Todos os posts de Sérgio Frias

Liga não

Desde o início do ano, Flamengo e seu papai no futebol, Fluminense, partiram para uma briga direta contra a FFERJ, afinal sabiam que uma vez voltando o respeito ao Vasco a entidade passaria a ter mais uma força ativa e não passiva em seu seio.

Após conquistar um campeonato “roubado”, dito mais gostoso por isso, diante do Vasco em 2014, depois de obter benefícios de arbitragem em várias de suas conquistas, desde o final do século XX até o ano passado, o saco de pancadas Flamengo – que tem reverberado, massificado e apoiado seu discurso na imprensa, através dos anos, de pobre coitado e perseguido – sonha com a Liga Sul-Minas para minar o Campeonato Carioca e com isso tentar (mais uma vez) pôr o futebol do Rio para baixo, comparando-o com o de Minas, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul ou similares.

Ao invés de se fazer com que haja mais força num estado no qual reside um terço dos grandes clubes brasileiros, a dengosa dupla Fla-Flu pretende uma divisão, admitindo nas entrelinhas não ter cacife para bancar um enfrentamento contra o Vasco (o respeito voltou), mas prejudica também seus próprios torcedores, conduzidos como gado para um torneio que não vale nada, não tem história e põe o Rio de Janeiro no mesmo patamar que Santa Catarina por exemplo.

De pronto afirmo que sou favorável à volta do Torneio Rio-SP, competição que o Fluminense não vence desde 1960, enquanto seu filhinho Flamengo só conquistou uma vez, no ano seguinte, mas sem, é claro, atrapalhar as datas do Campeonato Carioca, que partirá para sua centésima décima primeira edição em 2016.

O grande erro está no tamanho do Campeonato Brasileiro, que aperta o calendário e é demasiadamente chato (vide médias de público), com a briga de dois ou três pelo título, três ou quatro por uma vaga na Libertadores (ou pré Libertadores) e seis ou sete contra o rebaixamento.

Não fossem os estaduais, quantos títulos de relevância teriam Vasco e Flamengo nos últimos 20 anos? O Vasco seis (uma Libertadores, uma Copa Mercosul, dois Campeonatos Brasileiros, uma Copa do Brasil e um Torneio Rio-SP), já o Flamengo cinco (uma Copa Mercosul, um Brasileiro, duas Copas do Brasil e uma Copa dos Campeões do Brasil).

Fluminense e Botafogo somados, teriam conquistado apenas quatro no mesmo período. Mesmo assim ganharam na referida época mais títulos que Paraná e Santa Catarina juntos.

O que fez o Flamengo se manter como marca em destaque durante todo esse tempo foi a conquista de 10 estaduais, contra quatro do Botafogo, quatro do Fluminense e três do Vasco, desde 1995.

Não podemos crer que o massacre midiático em prol do mais queridinho teve como sustentáculo seus vices na Supercopa Libertadores (Independiente-ARG), Torneio Rio-SP (Santos), Copa do Brasil (Grêmio, Cruzeiro e Santo André), Copa Mercosul (San Lorenzo-ARG) ou seus rotineiros vexames na Taça Libertadores contra Universidad Catolica-CHI (dentro e fora de casa), LAU-CHI (em casa), América-MEX (em casa) Leon-MEX (em casa) ou o poderoso Defensor-URU (fora).

A verdade nua e crua é a clara birrinha rubro-negra contra seu algoz fora de campo, mas com óbvio prejuízo ao futebol deste estado, algo que só não é veementemente combatido pela imprensa carioca, por conta de seu comprometimento em defender seu mais queridinho nas causas mais esdrúxulas, como as tentativas frustradas de criação das ligas barbantes em 1994 e 1997, causadoras de inesquecíveis micos pagos por parte de seus signatários: a sequência ridícula de W.Os aplicados sobre eles no título cruzmaltino conquistado no ano de seu centenário em 1998.

Cabe ao Vasco sair da situação delicada na qual se encontra hoje no Campeonato Brasileiro e partir para o bi em 2016. Quanto a manobras dos adversários que lhe temem, fica o recado para os torcedores cruzmaltinos, sem deixar o clube de trabalhar nos bastidores contra golpes contrários aos interesses do futebol do Rio: liga não.

Sérgio Frias