido por todos e os números mostram.

Na véspera da partida contra a Chapecoense o Casaca! fez uma sugestão à gestão (mesmo como oposição) de que aproveitasse o momento e estendesse a campanha até o Natal.

Usamos a frase no twitter “Não há limite para o Vasco” e, de fato, não haveria se o presidente do clube com o Maracanã lotado anunciasse a manutenção da promoção até 25 de dezembro.

A direção deixou um espaço de três dias para fazer o que deveria ter feito no domingo e a campanha perdeu o embalo.

A gestão de Alexandre Campello foi mais do que ajudada, mas infelizmente mostrou-se inapta para gerir.

Nos primeiros dois anos de gestão da administração anterior chega a ser piada querer comparar o produzido por aquela e esta, mas com uma diferença: a gestão comandada por Eurico Miranda não teve apoio de ninguém a não ser dos que se aproximaram para ajudar.

A oposição torceu contra, trabalhou contra, atuou contra, mentiu, distorceu e entendeu que esse caminho era o correto para chegar ao poder. Não é, e a prova disso é a gestão torta atual.

Mas, voltemos ao enredo dos dois primeiros anos de gestão da administração anterior e dos resultados esportivos e patrimoniais obtidos até o fim dela.

Primeiramente vale recordar que o Vasco:

1 – Foi recebido com o futebol ostentando o 3º lugar na segunda divisão, sem ter naquela competição liderado a tábua de classificação em rodada alguma.

2 – Durante seis anos e meio o clube havia vencido uma competição, a Copa do Brasil, ocasião na qual o Vasco não enfrentou nenhum grande clube do futebol brasileiro.

3 – Em 22 confrontos diante do Flamengo o Vasco havia vencido três e o clube também se mostrara nesse período freguês do Botafogo…

4 – O Vasco disputara seis decisões, de turno e campeonato, contra Botafogo (2010, 2012, 2013), Flamengo (2011, 2014) e Fluminense (2012) e havia perdido todas.

5 – A base do Vasco estava instalada em Itaguaí e os destaques dela do SUB 20 e profissionais eram: Jordi, Gabriel Félix, Luan, Henrique, Lorran, Jhon Cley, Marquinhos do Sul, Iago, Thales.

6 – O clube não tinha crédito para nada, seu parque aquático e ginásio estavam desativados, o estádio de São Januário tinha capacidade de público reduzida para 15.000 pagantes e faltava (acreditem) papel higiênico e desinfetante para os banheiros do clube.

Mais de 30 toneladas de lixo estavam esparramados a céu aberto e o Vasco não tinha crédito com empresas prestadoras de serviços mais comezinhos, desde postos de gasolina até desentupidoras de sanitários, devia 10,8 milhões a CEDAE, estava o clube com dois meses de salários atrasados (embora tivesse sido recebido com salários em dia quando o MUV assumiu) e o décimo terceiro salário daquele ano venceria no mês que a nova gestão assumia.

7 – A dívida do Vasco havia mais que dobrado em seis anos e cinco meses, chegando a 688 milhões de reais.

8 – O Vasco do primeiro grupo nas cotas de TV passou para 5º lugar.

9 – O Vasco devia à CBF e FERJ um total de R$22.959.000,00.

10 – O Vasco, que havia sido deixado sem nenhum título protestado, foi encontrado com mais de 200 (duzentos) em dezembro de 2014.

Havia grupos da estirpe de Cruzada, que brigou na Justiça para prorrogar o mandato de Roberto Dinamite e expor o Vasco ao ridículo mais alguns meses, período no qual vivemos mais estripulias daquela trupe, com direito a um 0 x 5 diante do Avaí, em São Januário, confissões de dívida e acordos feitos até 02/12, com parceiros daquela gestão.

Detalhe: a tal Cruzada era oposição ao presidente Roberto Dinamite e no início de 2014 fizera discurso exigindo sua renúncia.

Vale lembrar que ela própria, Cruzada, foi quem garantiu Dinamite no poder após a eleição de 2011 ter sido anulada (alguma urna 7 da gestão MUV que levou a juíza de primeira instância naquela oportunidade a anular o pleito).

Os mais curiosos façam pesquisa com dados da época.

Mas a brava Cruzada, ela que dizia haver sérios indícios de problemas na lista de eleitores apresentada pelo MUV, se mostrou como terceira interessada para garantir Dinamite gerindo, por liminar.

Não podemos esquecer, também, o ato de seus membros, que votaram com a situação pelo não reconhecimento da dívida do clube para com Romário, isso em dezembro de 2011, o que levou o ex atleta a processar o clube.

Ele, que recebera todas as parcelas do Vasco entre agosto de 2004 até junho de 2008, teve freado o pagamento quando o MUV chegou ao poder em julho de 2008.

A dívida passou a não constar no balanço (não cremos que no balanço de 2018 dívidas do clube tenham tomado o mesmo caminho) e em 2011 o Conselho Deliberativo, com os votos e defesa ferrenha da tal Cruzada deixou de reconhecer de vez a dívida.

O resultado disso foi uma ação de execução de Romário contra o Vasco e a apresentação de provas no processo.

Mas durante o processo a tal Cruzada andava pela internet para dizer que não existia dívida alguma, que aquilo era uma armação de Eurico Miranda e Romário, fazendo eco a declarações de alguns que quando processados desmentiram o que vinham dizendo.

O fato é que Romário teria direito a cerca de 40 milhões de reais. A dívida inicial era de 22 milhões e foi paga dela, em praticamente 4 anos, pouco mais de 8 milhões. De um saldo na ordem de 13,9 milhões, Romário poderia ganhar o triplo, por descumprimento contratual do clube.

Eurico Miranda conversou com Romário que pediu apenas a correção da dívida e acabou o valor chegando a 21 milhões.

Observem que foi um erro consciente tanto da situação quanto da pseudo “oposição” (Cruzada).

Sabedores que havia o direito por parte do atleta, por razões de ordem mui republicanas, por certo, resolveram votar a favor do calote.

Mas, curiosamente, os que advogaram em favor do Vasco, após um dizer ou outro de que o clube poderia ganhar a ação, ganharam (do clube), por êxito. Sabem qual foi o êxito?

Como Romário deixou a dívida de 40 milhões por aproximadamente 20 (a pedido de Eurico Miranda para que não metesse a faca no Vasco), tiveram como ganho um percentual dessa redução.

Um dos advogados teve o acordo celebrado com o clube às 18 horas do dia 02/12/2014 sobre seus créditos com o Vasco (4 milhões de reais), horas antes da posse de Eurico Miranda na sede Náutica da Lagoa, segundo ele, Eurico, denunciaria no dia seguinte.

Ah, um detalhe. A posse de Eurico Miranda foi no dia 02/12/2014, mas vale ressaltar que houve eleição na Lagoa 13 dias antes e – por incrível que pareça – a chapa segunda colocada (com membros da Cruzada nela que certamente se abstiveram de votar) lançou candidato, desrespeitando a vontade do quadro social, que havia escolhido a outra chapa, no caso a de Eurico Miranda, por módicos 1.300 (MIL E TREZENTOS) votos de diferença. O placar da votação foi 190 x 26.

Três anos depois a própria chapa segunda colocada em 2014 venceu o pleito, mas rachou, lançando dois candidatos para a disputa do 2º turno.

O mesmo grupo (Cruzada) só faltou querer bater em Alexandre Campello no dia da eleição que o elegeu na Lagoa, mas quando viu que o objetivo da gestão atual era sujar a anterior, logo se pôs à disposição para ser linha auxiliar disso.

Quando, porém, surgiu uma decisão de anulação da eleição (quem ganhou reclamava da própria vitória e queria nova eleição, o que em Portugal é motivo para piada) o grupo “Cruzada” no dia seguinte mandava nota dizendo que iria para a eleição, largando seu “comandante” sem pestanejar.

O grupo, tão preocupado com minúcias sobre Eurico Miranda, não achou relevante que houvesse uma comissão de sindicância sobre o presidente do clube em junho de 2018 por supostos desvios e vota atualmente a favor de que Campello não mostre o que o Conselho Deliberativo solicitou por 150 a 1, recentemente.

Se tiveram vergonha de votar contra o absurdo que era não se permitir a entrada de sócios novos no clube pelo número de assinaturas de cada proponente, não se furtaram em ficar a favor de uma mudança da ata da reunião, mas não porque a ata continha erros e sim porque não agradava à gestão, que com o beneplácito da tal “Cruzada” até hoje não apresentou o que é sua obrigação à comissão de sindicância criada.

Fizemos esse breve relato sobre o grupo de apoio da atual gestão para mostrar que o Vasco precisa se unir, de fato, para evitar que esse modelo de agir, inicialmente contra uma pessoa e depois contra o clube na ânsia de atingi-la, depois a favor de uma pessoa e, também, contra o clube e seu estatuto para se manter com ela (até que ela se fragilize) não leva o Vasco a lugar algum.
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Agora vamos fazer uma singela comparação com os pontos levantados e numerados acima:

1 – O clube foi recebido por Alexandre Campello, classificado para a Taça Libertadores e com o seguinte elenco:
Martin Silva (Jordi, Gabriel Félix); Yago Pikachu (Rafael Galhardo), Breno – que jogava quando havia CAPRRES no clube – (Luiz Gustavo, com quem o Vasco renovaria no decorrer do ano), Erazo (Ricardo Graça), Ramon – que não teria ficado praticamente os últimos dois anos parado se houvesse CAPRRES – (Fabricio, Henrique); Desabato (Andrei, Bruno Paulista), Wellington (Evander), Wagner (Escudero, Guilherme Costa), Nenê (Thiago Galhardo); Paulinho (Rildo, Kelvin), Andrés Rios (Riascos). TOTAL: 27 atletas.

Importante ressaltar que Werley e Paulão foram trazidos já na gestão Campello.

Além disso, havia outros garotos como João Pedro, Rafael França, Miranda, Alan Cardoso, Bruno Ritter, Bruno Cosendey, Lucas Santos, Moresche, Dudu, Caio Monteiro, Marrony, Paulo Vitor, Hugo Borges. TOTAL: 13 atletas.

Importante pontuar que dos 13 citados, seis deles atuaram na primeira partida do Vasco com Campello presidindo o clube (Rafael França, Alan Cardoso, Lucas Santos, Paulo Vitor, Marrony e Caio Monteiro).

Importante ainda relembrar que o Vasco perdeu a partida por 2 x 1 para a Cabofriense naquele dia, marcando para o Vasco Nenê, de pênalti (sofrido por ele próprio), que também chutou uma bola na trave e dias depois foi negociado com o São Paulo.

No tricolor paulista, em 2018, Nenê marcou 12 gols e deu 8 assistências para gol. Foi substituído no Vasco por Giovanni Augusto, que, ao longo da temporada, marcou 1 gol e deu duas assistências para gol.

Fora esses, também à disposição para um futuro breve, o clube contava com: Alexander, Lucão, Fintelman, Cayo Tenório, Ulisses, Nathan, Coutinho, Riquelme, Alexandre Melo, Bruno Gomes, Caio Lopes, Rodrigo, Linnick, Laranjeira, Juninho, Arthur Sales, João Pedro, Talles Magno, Vinícius, Róger. – TOTAL: 20 atletas. Isso para ficarmos por aqui apenas.
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2 – Em três anos o Vasco venceu:
a) Um Campeonato Carioca após 11 anos de jejum
b) Uma Taça Guanabara após 11 anos (invicta após 16 anos)
c) Um Bicampeonato Carioca após 23 anos (invicto após 24 anos)
d) Uma Taça Rio após 9 edições (invicto após 10 edições)
e) O clube bateu seu próprio recorde de partidas oficiais invictas em toda a sua história (34 jogos)
f) O clube se classificou à Taça Libertadores da América após 6 anos

Curioso ainda ressaltar que:
I – Em 2015 o Vasco desceu de divisão prejudicado em 14 pontos, outro recorde na história do clube, infelizmente só admitido pela oposição do clube um ano depois (Turno: Internacional-RS (2 pontos), Sport-PE (1 ponto)/Returno: Atlético-MG (1 ponto), Cruzeiro-MG (2 pontos), Avaí-SC (2 pontos), Chapecoense-SC (2 pontos), São Paulo-SP (2 pontos), Coritiba-PR (2 pontos). O critério foi o mesmo utilizado pelo site especializado Placar Real.
Com os 14 pontos a mais na tabela o Vasco terminaria a competição em oitavo lugar e com apenas 3 dos 14 pontos garfados o Vasco não cairia de divisão.

Houve outros erros contra o Vasco na balança do Campeonato Estadual, mas que não prejudicaram a conquista do título.

II – Em 2016 o Vasco foi eliminado nas oitavas-de-final da Copa do Brasil pelo Santos, em São Januário.
Na partida em que o clube precisava vencer por dois gols de diferença (3 x 1 para levar a disputa para as penalidades máximas) houve um pênalti claro não marcado a favor do Vasco na primeira etapa (e dois duvidosos), enquanto no segundo tempo o gol de empate do Santos (o Vasco vencia por 2 x 1) foi marcado em lance com três irregularidades (falta a favor do Vasco próxima à área do Santos não marcada, impedimento {duas vezes} no contragolpe santista, que resultaria em seu segundo gol).

III – Em 2017 o Vasco foi eliminado na 3ª fase da Copa do Brasil pelo Vitória-BA. Na partida de ida houve falta não marcada sobre o colombiano Manga Escobar, que achando ter havido a marcação pôs a mão na bola dentro da área, resultando no pênalti, que convertido acabaria sendo o gol decisivo para o Vitória-BA se classificar (jogo de ida 1 x 1 e jogo de volta 1 x 0 para o Vitória).

IV – No Campeonato Brasileiro de 2017 o Vasco teve apenas um pênalti marcado a seu favor e oito contra. O time sofreu cinco gols irregulares (Palmeiras-SP {1ºgol}, Bahia e Botafogo {2º gol} no turno, Corinthians {gol de mão} e Avaí no returno) e, além disso, houve oito pênaltis não marcados a favor do clube (Palmeiras-SP, Corinthians-SP, Chapecoense-SC, Atlético-GO (2), Flamengo, Santos-SP no turno e Coritiba-PR no returno).

V – No próprio Campeonato Brasileiro de 2017 o Vasco perdeu a oportunidade de jogar com sua torcida em São Januário por seis jogos, somando neles 6 pontos em 18 possíveis. Nas outras 12 vezes que jogou em casa, com torcida na cidade do Rio de Janeiro – dez vezes em São Januário e duas no Maracanã – o clube somou 22 pontos em 36 possíveis.
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3 – Todos os clubes grandes cariocas foram fregueses do Vasco no período entre 2015 e 2017.
Vasco 6 x 1 Botafogo
Vasco 6 x 4 Flamengo
Vasco 5 x 3 Fluminense
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4 – Em todas as vezes que o Vasco disputou taças venceu as disputas:
Campeonato Carioca 2015: Vasco Campeão, Botafogo Vice
Taça Guanabara 2016: Vasco Campeão, Fluminense Vice
Campeonato Carioca 2016: Vasco Campeão, Botafogo Vice
Taça Rio 2017: Vasco Campeão, Botafogo Vice

O Vasco, pela primeira vez em sua história, eliminou o Flamengo de uma competição em três disputas diretas consecutivas (Campeonato Carioca 2015, Copa do Brasil 2015, Campeonato Carioca 2016).
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5 – A base do Vasco deixada para a administração sucessora já foi descrita acima.
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6 – O Vasco teve crédito por 2 anos e 8 meses e deixou de tê-lo pela preocupação dos parceiros de que a gestão sucessora não honrasse tais compromissos.

Ressalte-se que em 2014 por duas vezes Eurico Miranda buscou junto à FFERJ empréstimos para Dinamite e cia. pagarem salários, impedindo que atletas debandassem no meio da disputa da segunda divisão. Pequeníssima diferença.

O Parque Aquático foi totalmente reformado, pouco importando os que não gostam dele e querem transformá-lo em estacionamento ou coisa que o valha. É patrimônio do Vasco e foi ressuscitado.

A Pousada do Almirante (não confundir com containers do Urubu), também foi reconstruída, onde havia apenas um depósito com lixos e praticamente nada no local.

Foi construído o Campo Anexo dentro de São Januário.

O clube ainda utilizava os campos do terreno de Caxias e ainda brigava pelo espaço para dar continuidade a seu CT, que sem ingerência do MUV e seus contatos poderia já ter sido finalizado na década passada, antes de 2008.

Foi reformado o ginásio com participação de parte da verba vinda da torcida do Vasco.

O Vasco ergueu, com parceria da Brahma, o CAPRRES.

Posteriormente o clube ergueu o CAPRRES da base.

Em 2017 o CAPRRES olímpico.

Após um ano inteiro sem poder realizar um programa de Sócio Torcedor, em virtude de contrato assinado pela gestão anterior, em março de 2016 foi criado o plano, que vinha num crescente em 2017 até a perda dos seis mandos de campo já citada.

Nos três anos daquela administração o Vasco teve patrocínio master num total de 35 milhões de reais, ou seja, média anual de 11,66 milhões de reais.

Pelo patrocínio de manga em 2015 (Viton 44) o Vasco recebeu 7 milhões de reais.

Em 2016 o patrocínio de manga não permaneceu por crise na empresa, mas, mesmo assim, o Vasco recebeu o valor da multa contratual (entre 1 e 2 milhões de reais).

No início de 2018 o patrocínio master, que seria fechado para aquele ano com a empresa LASA não foi cumprido pelo parceiro e o clube busca o pagamento da multa contratual por parte da empresa devedora.

O fato de a empresa não ter honrado o contrato manteve o Vasco, que jamais veiculou a marca em seu uniforme, livre para negociar um patrocínio para 2018 (lembrando que o Vasco estava disputando a Taça Libertadores da América).

Antes de ter sido fechado o contrato com a LASA foi perguntado ao grupo que poderia assumir o poder (a eleição estava sub judice) se havia alguma marca em vista, mas nenhum retorno foi dado e próximo ao pleito da Lagoa dito, de fato, que não havia nada por parte do grupo auto proclamado, pelas cores usadas em campanha, “amarelo” quanto a patrocínios.

Na Justiça ação foi deixada pronta para ser recebida verba de 38 milhões de reais, que foi, de fato, recebida pela gestão Campello em outubro de 2018.

O Vasco obteve certidões positivas com efeito de negativas com 25 dias de gestão apenas, ainda em 2014. Em função disso pôde receber verbas públicas através da CBC na ordem de 6 milhões de reais.

O clube fez um reparcelamento de suas dívidas fiscais entrando no Profut e até o final de 2016 havia pago R$3.549.061,00.

O estádio de São Januário teve aumentada sua capacidade de 15.000 para 21.900 lugares, vislumbrando o departamento de patrimônio do clube ter liberação para 30.000 lugares em 2018.

Por terem sido feitas obras em São Januário para o setor de visitantes o Vasco pôde mandar em seu estádio clássicos estaduais a serem disputados nos Campeonatos Carioca e Brasileiro.

O Colégio Vasco da Gama foi reformado e o clube permaneceu com professores e diretores como funcionários seus.

As sedes do Calabouço e da Lagoa receberam obras e melhorias.

A sede de São Januário também recebeu obras e melhorias em vários setores e as 30 toneladas de lixo a céu aberto ficaram como uma lembrança ruim do passado apenas.

O clube fechou contrato com a Diadora, mas, antes disso, foi perguntado ao grupo que poderia vir a ganhar as eleições (que estavam sub judice) se havia alguma tratativa para alguma marca de material esportivo ser anunciada e a resposta foi “NÃO”!

Em 05/12/2016, portanto com dois anos de mandato, o Vasco já havia pago R$162.701.817,00 em dívidas, mas mantinha salários em dia, certidões, possuía seu patrocínio master e cuidava com zelo de seu patrimônio.

Somente de salários atrasados, encargos e tributos referentes ao que havia sido deixado de pagar pela gestão anterior foram R$18.548.164,00.

Entre direitos econômicos, mecanismo de solidariedade e multas deixadas pelo MUV, até aquela data, foram pagos R$24.500.000,00 (Éder Luís, Sandro Silva, Fellipe Bastos, Guinazu, Montoya, Yotun, Rômulo, Benitez, Diogo Silva, Jonas).

Entre atletas credores do clube estavam: Jonas, Felipe, Edmundo, Nei, Auremir, Fernando Prass, Montoya, Nilton, Fágner, Elton, Elder Granja, Sandro Silva, Caíque, entre outros, além do gerente de futebol Rodrigo Caetano. Todos sendo pagos.

À CEDAE o Vasco (que não tinha dívida alguma em junho de 2008) devia 10,8 milhões, a escritórios de advocacia mais de 20 milhões, mas também havia dívidas com posto de gasolina, empresa de comunicação, Pedrinho Vicençote (Itaguaí), empresa de vigilância, Tovar gramado, empresa de informática, entre outras.

Em relação às cotas de TV o Vasco tinha zero a receber em 2015 e praticamente zero a receber em 2016.

Quando o MUV entrou no Vasco, em julho de 2008 havia, num contrato por três anos, sido antecipado cerca de 8 meses dele apenas.

Para que se faça uma comparação, em 2001, quando o clube foi assumido, além dos mais de 150 milhões de dívidas calculados pela CPI e a perda de 75 milhões em ativos de atletas (acabara a lei do passe), as cotas já haviam sido, até o fim de 2000, antecipadas em 18 meses.
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7 – A dívida do Vasco diminuiu em três anos da gestão antecessora à atual, chegando a 645 milhões de reais (segundo a direção do clube) e a 582 milhões segundo votado pelo Conselho Deliberativo do clube (112 votos a 47)
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8 – O Vasco conseguiu modificar a lógica da TV aberta, dependendo de seus próprios resultados esportivos para superar qualquer um neste quesito, mas a distância do pay-per-view continuou grande pelo percentual já garantido a Flamengo e Corinthians.

A distância já em 2016 era mais que o dobro entre Flamengo e Vasco e isso só mudará quando o número de pacotes de pay-per-view for comprado em massa pela torcida do Vasco, a fim de que ultrapasse o patamar atual, entre 6 e 8% do total, contra 18% mínimo do Flamengo.

Claro está que com o aumento do valor global a lonjura do Vasco para o principal rival também proporcionalmente aumenta.

Vale ressaltar que quando Eurico Miranda saiu do Vasco em 2008 o clube era partícipe do recebimento da maior cota de TV em todas as plataformas, inclusive pay-per-view, junto a Corinthians, Flamengo, Palmeiras e São Paulo.
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9 – O Vasco foi deixado para a administração seguinte com dívida menor junto às duas entidades (CBF e FERJ). No total 18,7 milhões contra 22,959 milhões que havia recebido.
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10 – Grande parte dos títulos protestados foram pagos durante a gestão.
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A falta do princípio da continuidade administrativa, opção da gestão de Alexandre Campelo, levou o clube a agir diferente da forma como agiu a administração sucessora do MUV, que pagou salários atrasados, buscou certidões e acordos, cuidou do patrimônio, obteve resultados esportivos, patrocínios, valorizou a marca e captou de várias formas verbas para tocar o clube.

Seu principal parceiro recebeu tudo que era devido e com menos de 10 dias da gestão seguinte o antigo gestor, Eurico Miranda, encaminhou acordo para que Alexandre Campello recebesse 11 milhões de reais imediatos a fim de pagar o mês de novembro de 2017 e despesas prementes.

O próprio Alexandre Campello recebeu mais 45 milhões de reais limpos com menos de 90 dias de gestão, mas feriu o princípio que deveria nortear o clube.

O atual gestor fez um cálculo de dívidas que chegariam a 82 milhões de reais deixados pela gestão antecessora (a de Eurico Miranda), vitimizando-se quanto às possibilidades de pagamento, mesmo sabendo que não pagaria (por ferir de forma irresponsável e consciente o princípio da continuidade administrativa) os salários de dezembro de 2017, o décimo terceiro do mesmo ano, vários acordos que estavam atrasados (deixando que o Vasco fosse executado, embora na transição fosse dado o caminho para conversas com os advogados dos respectivos credores), impostos devidos do período da gestão anterior (que manteve certidão federal até 30/09/2017 e outras até dezembro do mesmo ano) e pôs a gestão devedora de FERJ e CBF como se ela tivesse chegado no clube em dezembro de 2014 sem qualquer débito com tais entidades.

Além disso, demitiria cerca de 300 funcionários sem pagar as verbas rescisórias de praticamente ninguém, posteriormente via sindicato foi acordado um valor, que, também, o clube deixou de pagar, sendo executado o Vasco em 50%, 60% e até 100% do principal. No fim, o número de funcionários pouco diminuiu e ainda houve a contratação de terceirizados, sendo o gasto geral da mesma ordem.

O mau exemplo, aliás péssimo exemplo dado por Alexandre Campello e seus pares financistas, não tem respaldo nas ações de seu antecessor, que deixou uma situação para o MUV muitíssimo melhor do que a que encontraria seis anos e cinco meses depois, melhor operacionalmente do que a que encarou a partir de 2001, e, diante daquela situação terrível encontrada em dezembro de 2014, deu sua vida, seu trabalho diuturno, sua saúde e seu amor ao clube para entregar um Vasco mais viável a quem chegava e com uma joia rara para trazer dinheiro à novel gestão (a multa rescisória assinada em relação ao atleta Paulinho triplicou de 10 para 30 milhões de euros em janeiro de 2018), quando, na verdade, poderia ter ele feito a venda por um valor próximo da multa em agosto de 2017 e deixado o clube com certidões, salários em dia, acordos em dia, contas prementes, mas perdendo a oportunidade de o Vasco lucrar o triplo daquilo (que viria a ser quase o dobro quando da venda em abril).

A forma como rosnam fakes, incautos e mal intencionados que circundam as mídias sociais não apaga os fatos, que ficam aqui registrados não em defesa simplória de Eurico Miranda, mas de sua visão de Vasco, sua forma de ver e trabalhar pelo Vasco.

Quando se quer candidato único e paz no clube, se quer, na essência, que se pare com este jogo sujo de não pagar fulano, porque é do tempo X, beltrano porque pode afetar o tempo de Y, cicrano para que se tenha ganho político em cima de Z. Essa lógica perversa, infelizmente usada por quem assumiu o Vasco em 2018 – que tinha em seu adversário de chapa mais sede e maior vontade ainda de assim proceder – é exatamente o que machuca o Vasco, que fere o Vasco, que faz o Vasco agonizar, que faz o Vasco sangrar.

A torcida do Vasco, como dissemos, com apoio de todos nós, deu uma demonstração de grandeza, ultrapassando qualquer barreira lógica de associação em tão pouco tempo, mas tal grandeza falta a dirigentes que buscam sair bem na fita, buscam usar da política para fazer o Vasco sofrer e perpetuar uma lógica que quando é freada por algum gestor, novamente é retomada pelo subsequente.

O Casaca! jamais esteve no Vasco para ter ganhos pessoais. Quaisquer grupos tem de fazer reverência ou ter respeito quando dos encontros conosco, mas de longe, com fakes e afins tornou-se hábito falar mal, talvez porque na verdade nos vejam como algo que atrapalhe uma lógica que se perpetuada trará muitos ganhos pessoais, de quaisquer ordens, em detrimento do Vasco.

Eurico Miranda morreu há cerca de 10 meses e seus detratores não o esquecem, virou moda ultimamente jogar as coisas na conta do morto, mas a atitude deletéria é proposital, numa mistura de ódio e prazer, uma mistura que não pode mais caber no futuro do Vasco.

Que haja convergência e se unam as correntes que pretendem suceder a direção que aí está com um nome capaz de agregar e que não seja ele o único protagonista, que hajam outros e que o Vasco cresça com mais gente disposta a se doar ao clube para superar as dificuldades de quem não é o sistema, não é o queridinho do sistema, mas é, sem dúvida, o maior dentre os que pretendem ou podem mudar a lógica do sistema.

Sérgio Frias

Início de temporada: um histórico das contratações feitas pelo Vasco nos últimos 50 anos

Iniciamos o ano de 2020 com expectativas sobre pagamentos, contratações e permanência de atletas no elenco vascaíno.

A situação se mostra difícil quando o Vasco não paga os atletas, trazendo desconfiança sobre as promessas feitas pelo atual presidente do clube, descumpridas mais de uma vez.

Em meio a especulações das mais variadas ordens fica aqui um histórico para os vascaínos quanto à aquisição de atletas pelo clube (em definitivo ou por empréstimo) nos últimos 50 anos.

Segue mais abaixo lista na qual consta atletas contratados pelo Vasco para titulares da equipe principal, nos últimos 50 anos, entre novembro de uma temporada e fevereiro da temporada seguinte.

Alguns critérios utilizados:

1 – Incluiu-se na lista atletas que tenham iniciado a temporada, atuando na condição de titulares, em jogos oficiais ou torneios amistosos (exceto substituindo o titular da posição por alguma questão curta, física ou burocrática, deste último);

2 – Incluiu-se na lista atletas que mesmo não iniciando a temporada na condição de titulares, tenham sido contratados, notoriamente, com essa intenção por parte do clube, obtendo tal condição após a resolução de questões físicas ou burocráticas;

3 – Desconsiderou-se da lista atletas que tenham atuado na temporada anterior pelo Vasco, ou feito parte do plantel cruzmaltino nela;

4 – Desconsiderou-se da lista atletas pertencentes ao Vasco, que atuaram em outras equipes por empréstimo numa temporada (ou até mais) e retornaram ao clube numa outra.

5 – Desconsiderou-se da lista, atletas contratados para compôr elenco e que, eventualmente, tenham obtido a titularidade no decorrer da temporada.

1970 – Kosilek (Coritiba-PR), Rossi (Ferroviária-SP).

1971 – Nenhum atleta para a condição de titular.

1972 – Marco Antônio (América), Paulo César Puruca (América), Suingue (Corinthians-SP).

1973 – Zanata (Flamengo).

1974 – Nenhum atleta para a condição de titular.

1975 – Edu (América).

1976 – Abel (Fluminense), Marco Antônio (Fluminense), Zé Mário (Fluminense).

1977 – Dirceu (Fluminense), Geraldo (América), Orlando (América), Ramon (Sport-PE).

1978 – Nenhum atleta para a condição de titular.

1979 – Nenhum atleta para a condição de titular.

1980 – Ailton (América), Jorge Mendonça (Palmeiras-SP), Léo (Comercial-SP), Pintinho (Fluminense).

1981 – César (Palmeiras-SP), Rosemiro (Palmeiras-SP).

1982 – Claudio Adão (Fluminense), Pedrinho (Palmeiras-SP), Rondinelli (Corinthians-SP).

1983 – Almir (Campo Grande), Elói (América), Orlando Fumaça (Americano).

1984 – Aírton (América), Arturzinho (Bangu), Mário (Bangu), Pires (América).

1985 – Claudio Adão (Bangu), Vitor (Flamengo).

1986 – Paulo Roberto (Santos-SP).

1987 – Dunga (Santos-SP), Tita (Internacional-RS).

1988 – Dirceu (Avellino-ITA), Zé do Carmo (Santa Cruz-PE).

1989 – Nenhum atleta para a condição de titular.

1990 – Nenhum atleta para a condição de titular.

1991 – Eduardo (Cruzeiro-MG), Luisinho (Botafogo).

1992 – Régis (Braga-POR).

1993 – Claudio Gomes (Bangu).

1994 – Dener (Portuguesa de Desportos-SP), Luisinho (Celta-ESP), Ricardo Rocha (Santos-SP).

1995 – Clóvis (Vitória de Setubal-POR), Paulão (Benfica-POR).

1996 – Assis (Sporting-POR), Nilson (Palmeiras-SP), Rogério (Cruzeiro-MG), Serginho (Corinthians-SP), Válber (Internacional-RS), Zé Carlos (Porto-POR).

1997 – Almir (Belmare Hiatsuka-JAP), Celso (América-MG), Moisés (Catuense-BA), Ney Santos (Vitória-BA), Mauricinho (Botafogo).

1998 – Vitor (Cruzeiro-MG), Donizete (Cruzeiro-MG), Luisão (La Coruña-ESP).

1999 – Alex Oliveira (Atlético-PR), Paulo Miranda (Atlético-PR), Zé Maria (Perugia-ITA).

2000 – Jorginho (São Paulo-SP), Júnior Baiano (Palmeiras-SP), Romário (Flamengo).

2001 – Nenhum atleta para a condição de titular.

2002 – Leonardo Moura (Botafogo).

2003 – Alex (Ponte Preta-SP), Marcelinho Carioca (Gamba Osaka-JAP), Marques (Atlético-MG).

2004 – Alex Alves (Atlético-MG), Marcelinho Carioca (Al Nassr-SAU), Santiago (Olaria).

2005 – Marcos (Estrela Amadora-POR), Alex Dias (Goiás-GO), Allan Delon (Vitória-BA), Romário (Fluminense).

2006 – Andrade (Santa Cruz-PE), Edilson (São Caetano-SP), Fabio Baiano (Atlético-MG), Valdiram (Esportivo-RS).

2007 – André Dias (Iraty-PR), Conca (Rosário Central-ARG), Romário (Adelaide United-AUS).

2008 – Beto (Brasiliense-DF), Calisto (Rubin Kazan-RUS), Edmundo (Palmeiras-SP), Jonilson (Vegalta Jendai-JAP), Tiago (Portuguesa de Desportos-SP).

2009 – Carlos Alberto (Werder Bremen-ALE), Jeferson (Santo André-SP), Léo Lima (Palmeiras-SP), Nilton (Corinthians-SP), Paulo Sérgio (Grêmio-RS), Ramon (Internacional-RS), Rodrigo Pimpão (Paraná-PR), Titi (Náutico-PE).

2010 – Dodô (Fluminense), Jumar (Palmeiras-SP), Léo Gago (Avaí-SC), Marcio Careca (Barueri-SP).

2011 – Anderson Martins (Vitória-BA), Elton (Braga-POR), Eduardo Costa (Mônaco-FRA), Marcel (Santos-SP).

2012 – Rodolfo (Grêmio-RS), Thiago Feltri (Atlético-GO).

2013 – André Ribeiro (Novo Hamburgo-RS), Fillipe Soutto (Atlético-MG), Pedro Ken (Vitória-BA).

2014 – André Rocha (Figueirense-SC), Aranda (Olimpia-PAR), Douglas (Corinthians-SP), Everton Costa (Santos-SP), Marlon (Criciúma), Martin Silva (Olimpia-PAR), Rodrigo (Goiás-GO).

2015 – Christiano (Vila Nova-GO), Gilberto (Toronto-CAN), Julio dos Santos (Cerro Porteño-PAR), Madson (ABC-RN), Marcinho (Vitória-BA), Serginho (Criciúma-SC).

2016 – Marcelo Mattos (Vitória-BA).

2017 – Escudero (Puebla-MEX), Gilberto (Latina-ITA), Jean (Corinthians-SP), Kelvin (Porto-POR), Luís Fabiano (Tianjin Quanjian-CHN), Wagner (Tianjin Teda-CHN).

2018 – Desabato (Vélez Sársfield-ARG), Erazo (Atlético-MG), Giovanni Augusto (Corinthians-SP), Riascos (Milionários-COL).

2019 – Bruno César (Sporting-POR), Danilo Barcelos (Ponte Preta-SP), Lucas Mineiro (Ponte Preta-SP), Raúl Cáceres (Cerro Porteño-PAR), Ribamar (Ohod Al-Medina-SAU), Rossi (Internacional-RS), Yan Sasse (Coritiba-PR).

2020 – German Cano (independiente Medellín-COL).

O clube entre parênteses não é necessariamente aquele em que o atleta estava vinculado, em relação a direitos econômicos ou passe, mas sim o último pelo qual atuou antes de ser trazido para o Vasco.

Feliz Ano Novo a todos.

Sérgio Frias

Descumprimento e Desrespeito

Quem hoje imagina que a direção do Vasco vai à reunião do Conselho Deliberativo no intuito de discutir orçamento como algo primordial engana-se.

O presidente do clube e seus assessores jurídicos/políticos entenderam como um bom caminho para o futuro tentar na reunião de mais tarde votar contra a ata da reunião dos 150 a 1 (o hum era Alexandre Campello), usando de subterfúgios dos mais criativos e que tem como único objetivo não mostrar à comissão formada na reunião de outubro último o que foi pedido por ela (nove ofícios), aliás nenhum deles cumprido pelos responsáveis por fazê-lo, por determinação de Alexandre Campello.

A 20/12 o presidente do clube enviou carta aos conselheiros (clique aqui para ler) dizendo que o objeto da deliberação era díspar do conteúdo da convocação, o que não é verdade. Basta ler a convocação.

Disse, também, que a ata foi escrita de forma confusa a fim de confundir o Conselho Deliberativo.

A ata é uma mera expressão daquilo que foi dito e debatido no Conselho Deliberativo e não uma interpretação sobre o que foi dito e debatido. E as reuniões são gravadas.

A matéria deliberada está no edital de convocação, portanto não é estranha a ele.

A formação da comissão se dá justamente para, sem embaraços, poder averiguar o que o Conselho Deliberativo deliberou e deve ter ela, obviamente, amplo, geral e irrestrito acesso ao cadastro e poder, com isso, cumprir sua função.

A direção do clube desrespeitou a comissão formada quando não lhe deu acesso aos documentos exigidos nos ofícios protocolados, como também desrespeitou uma deliberação do próprio Conselho Deliberativo e, por extensão, de todos os conselheiros presentes que votaram pela abertura da sindicância nos moldes em que foi proposta e sem nenhuma contestação após o encaminhamento.

A risível desculpa de que a direção se preocupa com vazamento do cadastro para fora do clube nos faz pensar que há desconfiança prévia nos membros da comissão de algo ou que se quer pòr os conselheiros eleitos e natos sob desconfiança.

Quem está sob suspeita é a gestão e não os membros da comissão. A resistência em entregar documentos, além da busca de todas as formas de não aprovar uma ata com argumentos infantis, passa a permitir ser plausível ilações das mais diversas do que ela própria poderia ser capaz de fazer para continuar seu errático movimento quanto à questão em voga.

Já houve tentativa de aviltamento da lisura do processo eleitoral entre os meses de setembro e outubro deste ano, quando o presidente do clube ousou rasgar o estatuto do Vasco e considerar indeferidos pedidos de associação por um critério peculiar seu (número de fichas assinadas por proponente), caindo sua atitude deletéria no ridículo, junto à imprensa, às mídias sociais, o quadro social do clube e a ampla maioria dos torcedores vascaínos.

Agora o que se tenta é impedir acesso para que se vejam supostas irregularidades no cadastro do clube, o que se evidencia cada vez mais próximo de ter alguma razoabilidade, dada a forma como a direção atua na omissão de suas obrigações perante à comissão, que terminou seus trabalhos sem ter recebido nada, em mais uma infração estatutária clara de Alexandre Campello e seus subordinados.

Sérgio Frias

Copa Intercontinental x Mundial Interclubes

“Dois pesos e duas medidas”.

Em quantas ocasiões isso é ouvido quando o assunto da pauta na imprensa é o sucesso ou insucesso de Vasco e Flamengo?

Mais uma vez foi o visto após a justíssima e incontestável derrota rubro-negra há alguns dias, frente ao Liverpool.

Já houve comparação de manchetes dos órgãos globais, da época e de hoje, surgidas em mídias sociais.

Uma situação das mais embaraçosas foi criada para o grupo Globo, que mantém empregado seu diretor de esportes, após desfile dele, vestido de rubro-negro, na redação do jornal isento, e demite o fotógrafo, por ter mostrado não só o ridículo da cena, como a falta de compostura de quem supostamente comanda a área esportiva de um órgão imparcial.

Ainda chegará o dia em que o Extra publicará após uma vitória que leve o rubro-negro a uma final com o Vasco, a comemoração de um atleta do clube da Gávea em foto e um “Pintou o Vice”.

Talvez o jornal “O Globo” crie uma manchete igual para celebrar um título do Flamengo, como fez em 2003 com o Vasco.

Bastará, para tal, cremos, que o clube da Gávea vença um campeonato com brigas nas imediações do gramado no primeiro tempo da partida decisiva e duas expulsões (não em decorrência disso), independentemente do antológico gol da vitória ter valido o ingresso, tal a beleza do lance.

A manchete “Flamengo campeão na final da vergonha” virá mesmo assim. Vamos esperar (sentados).

Antes que outros debates constrangedores se deem em programas esportivos globais, com tentativas de se justificar o injustificável, fica uma sugestão:

Seria preferível que pedissem, em nome do grupo Globo, simplesmente sinceras desculpas (mesmo que não sejam sinceras as desculpas) à torcida vascaína, seu corpo funcional e diretor da época, admitindo uma parcialidade, que, temos todos certeza, deixará de existir a partir de agora.

Por outro lado, seria, também, de bom tom admitir ter sido um exagero dos mais primários afirmar ter o Flamengo jogado “de igual para igual” com o Liverpool de Firmino.

Mas, vamos ao incontestável e que trouxe em pesquisa recente a reação dos vascaínos nas mídias sociais, realizada sobre a maior atuação brasileira em decisões intercontinentais ou mundiais contra os europeus nos últimos 30 anos.

Diga-se de passagem a atuação do Vasco em 1998, só está abaixo daquelas protagonizadas pelo São Paulo contra o Barcelona (1992) e do Palmeiras frente ao Manchester United-ING (1999), em termos comparativos.

A atuação do Flamengo está bem abaixo das citadas acima, das outras duas decisões disputadas pelo São Paulo, da atuação do Grêmio em 1995 (que jogou mais de uma hora com 10 em campo), do Corinthians em 2012 e é mais parecida com a do Cruzeiro em 1997.

Sim, porque a equipe mineira perdeu na oportunidade boas chances de gol com o placar ainda em branco, mas sucumbiu, fundamentalmente, no segundo tempo, diante de uma equipe alemã mais coesa e organizada em campo.

É superior a atuação rubro-negra de 2019 apenas a do Grêmio em 2017, Internacional-RS em 2006 (ambos jogaram por uma bola e os colorados tiveram a sorte dela surgir e ser aproveitada), e a do Santos, em 2011, que tomou o maior passeio de um clube brasileiro, em confrontos decisivos, no decorrer de toda a história dos intercontinentais/mundiais.

Dito isso, comparemos, então, Vasco x Real Madrid (1998) e Flamengo x Liverpool (2019).

Primeiro a decisão da Copa Intercontinental de 1998.

Chances claras de gols:

Vasco 6 x 5 Real Madrid (considerando os gols marcados).

O Vasco dominou o segundo tempo, a partir do gol de empate assinalado por Juninho Pernambucano (que na época era só Juninho).

O Real Madrid criou três de suas cinco reais chances (incluindo o gol) antes de o Vasco empatar.

Depois do gol de empate cruzmaltino o time brasileiro criou mais cinco chances reais de marcar, uma delas com Mauro Galvão, assinalando um gol com a mão (a pelota ultrapassou a linha fatal), mas sem a paralisação do lance, porque nem bandeirinha nem árbitro viram o toque irregular do zagueiro vascaíno ou a bola entrar.

As outras chances foram com Felipe (três) e Ramon (uma), esta última já com o Real Madrid vencendo por 2 x 1.

Vinte e um anos depois tivemos a decisão do Mundial Interclubes, protagonizada por Flamengo e Liverpool.

Como foi a diferença de produção das duas equipes?

Chances claras de gols:

Liverpool 9 x 3 Flamengo (considerando o gol marcado).

O Flamengo teve domínio territorial durante parte do primeiro tempo, sem criar uma única chance real de gol, após início estonteante do Liverpool.

As três chances rubro-negras se deram uma no segundo tempo (defesa do goleiro para escanteio num chute de Gabriel) e duas no segundo tempo da prorrogação (Gabriel e Lincoln).

O Liverpool teve 9 chances claras.
Duas no primeiro tempo.
Quatro no segundo tempo.
Duas no primeiro tempo da prorrogação.
Uma no segundo tempo da prorrogação.

Saliente-se que uma outra chance do Liverpool foi perdida no primeiro tempo da prorrogação. O jogo seguiu, pois a bola sobrou para o Flamengo, mas com a emissora considerando ter havido impedimento e vantagem dada ao time rubro-negro, por isso tal oportunidade não foi contabilizada aqui (confiando no olho clínico da Globo sobre o lance, sem criar polêmica).

Ressalte-se ainda que o Liverpool teve duas faltas frontais, próximas à risca da área, em seu favor, não marcadas. Uma no primeiro tempo e outra no lance que ensejaria a expulsão do Rafinha, já nos acréscimos da etapa final, caso fosse assinalada.

Não consideremos aí, nos dois jogos citados, chutes para fora (de fora da área), chutes prensados pela zaga, chutes de fora ou dentro da área nos quais o goleiro agarra firme, o que sugere (nos casos vistos), que se deixasse a bola passar seria frango (chute de fora da área do Ramon contra o Real Madrid, em 1998, bicicleta do Gabriel e chute de Arnold da meia direita da área, amortecido pela zaga, antes de chegar às mãos do goleiro, em 2019).

Também não há como dizer que houve uma chance real de gol sem complemento da jogada, o que ocorreu várias vezes no confronto de sábado último, com as duas equipes, como também aconteceu em ataque do Vasco contra o Real Madrid em 1998.

Nove a três é o triplo de chances criadas de uma equipe em comparação à outra e dois terços das chances reais do Flamengo vieram com o time atrás do marcador.

A maioria das chances do Vasco se deram quando o jogo diante do Real Madrid estava empatado.

O Vasco de 1998, se comparado ao Flamengo de 2019, mostrou-se em outro patamar no confronto intercontinental. Algo inquestionável.

E olha que nem há menção nesse texto a Vasco x Manchester United-ING de 2000, com Romário e Edmundo em campo.

Aí já é outra dimensão.

Sérgio Frias

Passamento de um campeão

Se há uma patente no Vasco que lembra atleta específico do clube, esta não é Soldado, Cabo, Sargento, Tenente, Capitão (aí lembramos de muitos atletas), Major, General, Marechal (neste caso temos até uma pessoa específica, mas fora de campo).

O quatiense Coronel, Antônio Evanil da Silva, nome de batismo, patenteou para si não só o epíteto, como também a simbologia de aguerrimento linkada a ele.

Quem acompanhou o Vasco entre os anos 50 e 60 do século passado viu atuar pela lateral esquerda do time juvenil e profissional – fosse no já ultrapassado WM, ou no 4-2-4, ou ainda no 4-3-3 – um atleta com bom senso de marcação, firme, resoluto, que chegaria, inclusive, à Seleção Brasileira.

Pela seleção nacional disputou um Campeonato Sul-americano, realizado na Argentina, chegando ao vice daquele certame, e o Troféu O`Higgins, contra o Chile, conquistado pelo Brasil, em dois jogos.

Na ocasião foi ele o substituto de Nilton Santos, entrando no lugar do lateral botafoguense já na primeira partida do certame continental e atuando como titular nos jogos seguintes. Foram oito vezes, ao todo, vestindo a camisa da Seleção Brasileira, com seis vitórias e dois empates obtidos. Todos os jogos disputados em 1959.

Pelo Vasco, Coronel foi, inicialmente, Campeão Carioca Juvenil em 1954. Fazia ele parte do time dirigido por Eduardo Pellegrini, na condição de titular à época. Marcou três gols na campanha vitoriosa da equipe cruzmaltina naquele ano.

Antes disso, sagrou-se Campeão Brasileiro Juvenil pela Seleção do Distrito Federal (Torneio Paulo Goulart de Oliveira), em março de 1953. Já havia, também, participado de vários jogos com equipes mistas formadas pelo clube, no mesmo ano. Entre 1953 e 1954 foram 26 partidas amistosas realizadas em times alternativos do Vasco.

O atleta, descoberto pelo Vasco quando jogava em Barra Mansa, defendeu as cores de sua paixão como amador, depois profissional, entre 1952 e 1963, atuando nas conquistas de um Torneio Rio-São Paulo (1958), dois Campeonatos Cariocas (1956, 1958) e duas competições internacionais, uma delas realizada no Chile (1957) e outra tendo como local o México (1963).

Entre 1955, quando começou a brigar por vaga na equipe titular do Vasco, até 1963, foram 318 jogos com a camisa cruzmaltina. Participou ainda de três partidas válidas pelo Torneio Início, disputa que, embora oficial, constava de jogos mais curtos, portanto não computados dentro da lógica estatística convencional.

O atleta estreou, em partidas oficiais, na equipe principal a 07/05/1955, numa derrota frente ao Flamengo por 2 x 1, em jogo válido pelo Torneio Rio-São Paulo. Coronel entrou em campo substituindo a Dario, machucado, quando eram decorridos 21 minutos de jogo e o Vasco já perdia por 2 x 0.

Antes disso ele já havia sido escalado como titular da lateral esquerda num torneio amistoso (General Cordeiro de Farias), realizado em Pernambuco, com as presenças de Vasco, Bahia, Santa Cruz e Sport. Em seu debut Coronel participou da vitória cruzmaltina sobre a equipe tricolor pernambucana por 3 x 1, a 13 de março.

Em seu primeiro ano como titular absoluto da equipe (1956) Coronel foi Campeão Carioca.

Sua primeira assistência a gol ocorreu na derrota vascaína diante do Real Madrid-ESP por 5 x 2, estreia da equipe brasileira na Pequena Taça do Mundo da Venezuela, em 1956. Coronel serviu a Laerte, que marcou o tento inaugural daquela partida.

No mesmo torneio, diante da Roma-ITA, o lateral deu assistência a Vavá para que o centroavante marcasse o primeiro gol vascaíno na vitória por 3 x 1 sobre os italianos.

Envolvido intimamente com o clube, Coronel era garra em campo e um torcedor vascaíno fora dele. Após a conquista do Super Super Campeonato Carioca de 1958, o lateral cumpriu a promessa feita antes pelo título e raspou sua cabeça.

Ferrenho marcador de Garrincha, Coronel protagonizou lances duros contra o ponteiro, que levaram a confusões em campo nos clássicos entre Vasco e Botafogo.

O lateral perdeu várias disputas, ganhou outras, mas teve seu momento de gáudio em uma partida entre as equipes, válida pelo Torneio Rio-São Paulo de 1959, vencida pelo Vasco por 2 x 0.

Na ocasião, perante os aplausos da torcida cruzmaltina, fez de Garrincha seu “João”, após driblar por duas vezes consecutivas o ponta, algo raro, mas inesquecível para os vascaínos da época.

A fibra de Coronel por vezes lhe fazia sofrer duras consequências, como quando salvou um gol certo do corintiano Rafael, após este driblar o arqueiro Ita, em partida disputada no Pacaembu, válida pelo quadrangular final do Torneio Rio-São Paulo de 1961. Naquela oportunidade sofreu uma séria distensão muscular, mas ajudou a que o Vasco vencesse pelo placar de 2 x 0.

A última partida oficial disputada por Coronel com a camisa cruzmaltina ocorreu na rodada derradeira do Campeonato Carioca de 1962, contra o Campo Grande, no Maracanã (empate por 3 x 3). O placar se repetiu, também, no último jogo do atleta pelo Vasco, um amistoso contra o Grêmio Estrela, de Juiz de Fora, realizado a 23/07/1963 na cidade mineira.

Era o fim de uma trajetória vitoriosa no clube de São Januário, marcada não pelos grandes lances ofensivos (apenas cinco assistências e nenhum gol marcado) e sim pela fibra defensiva e superação reinante a cada grande embate do Vasco nas mais diversas competições.

Do Vasco Coronel saiu para o Náutico em setembro de 1963. Lá participou da conquista do título que abriria uma série inesquecível para os alvirrubros, até o Hexacampeonato Pernambucano em 1968.

Atuaria ainda pela Ferroviária, de Araraquara, Nacional, da capital paulista, chegando, também, a jogar no futebol colombiano, defendendo o União Magdalena. Em maio de 1968 partiu para o futebol venezuelano a fim de defender o Lara F.C., mas sofreu por lá uma fratura no pé esquerdo, que o deixou parado por meses e precipitou seu fim de carreira aos 33 anos de idade.

Por anos era visto nas sociais do Vasco ao lado do companheiro de time Orlando Peçanha.

Chegou ele a treinar a equipe cruzmaltina de profissionais em algumas partidas amistosas nos anos 70, mas sua satisfação era mesmo acompanhar o time em campo como mais um dentre os milhares de vascaínos presentes em inúmeros jogos realizados em São Januário.

Coronel nos deixou ontem, mas fica patente sua identificação com o Vasco. Todos lhe aplaudem de pé pelos serviços prestados ao clube, tal qual fizeram os torcedores cruzmaltinos presentes naquele 30/04/1959, quando o lateral inovou, fazendo Mané Garrincha de “João”.

Sérgio Frias

O retorno da Supercopa Libertadores e o Vasco

Entre 1988 e 1996 a Supercopa Libertadores não teve o Vasco, primeiro Campeão Sul-Americano, na disputa.

Um título, que era a simbologia do modelo de disputa da Taça Libertadores da América, conquistado em 1948, no Chile, trouxe ao Vasco apenas 48 anos depois seu reconhecimento oficial.

A obra protagonizada por um plêiade de craques, como Barbosa, Augusto, Ely, Danilo, Ademir, Friaça, Lelé, Chico, entre outros, seria tratada como oficial na história do futebol deste continente, após trabalho dos mais elogiosos feito por Eurico Miranda nos bastidores, com ajuda do hoje professor doutor em história, Mario Angelo Miranda.

Mas um reconhecimento somente não bastava. Em que grau, em que altura, em que patamar destacar-se-ia aquele título emblemático?

Havia à época a Copa Conmebol, um torneio menor como é hoje a Copa Sul-Americana, disputada a princípio, ou no decorrer de todo o certame, conforme o caso, por equipes não classificadas para a Taça Libertadores da América.

Chegou a ocorrer a disputa no início de 1996 da Copa Master da Conmebol, protagonizada pelas equipes campeãs da Copa Conmebol entre 1992 e 1995 (Atlético-MG, Botafogo, São Paulo e Rosário Central-ARG). Caberia o Vasco ali?

Não.

O Vasco não só teve em 1996 seu título reconhecido, como foi relacionado para disputar a Supercopa Libertadores de 1997, competição da qual faziam parte apenas os campeões de Taças Libertadores da América.

A participação do Vasco, a partir daquela edição, conforme comprovado pelo documento oficial da própria entidade, punha o título conquistado no patamar que merecia o clube e seus heróis de 1948.

Com efeito, em 1997 o Vasco estreou na Supercopa Libertadores, diante do Peñarol-URU, em São Januário, a 20 de junho, uma sexta-feira à noite.

Antes do início daquela partida foram homenageados muitos dos campeões sul-americanos ainda vivos à época, levados ao gramado de São Januário por Eurico Miranda. Foram eles Barbosa, Augusto, Rafagnelli, Jorge, Friaça, Lelé, Chico, os suplentes Barcheta, Moacir, além de Flávio Costa, treinador daquela equipe, e Amilcar Giffoni, médico do clube na ocasião.

O primeiro gol vascaíno na Supercopa Libertadores foi marcado por Juninho numa cobrança de falta muito parecida com outra que o consagraria perante os torcedores cruzmaltinos no ano seguinte em Buenos Aires.

O Vasco, que perdia por 1 x 0, empatou com o já relembrado tento de Juninho e virou para cima dos uruguaios, com gols de Aguirregaray (Contra) no primeiro tempo e Pimentel fechando o marcador aos 7 minutos da etapa complementar.

Durante a competição a equipe cruzmaltina obteria ainda mais quatro vitórias, dois empates e três derrotas, sendo seu principal algoz o River Plate-ARG, que fora sua vítima em 1948 no jogo do título e, também, a seria na Taça Libertadores de 1998 e na Copa Mercosul de 2000.

A Supercopa Libertadores, extinta no mesmo ano da primeira participação do Vasco (1997), nada tem a ver com a Copa Mercosul incluída no calendário da Conmebol entre 1998 e 2001, junto à Taça Libertadores da América e a Copa Conmebol (disputada pela última vez em 1999).

Surgiria, então, em 2002 a Copa Sul-Americana, com participação de clubes brasileiros a partir de 2003, ocasião na qual a princípio o Vasco não foi colocado como um dos convidados, mas, via bastidores, acabou incluído pela CBF no certame, junto a Atlético-MG, Internacional e Palmeiras.

Dos oito participantes indicados pela entidade máxima do futebol brasileiro (seis melhores colocados no Campeonato Brasileiro do ano anterior mais dois por critério técnico, Cruzeiro e Flamengo), o número subiu para 12, fazendo parte dos convidados ainda não citados Corinthians, Fluminense, Grêmio, Santos, São Caetano, São Paulo.

Um dos motivos expostos pelo Vasco, além da conquista de dois outros títulos continentais, respectivamente em 1998 e 2000, foi a lembrança do obtido em 1948, oficializado em 1996. Daí a inclusão do Flamengo anteriormente ao Vasco na época ter causado um problema sério à CBF, que para não ter de voltar atrás quanto à inclusão do rubro-negro e negação disso ao Vasco, pôs mais quatro clubes na disputa, incluindo o próprio Vasco.

A competição voltará a ser disputada, ao que tudo indica, em 2020, com classificação para o Mundial Interclubes, caso vingue a ideia.

Segundo critérios expostos pela imprensa, a participação do Vasco estaria garantida pela conquista da Taça Libertadores da América de 1998, mas isso cria um problema eterno para a Conmebol, afinal a última edição da Supercopa Libertadores (que pode ser disputada mais de 20 anos depois com outra nomenclatura até), realizada em 1997, teve a participação de todos os campeões de Taça Libertadores até ali (como sugere vir a ser o modelo para o ano vindouro), incluindo o Vasco, que, segundo o documento datado de 1996, participaria da competição não só em 1997, mas sim desde 1997.

O patamar atingido pelo Vasco no futebol sul-americano, Bicampeão, com um dos títulos obtido de forma invicta e sem nenhuma partida disputada em casa, é referência no Rio de Janeiro e oportuniza ao clube chegar em 2020 com condições, por sua história vitoriosa, de alcançar o título maior do futebol mundial, a partir da conquista de uma das vagas para a competição que se busca fazer via FIFA.

Para um clube que conquistou há 19 anos a Copa Mercosul, de forma histórica e inigualável pelas circunstâncias, chegou à Taça Libertadores recentemente (há dois anos) e ainda obteve neste século a maior sequência de vitórias consecutivas na competição (junto a conseguida pelo Cruzeiro em 1976) participar de uma nova Supercopa Libertadores como convidado é o óbvio ululante, pois sem o Vasco a competição se tornaria capenga, tanto quanto avessa à meritocracia.

Sérgio Frias

Mentiras, desrespeito e queda do cavalo coletiva

Na última sexta-feira Alexandre Campello confessou o inconfessável.

Revelou ele publicamente, diante de suas atitudes, em afronta a centenas de vascaínos e por extensão ao quadro social, desrespeitando ainda o estatuto do Vasco, como procede em relação ao clube.

Em primeiro lugar, não pode servir como motivo de recusa do novo sócio algo inerente a quem assinou fichas de propostos ao Vasco, independentemente se foi uma ou foram mil, porque o julgamento recai, OBRIGATORIAMENTE, a quem está se associando e não a quem já é associado.

Em segundo lugar mentir ao público de forma desavergonhada como fez Alexandre Campello, afirmando que usou um critério, mesmo sem previsão estatutária, o qual, de fato, não cumpriu ao homologar cerca de 400 associados, denota seu apego por ações próprias dessa natureza.

Entendamos a questão.

Um associado chamado Danilo inadvertidamente resolveu colocar a carroça na frente dos bois, afirmando que fora proponente de número superior a cinco propostos e que todos haviam sido homologados.

A manifestação foi feita via Twitter, tratando como blefe a denúncia apresentada pelo Grande Benemérito Luís Manuel Rebelo Fernandes de que em conversa com o presidente do Vasco, após reunião última do Conselho de Beneméritos, teria ouvido do seu interlocutor que este criara um critério de sua cabeça para indeferir sócios.

Qualquer proposto que tivesse como signatário um proponente com outras indicações, se elas ultrapassassem o número de cinco, estariam vetados, segundo Campello.

A jogada política não foi bem ensaiada com o presidente do clube, que deixou tanto Danilo quanto o falastrão metido a sabido de nome Otto a ver navios quando ratificou à imprensa o dito ao Grande Benemérito Luís Fernandes uma semana antes.

Otto tratara como “uma maluquice” a hipótese de Campello ter dito o que fora denunciado por Luís Fernandes em seu twitter, com a evidente intenção de expor o Grande Benemérito e numa dobradinha com Danilo este último tratou como blefe a fala de Luís Fernandes, relatando em público a “benesse” recebida, em desarmonia com o dito pelo presidente do Vasco.

Ambos, pertencentes ao mesmo grupo político, fizeram uma tabelinha, relembrando o final dos anos 70, do tipo Afrânio e Xaxá, que não funcionou porque o zagueirão Manguito (Campello, representando o beque rubro-negro no caso) deu-lhes uma rasteira, com ou sem intenção.

Devemos dizer que já temos informações de outras pessoas, as quais assinaram mais de cinco fichas na qualidade de proponentes e tiveram homologados seus propostos na condição de associados do clube.

Não podemos deixar de destacar a lamentável inércia de alguns quanto à bizarrice assumida pelo presidente do Vasco e sua entourage, ora aquiescendo a tudo isso, mesmo sabedores todos que não há disposição estatutária justificável para a atitude vergonhosa do atual mandatário, qual seja de segregar pela origem da indicação, algo insustentável e indefensável.

Por outro lado, vale ressaltar que todas as explicações a serem dadas por Alexandre Campello, quanto a seu procedimento, já previamente foram explicitadas por ele via internet. Sim, ele destratou centenas de vascaínos, familiares de sócios, sócios torcedores, sócios em outra categoria estatutária como um verdadeiro rubro-negro procederia.

Cabe, por exemplo, ao Conselho Deliberativo julgar sua punição ao invés de meramente receber suas explicações ou justificativas, conforme deseja o atual presidente, pois elas já foram dadas e servem como confissão pelos atos cometidos, contrários aos interesses do clube e feitos a serviço sabe-se lá de quem.

Com efeito, inúmeros vetados entraram em contato conosco imediatamente a seus respectivos indeferimentos e após ouvirem a fala do presidente do clube, direcionada a eles, entendem que tal ofensa tem de ser reparada da forma adequada.

Aos propostos, assinados por nós, pedimos desculpas pelo vexame protagonizado por Alexandre Campello, em virtude da irresponsabilidade cometida contra o clube e seu quadro social.

Finalmente quanto aos proponentes, todos ofendidos pela direção, quando esta recusou suas assinaturas como premissa para indeferimentos aleatórios, devem estar cientes que a atitude tomada por Campello atingiu o Vasco, daí ter que trazer consequências ao presidente do clube por seus atos irresponsáveis.

Sérgio Frias

História e lições

O Casaca! vem a público pontuar algo para além do anúncio de falecimento do Grande Benemérito e Presidente de Honra do clube, Antônio Soares Calçada, ocorrido ontem e reverberado por vários meios de comunicação.

Calçada oportunizou, com humildade e reconhecimento, a Eurico Miranda mudar a história do Vasco a partir de 1986, sendo esta inequivocamente sua grande ação pelo clube, pois foi desprovida da vaidade, mal que tanto assola nossa instituição há mais de 100 anos e, também, serve de lição.

A união de vascaínos históricos com quem busca internamente ajudar e participar da história deve ser fomentada e incentivada, com respeito e reconhecimento aos que agiram em prol do clube e não distorções ou edições convenientes praticadas de má fé.

Na gestão última de Cyro Aranha (1952/53), Calçada exerceu a função de Assistente da Presidência e naquele posto militou dentro do futebol vascaíno, agindo inclusive na contratação de reforços e renovação de contratos, junto ao Vice-Presidente de Futebol João da Silva. Seu cargo não era estatutário, mas, mesmo assim, houve destaque por sua participação no clube naquele período.

Antes disso ele havia sido diretor da divisão de tênis de mesa e, posteriormente, diretor de compras do clube.

Calçada foi Vice-Presidente de Futebol do Vasco durante parte da primeira gestão do presidente Artur Pires e em todo o decorrer da segunda. Assumiu a pasta em 21/07/1955 e permaneceu no cargo até 17/03/1958.

Posteriormente, nos anos 60 do século passado, assumiu novamente a Vice-Presidência de Futebol, a 07/08/1964, em meio à gestão de Manuel Joaquim Lopes e permaneceu no cargo até o final dela.

Com a renúncia de Lopes, após ter este obtido sua reeleição, assumiu a presidência João da Silva, mas Calçada foi mantido como Vice-Presidente de Futebol, exercendo o cargo até 18/12/1966.

Cerca de 13 anos depois, com a vitória da União Vascaína nas eleições de 1979/80, Calçada foi escolhido mais uma vez Vice-Presidente de Futebol do clube para conduzir a pasta na gestão de Alberto Pires Ribeiro e ali se iniciava uma ligação com Eurico Miranda, Assessor Especial da Presidência na oportunidade, que se envolveu com o futebol cruzmaltino naquele período, tratando de contratações e renovação de contratos, assim como o Vice-Presidente da pasta, embora seu cargo não fosse estatutário.

Vez por outra surgiam discordâncias entre ambos nos mais variados assuntos envolvendo o tema futebol. Não era tão harmoniosa a relação.

Após desentendimento interno ocorrido pouco antes do pleito seguinte, houve racha na situação e em novembro de 1982 a chapa de Calçada venceu no primeiro turno das eleições do clube a de Eurico Miranda – que surpreendentemente tomou o segundo posto da ala que apoiou o ex-presidente Agathyrno da Silva Gomes, oposição daquela gestão à época.

Naquela disputa o ex presidente Cyro Aranha, criador e desenvolvedor do Expresso da Vitória, ficou ao lado de Eurico Miranda, mesmo tendo ele próprio, Cyro, dado o primeiro espaço de relevo à Calçada, em meados de 1952.

Calçada foi confirmado como novo presidente do clube em janeiro de 1983.

Depois do fracasso de sua primeira gestão, Calçada venceu o primeiro turno das eleições 1985/86 contra Eurico Miranda, com inúmeras denúncias de irregularidades de sócios que votaram no pleito, além de vários problemas vistos no dia da assembleia.

O triunfo situacionista criou definitivamente um clima de beligerância entre as duas correntes, com inúmeros problemas à vista, em função disso.

Foi aí que Calçada trouxe Eurico Miranda e vários do grupo de seu rival para dentro do Vasco, oferecendo a ele o cargo de Vice-Presidente de Futebol.

A atitude em si representava, simbolicamente, muito naquele instante, mas pouco se na prática Calçada tentasse medir forças com Eurico. Não mediu. Uma ou outra vez até tentou, mas na maioria esmagadora das vezes recuou. Agindo assim foi sendo reeleito para vários mandatos.

No último triênio como presidente do Vasco o inevitável aconteceria.

Eurico Miranda aos poucos foi tomando conta do clube. Se em 1996 já conseguira a oficialização do título Sul-Americano de 1948 por mérito próprio, ainda na penúltima gestão de Calçada, em 1998 trouxe o Nations Bank para derramar dinheiro no Vasco e aí passou a praticamente comandar todas as ações.

Sem ter um bom clima para outra reeleição, Calçada queria fazer emplacar o nome de Amadeu Pinto da Rocha como seu sucessor, mas sucumbiu à hábil manobra de Eurico em criar a figura do “Presidente de Honra” para homenagear Calçada e, também, simbolicamente, clarificar que ele, Eurico, seria o próximo nome da situação para presidir o clube.

Logo no início da primeira gestão do novo presidente, em 2001, já se via um distanciamento de ambos. Eurico Miranda preservou Calçada, assumindo os ônus da CPI contra o Vasco, na prática, embora teoricamente Calçada fosse responsável pelos atos administrativos tomados.

Calçada chegou a dar seu depoimento na CPI, mas Eurico, deputado federal à época, não. Nem precisava. Na dúvida a culpa por qualquer mazela do clube caía na conta dele e no fim a CPI virou pó, mas tendo sido exposto o Vasco por um longo período.

Denúncias e falsas certezas abriram caminho para a oposição, capitaneada pelo MUV, buscar espaço político para vislumbrar chegar ao poder, algo inimaginável pouco tempo antes com o massacre imposto por Eurico no primeiro turno das eleições, em 2000, quando fez, inclusive as duas chapas, tal qual fizera Calçada em 1988, quando candidato à segunda reeleição sua.

O famoso episódio da Tribuna de Honra (20/01/2002), que deu gás político a Roberto Dinamite pleitear o cargo de presidente do clube, se iniciou por uma ação de Calçada, interpretada por muitos como provocação a Eurico, uma vez que Dinamite já havia meses antes se arvorado em dizer ser sua vontade presidir o Vasco, como solução simples para o futuro.

Na primeira tentativa de Eurico reeleger-se, Calçada, sem fazer alarde, apoiou a chapa de Roberto Dinamite durante a eleição da Assembleia em 2003.

Curiosamente, enquanto Roberto Dinamite foi atleta do Vasco os embates entre Eurico e Calçada eram protagonizados com o primeiro defendendo o atleta e sua idolatria junto à torcida, enquanto o segundo via no jogador um ativo para venda, não só mostrando-se claramente contra seu retorno da Espanha em 1980, como considerando nova venda do artilheiro no seu primeiro mandato como presidente do clube.

Quando Roberto Dinamite assumiu o poder, anos depois, Calçada voltou ao cenário apoiando a gestão do ex atleta e teve seu penúltimo embate direto com Eurico na eleição do Conselho de Beneméritos em 2010, quando foi candidato à Vice-Presidência contra o adversário, candidato à presidência da outra chapa.

A derrota fragorosa, contando com um grande número de Beneméritos indicados por ele próprio Calçada (que votaram contra ele), mostrou o que o tempo ensinou a todos quanto a quem foi o real protagonista daquele período no qual a dupla seguiu junta no clube.

Finalmente, já próximo dos 94 anos, Calçada foi exposto desnecessariamente pelo candidato derrotado nas últimas eleições, Julio Brant, que tentou usar o veteraníssimo vascaíno para angariar simpatia e votos dos conselheiros natos (Beneméritos e Grandes Beneméritos) em seu favor.

A estratégia, das mais infelizes, pareceu manobra de desespero mais do que a dita “homenagem” que teria justificado a atitude do candidato.

A maioria esmagadora dos conselheiros natos votou com a indicação feita por Eurico Miranda (como era óbvio que fizesse, vide o ocorrido já em 2010), neste que foi o último confronto (forçado por terceiros) entre duas das grandes forças políticas históricas do clube através dos tempos.

Eurico e Calçada faleceram este ano. Quando juntos o Vasco só cresceu e venceu.

Antes de Eurico surgir no Vasco, comandando o futebol, Calçada conquistou na qualidade de Vice-Presidente de Futebol dois Campeonatos Cariocas, um Torneio Rio-São Paulo (empatado com outros três clubes), uma Taça Guanabara e dois títulos de turno, considerando títulos oficiais.

Na presidência do Vasco, sem Eurico, obteve no futebol profissional a conquista da Taça Rio, segundo turno do Campeonato Carioca de 1984.

Portanto, em 10 anos no total, sem Eurico Miranda ao seu lado, Calçada obteve sete títulos, sendo um deles no triênio em que presidiu o clube, considerando suas participações como Vice-Presidente de Futebol e Presidente do Vasco.

Já Eurico Miranda, em 10 anos e meio sem Calçada (todos como Presidente do clube), obteve três Campeonatos Cariocas, duas Taças Guanabara e quatro Taças Rio, num total de 9 títulos oficiais.

Juntos e em harmonia, porém, obtiveram uma Taça Libertadores, uma Copa Mercosul, três Campeonatos Brasileiros, um Torneio Rio-São Paulo, seis Estaduais, sete Taças Guanabara, cinco Taças Rio, dois outros turnos e duas Copas Rio, num total de 28 títulos oficiais.

Foram, portanto, 28 títulos oficiais em 15 anos de parceria, de janeiro de 1986 a janeiro de 2001, contra 16 em 20 anos e meio nos quais um não tinha o outro.

Na política do Vasco hoje fala-se de união, mas se vê ódio como sentimento maior em cada canto, o desrespeito a pessoas e grupos são corriqueiros e cada um acha ter a melhor solução para a resolução de todos (ou quase todos) os problemas.

A união institucional começa quando a maioria percebe quem é o melhor candidato para exercer o cargo principal do clube, com segurança, e se sustenta quando o escolhido opta por cercar-se dos mais voluntariosos, capacitados e comprometidos com uma causa, na qual a agenda positiva do Vasco esteja em primeiro plano e questões outras sejam menores.

Que a história ensine aos mais novos e se repita para que todos possamos amadurecer ao longo do tempo e não meramente envelhecer descrentes ou resignados.

Casaca!

Foi-se um revolucionário

Através da música, num momento em que o Brasil revolucionava o mundo no futebol, no basquete, quando Brasilia ainda era um projeto em construção, quando o povo brasileiro parecia mais puro, surgiu mais uma novidade: a Bossa Nova.

O ritmo novo, criado por um gênio, de voz peculiar, aliado a batidas diferentes e harmônicas criou um gênero musical genuinamente brasileiro, ímpar e apaixonante.

Através daquele novo som, de novas melodias, de letras leves e muita poesia o Brasil cruzaria fronteiras e consagraria um estilo, que começou no “Chega de Saudade” e se perpetuou por décadas.

João Gilberto, discreto e comedido, pouco presente na mídia já há muitos anos, jamais deixou de registrar ser um vascaíno, quando teve oportunidade para tal.

Era um torcedor como milhões de outros, pois assim se portava, sem grandes arroubos, mas registrando sempre que possível sua escolha clubística perene.

Descanse em paz, vascaíno.

Você está eternizado na história.

Casaca!

É torcer para dar certo

O Vasco contratou seu terceiro reforço para a disputa do restante deste Campeonato Brasileiro.

Primeiramente o clube trouxe o meia Marquinho, atleta de indubitável capacidade técnica, mas que não conseguiu despontar nos clubes de primeira linha pelos quais passou nos últimos anos e ainda com um histórico de contusões recente, que o obrigou a ficar fora dos gramados por cerca de 20 meses, voltando em melhores condições no decorrer da atual temporada, mais propriamente no time de aspirantes do Athletico Paranaense.

A segunda contratação feita pelo Gigante da Colina foi do volante Richard, com uma temporada convincente no Fluminense ano passado, tendo, inclusive, marcado o gol que tirou qualquer risco do tricolor das Laranjeiras cair para a Série B na última rodada, diante do América Mineiro, mas com passagem discretíssima pelo Corinthians, clube no qual foi pouco aproveitado antes de vir emprestado para o Vasco até o fim do ano.

O nome prestes a ser anunciado oficialmente é o do centroavante equatoriano Juan Anangonó, típico homem de área para as conclusões, com razoável trabalho fora dela, eficiente no cabeceio, que por várias vezes opta por tocar ou chutar de primeira nas ações ofensivas e conclusões, mostrando ainda boa visão de gol nos arremates e explosão em piques curtos.

Sem problemas físicos relevantes ao longo da carreira o equatoriano vivenciará no Vasco a melhor oportunidade de sua vida futebolística, pouco após chegar aos 30 anos completos.

A trajetória de Anangonó iniciou-se no Barcelona de Guayaquil, clube responsável por sua formação e pelo qual atuou entre 2007 e 2010, marcando 8 gols em 49 jogos oficiais.

Contratado pelo El Nacional-EQU em 2011 o centroavante teve seu melhor desempenho na carreira exatamente naquele ano, marcando 21 gols em 45 jogos oficiais disputados.

Após encerrar seu ciclo na equipe equatoriana em 30/08/2012, marcando um gol na vitória de 3 x 1 sobre a LDU, em Quito, seu último dentre 29 consignados pelos “Puros Criollos”, lhe foi dada a chance de atuar na Argentina, defendendo o Argentinos Juniors, entre setembro de 2012 e maio de 2013.

Sua passagem pelo “Bicho Colorado” não foi das mais marcantes. Embora nos primeiros quatro jogos tenha marcado dois gols, nas 28 partidas oficiais subsequentes balançou as redes apenas duas vezes mais.

Contratado para atuar pela MLS, reforçando a equipe do Chicago por um ano (julho de 2013 a julho de 2014), decepcionou, marcando quatro vezes apenas em 29 jogos oficiais.

No início de 2015 foi levado ao Leones Negros de Guadalajara, mas em meio ao Campeonato Mexicano pouco pôde fazer para evitar a queda de sua equipe para a segunda divisão, ela que havia subido exatamente naquela temporada. Anangonó balançou as redes apenas uma vez em 13 partidas oficiais.

Em busca do retorno à elite do futebol mexicano, o torcedor León Negro pôde vibrar com os 12 gols marcados pelo centroavante em 27 jogos oficiais, entre o segundo semestre de 2015 e o primeiro de 2016, mas Anangonó, mesmo destacando-se, não conseguiu o objetivo de ajudar seus companheiros no acesso à primeira divisão.

No segundo semestre de 2016, aos 27 anos, voltaria ao futebol equatoriano passando a atuar pela LDU, de Quito, e viveria em 2018 seu grande momento pelo clube, assinalando na temporada 19 gols em 40 partidas, dois deles diante do Vasco, em casa, pela Copa Sul-Americana.

Em 2019 o atleta teve bom desempenho na Taça Libertadores da América, marcando duas vezes em cinco partidas (um dos gols foi assinalado contra o Flamengo), mas deixou um pouco a desejar no campeonato equatoriano, faturando dois tentos apenas em 11 partidas, embora atuasse por 90 minutos numa única oportunidade na referida competição. Os jogos foram realizados entre os meses de fevereiro e maio.

No decorrer de sua carreira, Anangonó atuou três vezes pela Seleção Equatoriana, duas delas vindo do banco e jogando poucos minutos, contra Chile em 2012 (amistoso) e Argentina em 2013 (eliminatórias para a Copa do Mundo de 2014).

Na última oportunidade que teve para defender a seleção de seu país, num amistoso contra Trinidad e Tobago (3 x 1 em 17/07/2017), marcou pela primeira vez.

Havia a expectativa de que o atleta fosse atuar no futebol chinês, mas a opção pelo Vasco, claramente o principal clube da carreira do jogador, pode ser uma chance de despontar num cenário em que sua exposição positiva alavanca possibilidades outras de negociações lucrativas futuras para os lados envolvidos.

Anangonó surge no Vasco como a nova esperança de gols da torcida, que aguarda ansiosa o retorno do time pós Copa América em busca de uma melhor posição no Campeonato Brasileiro.

Casaca!