No clássico de resultado mais previsível nos últimos tempos, desde o fim da era das bananadas e o retorno de Eurico Miranda , nada de novo: vitória do Vasco e eliminação do eterno freguês da Gávea.
Mas uma situação foi nova, apesar de também não surpreendente, tendo em vista o histórico de atitudes ilegais e imorais que partem do lado de lá desde 1895.
No momento da entrada em campo, quando o protocolo manda que ambas equipes devam adentrar juntas o gramado, a equipe rubro-negra, liderada pelo zagueiro Wallace, decidiu entrar antes, correndo e fincando uma bandeira flamenguista no centro do gramado.
Uma atitude arrogante, prepotente e vergonhosa do clube de origem racista e elitista, que deixou seus pequenos mascotes atônitos, sem nada entender. Largaram as crianças torcedoras do clube para trás, em nome de não sei o quê.
Acharam que com isso conseguiriam quebrar o jejum de mais de um ano ? Que isso abalaria a equipe vascaína ?
A única coisa que conseguiram foi decepcionar seus pequenos torcedores, que viram os pequenos vascaínos terem a felicidade de entrar em campo de mãos dadas com seus jogadores. Provavelmente passou pela cabecinha deles que talvez seja melhor torcer por este clube da faixa transversal e cruz no peito.
Um clube que não abandona os seus, como não o fez em 1924 quando preferiu abdicar do direito de disputar a liga dos racistas e preconceituosos para preservar o direito de negros e operários em praticarem o futebol.
Outra questão: será que o TJD carioca, da rubro-negra presidente da comissão disciplinar que gosta de bater fotos com seus ídolos de barro, irá denunciar o clube da Gávea pela quebra de protocolo ? Serão punidos por tal ato ?
Será que a imprensa não vai se pronunciar a respeito do acontecido, fazendo as devidas críticas ?
Eu fico pensando com meus botões se tal cena fosse protagonizada pela equipe do Vasco, tendo Rodrigo a missão de entrar em campo com uma bandeira do Vasco e crava-la no centro do campo. Provavelmente diriam: “isso é coisa do Eurico, sempre transformando o clássico numa guerra”. O comentarista global e ex-jogador complementaria dizendo que o Rodrigo quer aparecer e que na época dele isso não acontecia.
Porém quando é o queridinho deles o autor de tais ações indignas, tudo certo, faz parte do “folclore futebolístico”.
Quis o destino que o autor da cena patética pré-jogo, numa jogada do tamanho de seu futebol e do clube que representa, bizarramente empurrasse a bola contra a própria meta, mantendo a freguesia, e decepcionando novamente sua torcida sofredora. E dessa vez não apenas as crianças.
Porém, tenho que concordar com eles em algo que afirmam, em um dos seus gritos de guerra. Nele, dizem que “isso aqui não é VASCO, isso aqui é flamengo”.
Após a vitória por 2 a 0 contra o Flamengo na tarde deste domingo (24/04), na Arena da Amazônia, o presidente Eurico Miranda declarou: “Como eu falei antes, eu tento perder para o Flamengo, mas não consigo. Tirei o jogo de São Januário, acabei com o bicho, mas não tem jeito. Eles não conseguem ganhar da gente”.
Em jogo válido pela semifinal do Campeonato Carioca de 2016, o Vasco derrotou o Flamengo por 2 a 0, com gols de Andrezinho e Riascos. Com o resultado, o Gigante da Colina está na final da competição e aguarda o vencedor de Botafogo x Fluminense.
Riascos e Wallace protagonizaram lance do segundo gol vascaíno – Foto: Carlos Gregório Jr/Vasco.com.br
Em um primeiro tempo alucinante, Vasco e Flamengo proporcionaram um verdadeiro espetáculo aos seus torcedores. Apesar da vantagem do empate, o Gigante da Colina não jogou com o regulamento embaixo do braço e deu trabalho ao rubro-negro. Logo aos 3 minutos, Nenê e Wallace se desentenderam, colocando fogo na partida. O árbitro puniu os dois jogadores para encerrar a discussão.
Com a bola rolando, foi o time da Gávea que chegou com perigo pela primeira vez. Aos 15 minutos, Gabriel levantou na área, e Willian Arão, de costas, tentou o gol, mas a bola subiu demais. A resposta vascaína ocorreu na sequência com Nenê. Em linda jogada de Riascos, o colombiano deixou Cuéllar na saudade e cruzou na medida para o camisa 10, que chutou por cima do gol.
Aos 21 minutos, o Gigante da Colina desencantou. Em mais uma jogada sensacional, Riascos fez um carnaval para cima de César Martins pela direita e cruzou para Nenê, que chutou duas vezes em cima de Wallace. No rebote, Andrezinho, sem perdão, manda para o fundo da rede, abrindo o placar para os vascaínos. No último lance do primeiro tempo, em um contra-ataque muito rápido do Vasco, Jorge Henrique tocou para Nenê, que só ajeitou para Riascos marcar, mas foi desarmado por Cuéllar no momento da finalização.
Nenê deu trabalho aos jogadores do Flamengo – Foto: Carlos Gregório Jr/Vasco.com.br
No segundo tempo, o Flamengo tentou o abafa nos primeiros minutos, mas Martín Silva mais uma vez se destacou com grandes defesas durante toda a segunda etapa em chutes de Willian Arão e Guerrero.
O gol vascaíno saiu aos 21 minutos. O colombiano Riascos recebeu linda bola pela direita, chutou em cima de Paulo Victor, mas a bola bateu no zagueiro Wallace e entrou. Vasco 2×0 Flamengo. No final da partida, o meia Alan Patrick foi expulso por falta em Nenê.
FICHA TÉCNICA – VASCO 2X0 FLAMENGO
Competição: Semifinal do Campeonato Carioca de 2016
Local: Arena da Amazônia, Manaus-AM
Data: 24 de abril de 2016
Horário: 16h (Horário de Brasília)
Público: 44.419
Renda: R$ 3.531.240
Árbitro: Leonardo Garcia Cavaleiro
Assistentes: Wagner de Almeida Santos e Daniel do Espírito Santo Parro
Cartões amarelos: Nenê, Julio César, Julio dos Santos e Luan (Vasco) / Wallace, César Martins, Rodinei e Cuéllar Cartão vermelho: Alan Patrick
Gols: Andrezinho (21’/1ºTempo) e Riascos (11’/2ºTempo)
VASCO: Martín Silva; Madson, Luan, Rodrigo e Julio César (Rafael Vaz); Diguinho (Yago Pikachu), Julio dos Santos, Andrezinho e Nenê; Jorge Henrique e Riascos (Eder Luis). Técnico: Jorginho
Flamengo: Paulo Victor; Rodinei, César Martins, Wallace e Jorge; Cuéllar, William Arão (Ederson), Mancuello; Gabriel (Alan Patrick), Marcelo Cirino (Felipe Vizeu) e Paolo Guerrero. Técnico: Muricy Ramalho
Texto: Matheus Alves
Veja os melhores momentos:
Fonte: Site do CR Vasco da Gama (texto), Youtube (vídeo)
O Estadual do Rio vai se aproximando do final, e depois de um periodo de desinteresse por parte do público, torcedores dos times cariocas, sejam residentes no Rio ou não, våo voltar suas atenções para a fase decisiva da competição. No domingo passado, 17 de abril, ao bater o Fluminense por 1 a 0, na Arena da Amazônia, em Manaus, o Vasco conquistou a Taça Guanabara pela décima segunda vez: 1965, 76, 77, 86, 87, 90, 92, 94, 98, 2000, 2003 e 2016. Dessas, o clube ficou invicto em 1990, 1992, 1994, 2000 e agora em 2016.
Além disso, em seis ocasiões, ganhou a Taça Guanabara e alcançou o objetivo maior no futebol do Rio, o título estadual, em 1977, 1987, 1992, 1994, 1998 e 2003. Por sinal, desde então, o time de São Januário não era campeão da Taça Guanabara, e desde 2004, quando foi campeão da Taça Rio, não era campeão de um turno do Estadual. Vale lembrar que ano passado foi vencedor do Campeonato Carioca, mas sem ser campeão de turno.
No próximo domingo, dia 24, haverá as duas semifinais do Estadual: Vasco x Flamengo, em Manaus; e Fluminense x Botafogo, em Volta Redonda. Em cada um desses confrontos, Vasco e Fluminense têm a vantagem do empate para chegarem à decisão. Esta será em duas partidas, a 1 e 8 de maio, no Maracanã, especialmente cedido pela organização das Olimpíadas Rio-2016.
Atual campeão do Rio, o time vascaíno foi campeão em 1923, 1924, 1929, 1934, 1936, 1945, 1947, 1949, 1950, 52, 56, 58, 70, 77, 82, 87, 88, 92, 93, 94, 98, 2003 e 2015. Invicto na atual competição, poderá ser novamente campeão sem derrotas, como em 1924, 1945, 1947, 1949 e 1992. Mas, com os quatro grandes nas semifinais, apesar das vantagens de vascainos e tricolores, não há favoritos.
A invencibilidade de oito jogos do Vasco sobre o Flamengo – cinco vitórias e três empates – cria, de um lado, uma tropa de carrascos e, do outro, uma legião de vítimas. Quando os dois times se enfrentarem, neste domingo, às 16h, na Arena da Amazônia, haverá, com a Cruz de Malta no peito, seis jogadores que nunca perderam o Clássico dos Milhões. Desta vez, o empate lhes basta. Já de rubro-negro, serão sete que jamais venceram o duelo, além do estreante Cuéllar. Há muito mais em jogo do que a vaga na decisão do Carioca.
Desde que pisaram em Manaus, os jogadores do Vasco caíram nos braços da torcida. Tanta paixão emocionou até mesmo os mais experientes, como Nenê, que espera retribuir o carinho mantendo a sua escrita pessoal. Nas cinco vezes em que enfrentou o Flamengo, nunca perdeu: três vitórias e dois empates. Além dele, do provável time titular, Julio Cesar, Diguinho, Andrezinho, Jorge Henrique e Riascos estão invictos.
“É incrível isso. Não tem preço. A gente fica muito feliz. Vamos retribuir esse carinho dando o máximo para conquistar a classificação, sempre em busca da vitória”, prometeu o craque, que terá boa companhia para manter a recente freguesia rubro-negra. O zagueiro Rodrigo e o lateral Madson, embora já tenham perdido para o Flamengo, foram titulares nos últimos oito jogos que formam a atual escrita.
A torcida rubro-negra também recebeu o o time com calor em Manaus. A confiança demonstrada não supera a ansiedade dos jogadores de encerrar o jejum. No Fla, só Paulo Victor, Wallace e Marcelo Cirino sabem como é vencer o Vasco.
“Tentamos lidar com isso com a maior tranquilidade possível. Lógico que há a pressão em que um olha para o outro e pensa: ‘Vai ter que ser nesse jogo, neste fim de semana’. Mas às vezes esquecemos para baixar a adrenalina”, disse César Martins.
Há ainda a rixa de Guerrero e Rodrigo. Com tantos ingredientes, a semifinal ganha caráter de campeonato à parte. Depois, o que vier é lucro.
Festa da torcida do Flamengo no treino
Na véspera da decisão, o time do Flamengo treinou na Arena da Amazônia com o apoio da torcida. Depois da insistência do presidente do clube, Eduardo Bandeira de Mello, a PM liberou a entrada da galera. O rápido trabalho técnico teve muito assédio, a exemplo do que havia acontecido no aeroporto.
“Foi a primeira vez que tive tanto carinho num aeroporto. Manaus é demais. Espero retribuir”, disse o lateral Jorge.
Depois da atividade, o grupo agradeceu a presença da galera no estádio. Os jogadores distribuíram autógrafos e posaram para fotos com os fãs. Mas o que a galera quer em troca é a vaga na decisão do Carioca.
Vasco pode ter mudanças
Apesar do imenso carinho com que foi recebido em Manaus, a torcida não pôde acompanhar o coletivo final, no que o técnico Jorginho escalou o time titular. O acesso à Arena da Amazônia só foi liberado para alguns sócios-torcedores, que viram de perto o atacante Jorge Henrique levar uma ovada dos companheiros pelo aniversário de 34 anos.
Os vascaínos viram também o lateral-esquerdo Julio Cesar treinar sem problemas, um indicativo que após três jogos de ausência, devido a uma lesão no tornozelo direito, deverá jogar, no lugar de Henrique. Outra novidade é o volante Diguinho, que deve substituir Marcelo Mattos, suspenso.
Escalações
Vasco: Martín Silva; Madson, Luan, Rodrigo e Julio Cesar (Henrique); Diguinho, Julio dos Santos, Andrezinho e Nenê; Jorge Henrique e Riascos.
Flamengo: Paulo Victor; Rodinei, César Martins, Wallace, Jorge; Cuéllar, Willian Arão, Mancuello e Alan Patrick; Marcelo Cirino e Guerrero.
Stadium do Club Vasco da Gama (planta geral) Pedro Paulo Bastos, architecto
Muito se tem debatido acerca da demolição do atual Estádio Vasco da Gama, inaugurado a 21 de abril de 1927.
A sua bela história, a união dos dirigentes e associados para a sua construção, feita de sacrifício e superação, está inscrita para sempre na memória vascaína.
Sua bela fachada, em estilo neocolonial e tombado pelo município, deverá ser mantida no caso de modernização do complexo esportivo da antiga rua Abílio, atual General Almério de Moura.
No entanto, o estádio atual não foi o único projeto apresentado aos vascaínos.
Um outro “São Januário” foi proposto como Stadium Vasco da Gama. Mais complexo, fachada elaborada, com anel completo, entrada monumental para as arquibancadas, piscinas, quadra de tênis, ginásio etc.
Iremos, portanto, transcrever abaixo o texto original do esboço do projeto proposto em fins de 1925 para o Gigante da Colina, pelo periódico “Architectura do Brasil”:
Stadium do Club Vasco da Gama (fachada) Pedro Paulo Bastos, architecto.
O STADIUM DO CLUB VASCO DA GAMA
O espirito sportivo está se desenvovendo cada vez mais entre nós. Breve estara inaugurado o prado de corridas do Jockey Clube, e já outra possante agremiação, como é o Club de Regatas Vasco da Gama, inicia, no bairro de S. Januario, a construcção de um gigantesco stadium, digno, pelas suas proporções, da nossa Capital. Por emquanto só podemos publicar o esboço do grandioso projecto elaborado pelo Architecto Pedro Paulo Bastos. O edifício occupa 274 metros de frente sobre a rua Abilio e estende-se entre as ruas S. Januario e Ricardo Machado, ficando limitado nos fundos pela rua Bomfim. O eixo da planta geral corresponde a uma recta perpendicular ao alinhamento da rua Abilio. Occupa a bacia do Stadium, propriamente dito, quasi 2/3 do terreno sendo, a sua forma determinada por quatro rectas parallelas duas e duas e concordadas por quatro arcos de circulo, de raio egual a 35 metros, internamente. As archibancadas abrangem 27 metros de projecção horizontal em volta do campo de athletismo, comprehendendo na parte destinada aos socios 36 filas de cadeiras com o espaçamento de 0m,75, e 56 no restante com espaçamento de 0m,50 permittindo assim uma lotação de cerca de 100.000 pessoas. A inclinação das archibancadas fixada, segundo as construcções recentes deste genero, por meio de uma curva logarithimica, leva em conta a posição dos observadores, os quaes de qualquer uma das filas poderão avistar um mesmo ponto, convenientemente escolhido, dentro do campo de athletismo. O espaço reservado para o football observa as dimensões estabelecidas pela Liga, tendo mais nas cabeceiras respectivamente, dois campos de baskett-ball e dois para tennis, que servirão unicamente nos campeonatos. Circumdando o campo principal desenvolve-se a pista para corridas a pé com uma extensão de 480 metros em linha recta. A circulação, tanto do publico como dos socios, é feita em volta da bacia por meio de tres passagens; uma na base, com 1m,75 de largura, outra no meio, com 2m,20 (que será aproveitada para collocação de camarotes) e a ultima correspondendo á pergula que se vê na fachada principal. As entradas dão diretamente nestas tres passagens podendo o publico conforme quizer, ter acceso a qualquer parte das archibancadas por meio de escadaras internas, sem ter de percorrer as filas de cadeiras. Esta organisação é observada nos estabelecimentos congeneres da America do Norte com o fim de facilitar o transito. O escoamento rapido do Stadium é garantido pelas mesmas vias destinadas ao ingresso e mais por quatro grandes passagens descobertas dirigidas segundo as flexas dos arcos de concordancia do perimetro e por duas outras, collocadas nos centros das cabeceiras, como se vê na planta geral. A elevação apresentada corresponde sómente a um trecho de 114 metros de archibancada, sob a qual serão collocados os serviços das partes athletica e social. A primeira, situada no andar terreo, consta das accomodações destinadas aos dois teams, visitante e residente. As do residente mais amplas, com grande dormitorio com capacidade para 32 pessôas; pharmacia de urgencia; serviço de copa; toilletes; rouparia; vestuario; banheiros e apparelhos sanitarios tem uma entrada independente e communicação subterranea exclusiva para o campo. Ahi encontram-se igualmente, a parte destinada aos juizes, com entrada independente e communicação tambem directa, para o campo; secção infantil de athletismo e escotismo; policia de campo; bar e restaurante; para o publico e para os socios. A parte social, situada no segundo pavimento, comprehende dois salões destinados ás reuniões sociaes e outro da directoria; toilletes; etc. Completando o conjuncto da planta geral, existem os annexos do Stadium; á esquerda, pela rua S. Januario, ha grandes campos de tennis; á direita, além de campos de athletismo, fica collocada uma grande piscina descoberta de 30 metros por 40 metros, marginada lateralmente por archibancadas, e um stand de tiro com cabines para os atiradores. Foi projectada, deste lado, uma grande avenida, que vai desembocar na cabeceira do campo, e terá para ornamental-a, as estatuas dos athletas mais notáveis. Na parte opposta á fachada principal, dando para a rua Bomfim, ergue-se um portão monumental onde ficarão collocadas as borboletas que dão ingresso as archibancadas geraes.* *grafia original da época.
O técnico Rogério Micale convocou nesta quarta-feira (20) a Seleção Brasileira Sub-20. A equipe disputará o Torneio de Suwon, na Coreia do Sul, entre os dias 18 e 22 de maio. Foram relacionados 20 jogadores para a competição, que contará ainda com Japão, França e dos donos da casa.
A delegação se apresenta no dia 8 de maio para treinos na Granja Comary antes da disputa do torneio. No dia 13, a equipe embarca rumo à Coreia do Sul.
Contra os coreanos, a Seleção Brasileira estreia na disputa no dia 18 de maio. A partida está marcada para as 20h (8h de Brasília). Na segunda rodada, o adversário do Brasil será o Japão, às 17h15 (5h15 de Brasília), no dia 20. A equipe do técnico Rogério Micale encerra sua participação em Suwon contra a França, no dia 22, às 12h15 (00h15).
Confira a lista completa de jogadores convocados:
Goleiros
Caique – E.C. Vitória
Daniel – S.E. Palmeiras
Zagueiros
Eder Militão – São Paulo F. C.
Léo Xavier – E. C. Vitória
Murilo Cerqueira – Cruzeiro E. C.
Robson – Santos F. C.
Laterais
Iago Borduchi – S. C. Internacional
Raul – Grêmio F. B. P. A.
Ayrton – Fluminense F. C.
Meio Campistas
Allan – Sint-Truiden (BEL)
Everton Felipe – Sport C. Recife
Guilherme – Santos F. C.
Lucas Paquetá – C. R. Flamengo
Douglas – Fluminense F. C.
Atacantes Caio Monteiro – C. R. Vasco da Gama
Evandro – Coritiba F. C.
Leo Jabá – S. C. Corinthians P.
Matheusinho – América F. C. – MG
Nickson – E. C. Vitória
Giovanny – C. Atlético Paranaense
Natural que a diretoria do Vasco tenha optado por fazer a semifinal do Estadual com o Flamengo na Arena Amazônia.
O clube tem público médio de 23,8 mil pagantes nos três jogos em Cariacica, Brasília e Manaus, respectivamente, contra Boavista, Flamengo e Fluminense.
Números excelentes para tempos bicudos _ haja visto o recuo estratégico para aceitar os R$ 9 milhões oferecidos pela Caixa Econômica até dezembro.
O Vasco, como quase todos os clubes, em larga ou menor escala, precisa de receita e só por isso a diretoria vascaína abriu mão de jogar em São Januário.
Faturou R$ 1.509.101,03 em três jogos, arrecandando em média R$ 503.033,67.
Mais até do que os R$ 476.478,97 levantados pelo Flamengo em quatro partidas _ 1.905.915,89 no total.
Portanto, este estranho comportamento dos que torcem a cara para a realização de jogos do Estadual em outras praças não cabe em tempos de crise…
O Estádio Vasco da Gama completa 89 anos de história. Na ensolarada tarde de 21 de abril de 1927, coube ao major português, José Manuel Sarmento de Beires (1893-1974), a honra de romper a fita inaugural do estádio que ficaria popularmente conhecido como São Januário. Com a sua história de fundação sui generis e sua utilização ao longo do tempo como palco de grandes manifestações populares e marcos importantes para o país, a “casa vascaína” escapou da serventia tradicional de arena esportiva e se colocou no decorrer de sua gloriosa existência como parte da história política e cultural brasileira, tornando-se um verdadeiro patrimônio nacional.
O surgimento de São Januário remonta à luta do Vasco em poder colocar em prática a sua política de seleção de jogadores sem distinção de raça ou condição social. Na medida em que o Clube foi desenvolvendo o futebol, conquistando vitórias e aumento o seu número de adeptos, urgiu a necessidade imperiosa de construir-se um estádio que estivesse à altura da cada vez maior legião de vascaínas e vascaínos que inundavam os estádios cariocas.
O futebol do Vasco foi institucionalizado em 26 de novembro de 1915. A partir disso, o Clube passou a organizar a “secção” deste esporte e preparar-se para a disputa no ano seguinte da 3ª Divisão da Liga Metropolitana. O começo do futebol do Vasco teve inúmeros percalços, de ordem econômica, estrutural e de pressão política interna, na voz daqueles que não concordavam com a sua inserção na entidade. Entretanto, por intermédio de homens, como Raul da Silva Campos, Antonio da Silva Campos e Antonio de Almeida Pinho, o futebol do Vasco alinhou-se com o objetivo de elevar o Clube ao patamar daqueles que brigavam pelo maior título do futebol carioca.
O Clube a cada temporada montava equipes que proporcionavam um espetáculo qualificado e que chamava a atenção do público do “esporte bretão”. Com o passar do tempo, o Vasco foi gradativamente “unificando” grande parte dos membros da colônia portuguesa residente na Cidade do Rio de Janeiro e, concomitantemente, fez aumentar o número de torcedores das esferas mais baixas da sociedade carioca. A torcida vascaína crescia a olhos vistos na medida em que os membros das camadas populares enxergavam naquela equipe do Vasco a si próprios. Assim, o Vasco tornou-se um clube com imensa torcida, permitindo a entidade a angariar recursos que seriam fundamentais para chegar à principal divisão do campeonato da cidade.
Além de procurar por bons jogadores pelos subúrbios da cidade, outra política vascaína implementada pelos dirigentes da época para o desenvolvimento do futebol no Clube foi ir atrás das melhores áreas possíveis para treino e de estádios que pudessem ser alugados para sediarem os jogos da equipe vascaína. Os primeiros campos utilizados pelo Vasco para treinos e jogos de menor apelo foram:
1º Campo da Praia do Russel (1916);
2º Campo da Rua Barão de Itapagipe (1920);
3º Campo da Rua Moraes e Silva (1922);
Em 1923, seu ano de estréia na elite do futebol do Rio de Janeiro, o Vasco conquistou o Campeonato Carioca com uma equipe formada por atletas brancos e negros de baixa condição social, rompendo o paradigma que fora instalado desde o surgimento da competição em 1906. As elites administrativas dos clubes que historicamente haviam vencido o campeonato procuravam estabelecer a prática do futebol como instrumento de distinção social. Assim, jogadores com características semelhantes aos dos vascaínos não possuíam espaço nos times principais dos chamados “grandes clubes”.
O time dos “Camisas Negras” fez história. A equipe vascaína levou multidões aos campos metropolitanos e deu a certeza da grandeza que atingira o Vasco, tanto para os dirigentes vascaínos quanto para os seus rivais. No início de 1924, América, Bangu, Botafogo, Flamengo e Fluminense romperam com a Liga Metropolitana e criaram a Associação Metropolitana de Esportes Athleticos (Amea), com a justificativa de que era preciso salvar a “moralidade do futebol carioca”.
Convidaram o Vasco, que aceitou. No entanto, lhe foram impostas algumas condições, dentre elas: excluir 12 jogadores, não possuir status de clube fundador e jogar aos Sábados (o principal dia para a renda era aos Domingos). A intenção dos clubes das elites por meio da Amea era cristalina: asfixiar o Vasco economicamente e politicamente, e a qualquer outro clube que viesse a montar equipes com jogadores das camadas populares.
De forma categórica, o Clube se negou a aceitar tais medidas e retornou para a Liga Metropolitana. O grande marco desse evento foi o ofício assinado pelo Presidente do Vasco, José Augusto Prestes, e encaminhado à direção da Amea, no qual a instituição deixava claro que não abriria mão de seus jogadores “por não se conformar com o processo porque foi feita a investigação das posições sociais desses nossos consócios, investigação levada a um tribunal onde não tiveram nem representação nem devesa”. Esse ofício ficou conhecido como a “Resposta Histórica”.
Neste mesmo ano, impulsionados pela conquista de 1923 e pela tentativa dos ditos “grandes clubes” em asfixiar o Vasco, a vontade por um estádio próprio crescia no “Clube de Santa Luzia”. Os dirigentes vascaínos já debatiam seriamente a compra de um terreno para a construção de sua própria casa. A obtenção de um estádio era enxergada como meio de se obter total autonomia para a realização dos seus jogos, a possibilidade de aumentar os lucros a partir do gerenciamento de uma arena própria e parar de alugar estádios de outros clubes por altos valores.
O VASCO DA GAMA VAE CONSTRUIR UM STADIUM
Na reunião de hoje do Conselho Deliberativo do valoroso campeão da cidade, entre outros assumptos será tratado o da construção de um grande stadium, estando já em vista três grandes terrenos. Para tal fim será levado empréstimo de 2 mil contos” (O Imparcial, 16 de março de 1924)
O Vasco conquistou o Campeonato de 1924 após 16 jogos, o primeiro de sua história vencido de forma invicta. Isso lhe garantiu a posse definitiva da Taça Constantino.
Dirigentes e associados vascaínos próximos à Taça Constantino, cuja posse definitiva foi adquirida pelo Vasco ao somar maior número de pontos nos anos de 1922, 1923 e 1924 – Imagem de 1923
A Amea, que ficou com os “clubes mais endinheirados”, mesmo tendo o campeonato mais rico, sofreu e reconheceu a falta “daquele Vasco”, daquela torcida que conseguia superlotar não somente o Estádio das Laranjeiras, como os demais estádios da cidade. Em 1925, os clubes da elite cedem e convidam, sem restrições, o Vasco a entrar para a Amea. Permanecia, entretanto, a sensação de constrangimento por parte do Vasco em ter que exercer o mando de campo em estádios alugados, como Laranjeiras e General Severiano, abastecendo os cofres dos clubes coirmãos.
O processo de construção da “casa própria” vai tomando corpo, até que no dia 28 de março de 1925, o Vasco adquiria de forma definitiva um terreno da Sociedade Anonyma Lameiro. Era uma área de 65.445 m² no bairro São Cristóvão, sendo a Rua São Januário uma das principais vias de acesso.
Grande Benemérito, Manoel Joaquim Pereira Ramos, mostrando a área onde seria construído o Estádio do Vasco da Gama
Adquirido e espaço, era preciso erguer o tão sonhado stadium vascaíno. Para tal, foi-se intensificando a busca por recursos e posto em prática uma campanha de sócio em massa, que acabara por entrar para história como “A campanha dos 10 mil”. Portugueses e brasileiros se uniram em prol do ideal de construir o maior palco do futebol brasileiro.
A campanha de arrecadação de dinheiro para a construção do Estádio começou praticamente depois da carta do Presidente José Augusto Prestes, que incendiou os vascaínos. Essa carta é de abril de 1924. Mas, efetivamente a campanha só tomou corpo em 1926, às vésperas da construção do Estádio, com a participação geral dos vascaínos. As listas corriam entre humildes funcionários, gente de bares e restaurantes, pessoa que trabalhava nos bondes, enfim a gente humilde do Rio. O dinheiro era arrecadado pelos três cobradores da época e entregue à Tesouraria do Clube. Era uma espécie de empréstimo, o primeiro empréstimo compulsório que ouvi falar, prazo de dez meses e a quantia máxima de 10 mil reis. Portanto, foi o povo que construiu o estádio do Vasco, revoltado contra o racismo dos outros clubes e contra a tentativa de marginalizar o Vasco […]
(Adriano Rodrigues dos Santos. Diretor de Futebol de 1923. Jornal Vasco, maio de 1977, p. 6)
O contrato entre o Vasco e construtora Christiani & Nielsen foi firmado em 17 de abril de 1926, assinando-o pelo Vasco o então Presidente Raul da Silva Campos, e Harald Broe, pela empresa construtora. A Cristiani & Nielsen (atual Carioca Christiani-Nielsen Engenharia) tem origem dinamarquesa, cujos fundadores foram o engenheiro Rudolf Christiani e pelo Capitão de Marinha Aage Nielsen. Anos antes (1923/1924) foi responsável pela construção da sede do Jockey Club Brasileiro.
O Lançamento da Pedra Fundamental do Estádio, no dia 06 de junho de 1926, reuniu dentre outras autoridades, os dirigentes do Vasco, torcedores e o então prefeito da Capital Federal, Alaor Prata. Além da assinatura da Ata de Lançamento pelo Prefeito e dirigentes vascaínos, houve a inserção de uma espécie de “cápsula do tempo” no subsolo do futuro estádio, contendo moedas, jornais e outros objetos da época.
Lançamento da Pedra Fundamental do Estádio Vasco da Gama
Iniciada as obras, o processo de erguimento do “Gigante de concreto” entrou em ritmo acelerado. Em menos de 10 meses o Vasco dava ao Brasil o maior estádio da América do Sul. A área construída foi de 11 mil m², com capacidade inicial de 30 mil pessoas (Social e arquibancada do lado oposto, não contando com a curva).
Estádio de São Januário, 1927
A pomposa fachada de um refinado estilo neocolonial do colossal stadium chamava a atenção do público carioca, especialmente, da multidão que foi assistir a partida inaugural, um Vasco x Santos, no dia 21 de abril de 1927. O major português Sarmento de Beires cortou a fita inaugural ao lado do Presidente do Vasco, Raul da Silva Campos, e do Presidente da CBD, Oscar Rodrigues da Costa. Também estava presente o Presidente da República, Washington Luís, que assistiu os eventos do dia da Tribuna de Honra.
Na preliminar do jogo principal, houve um embate entre a equipe vascaína de basquete contra o time da Associação Cristã, saindo vencedor a primeira. Além disso, também foi disputada uma partida de tênis com duplas mistas. No grande encontro do dia, Vasco e Santos apresentaram um grande espetáculo, com muitos gols. O primeiro gol vascaíno no estádio foi de Negrito, aos 44’ do 1º tempo, empatando a partida. O Santos havia saído na frente com o gol de Evangelista, aos 19’ da primeira etapa.
No final, a derrota vascaína por 5 a 3 não constituiu uma mácula para a inauguração, pois, o jogo em si era pouco perto do que representava aquele marco histórico. O Vasco, em resposta àqueles que queriam diminuí-lo ou até mesmo exterminá-lo, a também àqueles que gostariam de ver o futebol como mero palco para a festa das elites, fez surgiu um verdadeiro templo do povo. O estádio passou a receber os jogos do Vasco, de outros clubes coirmãos como America, Botafogo, Flamengo e Fluminense, e da própria seleção brasileira.
Para além do futebol, São Januário tornou-se um patrimônio nacional ao ser sede de eventos culturais e políticos que marcaram a vida do país. No estádio vascaíno, Getúlio Vargas assinou a lei que instituiu o Salário Mínimo, anunciou a instalação da Justiça do Trabalho, pronunciou discursos no Dia do Trabalho (1º de Maio) e no Dia da independência (07 de Setembro). Geralmente, na comemoração da independência, o maestro Heitor Villa Lobos regia corais orfeônicos com milhares de jovens e crianças. Além de Getúlio, a Tribuna de Honra teve a presença de outras figuras importantes da política nacional, como Luiz Carlos Prestes, Juscelino Kubitschek, Eurico Gaspar Dutra, João Goulart e outros. Na “casa vascaína” também foram realizados desfiles de escolas de samba e shows de bandas internacionais.
A Noite, 02 de maio de 1940, ed. 10137, p. 1 – Discurso de Presidente Getúlio Vargas – Salário Mínimo
Correio da Manhã, 24 de maio de 1945, ed. 15507, p. 12 – Comício de Prestes
Ultima Hora, 02 de maio de 1956, ed. 01495, p. 1 – Comemorações do Dia do Trabalho – Juscelino Kubitschek
Em São Januário, os vascaínos e vascaínas já riram, choraram, se alegraram e sofreram. O lendário estádio completa mais um ano de aniversário em “plena forma” e pronto para muitas outras batalhas e títulos que estão por vir. De forma um tanto quanto sarcástica, o tempo nos reservou uma grata surpresa na contemporaneidade… 89 anos se passaram e somos nós que podemos nos orgulhar de dizer que: dos clubes grandes do Rio de Janeiro, o único a ter estádio próprio com condições de receber partidas oficiais de futebol é o CR Vasco da Gama.
1º jogo da Final da Libertadores de 1998. Rio de Janeiro, 12 de agosto de 1998