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Diversidade

Quatro dias depois de abraçar uma causa de inclusão, o Vasco, na figura de seu presidente e usando como esteio o Conselho Deliberativo, entendido por ele como dominado, sugere a linha do patrulhamento. As pautas em si são claramente antagônicas. Enquanto uma defende a liberdade de escolha, do modus vivendi, muito além de preferência sexual A, B ou Z, a outra quer conduzir centenas de vascaínos, quanto àquilo que devem falar, como lhes cabe agir, se portar, ao opinar sobre sua paixão, baseado na ridícula justificativa de que o nome do Vasco é falado em vão, como parte dos mandamentos/orientações de normas de conduta, para ficar mais bonitinho, previstos na ditadura imposta no clube, a partir de um golpe perpetrado contra o Vasco, seu estatuto, quadro social e sua soberania.

Mas, falando de soberania, há um ar soberano nos atuais mandatários, que cortam do quadro social quem discorda, interpretam o estatuto como querem e bem entendem, após fumá-lo, segundo apoiadores “sincerocidas” e pretendem mexer com quem não podem, talvez buscando alguma decisão judicial que contrarie um preceito constitucional, ou distorcendo seu condão perante a sociedade. É ousado isso, claro, mas a utilização de subterfúgios é uma especialidade daquela casa, que se mostra como da “Mãe Joana” diante do acontecimento outro de ontem, referente ao fornecedor de alimentos do clube.

Pondo os pingos nos “is” não reabilita fazer qualquer tipo de campanha visando inclusão, enquanto a consequência da irresponsabilidade/covardia com 186 funcionários demitidos leva tantos ao desespero, por vidas dedicadas ao Vasco e muito provavelmente tem lastro no óbito verificado na última quarta-feira de um dedicado e humilde funcionário do clube, que os alienígenas e planilheiros, ora supostos senhores da razão, desconheciam e cuspiram simbolicamente na cara, sem ao menos saber das características e capacidade de trabalho de cada um.

O Vasco brigou por negros, analfabetos, operários sim, não precisa provar nada para fora, historicamente, sobre ser um clube de inclusão, mas se mostra o oposto para dentro nessa gestão, vide exclusões completamente absurdas de Beneméritos, embora tenham apresentado a mesma interpretação estatutária do presidente atual Jorge Salgado, conforme expresso em documento oficial do clube, recentemente, sobre o tema anistia a sócios desligados.

Do plano mais alto para o mais baixo, se você atinge os de cima (falando pragmaticamente) e não sente da torcida revolta, cabe pensar que pode atingir a base da pirâmide e ela vem sendo tratada no Vasco com o desprezo que pensam alguns ela merecer, dentro da lógica administrativa de uma gestão que pensa, agora, em nove anos de poder e já garante uma eleição on line, fora do estatuto, para daqui a três anos, como se a aprovação da reforma estatutária pelo quadro social fosse favas contadas, como imagina essa quase realeza lá presente, embora ausente perante o público a cada revés do futebol.

As figurinhas trocadas com o grupo que foi parceiro de golpe, uma espécie de bem me quer, mal me quer, dependendo de interesses postos na mesa, também denota ser a oposição virtual do clube (na prática a oposição é composta por quem foi contra o golpe institucional dado contra o estatuto e a soberania do Vasco) farinha do mesmo saco, vide a clara omissão de seu suposto líder em não se manifestar rapidamente nas mídias sociais sobre a censura clara e evidente, que tem como partícipe na controladoria uma rubro-negra, por sinal.

Tal omissão no descrito acima, pode ter como contexto o fato de que os Youtubers, em esmagadara maioria – embora um dia tenham acreditado nele, no discurso dele ou em suas boas intenções – o tem como mero golpista, desprezam o herói criado por ele em 2020, bem como suas falas cínicas sobre o golpe perpetrado contra o clube, uma delas em pleno ginásio do Vasco, na eleição estatutária, direta e reveladora da face de cada um, a 07/11/2020.

A diversidade de opiniões no clube é preceito do Vasco, a luta por fazer prevalecer opiniões em detrimento de outras contextualiza a briga, mas a soberania vascaína maculada em 2020 (simbolizada no descumprimento frontal de seu estatuto e por extensão da CF, interpretando-se em juízo autorização de Lei Federal, como imposição) só poderia trazer, como traz, inúmeros prejuízos institucionais, que parecem pouco importar, por não haver, ainda, a devida pressão legal do quadro social quanto ao atual estado de coisas visto no clube.

Fica aqui, por parte do Casaca!, o grupo que soube ser situação e oposição mantendo sua linha de conduta, dentro e fora do Vasco, para desespero de detratores e afins, todo apoio aos Youtubers, desde aqueles que fumam o estatuto, tragam, passando pelos não-fumantes, mas primordialmente, em defesa dos que ousam falar de Vasco, conhecendo ou não as entranhas do clube, ávidos por conhecimento ou simplesmente mantendo o próprio Vasco vivo para si em suas críticas, urros e até “exageros”, em nome de sua paixão.

Enquanto isso a nossa gloriosa imprensa esportiva convencional, seus influenciadores e editorias, fundamentalmente, permanecem quietos, respeitando preceitos ditatoriais, exclusões injustas, mentiras repetidas (hoje Jorge Salgado contou pela enésima vez uma sobre a contagem de votos e com vários canais de imprensa presentes ao local, sem qualquer contestação do veículo que publicou a matéria). Um silêncio ensurdecedor, pois conveniente. Uma minoria nasceu para ser Glenn Greenwald, a maioria cresceu passando ao largo disso, por mais que nas cadeiras de faculdade tenham aprendido que passar ao largo significa desprezar conceitos jornalísticos formais e sua própria essência.

Sérgio Frias

Adversários por 23 anos

Desde 1997 em rigorosamente todas as eleições realizadas em São Januário nos posicionamos em chapas diferentes. O Casaca! da mesma forma.

Muito é dito na política do Vasco sobre pessoas, mas pouco se conhece delas.

Todo o quadro social conhece bem hoje o grupo bicolor, cínico ou sonso, falsamente austero, pequeno em atitudes, que resolveu “decapitar” antigos companheiros de luta, quando esses saíram da linha movediça na qual se encontra atolado o MUV, desde que assumiu o Vasco em 2008, contando 10 anos de poder, com uma lacuna, na qual o clube reduziu sua dívida, ganhou mais títulos e taças e venceu mais vezes seus adversários diretos do Rio de Janeiro, reconstruiu patrimônio, pagou em dia em aproximadamente 90% da totalidade do período, obteve certidões positivas com efeito de negativas no mesmo percentual de tempo, reavivou Basquete, Remo, sua base e sua relevância institucional, tendo sido deixado na Taça Libertadores da América em 2018.

Por outro lado, digo, com tranquilidade, que o quadro social conhece outros atores políticos aparentemente muito, em função das massificações falsas de discursos pré-formatados e engolidos com a mesma tranquilidade que o Vasco engole hoje a situação de distanciamento em relação ao principal rival e se deixa enganar (ainda alguns poucos e muitos robôs) com os mais descabidos discursos.

Um tiro no pé político se dá quando se faz o que se fez na sexta-feira última, mas a imaturidade política leva a isso. Não vamos nos ater às justificativas de quem não as tem para qualquer punição e se vê obrigado a usar de pirotecnia para se justificar. Mas quem já fumou o estatuto para golpeá-lo, convenhamos, tem desculpa para tudo.

A imaturidade política, voltando, encontra-se alicerçada às questões pessoais e infantis, que, pondo o Vasco em plano secundário, dão vazão ao absurdo cometido contra dois conselheiros natos do clube, infringindo preceitos, inclusive, constitucionais, que tangenciam o contraditório e a ampla defesa para criar um gozo político de decidir algo que satisfaz às pequenezas de muitos, ou ao desconhecimento frontal do estatuto e do modus operandi por décadas do Vasco de outros.

Vale ressaltar para quem desconhece, que na gestão última, em outubro de 2020 (meses depois dos fins dos trabalhos da Junta Deliberativa), alegou o clube na ação 0176177-1-2020.8.19.001, proposta por dois associados (os quais obtiveram êxito no pedido) e distribuída à 27ª Vara Cível, que sócios gerais com três meses de inadimplência (na verdade mais de três meses pelo estatuto) são eliminados do quadro social, cabendo-lhes carência para voltar e possibilidade disso a partir de anuência do Conselho de Beneméritos (art. 43 caput e seu parágrafo único). O fato foi devidamente registrado por mim na reunião da última sexta-feira, em questão de ordem levantada na ocasião.

A questão aqui não é a probabilíssima reversão disso na Justiça, mas sim o ganho de tempo sem alguns opositores ferrenhos da gestão nela, tempo no qual não se tem dois votos contra o atual estado de coisas no Vasco.

Roberto Monteiro Soares foi adversário político meu e nosso (Casaca!), junto ao grupo que lidera (Identidade Vasco), durante anos a fio, mas na eleição de 2014, sob minha desconfiança prévia, o vi comportar-se como um digno representante do Vasco na qualidade de presidente da mesa. Mas não por conveniência, pois sua chapa era candidata à eleição e terminaria em terceiro lugar. Nada foi feito por ele no intuito de melar ou tumultuar o processo. Já sabendo do resultado preocupou-se o magistrado daquela eleição em elaborar a ata com todos os cuidados, a fim de que nenhum vagabundo fosse à Justiça questionar o resultado lídimo daquele pleito, o qual, repito, só lhe desfavoreceu, bem como desfavoreceu seu grupo, quanto ao numerário de votos.

Os anos passaram e, na minha cabeça, aquilo não foi menor.

Veio a eleição de 2017 e novamente em chapas distintas fomos para a disputa de votos em São Januário. Houve um racha da chapa vencedora e dali saíram, para o segundo turno, dois péssimos candidatos, na minha visão, para gerir o Vasco. O menos péssimo venceu e ambos acabaram abraçados no golpe dado contra o Vasco em novembro último, após o primeiro salvar o segundo de sindicâncias, junto com o grupo bicolor, apesar de um suposto regurgitar inicial de seus adeptos, ditos amarelos, logo após a derrota mais infantil de um candidato a presidente na história do Vasco, em janeiro de 2018.

Depois disso, eu, finalmente, tive uma conversa com Roberto Monteiro e depois muitas outras. Não concordo com tudo o que ele acha e ele não concorda com tudo do que eu entendo, discordo de algumas coisas que ele entende e ele discorda de algumas coisas que eu acho. E assim nos entendemos nos últimos três anos e tanto, respeitando a posição alheia e convergindo no que há para convergir.

Mais uma vez em 2020 seguimos caminhos diferentes nas eleições, mas fomos, ambos, institucionais no pleito. Na hora de os homens se mostrarem homens e dos covardes se mostrarem crianças imaturas.

O conteúdo de tudo, de lá para cá, já está devidamente sedimentado na cabeça dos vascaínos. Em esmagadora maioria, apesar do silêncio ensurdecedor da mídia convencional, num posicionamento meramente protocolar, indigno de sua força, diante do estapafúrdio que se viu e se vê no clube.

Meu lamento profundo pelo cometido contra Roberto Monteiro Soares e Edmilson José Valentim dos Santos (não menos injustiçado), coincidentemente pertencentes a um mesmo grupo, composto, embora adversário, por nomes outros de relevo e que terão por parte do Casaca! todo o apoio para o que for necessário, a fim de que esse mal ao Vasco, por extensão, não perdure por muito tempo.

Finalmente, ao Roberto Monteiro:

Aquilo que teu pai te deu, vagabundo nenhum vai tomar.

O tempo é o senhor da razão.

Sérgio Frias

O Vasco tem história e não há como distorcê-la ou apagá-la

A lamentável atitude da FERJ de usar a mesma nomenclatura de uma taça que valeu turnos por anos a fio para presentear o 5º colocado do Campeonato Estadual (com anuência ou silêncio do Vasco no arbitral que definiu essa bizarrice) pode ter trazido uma distorção, mas não vai apagar a supremacia do Vasco no 2º Turno do Campeonato Carioca, independentemente do nome que foi dado a ele através dos anos, o que ocorre, também, historicamente, quanto aos vencedores do 3º turno do Campeonato Carioca nas 10 vezes em que foi realizado, entre 1973 e 1997.

Abaixo os vencedores de turno, ano após ano, lembrando que a Taça Guanabara de 1980 foi um campeonato à parte do Campeonato Carioca, assim como a disputa dela entre os anos de 1965 a 1971.

Fora isso, o maior vencedor de Copas Rio, em competições disputadas pelos quatro grandes clubes do Rio de Janeiro, é o Vasco, com duas conquistas, o maior vencedor de Torneios Municipais é o Vasco, com quatro conquistas consecutivas (1944, 1945, 1946, 1947), o maior vencedor de Torneios Início é o Vasco, com 10 conquistas (1926, 1929, 1930, 1931, 1932, 1942, 1944, 1945, 1948, 1958) e o maior vencedor de Torneios Extras Cariocas é o Vasco, com 4 conquistas (1944, 1946, 1973, 1990).

Além disso, desde que o Vasco disputa o Campeonato Carioca, o maior vencedor de títulos cariocas invictos é o próprio Vasco (1924, 1945, 1947, 1949, 1992, 2016), com seis, a maior campanha do Campeonato Carioca na história do amadorismo é do Vasco (1924), a maior campanha da história do profissionalismo é do Vasco (1949), o melhor saldo de gols de um clube em um Campeonato Carioca foi obtido pelo Vasco (1977).

Desde 1972 os turnos foram implementados no Campeonato Carioca.

Abaixo a performance dos clubes cariocas ao longo desse período e uma curiosa estatística, considerando administrações:

Performance dos clubes cariocas:

Conquistas de turnos:

1972
1º Turno – Flamengo
2º Turno – Fluminense
3º Turno – Vasco
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1973
1º Turno – Flamengo
2º Turno – Fluminense
3º Turno – Vasco e Fluminense
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1974
1º Turno – América
2º Turno – Vasco
3º Turno – Flamengo
——

1975
1º Turno – Fluminense
2º Turno – Botafogo
3º Turno – Vasco
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1976
1º Turno – Vasco
2º Turno – Botafogo
3º Turno – Fluminense
——

1977
1º Turno – Vasco
2º Turno – Vasco
——-

1978
1º Turno – Flamengo
2º Turno – Flamengo
——

1979 Especial
1º Turno – Flamengo
2º Turno – Flamengo
——–

1979
1º Turno – Flamengo
2º Turno – Flamengo
3º Turno – Flamengo
——

1980
1º Turno – Fluminense
2º Turno – Vasco
——

1981
1º Turno – Flamengo
2º Turno – Vasco
3º Turno – Flamengo
——-

1982
1º Turno – Flamengo
2º Turno – América
——

1983
1º Turno – Fluminense
2º Turno – Flamengo
——

1984
1º Turno – Flamengo
2º Turno – Vasco
——

1985
1º Turno – Fluminense
2º Turno – Flamengo
——

1986
1º Turno – Vasco
2º Turno – Flamengo
——-

1987
1º Turno – Vasco
2º Turno – Bangu
3º Turno – Flamengo
——

1988
1º Turno – Flamengo
2º Turno – Vasco
3º Turno – Vasco
——

1989
1º Turno – Flamengo
2º Turno – Botafogo
——-

1990
1º Turno – Vasco
2º Turno – Fluminense
——

1991
1º Turno – Fluminense
2º Turno – Flamengo
——

1992
1º Turno – Vasco
2º Turno – Vasco
——

1993
1º Turno – Fluminense
2º Turno – Vasco
——-

1994
1º Turno – Vasco
——-

1995
1º Turno – Flamengo
—–

1996
1º Turno – Flamengo
2º Turno – Flamengo
—–

1997
1º Turno – Botafogo
2º Turno – Botafogo
3º Turno – Vasco
——

1998
1º Turno – Vasco
2º Turno – Vasco
——

1999
1º Turno – Flamengo
2º Turno – Vasco
—–

2000
1º Turno – Vasco
2º Turno – Flamengo
——

2001
1º Turno – Flamengo
2º Turno – Vasco
——

2002
1º Turno – Americano
2º Turno – Americano
——

2003
1º Turno – Vasco
2º Turno – Vasco
——

2004
1º Turno – Flamengo
2º Turno – Vasco
——

2005
1º Turno – Volta Redonda
2º Turno – Fluminense
——

2006
1º Turno – Botafogo
2º Turno – Madureira
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2007
1º Turno – Flamengo
2º Turno – Botafogo
——

2008
1º Turno – Flamengo
2º Turno – Botafogo
——

2009
1º Turno – Botafogo
2º Turno – Flamengo
—–

2010
1º Turno – Botafogo
2º Turno – Botafogo
—–

2011
1º Turno – Flamengo
2º Turno – Flamengo
—–

2012
1º Turno – Fluminense
2º Turno – Botafogo
—–

2013
1º Turno – Botafogo
2º Turno – Botafogo
——

2014
1º Turno – Flamengo
——

2015
1º Turno – Botafogo
——

2016
1º Turno – Vasco
——

2017
1º Turno – Fluminense
2º Turno – Vasco
——

2018
1º Turno – Flamengo
2º Turno – Fluminense
——

2019
1º Turno – Vasco
2º Turno – Flamengo
——

2020
1º Turno – Flamengo
2º Turno – Fluminense
——–

2021
1º Turno – Flamengo
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GERAL:

1º Turno –

Flamengo – 22
Vasco – 12
Fluminense – 8
Botafogo – 6
América – 1
Americano – 1
Volta Redonda – 1
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2º Turno
Vasco – 14
Flamengo – 12
Botafogo – 9
Fluminense – 6
América – 1
Bangu – 1
Americano – 1
Madureira – 1
——

3º Turno
Vasco – 5
Flamengo – 4
Fluminense – 2
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Período sem o MUV – (Agathyrno da Silva Gomes, Alberto Pires Ribeiro, Antônio Soares Calçada, Eurico Miranda)

Soma dos Turnos:

Vasco – 30
Flamengo – 30
Fluminense – 13
Botafogo – 9
América – 2
Americano – 2
Bangu – 1
Volta Redonda – 1
Madureira – 1
—–

Período do MUV (Roberto Dinamite, Alexandre Campello, Jorge Salgado)

Soma dos turnos:

Flamengo – 8
Botafogo – 6
Fluminense – 3
Vasco – 1
——

Turno por Turno

1º Turno
Flamengo – 5
Botafogo – 4
Fluminense – 1
Vasco – 1
——-

2º Turno
Flamengo – 3
Botafogo – 2
Fluminense – 2
Vasco – 0
—–

TOTAL:
Flamengo – 8
Botafogo – 6
Fluminense – 3
Vasco – 1
——

Disputa direta entre Vasco x Flamengo

Títulos de turnos:

Agathyrno da Silva Gomes – 7 x 10
Alberto Pires Ribeiro – 2 x 3
Antônio Soares Calçada s/ Eurico Miranda – 1 x 3
Antônio Soares Calçada c/ Eurico Miranda – 14 x 10
Eurico Miranda – 6 x 4
MUV (Roberto Dinamite, Alexandre Campello, Jorge Salgado) – 1 x 8
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Século XXI

Campeonato Carioca

Para os defensores de que o Campeonato Carioca é “carioquinha” ou outros termos afins, vejamos neste século os títulos obtidos de Campeonatos Cariocas por todos os clubes cariocas, dentro do modelo MUV de desvalorização de Campeonato Carioca e quando o Vasco foi gerido por Eurico Miranda.

Século XXI

Vasco com Eurico Miranda

Campeonatos Cariocas

Flamengo – 5 títulos
Vasco – 3 títulos
Fluminense – 2 títulos
Botafogo – 1 título
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Vasco com o MUV

Flamengo – 6 títulos
Botafogo – 3 títulos
Fluminense – 1 título
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Se o Campeonato Carioca é tão fraco, tão simples de ganhar, nada justifica a estatística do Vasco neste século, quando gerido pelos apoiadores dessa luminar conclusão.

Sérgio Frias

Todos pela anulação

Os áudios veiculados sobre a decisão tomada pelo VAR de validar o probabilíssimo gol ilegal marcado pelo Internacional-RS, em partida diante do Vasco, ocorrida há 12 dias, tornam claro o cometimento de um erro de direito.

Cabe ao árbitro da partida validar ou não um gol, ou o contrário, mas convencionou-se, com a chegada do VAR, que em casos de lances objetivos, referentes a haver ou não impedimento, ficasse o árbitro impedido de dar seu veredito.

Vale a opinião da equipe que opera e analisa o lance, a chamada equipe do VAR.

Ora, se a máquina não está funcionando de forma adequada e não dá para saber sem os recursos dela, com 100% de certeza, se há ou não impedimento em algum lance, a equipe do VAR deve dar ao árbitro a decisão sobre existência ou não de uma irregularidade nesse quesito, ou ao menos dizer que não pôde concluir a validade ou não da jogada, afinal abre-se mão da opinião do árbitro, exatamente por haver um material que se mostrará inquestionável, a ponto de prescindir qualquer contestação da arbitragem de campo.

Não se trata, pois, de um erro humano, cometido por parte de quem operou a máquina, induzindo a equipe da cabine do VAR a cometer um erro. Não havia, isso sim, condição alguma para que da cabine se desse um veredito, e foi dado sem qualquer garantia de exatidão do lance, maculando a partida.

A olho nu ainda existe uma quase certeza de impedimento no lance, desculpas de todos os cantos já foram dadas, evidenciou-se irresponsável a manifestação de um dos árbitros presentes na sala do VAR, dizendo que era gol legal sem que nada comprovasse isso e com colegas questionando linhas e buscando prudência.

O Vasco foi prejudicado por um tipo de erro que o regulamento da competição não prevê, pois previsto está, na falta do VAR, que se dê continuidade à partida, mas, JAMAIS, neste caso, poderá haver uma definição de cabine sem que o próprio árbitro possa se manifestar contrário à ela, considerando uma opinião empírica e não objetiva, clara, com 100% de precisão.

O correto, na ocasião, era que a cabine dissesse ser inconclusivo o lance, em função de não haver recursos técnicos que pudessem garantir a legalidade da jogada ou não, cabendo, então, ao árbitro, que este decidisse junto ao auxiliar de campo, se validaria ou não o gol. E pouco importa se ele hoje ou amanhã disser que validaria, pois ele FOI OBRIGADO A VALIDAR O GOL, em função da decisão tomada via cabine.

Neste momento deve haver uma concentração geral para que o clube vá às últimas consequências, objetivando a anulação da partida. E que, a partir dela, o Vasco alcance o resultado, num outro jogo contra o mesmo adversário, que o manterá na primeira divisão do Campeonato Brasileiro para a edição de 2021.

Sérgio Frias

Resposta a uma das milhares de distorções expostas na rede sobre o Vasco deste século

Comentário feito por um internauta, Odilon Silva, no site Netvasco, matéria “Sérgio Frias participou de live do Canal Alexandre Laureano Melo Xandymenor; veja vídeo”

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FORA EURIQUISMO.. FORA CASACA….. QUATRO MANDATOS DO EURIQUISMO COMO PRESIDENTE ,JAMAIS BRILHAMOS NUMA COMPETIÇÃO NACIONAL OU INTERNACIONAL….QUATRO MANDATOS DO EURIQUISMO COMO PRESIDENTE, JAMAIS TIVEMOS UM JOGADOR CONVOCADO PRA SELEÇÃO BRASILEIRA…. QUATRO MANDATOS DO EURIQUISMO COMO PRESIDENTE,JAMAIS TIVEMOS UM GRANDE PATROCINADOR…. QUATRO MANDATOS DO EURIQUISMO COMO PRESIDENTE,UM SEXTO LUGAR FOI MELHOR COLOCAÇÃO DO VASCO EM CAMPEONATO BRASILEIRO….. QUATRO MANDATOS DO EURIQUISMO COMO PRESIDENTE,SÓ GANHAMOS TRES ESTADUAIS….. QUATRO MANDATOS DO EURIQUISMO COMO PRESIDENTE,JAMAIS FIZEMOS UM CLÁSSICO INTERESTADUAL NO MARACANÃ PRA UM GRANDE PÚBLICO…. QUATRO MANDATOS DO EURIQUISMO COMO PRESIDENTE,O VASCO CAIU NOS RANKING DA CBF,CAIU NO RANKING DA CONMEBOL,CAIU NO RANKING DOS MAIORES PÚBLICOS DA HISTÓRIA DO FUTEBOL BRASILEIRO….. QUATRO MANDATOS DO EURIQUISMO COMO PRESIDENTE,O VASCO SE APEQUENOU,DEIXOU DE FIGURAR NA PRIMEIRA GRANDEZA DO FUTEBOL BRASILEIRO…. FORA CASACA…. FORA EURIQUISMO…..FORA TURMA DA CASCATA……. S.O.S. VASCO……….TAMOJUNTOVASCAO.
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Resposta:

1 – Eurico morreu e “euriquismo”, se é para caracterizá-lo, significa 52 títulos (37 oficiais) em 25 anos e meio do próprio na condição de Vice-Presidente de Futebol e/ou Presidente de fato e/ou de direito do clube, mais freguesia imposta a todos os grandes clubes do Rio de Janeiro (Botafogo, Flamengo e Fluminense), 28 taças de campeão, oficiais, conquistadas em 44 disputas diretas (decisões), mais títulos oficiais que qualquer outro clube carioca no respectivo período, apenas para falar de futebol profissional.

2 – O Casaca! defendeu e defende a concepção de Vasco, que levou ao descrito acima e que não era a realidade do Vasco durante 25 anos antes da chegada de Eurico Miranda ao clube na função preponderante exercida por ele, como, também, não foi nos 9 anos e meio que o clube esteve sem ele neste século.

Os resultados falam por si só. Neste século, sem ele, por exemplo, o Vasco é freguês de Flamengo e Botafogo e o quarto em conquistas entre os quatro, no período anterior citado (1960 a 1985), o Vasco foi freguês de Flamengo e Fluminense e o quarto em conquistas entre os quatro.

3 – O que se chama de euriquismo comandando o Vasco neste século trouxe ao clube, no período de 10 anos e meio, freguesia imposta aos três grandes clubes do Rio (Flamengo, Fluminense e Botafogo), o Vasco foi o 2º clube, entre os quatro, com mais conquistas, igualou o maior recorde de vitórias consecutivas na Taça Libertadores, junto ao Cruzeiro de 1976 (isso em 2001), bateu seu recorde de invencibilidade em jogos oficiais, 34 jogos, entre 2015 e 2016, superando as marcas de Atlético-MG, Flamengo, Internacional-RS e Palmeiras nesse quesito e tem igualado o recorde de Corinthians e Cruzeiro neste século, também no mesmo quesito.

O clube aplicou as maiores goleadas de sua história contra Botafogo e São Paulo, conquistou 9 títulos oficiais, nas decisões diretas de taça, ganhou 8 e perdeu 4 (ganhou, portanto, o dobro), pela 1ª vez em sua história, eliminou o Flamengo em mata-mata de 3 competições seguidas, sendo campeão em duas delas, pela 1ª vez conquistou um título carioca em decisão contra o Botafogo em toda a história, com direito a bis no ano seguinte.

O título Brasileiro e da Copa Mercosul de 2000 foram obtidos com ele, Eurico Miranda, já presidente eleito (fez na época as duas chapas vencedoras) e só houve o jogo, já em 2001 contra o São Caetano, porque ele se mexeu para tal e enfrentou o verdadeiro sistema, este abraçado pelo MUV e seus penduricalhos ao longo do século, por covardia e subserviência da sigla a ele.

4 – Além do título conquistado em janeiro de 2001, o Vasco chegou à final e semifinal da Copa do Brasil de 2006 e 2008, em 2006 foi o 6º colocado, a uma trave da Libertadores, e em 2017 o clube foi deixado na Taça Libertadores.

Vale destacar que em competição longa, no caso o Campeonato Brasileiro, curiosamente, houve em 2001 a perda de 10 pontos na balança dos erros de arbitragem, o que impediu ao Vasco se classificar para a fase de play-offs naquele ano, como ocorreu na temporada seguinte, em função de 5 pontos tomados (o Vasco ficaria com a vaga do Santos, Campeão Brasileiro naquele ano).

Desde o início dos pontos corridos, em 2003, os prejuízos na balança de arbitragem, ano a ano, demonstram que o sistema é pesado.

Em 2003 e 2004 foram 6 pontos tomados, em campanhas ruins feitas pelo Vasco, em 2005 foram 5, teria o Vasco ficado em 8º com o mesmo número de pontos do 6º (5 pontos tomados), em 2006 teria ficado em 4º, 1 ponto atrás do 3º (7 pontos tomados), em 2007 teria ficado em 9º, com a mesma pontuação do 8º (1 ponto apenas tomado), em 2008 o clube teria sido deixado em 6º, não em 9º, para o MUV assumir (3 pontos tomados), ocasião na qual o Vasco era dos cariocas o que menos havia frequentado a zona de rebaixamento na era dos pontos corridos e estava há 108 rodadas sem figurar no Z4.

No retorno de Eurico Miranda ao poder, o sistema pesado foi ainda mais pesado e tirou do Vasco, em 2015, 14 pontos. O clube ao invés de chegar em 8º acabaria a competição em 18º.

Caso o mesmo critério fosse aplicado ao Vasco ao longo dos outros anos, o clube teria caído 9 vezes em 17 oportunidades e naquele mesmo ano (2015), Flamengo, Fluminense (que somou apenas 14 pontos no returno e estava livre do rebaixamento na última rodada do campeonato), Cruzeiro e Palmeiras (Campeão da Copa do Brasil naquele ano) teriam caído caso sofressem o mesmo prejuízo de arbitragem experimentado pelo Vasco.

Finalmente, em 2017, com “apenas” a metade dos pontos tomados do Vasco, o clube terminaria o Campeonato Brasileiro em 3º lugar, empatado com o 2º colocado e não em 7º, classificado à Libertadores, como ficou.

Na Copa do Brasil não custa lembrar os garfos sofridos em 2003, contra o Cruzeiro (4ª de final), em São Januário, em 2008, contra o Sport (semifinal), em São Januário, e em 2016, contra o Santos (8ª de final), em São Januário.

5 – Como sabemos o Vasco teve convocados para a Seleção Brasileira Romário, Juninho Paulista, Euller, Fábio e Morais neste século, com Eurico Miranda no poder.

6 – Tivemos um grande patrocinador master, a CEF, obtido porque o Vasco teve certidões ao longo do período em que firmou os contratos (2015 a 2017), que trouxe ao clube, em 3 anos, uma média de 11,5 milhões de reais ano em patrocínio, valor três vezes maior que o da última gestão no clube, e, em 2017, proporcionalmente maior que o da Eletrobrás no contrato assinado entre maio e dezembro daquele ano.

Destaque-se, também, que o contrato com o Nations Bank, a maior parceria do Vasco no século passado, foi conseguido por ele e não por mais ninguém, quando era, então, Deputado Federal.

Não podemos nos esquecer que em 2015 o clube fechou pelo triplo do valor conseguido em 2020, as mangas da camisa com a Viton 44 e devemos salientar, ainda, que mesmo com o calote da LASA no início de 2018, ainda ficou por descumprimento contratual e espaço livre na camisa desde fevereiro daquele ano e 2,6 milhões a serem buscados via Justiça.

Mas devemos lembrar, fundamentalmente, das cotas de TV, já que o assunto é receita. Até 2011, contrato assinado por Eurico Miranda em 2008, o clube era partícipe do 1º grupo entre os recebedores de cotas de TV, sem ganhar um centavo a menos que qualquer um, em nível estadual e nacional, considerando todas as plataformas.

A grande distância vista em relação ao Flamengo, inclusive para quem critica a média de patrocínio obtida via CEF pelo Vasco, começa no ano de 2011, ocasião na qual um time foi montado sem ter como pagá-lo (salários sistematicamente atrasados) num momento de exceção, quanto à performance (duradoura até o meio de 2012, cerca de 15 meses no total) daquilo que foi a gestão MUV, com consequências vistas dois, três anos depois.

7 – Em 11 Campeonatos Estaduais o Vasco venceu três nesse período. Em 98 Campeonatos Cariocas ao longo de sua história o clube venceu 24. Basta fazer as contas para ver qual percentual é mais favorável.

Se formos comparar os últimos 50 anos do Vasco sem Eurico Miranda presente, desde Vice-Presidente de Futebol, foram 9 títulos obtidos.

Ou seja, a média obtida em 11 anos com ele Presidente do clube é superior à média histórica do Vasco na competição, como, também, é superior à média dos últimos 50 anos, nos quais tivemos 7 anos de Expresso da Vitória (dos 9 vividos pelo Vasco nesta condição) no meio da conta.

Evidencia-se que o torcedor em questão despreza uma média de conquistas superior à média do próprio clube.

Além disso, vale ressaltar que em 11 disputas o Vasco obteve um título carioca invicto, enquanto nos outros 87 anos obteve 5. Faça-se novamente as contas e teremos qual média é a melhor.

8 – O Vasco não jogou os grandes clássicos interestaduais no Maracanã neste século e sim em São Januário por opção, a mesma que fez em relação às conquistas da Taça Libertadores de 1998, da Copa Mercosul e do Campeonato Brasileiro entre 1998 e 2000 (exceto o jogo remarcado contra o São Caetano) e outro com o São Paulo, em 1999, com derrota e pequeno público, como por obrigação a Copa do Brasil de 2011.

Os grandes clássicos interestaduais deste século disputados no Maracanã trouxeram para o Vasco, normalmente, empates ou derrotas, perdendo o clube, por exemplo, a chance de uma classificação para a final da Copa do Brasil em 2009 (o próprio treinador do Corinthians à época afirmou que preferia o jogo no Maracanã a que ele fosse disputado em SJ).

9 – Quando Eurico Miranda saiu do Vasco, em junho de 2008, o Vasco era o líder do ranking em pontos ganhos da CBF, era o último Campeão Sul-Americano e da Libertadores do Rio de Janeiro e apenas o São Paulo possuía, entre os clubes brasileiros, mais títulos da principal competição da América interclubes entre os clubes brasileiros. A dura realidade para quem quis sua saída foi ver o decréscimo do clube, a partir de julho daquele ano.

10 – O Vasco não esteve interessado em obter os maiores públicos da história do futebol brasileiro, quando disputou o Campeonato Brasileiro de 2000. A opção por São Januário foi ignorando tal questão.

Se houve diminuição da capacidade de São Januário de 25.000 pagantes para 15.000 em um ano, apenas, de MUV, se não houve a reforma de São Januário em 2008/2009, já com um protocolo de intenções assinado junto à empresa LusoArenas para que isso ocorresse, deixado pela gestão de Eurico Miranda para o MUV, se o Vasco ficou a gestão toda do MUV sem disputar clássicos estaduais em São Januário, enganando a torcida quanto à sua intenção no Campeonato Brasileiro de 2011 (e isso sem Maracanã, por anos e ate mesmo o Engenhão em dado ano), aí se demonstra o que fez o Vasco decrescer.

O Vasco não decresceu de público, decresceu de valorização do que é seu, alegrando o sistema, enquanto praticamente triplicava a dívida real do clube em 6 anos e 5 meses de gestão MUV.

11 – Um clube que estapeia no período todos os seus principais adversários, com os quais divide mercado e preferência dos torcedores, batendo de mão aberta no Flamengo (cinco de novo), eliminando-o por três vezes consecutivas de competições das quais ganha duas, que pela 1ª vez derrota em decisão de Campeonato Carioca o Botafogo, repetindo o feito no ano seguinte, que não perde uma única decisão de taça para o Fluminense e que é deixado na 1ª saída do dirigente, em 2008, na nona colocação no Campeonato Brasileiro, há 108 rodadas sem frequentar a zona de rebaixamento, sendo o que menos vezes frequentou tal zona entre os quatro grandes do Rio, ainda classificado para a Copa Sul-Americana do mesmo ano, e que é deixado na Taça Libertadores da América no período último da gestão do próprio Eurico Miranda, esteve longe de apequenar-se a não ser que consideremos Flamengo, Fluminense e Botafogo apequenados no respectivo período.

12 – Você disse tudo. É hora de dar um basta nas cascatas, repetidas milhares de vezes, que denigrem a imagem do Vasco para atingir uma pessoa, editando aquilo que ela obteve no próprio Vasco, como se nada representasse, alimentando ódio diário e distorcendo diariamente a história do clube.

Chega de cascata! Fora as distorções! Deixem o Vasco andar e parem de desvalorizar aquilo que o Vasco conquistou, porque seu político ou grupo político não ganhou, ou porque seu adversário histórico político conquistou.

Sérgio Frias

Ao pé frio, Alexandre Campello

Ao pé frio, Alexandre Campello,

O fundamento da reunião convocada, em noite de jogo de um time que nunca foi o meu, porque jamais me entendi rubro-negro, foi mostrar aquilo que ficaria evidenciado no mês seguinte: uma tentativa sórdida do presidente do clube de impedir a entrada de centenas de sócios, por conta do proponente, algo fora do estatuto, evidentemente.

Quis eu cortar o mal pela raiz, porque sabia que a raiz das intenções de tentar de todas as formas impedir a entrada de novos sócios estatutários no clube era podre.

SÉRGIO FRIAS

Célio “raçudo” Taveira – Parte IV (Última Parte)

A estreia do Vasco na temporada de 1966 se deu num amistoso contra o Universidad, de El Salvador, fora de casa, ocasião na qual a vitória por 2 x 0 foi obtida com 2 gols de Célio, 1 deles de pênalti.

Logo em seguida, uma infeliz participação do clube em Torneio Pentagonal, realizado no México, quando nos 5 jogos disputados o time cruzmaltino marcou apenas 2 gols, sendo Célio o autor de um deles.

Um último amistoso antes do Torneio Rio-São Paulo, jogado na Guatemala frente ao Estudiantes-ARG (2 x 1), Célio esteve no rumo da vitória cruzmaltina, marcando o gol de empate na virada imposto sobre os argentinos.

No Torneio Rio-São Paulo, Célio marcou duas vezes na 2ª rodada, contra o Corinthians no Pacaembu (estreia de Garrincha pela equipe paulista); participou do 1º e marcou o 2º gol da vitória por 2 x 0 sobre o Fluminense; na 4ª rodada fez o gol da vitória por 1 x 0 sobre o São Paulo no Maracanã; assinalou o gol vascaíno na derrota sofrida diante do Palmeiras no Pacaembu (1 x 2) na 5ª rodada, foi o responsável pela assistência a Zezinho no gol de empate contra o Flamengo (1 x 1) na 6ª rodada e marcou, de falta, um dos gols cruzmaltinos na derrota diante do Santos, no Pacaembu (2 x 5) na 7ª rodada.

Ao final do certame o Vasco conquistou, junto a Botafogo, Corinthians e Santos, o Torneio Rio-São Paulo, 6º título do atleta no Vasco.

No jogo seguinte da equipe principal cruzmaltina, após o Torneio Rio-São Paulo, vitória sobre o Flamengo (2 x 1), num amistoso disputado em Brasília, com Célio abrindo o marcador, cobrando pênalti.

Convocado para a Seleção Brasileira, ainda na fase de treinamentos, Célio ficou fora de amistosos do Vasco, desde o início de abril, até o princípio de junho.

O atleta, que só teria chance de atuar uma vez pela Seleção Brasileira, contra o País de Gales, a 18/05, no Mineirão (1 x 0 para o Brasil), foi cortado 2 dias depois.

Célio viajou à Europa, onde o Vasco excursionava e voltou ao time em 03/06, marcando o tento cruzmaltino contra o Arezzo-ITA. Na mesma excursão, pelo Torneio de Paris, marcou o gol do Vasco na partida que definia o 3º lugar, diante do Spartak, da Tchecoslováquia (1 x 1).

Na disputa da Taça Guanabara, realizada entre agosto e setembro, Célio passou em branco, sem marcar nas 3 partidas que disputou. Já no Campeonato Carioca, o centroavante apareceu bem em alguns momentos.

Na 2ª rodada, com um toque de calcanhar, deu assistência pra o gol inaugural da vitória cruzmaltina sobre o Madureira por 3 x 1, no jogo seguinte contra o Olaria (3 x 0), Célio abriu a contagem com um gol de falta e participou do último, marcado por Alcir, após rebote do goleiro olariense, em cabeçada do centroavante.

Na 4ª rodada, vitória do Vasco sobre a Portuguesa (3 x 1), com Célio faturando o 1º de sua equipe.

Na 11ª rodada, Célio sofreu pênalti, cobrado por Oldair, na partida contra o Bonsucesso (1 x 2).

Na rodada inicial do returno, empate com o Fluminense, gol marcado por Paulo Mata, após assistência de Célio.

Pela 15ª rodada, em partida diante do Bonsucesso (2 x 1), Célio marcou o 2º gol vascaíno, seu último pelo clube.

Na 17ª rodada, diante do Olaria (2 x 0), Célio deu a assistência para o gol inaugural da peleja, assinalado por Nado.

No Campeonato Carioca foram 3 gols marcados e 3 assistências dadas, no Torneio Rio-São Paulo 6 gols marcados e uma assistência, no Torneio Pentagonal do México um gol marcado, no Torneio de Paris a mesma coisa, em amistosos internacionais 4 gols e em nacionais um, contra o Flamengo.

No total daquele ano Célio marcou 16 gols e deu 4 assistências.

Em 1967, o atleta embarcou para o Uruguai, a fim de defender o Nacional, de Montevidéu, e em 3 anos e meio de clube marcou dezenas de gols, chamando a atenção os 21 pela Taça Libertadores da América. É o segundo artilheiro do clube uruguaio na competição, em todos os tempos. Além disso, Célio foi Bicampeão Uruguaio pelo clube.

Finalmente, já em final de carreira, defendeu o Corinthians, estreando em julho de 1970, permanecendo no clube até 1971, com 4 gols marcados nesse período, 3 deles em clássicos.

Célio nos deixou no último sábado, 29/05, vítima do Covid 19, aos 80 anos.

A relevância de sua passagem pelo Vasco não caberia num único texto, numa única coluna, daí a divisão em quatro partes, mostrando ao público que o atleta, maior artilheiro da década em que atuou pelo Vasco e partícipe de todas as taças conquistadas pelo futebol profissional do clube nos anos 60, deixou registrada sua marca na história com seu potente chute, seu singular espírito de luta e, ainda, seu faro de artilheiro.

Aqui neste espaço fica a homenagem por sua vitoriosa passagem pelo Vasco, por 4 anos, período no qual marcou mais de 100 gols com a camisa cruzmaltina.

Sérgio Frias

Célio “raçudo” Taveira – Parte III

Um torneio internacional e dois interestaduais, com um amistoso entre eles. Assim começou o ano de 1965 para o Vasco.

Na disputa internacional, o cobiçado torneio do IV Centenário, do qual faziam parte Vasco, Flamengo, Atlético Madrid-ESP e Seleção da Alemanha Oriental.

Coube ao Vasco enfrentar os alemães em busca de uma vaga para a final e Célio marcou, de fora da área, o gol da vitória por 3 x 2, após estar o Vasco perdendo por 2 x 1. Também foi dele o 1º gol do Vasco, cobrando pênalti.

Na decisão, massacre do Vasco sobre o Flamengo (4 x 1), com Célio marcando os dois gols iniciais da partida, sendo que o 2º assinalado pelo centroavante de maneira sensacional, encobrindo o goleiro rubro-negro Marcial. Foi esse o 3º título conquistado por Célio no Vasco.

Antes que se iniciassem os dois torneios interestaduais previstos, em Goiás e Pernambuco, um amistoso sui generis foi disputado pelo Vasco na cidade mineira de Porto Novo da Cunha, contra o Independente, campeão local. Pelo aguaceiro em campo o jogo foi interrompido aos 21 minutos do 2º tempo, quando o Vasco vencia por 1 x 0, gol de Célio, cobrando penalidade máxima.

No Torneio Triangular Gilberto Alves, em Goiânia, Célio brilhou na partida frente ao Atlético-GO, quando marcou duas vezes e ainda participou do 1º tento cruzmaltino, mas o título ficou com o Flamengo, que venceu o mesmo adversário do Vasco por 6 x 1 e empatou o clássico dos milhões contra seu tradicional rival em 0 x 0.

Quatro dias depois o Vasco estreava no Torneio, que comemorava o Cinquentenário da Federação Pernambucana, vencendo o Sport (3 x 1), ocasião na qual Célio marcou um lindo gol por cobertura, o 2º do Vasco e serviu Lorico para que este marcasse o 3º dos cruzmaltinos.

No jogo seguinte, diante do Santa Cruz, o Vasco venceu por 2 x 0, com Célio participando ativamente da jogada que redundou no 1º tento de sua equipe, marcado pelo ponteiro direito Luisinho, que, também, faria o 2º.

Finalmente, na decisão contra o Náutico os cruzmaltinos, jogando pelo empate, perdiam por 1 x 0, mas Célio, aos 14 do 2º tempo, fez o gol que daria o título do torneio ao Vasco, sua 4ª conquista pelo clube.

No Torneio Rio-São Paulo, Célio marcou contra o Palmeiras no Maracanã, na 3ª rodada (1 x 4); bisou o feito, de pênalti, contra o Botafogo (4 x 2) na 4ª rodada, além de participar do lance que se desenrolou no 4º gol vascaíno naquela ocasião; marcou duas vezes (uma delas de falta) contra o América (4 x 0) na 8ª rodada, além de ter participado do 1º gol do jogo, em lance fortuito; deu assistência a Mário Tilico para marcar o gol de empate do Vasco contra o Fluminense (1 x 1) na 10ª rodada; deu nova assistência a Tilico na partida seguinte, diante do Palmeiras, no Maracanã (2 x 3), no lance do 2º tento cruzmaltino; marcou, de pênalti, o gol da vitória sobre o Flamengo (1 x 0) no jogo subsequente e, também cobrando pênalti, fez o gol vascaíno no revés sofrido diante do São Paulo (1 x 4), no Pacaembu, na 13ª rodada. Um total de 6 gols e duas assistências no torneio.

Uma série de amistosos foram disputados pelo Vasco, antes de a equipe jogar a I Taça Guanabara da história, que daria ao campeão uma vaga na Taça Brasil daquele ano, mas Célio, convocado pela 1ª vez para a Seleção Brasileira, não pôde jogá-los. Pelo Brasil, atuou, vindo do banco no decorrer da 2ª etapa, contra Alemanha Ocidental (2 x 0) e Argentina (0 x 0), ambas as partidas disputadas no Maracanã, mas ficou mais de um mês com o grupo dos convocados daquela ocasião.

A Taça Guanabara à época durou quase 2 meses e houve até tempo no decorrer dela para que o Vasco atuasse em 2 amistosos, um deles com Célio em campo, diante do Tupi-MG, em Juiz de Fora, ocasião na qual o centroavante marcou 3 vezes (uma delas cobrando falta), na vitória cruzmaltina, repetindo o feito conseguido contra o Olaria no ano anterior.

No decorrer da Taça Guanabara o brilho de Célio foi intenso. Na rodada inicial, massacre vascaíno sobre o Fluminense (5 x 0), com 2 gols do centroavante (os primeiros da goleada), uma assistência (no 4º gol) e, ainda, participação no 5º gol cruzmaltino.

Na 3ª rodada foi dele o gol da vitória sobre o América (1 x 0), cobrando pênalti.

O turno final, do qual fizeram parte Vasco, Flamengo, Fluminense e Botafogo reservou a Célio mais momentos de brilho. Contra o Fluminense (2 x 0), na 1ª rodada, ele marcou os 2 gols da partida (1 de pênalti), diante do Flamengo (1 x 0), na 2ª rodada, o gol da vitória foi consignado por ele e na decisão diante do Botafogo (2 x 0), embora não marcasse, pôde comemorar com os companheiros o título (seu 5º no Vasco) e, também, a condição de artilheiro do certame com 6 gols.

Faltavam duas competições a serem disputadas pelo Vasco: o Campeonato Carioca e a Taça Brasil, jogada no meio da competição local.

O Vasco já chegou classificado às semifinais da Taça Brasil e eliminou o Náutico, após empate por 2 x 2 fora de casa, após estar perdendo por 2 x 0, com Célio marcando 2 vezes, uma delas de falta, e garantiu a vaga para a final, derrotando o adversário pelo placar mínimo no Maracanã.

Na decisão, apesar da goleada do Santos no Pacaembu (1 x 5), Célio deixou sua marca, cobrando pênalti. No Rio um empate em 0 x 0 deu o Pentacampeonato da Taça Brasil aos santistas.

Um Campeonato Carioca mais curto, com apenas 8 clubes participantes, foi disputado naquele ano e o Vasco, um dos favoritos, não se houve bem nele, mas, mesmo assim, Célio teve seus momentos de destaque na competição.

Na 2ª rodada, no empate diante do Fluminense (1 x 1), Célio marcou o gol vascaíno e reclamou de outro, não validado pela arbitragem em tiro seu, que bateu no travessão e quicou, segundo depoimento do atleta, dentro do gol.

Na inauguração do campo da Portuguesa, em jogo válido pela 3ª rodada, Célio deu assistência para o 2º gol de Zezinho contra a Lusa (o ponteiro marcara um gol olímpico antes, inaugurando o placar).

Na 5ª rodada, Célio marcou de pênalti o 1º gol da vitória cruzmaltina contra o Botafogo (2 x 1) e deu assistência para Mário Tilico faturar o segundo.

Na última rodada do turno, goleada cruzmaltina sobre o América por 4 x 1, com Célio marcando o 2º gol de sua equipe.

O Vasco estreou no returno perdendo para o Fluminense por 2 x 1, mas Célio, de falta, marcou o gol cruzmaltino, no jogo seguinte bateu a Portuguesa por 3 x 1 e Célio, de pênalti, assinalou o 2º gol vascaíno.

Finalmente, na penúltima rodada, goleada cruzmaltina sobre o Bonsucesso (5 x 1), com Célio marcando o 2º gol, de falta, e participando do 4º, marcado pelo ponteiro esquerdo Tião.

Na temporada de 1965, Célio marcou 6 gols e deu 2 assistências, tanto no Campeonato Carioca, como no Torneio Rio-São Paulo.

Na Taça Guanabara fez novamente 6 gols e deu uma assistência.

Na Taça Brasil assinalou 3 dos 4 gols do Vasco na competição.

No Torneio do IV Centenário marcou 4 gols em 2 jogos, já no Torneio Gilberto Alves, disputado bem Goiânia,fez 2 gols, em 2 jogos e no Torneio Cinquentenário da Federação Pernambucana de Futebol, faturou 2 gols (1 deles o do título) e ainda deu uma assistência em 3 jogos.

Para completar, ainda marcou 4 tentos em partidas amistosas, num total de 33 gols e 6 assistências dadas ao longo da temporada.

Sérgio Frias

Célio “raçudo” Taveira – Parte II

Na 1ª partida da equipe principal na temporada de 1964, Célio marcou seu 1º gol em cobranças de pênalti (pelo Vasco) no empate em 1 x 1, diante do Atlético-MG, partida realizada no estádio do Bonsucesso.

Outro adversário mineiro, o Cruzeiro, seria derrotado em Belo Horizonte no 2º amistoso da equipe principal vascaína e mais uma vez o gol único do Vasco foi assinalado por Célio.

Em seguida, o Vasco participou de um torneio quadrangular no Paraguai contra Cerro Corá-PAR, Guarani-PAR e Racing-ARG, obtendo apenas 1 empate e 2 derrotas. Célio, em cobrança de pênalti, marcou no empate com o Racing-ARG (1 x 1).

Na última rodada, reclamação geral dos atletas cruzmaltinos com a conduta do árbitro em campo, favorecendo nitidamente o Cerro Corá, equipe anfitriã. Após o jogo, Célio deu vários bicos no apitador, tirou sua camisa e saiu irado de campo, sem ser expulso.

No Torneio Rio-São Paulo, disputado entre março e abril, Célio marcou, de pênalti, contra o Flamengo, na derrota por 3 x 1, fez o gol último do Vasco na sensacional virada sobre o Palmeiras no Pacaembu (3 x 2) na 4ª rodada da competição, no 6º jogo, cobrando falta, decidiu o clássico contra o Botafogo (1 x 0), mas no último compromisso do certame, frente a Portuguesa de Desportos (3 x 3), em São Paulo, foi expulso, após troca de agressões com o rubro-verde Abelardo ao7 do 2º tempo, quando o placar registrava empate em 1 x 1.

O temperamento forte do artilheiro era já à época percebido por imprensa e adversários, mas estava no sangue de Célio, era dele, fazia parte do seu jeito de entrega, luta, raça e desprendimento. Célio agradava os torcedores por seu compromisso com a camisa que envergava.

No decorrer do Torneio Rio-São Paulo houve tempo para o Vasco atuar em alguns amistosos, 4 em Minas Gerais (1 vitória e 3 empates) e 1 no Paraná.

Célio passou em branco nos 3 jogos em que atuou em terras mineiras, mas na vitória sobre o Atlético-PR, em Curitiba, por 3 x 2, marcou o 2º gol do Vasco e deu a assistência para o 3º tento cruzmaltino.

Após o Torneio Rio-São Paulo mais 4 amistosos foram disputados pelo Vasco antes que se iniciasse o Campeonato Carioca. No primeiro deles, frente ao Bangu em São Januário, vitória vascaína por 1 x 0, gol de Célio, aproveitando rebote de uma penalidade máxima batida por ele próprio e defendida parcialmente pelo goleiro Ubirajara.

Na partida seguinte, novamente o Bangu como adversário, desta vez em Moça Bonita, e com o placar empatado em 1 x 1, um pênalti para o Vasco foi marcado, mas, desta vez, o volante Maranhão foi quem cobrou, convertendo para fechar o placar. O mesmo ocorreria em Vitória, Espírito Santo, 3 dias depois, contra o Rio Branco (2 x 0). Com 0 x 0 no placar houve um pênalti marcado para o Vasco, cobrado novamente por Maranhão e convertido pelo volante. Mas Célio teve participação no 2º gol do jogo, ao dar assistência, de bicicleta, para Saulzinho marcar.

O último amistoso do Vasco foi contra o Vila Nova-MG, equipe contra a qual o Vasco já havia atuado na série de 4 amistosos realizados em Minas Gerais, 2 meses antes. Mas se daquela vez Célio não estava em campo, desta feita, em São Januário, o artilheiro jogou e deu a assistência para o ponteiro esquerdo Zezinho marcar o 1º da vitória por 3 x 0 sobre o Vila.

Em meio ao Campeonato Carioca o Vasco jogou 2 amistosos internacionais, contra Nacional-URU fora de casa (0 x 2) e Porto-POR no Maracanã (3 x 0), mas Célio só atuou diante do Nacional.

Posteriormente, ainda durante o Carioca, 2 amistosos contra o Atlético-GO, em Goiânia (1 x 1 e 1 x 0), marcando Célio o tento único do 2º confronto.

No mês de outubro uma nova parada para a disputa do Torneio Francisco Vasques, promovido pela Tuna Luso em homenagem a seu paredro, que falecera semanas antes. Participaram do certame, além de Vasco e Tuna, também, Remo e Paysandu.

O Vasco ganhou o torneio com 100% de aproveitamento (1 x 0 no Remo, 3 x 1 na Tuna Luso e 3 x 2 no Paysandu). Célio abriu o placar contra a Tuna Luso, de pênalti, como, também, inauguraria o marcador diante do Paysandu no último jogo.

Do Pará para o Suriname e Guiana Holandesa, onde mais 2 jogos amistosos foram realizados, com 1 vitória (3 x 2) e 1 empate (1 x 1) do Vasco. Célio marcou 1 gol em cada jogo.

Ainda houve, em novembro, no feriado em homenagem à Proclamação da República, um último amistoso contra o Porto Alegre, da cidade de Itaperuna, ocasião na qual pela superlotação do estádio um muro ruiu, trazendo por consequência 16 pessoas feridas. Em campo, Célio deixou sua marca, fechando o escore de 2 x 0.

Finalmente o Campeonato Carioca, disputado de julho a dezembro.

Na 1ª rodada, Célio não marcou na derrota cruzmaltina frente ao América por 2 x 1, mas foi dele a assistência para o gol de Maranhão.

No confronto seguinte, diante do Campo Grande, fora de casa (2 x 2), Célio fez 1 gol e deu a assistência para o outro e na partida subsequente foi dele o gol de empate contra o Bangu (1 x 1), jogo disputado no Maracanã.

Na 5ª rodada, Célio deu assistência para o 2º gol vascaíno e marcou o 3º, cobrando pênalti, no empate diante do São Cristóvão em Figueira de Melo (3 x 3).

Somente na 6ª rodada o Vasco venceu pela 1ª vez. O adversário, Bonsucesso, perdeu por 3 x 0 em São Januário. Célio deu a assistência para o 2º gol vascaíno, assinalado por Mário Tilico, e participou ativamente do 3º, marcado pelo ponteiro esquerdo Zezinho, após disputa entre o centroavante e um zagueiro contrário.

Na 9ª rodada, Célio, de pênalti, marcou para o Vasco contra o Flamengo na derrota por 2 x 1 e no jogo subsequente, contra o Canto do Rio, em São Januário (2 x 0), o centroavante teve importância decisiva nos 2 tentos cruzmaltinos, assinalados por Mário Tilico. No 1º deles, Tilico completou para as redes, após defesa parcial do goleiro em cobrança de falta executada pelo companheiro e no 2º tabelou com o centroavante e complementou para o filó.

Na penúltima rodada do turno, Célio, num gol de raça, decidiu o clássico contra o Fluminense (1 x 0).

O returno se iniciaria com o clássico Vasco x América, ocasião na qual Célio, cobrando pênalti e depois falta, definiria o placar de 2 x 0 para o Gigante da Colina.

Na 14ª rodada, Célio deixou o seu contra o Campo Grande, em São Januário (2 x 0), no jogo seguinte, frente ao Bangu, marcou, cobrando falta o 1º gol vascaíno no empate em 2 x 2, na partida seguinte contra a Portuguesa, em São Januário (novamente 2 x 0), Célio foi garçom de Zezinho no 1º tento vascaíno e perspicaz no gol de Mário Tilico, deixando a bola passar ao companheiro, após centro de Zezinho.

Na 17ª rodada o Vasco venceu bem o São Cristóvão, em São Januário, por 4 x 2 e naquela oportunidade Célio sofreu a falta que originaria a cobrança precisa de Zezinho inaugurando a contagem e deu a assistência para o 4º gol cruzmaltino, assinalado por Mario Tilico.

O Vasco repetiu o placar na rodada seguinte, frente ao Bonsucesso, no Maracanã, mas desta vez Célio, além da assistência (fortuita) para o 1º gol cruzmaltino, marcado por Zezinho, faturou duas vezes.

Na 20ª rodada, frente ao Olaria, em General Severiano (5 x 0), Célio marcou pela 1ª vez no Vasco 3 gols num único jogo, sendo o 2º do time, em cobrança de pênalti, o 4º, após bobeada da zaga e antevisão sua do lance, e o 5º com estilo, ao matar no peito e mandar um petardo às redes. Além disso, num cruzamento seu o zagueiro olariense Marcos mandou para dentro de suas próprias redes no tento inaugural da partida.

A 4 rodadas do fim, mesmo perdendo para o Flamengo (2 x 1), Célio novamente deixou sua marca e na derradeira do certame, fez seu último gol daquele ano contra o Madureira, em Conselheiro Galvão.

Um total de 16 gols e 9 assistências no Campeonato Carioca, mais 3 gols no Torneio Rio-São Paulo e 11 em amistosos foram os números de Célio no ano de 1964, ocasião em que conquistou, também, o Torneio Francisco Vasques, seu 2º título pelo clube.

Sérgio Frias

Célio “raçudo” Taveira – Parte I

Em janeiro de 1963, Célio, oriundo do Jabaquara, da cidade de Santos, acertava seu primeiro contrato com o Vasco.

O atleta, que começou jogando na base da Portuguesa Santista e fora companheiro de Pelé em jogos pelas Forças Armadas, quando ambos serviam o exército, vinha como uma aposta aceitável da direção cruzmaltina, com 35 gols marcados em quatro anos, enquanto profissional, por Ponte Preta (1959/60) e Jabaquara (junho de 1960 a dez 1962).

Célio, neto do remador Antonio Taveira de Magalhães (Campeão Carioca desse esporte pelo clube de Santa Luzia, em 1905 e 1906) vinha como provável companheiro de ataque do artilheiro do Campeonato Carioca de 1962, Saulzinho.

Contrato assinado, o atleta viajou ao México para disputar o Torneio Pentagonal e já obteve ali seu primeiro título.

Em sua estreia, a 17/01, contra o El Oro-MEX (segunda rodada do pentagonal), goleada vascaína por 5 x 0, e seu primeiro tento, num tiro surpreendente de fora da área que encontrou as redes adversárias.

No Torneio Rio-São Paulo daquele ano, Célio marcou apenas um gol. Tal fato ocorreu na despedida da equipe daquele certame, contra o Palmeiras (1 x 1), no Pacaembu, em partida realizada a 28/03.

Em outro Torneio Pentagonal, desta vez no Chile, disputado entre 31/03 e 14/04, o centroavante foi o grande destaque da equipe, com 5 gols em 4 jogos, terminando o Vasco empatado na 1ª posição com o Universidad de Chile. Naquela competição, Célio marcou o primeiro dos seus 11 gols de falta pelo Vasco, sendo o principal goleador do Vasco, nos anos 60, também, neste quesito.

Entre abril e junho, antes do início do Campeonato Carioca, Célio atuou num amistoso em Campos contra o Goytacaz e em excursão cruzmaltina à África, fazendo boa dupla com Saulzinho naquele continente. Dali o Vasco partiu para amistosos na Europa, inclusive disputando a Taça Teresa Herrera, que já havia ganho 6 anos antes, mas Célio, contundido, só participou do 1º jogo em Portugal contra o Sporting, voltando para o Brasil três dias depois, a fim de se recuperar.

Na estreia do Campeonato Carioca, a 30/06, inteiro, Célio marcou com 45 segundos de jogo o 1º gol do Vasco e sofreu o pênalti que ensejaria o último gol cruzmaltino na vitória sobre a Portuguesa por 4 x 1.

Na 3ª rodada, contra o Canto do Rio (5 x 0), Célio participou do 1º gol, deu a assistência para o 3º e marcou o 4º e 5º gols vascaínos.

No clássico diante do Fluminense, na 4ª rodada (vitória cruzmaltina por 3 x 1), Célio abriu o placar e no clássico seguinte, frente ao América (2 x 0) novamente inaugurou o marcador.

Na partida subsequente, Célio foi o autor do gol único vascaíno (belíssimo, por sinal) sobre o Olaria no Maracanã e contra o Madureira, em Conselheiro Galvão, marcou o tento vascaíno no empate em 1 x 1, em partida posteriormente anulada, jogada novamente e vencida pelo Vasco por 2 x 1, mas sem o atleta em campo.

Mas foi na 9ª rodada do turno que Célio ganhou o respeito de toda a torcida cruzmaltina, de forma definitiva, após marcar o 3º gol do Vasco na vitória por 3 x 0 sobre o Bonsucesso, em São Januário, quando fazia apenas número em campo (contundido), mas ignorou isso ao atirar-se para esticar a perna esquerda (enfaixada) e marcar um gol emblemático. Célio ficou estirado no gramado após o lance, sendo levado para o vestiário com muita dor.

Em seu retorno ao time, exatamente um mês depois, marcou o gol do Vasco no empate com o Campo Grande em 1 x 1, partida disputada em São Januário.

Na 17ª rodada do Carioca Célio marcou os dois gols do Vasco no empate em 2 x 2 contra o América, no jogo seguinte fez o 2º gol no triunfo sobre o Olaria, na partida subsequente assinalou os dois primeiros gols do Vasco na goleada de 5 x 1 sobre o Madureira (perdeu um pênalti nesse jogo), deixou, ainda, sua marca na derrota do Vasco para o Flamengo (3 x 4), inaugurando o escore, deu a assistência para Mário Tilico assinalar o gol do empate vascaíno contra o Botafogo e na penúltima rodada, a 23ª, marcou o gol dos cruzmaltinos contra o São Cristóvão, em partida realizada na Rua Figueira de Melo.

Célio findou o Campeonato Carioca como artilheiro do time (15 gols) e vice do campeonato, foi o artilheiro da equipe no Pentagonal do Chile, marcou em amistosos estaduais e internacionais, no Torneio Rio-São Paulo e, também, no Pentagonal do México, primeiro título que disputou (e venceu).

Era apenas a 1ª temporada do centroavante com a camisa cruzmaltina.

Sérgio Frias