No dia 16 de junho de 1993 o Vasco empatava o 3º jogo da decisão contra o Fluminense e conquistava o bicampeonato estadual.
Assim o “Jornal do Brasil” descreveu os minutos finais e a comemoração da torcida vascaína num Maracanã com mais de 80 mil torcedores:
Aos 40 minutos do segundo tempo a torcida vascaína, que ficou boa parte do segundo tempo apreensiva, passou a gritar bicampeão. Quando o hesitante árbitro Daniel Pomeroy encerrou a partida, explodiu o grito de bicampeão. Um titulo merecido para um time que ganhou o segundo turno, somou o maior número de pontos ao longo da competição, teve o artilheiro e o melhor jogador do torneio e ontem jogou pelo regulamento. A festa vascaína se estendeu ao redor do estádio, não só com os gritos de “Vasco, Vasco” e “Bicampeão”, mas também com o tradicional “Casaca. casaca, a turma e mesmo boa, e mesmo da fuzarca”.
Bismarck, um dos maiores destaques da conquista do bi, mas que perdeu um pênalti na decisão, fala sobre o título:
Foi uma conquista sofrida. Terminado o jogo, ontem, no Maracanã, os jogadores do Vasco comemoraram o bicampeonato com um misto de alivio e euforia. Entre todos os jogadores, Bismarck era o mais exultante. O desconsolo causado pelo pênalti perdido cedeu lugar à explosão em forma de desabafo. Bismarck chorava muito e festejava aos berros: “O Vasco não merecia perder esse título. Nós lutamos muito pelo bicampeonato e ele veio com justiça. Perdi o pênalti, mas bateria de novo de fosse necessário. Sou bicampeão! Dedico o título a Jesus.” A alegria de Bismarck, carregado pelos companheiros e torcedores, contagiava. França, que consolara logo depois do pênalti, abraçou o apoiador chorando. A cena era acompanhada por dirigentes e torcedores que invadiram o campo. — Bismarck é o jogador que mais merecia este título. O pênalti que ele perdeu nos deu mais moral ainda para lutar em campo — desabafava França. O técnico Joel Santana, repetidas vezes chamado de burro pela torcida, comemorava o bicampeonato de maneira contida. Destacou a garra do time que, mesmo desfigurado, soube lutar para segurar o empate: — Só eu e o grupo sabemos as dificuldades que passamos para chegar ao titulo. Fomos criticados com exagero, mas soubemos responder à altura mesmo com o time desfalcado. Contra a vontade de muita gente, o Vasco é bicampeão estadual. Isso é que vai entrar para a história.
A campanha e os campeões estaduais de 1993. Na imagem abaixo, apenas um equívoco: o Vasco já havia vencido finais contra o Fluminense antes desta conquista.
Venceu o Torneio Início de 1931, o Torneio Municipal de 1946, a Taça Rio de 1988 e a Copa Rio 1992, todos em finais contra os tricolores.
Os melhores momentos do jogo:
Outras vitórias do Vasco em 16 de junho:
Vasco 2 x 1 Botafogo (Carioca 1929)
Vasco 10 x 0 Brasil-RJ (Carioca/Amistoso 1935)
*Como o Brasil-RJ abandonou o campeonato no meio da competição, o jogo ficou valendo apenas em caráter amistoso.
Vasco 2 x 1 Botafogo (Torneio Municipal 1938)
Vasco 3 x 0 Botafogo (Carioca 1940)
Vasco 4 x 2 Canto do Rio (Torneio Municipal 1948)
Ypiranga 1 x 3 Vasco (Amistoso 1948)
América-PE 0 x 3 Vasco (Amistoso 1949)
Athletic Bilbao-ESP 2 x 4 Vasco (Torneio de Paris 1957)
Caio Oliveira é esperança de ouro para o Brasil nos Jogos Paralímpicos em 2016
Caio Oliveira representará o Vasco da Gama nos Jogos Paralímpicos Rio 2016. O nadador, que passou quatro anos longe da Colina, retornou ao clube no início deste ano, como promessa para as Paralimpíadas. O vascaíno nasceu com má formação congênita e conheceu o esporte por meio da fisioterapia.
– A natação entrou na minha vida como fisioterapia, acabou virando lazer e, por fim, se tornou a minha principal atividade. Quando adotei-a como profissão, iniciei no mar, pois competia com pessoas sem deficiências e lá era onde a minha menos aparecia. Em 2010, eu fui para a piscina e comecei a nadar no paralímpico, foi quando eu conquistei o meu primeiro Brasileiro pelo Vasco – comentou o atleta.
O cruzmaltino garantiu sua vaga nos Jogos, no início deste mês, na Alemanha. Caio atingiu a marca de 4:33.14 nos 400 metros livre, nadando pela classe S8, assumindo assim o terceiro melhor tempo do mundo. O jovem possui grandes chances de medalhas no torneio.
– Consegui o índice olímpico em Berlim, onde bati o recorde das Américas, o que me coloca totalmente na briga pelo pódio. Essa será minha segunda Paralimpíada, além disso tem um gosto mais especial por ser em casa. Eu estou muito feliz, mas ciente de que tenho que me preparar ainda mais para a competição – destacou o vascaíno.
A busca pelo índice continua. A última chance para a participação no evento mundial acontece no próximo final de semana (25/06 e 26/06), em São Paulo. O Vasco tem além de Caio, Roberto Alcalde também confirmado para os Jogos. Camille Rodrigues e Suzana Schnarndorf nadam para garantir passagem para o Rio de Janeiro.
– Acho que vai ser um grande disputa para os atletas que buscam a vaga. Desejo toda sorte do mundo a eles. A primeira chance que foi no Open Rio há cerca de dois meses, eu não nadei bem e sei como fica a cabeça quando as coisas não saem como a gente quer, mas usei isso como combustível. Para mim, essa competição será um treino, pois é justamente na piscina em que eu realizo os meus treinamentos, no Centro Nacional Paralímpico. Tenho certeza que mais índices hão de sair de lá – finalizou o jovem.
O Club de Regatas Vasco da Gama tem o prazer de anunciar o início de uma grande parceria com a NextGen USA. O acordo irá dar a jovens jogadores americanos a oportunidade de desenvolverem seu jogo de futebol através da metodologia de trabalho desenvolvida pelo Gigante da Colina em suas divisões de base. Atletas que defendem as cores do Cruzmaltino também poderão usufruir de benefícios.
– Estamos muito confiantes no sucesso dessa parceria com a NextGen USA. Sabemos que existe um grande número de jogadores com qualidade nos EUA e o Vasco, com sua grande experiência profissional, espera poder auxiliar e acelerar o desenvolvimento não só desses atletas, mas também dos treinadores. Estaremos mandando nosso staff técnico para os EUA, a fim de auxiliar a NextGen em todo o processo de aprendizado. Desde já, queremos dar as boas vindas para a NextGen – afirmou Álvaro Miranda, diretor geral das categorias de base.
Com o acordo internacional, a NextGen poderá enviar ao Brasil seus jogadores para que eles possam usufruir das dependências do Vasco com o intuito de fazê-los adquirirem conhecimento e experiência internacional. Treinadores e clubes afiliados a NextGen também poderão fazer intercâmbio no Gigante da Colina, a fim de obter um aprendizado de futebol no seu mais alto nível.
– Essa parceria com o Vasco da Gama dará oportunidades a jogadores e treinadores, que estejam envolvidos com a NextGen, a um grande aprendizado em todos assuntos relacionados ao futebol. Se estamos querendo desenvolver jogadores de alto nível, temos que fazê-los conviver com jogadores do mais alto nível. Vivenciar a paixão e a qualidade de jogo praticado no Brasil será de grande aprendizado para os atletas americanos. Eles poderão se inspirar nesse estilo e futuramente transformá-lo em sua forma de jogar – declarou Tony Williams, diretor da Academia NextGen
Os jogadores do Vasco da Gama que tiverem interesse de estudar e jogar nos Estados Unidos poderão fazer isso com apoio da NextGen, desde que sejam liberados pelo Almirante. A parceria trará benefícios para membros das comissões técnicas da base cruzmaltina, tendo em vista que o acordo também consiste na realização de clínicas/camps com a participação de profissionais vascaínos em solo norte-americano.
No dia 15 de junho de 1946, o Vasco impôs uma goleada de 5 a 1 sobre o São Cristóvão, pela última rodada do Torneio Municipal daquele ano, o credenciando a final.
Mas a classificação não era tão simples. O Vasco ainda dependia do resultado da partida entre Botafogo x América que seria realizada no dia seguinte, em São Januário. Ao time de Campos Salles só bastava a vitória para conquistar o título. Em caso de empate ou derrota, estaria fora da disputa, deixando Vasco e Fluminense empatados na liderança, forçando uma final entre ambos.
E foi o que aconteceu: vitória do alvinegro por 2 a 1 e cruzmaltinos e tricolores na briga pela taça.
Assim tratou a partida o “Jornal dos Sports” do dia seguinte:
O jornal “A Noite” do dia 17 de junho trazia a matéria sobre a vitória incontestável dos vascaínos e a derrota dos americanos perante o Botafogo:
“A hipótese considerada improvável da derrota do América perante o Botafogo, e consequentemente o empate do Vasco e Fluminense na ponta do Torneio Municipal, acabou prevalecendo”
O jornal “O Globo” do dia 17 de junho dava destaque ao empate entre cruzmaltinos e tricolores e a final que viria a acontecer entre ambos:
Outras vitórias do Vasco no dia 15 de junho:
Palmeiras 1 x 4 Vasco (Carioca 1924)
Combinado de Lisboa 3 x 4 Vasco (Amistoso 1947)
Vasco 2 x 0 Olaria (Carioca 1975)
Combinado de Porto Velho-RO 1 x 3 Vasco (Amistoso 1978)
Nenê em ação contra o Londrina – Foto: Carlos Gregório Jr/Vasco.com.br
Pela 11ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série B, o Vasco venceu o Londrina por 1 a 0, com gol de Rodrigo, no Estádio do Café. Com o resultado, o Gigante da Colina aumenta a vantagem na liderança, agora com 25 pontos. O Atlético-GO é o segundo colocado com 21 pontos.
O JOGO
Precisando da vitória para se recuperar da derrota em casa na última rodada, o Vasco fez um bom primeiro tempo, controlando as ações e não dando espaço para a equipe da casa, que chegou com perigo no gol de Martín Silva em apenas uma oportunidade. Eficiente ofensivamente, o Cruzmaltino deu trabalho ao Londrina.
No primeiro minuto, o Gigante da Colina mostrou que não iria facilitar para o adversário. O meia Andrezinho, que recebeu boa bola no meio de campo, arriscou de longe e quase marcou o primeiro para os vascaínos. O gol dos cariocas aconteceu aos 5 minutos. Após Jorge Henrique sofrer falta e um drone interromper a partida por alguns instantes, Rodrigo fez uma cobrança perfeita, a bola bateu na barreira e o quique enganou o goleiro Marcelo Rangel. Londrina 0x1 Vasco.
Após o gol, o time da casa partiu para cima e aumentou a posse de bola. A melhor chance para o adversário surgiu aos 17 minutos. Keirrison recebeu na boa cara a cara com Martín Silva, chutou forte, mas o urugaio fez uma linda defesa. O Vasco quase ampliou aos 34 minutos, Marcelo Mattos encontrou Leandrão no meio de dois jogadores. O atacante girou, conseguiu tirar os adversários da jogada e chutou na trave, quase ampliando o placar.
Leandrão teve duas oportunidades para marcar na partida – Foto: Carlos Gregório Jr/Vasco.com.br
O segundo tempo começou muito truncado, com as equipes cometendo muitas faltas e a arbitragem distribuindo cartões amarelos. O Londrina assumiu uma postura ofensiva, mas o Vasco continuou efetivo em suas jogadas de ataque.
Em lance de bola parada aos 4 minutos, Rodrigo soltou uma pancada em cobrança de falta e a bola passou raspando no gol de Marcelo Rangel. Quase o segundo! Minutos depois, Leandrão recebeu mais uma boa bola dentro da área, mas na hora da finalização, acabou chutando em cima do goleiro. Duas ótimas chances para o Gigante da Colina.
O Londrina pressionou até o fim da partida, mas não conseguiu furar o bloqueio defensivo do Vasco, que segurou a vitória até o final. No último minuto de jogo, o zagueiro Rodrigo, autor do gol vascaíno, foi expulso ao receber o segundo cartão amarelo e desfalta a equipe contra o CRB.
Rodrigo marcou o gol da vitória no início da partida e foi expulso no final – Foto: Carlos Gregório Jr/Vasco.com.br
FICHA TÉCNICA – LONDRINA 0X1 VASCO
Competição: 11ª rodada – Campeonato Brasileiro – Série B
Local: Estádio do Café, Londrina – PR
Data: 21 de junho de 2016
Horário: 19h15 (Horário de Brasília)
Público pagante: 13.318 / Presente: 14.602
Renda: R$ 313.840,00
Árbitro: Jose Claudio Rocha Filho (SP)
Assistentes: Fabricio Porfirio de Moura (SP) e Leandro Matos Feitosa (SP)
Londrina: Marcelo Rangel; Igor Bosel, Luizão, Silvio e Leo Pelé; Germano, Rafael Gava, Zé Rafael (Netinho) e Paulinho Moccelin (Marcelinho); Jô e Keirrison (Itamar).
Técnico: Cláudio Tencati.
VASCO: Martín Silva; Madson, Luan, Rodrigo e Julio César; Marcelo Mattos (Diguinho), William (Julio dos Santos), Nenê e Andrezinho; Jorge Henrique e Leandrão (Jomar).
O jornal “O Globo” destacava na sua edição de sexta-feira, dia 14/06/1957, data na qual se decidiria o Torneio de Paris, o sensacional prélio, marcado para as 20:45 pelo horário local, entre Real Madrid (Bicampeão europeu 1956/57) e Vasco (Campeão Carioca de 1956).
Os cruzmaltinos se credenciaram para a decisão, após vencer o time da casa e organizador do torneio, Racing de Paris (que o fez em comemoração ao seu 25º aniversário), por 3 x 1, mostrando franca superioridade sobre a equipe francesa na partida.
A equipe brasileira abriu o placar com Livinho aos 20 minutos da etapa inicial e ampliou o escore com Pinga, num forte petardo aos 12 do segundo tempo. Nove minutos depois, Vavá, em jogada de grande categoria passou a pelota por debaixo das pernas de um adversário e marcou o terceiro. Sonat descontou para o time da casa a quatro minutos do fim.
Enquanto isso, o Real Madrid arrasou por 5 x 0 o Rot-Weiss Essen, campeão alemão de 1955, quarto participante do torneio, sem Di Stefano, seu principal astro.
O Vasco enfrentaria aquele que era considerado na Europa como o maior time do mundo. O Real Madrid, de fato, parecia uma máquina de jogar futebol no Velho Mundo. Conquistaria entre 1956 e 1960, o pentacampeonato europeu de clubes (atual Champions League).
O plantel madrilenho contava com o ótimo goleiro Alonso, mas era seu ataque – formado pelo francês Kopa, junto aos argentinos Di Stefano e Rial, além do extrema esquerdo espanhol Gento – a grande sensação da Europa.
O Vasco tinha Carlos Alberto Cavalheiro no gol, Orlando Peçanha na zaga, o craque Valter Marciano, o impetuoso extrema pela direita, Sabará, o artilheiro Vavá e o ponteiro artilheiro Pinga, ex-meia da Portuguesa de Desportos, adaptado à nova posição, tendo marcado 10 gols no Campeonato Carioca no ano anterior, assim como Livinho, que completava o quarteto ofensivo cruzmaltino.
A dupla Valter Marciano (14) e Vavá (13) fora responsável pela marcação de 27 gols no Carioca de 1956, vencido pelo Vasco por antecipação, na penúltima rodada, quebrando a série de títulos do tradicional rival, Flamengo, que sonhara em vão com o tetra. Seria ela capaz de brilhar contra o maior esquadrão do mundo, segundo os europeus?
Se na preliminar o Racing passou pelos alemães do Rot Weiss com um placar raro, 7 x 5, obtendo o 3º lugar do torneio, na decisão esperava-se mais uma atuação de gala do Real em Paris.
Começa a partida e os espanhóis abrem o marcador, como esperado entre a maioria dos presentes, através de Di Stefano.
A ilusão de uma vitória fácil foi desfeita pelo volume de jogo e toque de bola do Vasco. Aos 21, quando Valter Marciano empatou a peleja, o domínio cruzmaltino já era flagrante. Três minutos depois Vavá obrigou Alonso a praticar excelente defesa. Mais dois minutos se passaram e o mesmo Vavá atirou por cima da trave, perdendo grande oportunidade, mas aos 33 não houve jeito. O artilheiro vascaíno acertou o alvo e virou o placar.
O ritmo dos brasileiros caiu no final da primeira etapa, mas o adversário não conseguiu chegar ao empate, embora Di Stefano tenha perdido boa oportunidade perto do fim daquele período.
Na volta do intervalo, tensão em campo. Mateos empatou a partida, depois de receber bom passe de Kopa, aos 7 minutos. Aos nove sofreu falta dura próximo a área, sem maiores consequências para o Vasco após a cobrança, mas logo depois Carlos Alberto, arqueiro vascaíno, recebeu carga desnecessária em lance no qual era senhor absoluto da jogada.
O clima quente teve como ápice um soco de Ortunho, substituto de Coronel no time vascaíno naquela competição, em Mateos. Confusão geral em campo. Vários atletas das duas equipes brigaram. No fim do tumulto, que paralisou a peleja por 10 minutos, Ortunho foi expulso pelo árbitro francês, responsável pela condução do espetáculo.
O Vasco, que já seguira sem Coronel para a Europa, não tinha também a presença de Paulinho de Almeida e Bellini, ambos servindo a Seleção Brasileira em amistosos contra Portugal, no Rio e em São Paulo, a 11 e 16/06 (2 x 1 e 3 x 0).
Mateos abandonou o campo e o Real Madrid queria substituí-lo por Santeba, mas os brasileiros contestaram. Segundo o regulamento da competição só poderiam ser feitas duas alterações por equipe, mais o goleiro, e o time espanhol já as processara. Com isso a partida seguiu com dez para cada lado.
O Vasco partiu para cima do adversário e após grande jogada de Valter Marciano – que passou a bola por entre as pernas do zagueiro madrilenho Lesmes – Livinho marcou aos 28 minutos o gol de desempate.
Mais do que depressa Mateos resolveu voltar a campo, sendo autorizado pelo árbitro. O Real Madrid não podia perder e agora tinha um jogador a mais no gramado para em 17 minutos obter ao menos o gol de empate.
A equipe espanhola buscou a igualdade, mas foi surpreendida com o quarto tento cruzmaltino assinalado por Valter* aos 38, após receber ótimo centro de Pinga.
A dois minutos do fim, Kopa descontou para o Real, que buscou o empate até o último instante (que levaria o jogo a uma prorrogação), mas sem sucesso.
Após o apito final do árbitro, a torcida francesa ovacionou as duas equipes. O Vasco ergueu a taça de campeão e as versões relacionadas à confusão ocorrida na segunda etapa eram diametralmente opostas na visão de brasileiros e espanhóis.
Enquanto Santiago Bernabeu, presidente do Real, dizia ter sido prejudicada a equipe madrilenha com a contusão de Mateos, fruto do soco desferido por Ortunho, Martim Francisco, técnico do Vasco, culpava a equipe adversária pelo destempero vascaíno em campo, fruto, segundo ele, de agressões sofridas pelos atletas cruzmaltinos, mesmo sem a posse de bola.
A vitória vascaína sobre o bicampeão europeu, obtida com três reservas em campo, e ainda um homem a menos nos últimos 17 minutos de partida, tomou conta dos noticiários no mundo futebolístico e representou a maior disputa entre sul-americanos e europeus da época.
Cerca de um ano depois o Brasil seria Campeão do Mundo, com três atletas vascaínos titulares: Bellini, Orlando e Vavá.
Ficha Técnica:
Data: 14/06/1957
Local: Estádio Parc de Princes – França
Renda: Aproximadamente CR$3.300.000,00
Público: 36.437 espectadores
Gols: Di Stefano (RM) 4, Walter Marciano 21, Vavá 33 do 1º tempo; Mateos (RM) 7, Livinho 28, Walter Marciano 38, Kopa (RM) 43 do 2º tempo.
Vasco da Gama: Carlos Alberto; Dario, Viana, Orlando e Ortunho; Laerte e Válter; Sabará, Livinho, Vavá e Pinga. Técnico: Martim Francisco.
Real Madrid: Alonso, Torres, Marquitos (Santamaria), Lesmes e Munoz; Ruiz e Meteos; Kopa, Di Stéfano, Rial (Marshall) e Gento. Técnico: José Villalonga.
Fontes de Pesquisa: O Globo/Jornal do Brasil/Diário de Notícias
Fotos: Google
*Jornal do Brasil e O Globo noticiaram ter sido de Sabará o quarto tento vascaíno contra o Real Madrid.
O Globo (15/06/1957)
Jornal do Brasil (15/06/1957)
A Noite (15/06/1957)
Reportagem sobre o histórico título Intercontinental conquistado pelo Vasco:
Fonte: NetVasco
Outras vitórias do Vasco no dia 14 de junho:
América 1 x 2 Vasco (Carioca 1942)
Sport Club Juiz de Fora-MG 0 x 7 Vasco (Amistoso 1944)
Vasco 2 x 1 Fluminense (Torneio Rivadávia Correa Meyer 1953)
No dia 13 de junho de 1976, o Vasco derrotava o Flamengo na final da 12ª Taça Guanabara na decisão por pênaltis, após empate por 1 a 1 no tempo normal e na prorrogação.
Assim descreveu o jogo Sandro Moreyra, cronista esportivo do “Jornal do Brasil”:
“Depois de empatar com o Flamengo nos noventa minutos normais de jogo. nos trinta a mais da prorrogação e ainda na primeira série da cobrança de pênaltis, o Vasco ganhou a Taça Guanabara e o primeiro turno, com um pênalti batido por um novato, o desconhecido Luis Augusto que marcou a vantagem decisiva, depois de Zico e Geraldo terem perdido os que bateram para seu time, com inexplicável displicência. A partida foi nervosamente disputada e quase sempre numa movimentação fora do comum. Começando com maior disposição. parecendo querer buscar o gol logo de inicio, o Vasco pressionou descendo em massa e obrigando o Flamengo a retrair-se em seu campo, com sua defesa um tanto desnorteada. Num desses ataques, uma bola foi centrado alta sobre a área, facilmente defendida por Cantarele e logo devolvida ao melo de campo. Inesperadamente, sem que ninguém entendesse, Rondineli deu uma cotovelada no rosto de Roberto, os dois dentro da área. Junto a cena, o arbitro Agoniar Martins não teve dúvida em apontar o pênalti, cobrado e convertido pelo próprio Roberto.
Eram sete minutos de jogo e a vantagem aumentou a superioridade do Vasco, não só por tranquilizar mais seu time, como por levar o Flamengo a um descontrole quase total. Se nesta altura o Vasco demonstrasse um pouco mais de audácia, fazendo avançar seu meio campo ao invés de recuar Roberto e descendo para o apoio os seus tímidos laterais, certamente teria decidido a partida, tais eram os erros do Flamengo. Com Zico sem nenhuma inspiração. Caio inútil, isolado numa extrema, Tadeu querendo acertar, indo a frente mas deixando de dar a devida cobertura à linha de zagueiros, e Luisinho a correr e chutar desordenadamente, o Flamengo somente contava com Geraldo tentando inutilmente dar ordem ao time. Sorte sua, porque o Vasco só com Dé na frente, não chegou a aumentar a vantagem.
No segundo tempo, porem, a situação melhorou e a partida ficou igual. Com Tadeu dando melhor proteção aos zagueiros. mais seguras também com a entrada de Dequinha no lugar de Jaime, o Flamengo foi aos poucos se aproveitando do recuo do Vasco e passou a realizar alguns ataques perigosos, despertando inclusive, a sua até então emudecida torcida. Luizinho por duas vezes lançado em excelentes condições. precipitou-se arrematando mal. O mesmo fez Dé do outro lado, num bom contra ataque.
Foi quando Zanata se machucou e teve de deixar o campo, coincidindo com a substituição de Calo por Edu. Se Luis Augusto — que acabou herói do jogo —não conseguiu manter o mesmo ramo de Zanata, Edu, movimentando-se mais, pouco depois criava uma situação de gol para Geraldo, que entrando pela direita chutou violentamente empatando o jogo. Dai em diante,os dois times trataram visivelmente de se pouparem para a prorrogação. Diminuíram o ritmo e quando foram para as outros trinta minutos, um e outro, temendo levar o gol fatal, preferiram deixar a decisão para os pênaltis.
E essa decisão foi uma das mais surpreendentes que se poderia esperar. Logo de inicio, Abel o primeiro a bater pelo Vasco, chutou mal e perdeu. Os do Flamengo — Junior, Zé Roberto, Tadeu e Toninho, acertaram todos. Bastava então a Zico, o ultimo a cobrar, converter para que o Flamengo fosse o campeão. Mas Zico no pior pênalti que já deve ter batido em sua carreira, chutou fraco, em cima de Mazaroppi. Roberto em seguida estabeleceu a igualdade. Para o desempate na segunda série, o Flamengo mandou Geraldo bater e ele, repetindo o chute de Zico, não deu mais do que um leve toque na bola, como se a tivesse atrasando para o goleiro, que a segurou sem o menor esforço. E aconteceu então a consagração de um jogador, que tinha sido um dos mais fracos durante a partida: Luis Augusto, que certamente a maioria de sua própria torcida não deveria saber quem era. Calmamente, ele colocou a bola na marca, esperou a ordem do juiz e bateu com absoluta classe, deslocando Cantarele e dando ao Vasco o titulo que, afinal fez por merecer por ter sido o responsável pelo que de melhor aconteceu nas duas horas que durou a decisão de ontem.”
Oldemário Toguinhó do mesmo JB, destacava o improvável personagem da partida, o jovem Luís Augusto:
Primeira capa do jornal “O Globo” do dia seguinte e a coluna do chargista Otélo:
Zanata, que saiu contundido para a entrada de Luis Augusto, fala sobre a preocupação com a entrada do jovem atleta e de sua atuação na partida:
O Globo (13/06/1976)
As atuações individuais da equipe cruzmaltina segundo o Jornal do Brasil:
Os melhores momentos da decisão:
A CAMPANHA:
VASCO 2 x 0 SÃO CRISTÓVÃO
VASCO 1 x 0 CAMPO GRANDE
VASCO 3 x 1 PORTUGUESA
VASCO 2 x 0 BONSUCESSO
VASCO 3 x 2 BANGU
VASCO 1 x 3 FLAMENGO
VASCO 2 x 0 VOLTA REDONDA
VASCO 4 x 0 GOITACÁS
VASCO 3 x 0 MADUREIRA
VASCO 0 x 0 FLUMINENSE
VASCO 0 x 0 AMERICANO
VASCO 2 x 1 AMÉRICA
VASCO 2 x 1 BOTAFOGO
VASCO 3 x 0 OLARIA
FICHA DA DECISÃO:
VASCO l X FLAMENGO l
Local: Maracanã;
Juiz: Agomar Martins;
Renda: Cr$ 3 592 106,50;
Público: 133 444;
Gols: Roberto (pênalti) 6 do 1.° e Geraldo 22 do 2.°;
Cartão amarelo: Rondinelli, Toninho, Geraldo, Abel, Luisinho e Roberto
Vasco: Mazarópi, Gaúcho, Abel, Renê, Marco Antônio, Zé Mário, Zanata (Luís Augusto), Luís Fumanchu, Dé (Jair Pereira), Roberto e Luís Carlos
Flamengo: Cantarele, Toninho, Rondinelli, Jaime (Dequinha), Júnior, Tadeu. Geraldo, Caio (Edu), Luisinho, Zico e Zé Roberto
* Após a prorrogação de 30 minutos houve cobrança de pênaltis. O Vasco derrotou o Flamengo pela contagem de 5×4. Marcaram para o Vasco: Gaúcho, Luís Fumanchu, Zé Mário, Roberto e Luís Augusto; Abel perdeu. Marcaram para o Flamengo: Júnior, Zé Roberto, Tadeu e Toninho. Zico e Geraldo perderam
O artista plástico e vascaíno apaixonado Christian Gama, criador das shirtpapers e bustopapers que são sorteados toda segunda-feira no programa “Casaca no Rádio”, lançou mais uma novidade: a coleção Futebol Card da equipe bi-campeã estadual invicta de 2016.
São inspirados na antiga coleção de cards do chiclete Ping Pong, muito populares nos anos 70 e 80. Eles são impressos a laser e com proteção de verniz num papel cartão especial com folha dupla e colados, chegando a ter aproximadamente 300 de gramatura, o que o torna idêntico aos cards clássicos.
Com o sucesso de lançamento e grande aceitação por parte do torcedor vascaíno, Christian Gama já lançou também os 16 cards da equipe bi-campeã brasileira de 1989 e a coleção “5 mais”, com os grandes jogadores da história do Vasco em todas as posições. A de goleiros por exemplo, conta com os “paredões” Barbosa, Carlos Germano, Andrada, Acácio e Martin Silva.
Nezinho cumprimenta o Presidente Eurico Miranda – Foto: Thiago Moreira/Vasco.com.br
São Januário recebeu os novos reforços do Gigante do Basquete na tarde desta segunda-feira (20/06). O armador Nezinho e os pivôs Bruno Fiorotto e Wagner encontrataram o Vice-Presidente de Desportos de Quadra e Salão, Fernando Lima, na Colina Histórica, conversaram com a imprensa e assinaram os contratos. Em seguida, os atletas foram à sala do Presidente Eurico Miranda para receber as boas vindas do dirigente vascaíno. Em conversa com o Site Oficial, Fiorotto falou sobre a chegada ao Vasco.
– Estou muito feliz por poder fazer parte de um clube tão grande quanto o Vasco, com uma torcida apaixonada. Pude acompanhar as finais da Liga Ouro e vi a grandeza do clube. Além disto, o elenco que está sendo montado pelo Fernando Lima é muito qualificado. Espero corresponder à altura. Conheço quase todos os jogadores, já joguei com alguns que estão aqui. São atletas excelentes e acostumados a vitórias e títulos importantes. Todo mundo acompanha a história do Vasco no basquete e não preciso nem falar. Estar aqui, com esta história, nós sabemos que é uma responsabilidade a mais, porém, isso é muito bom – disse Fiorotto.
Fiorotto, Nezinho e Wagner – Foto: Paulo Fernandes/Vasco.com.br
Os novos contratados se juntam ao elenco cruzmaltino no retorno aos treinamentos visando a disputa do Campeonato Carioca e do NBB. Márcio, Gaúcho, Drudi, Marcellus, Hélio e Palacios renovaram com o Almirante, deixando firme a base do time campeão da Liga Ouro.
“Fazia tempo, mas muito tempo mesmo, que um time, num jogo decisivo, não conseguia ser tão superior ao outro. O que o Vasco fez ontem com o Flamengo, no Maracanã, se não chegou a ser covardia, foi, pelo menos, uma maldade. Com tanta determinação e, sobretudo, aplicação, não poderia dar outro resultado: além de vencer por 3 a 1 e conquistar o terceiro turno, ganhou a vantagem de um ponto na melhor de quatro, que começa no próximo domingo, para apontar o campeão. O domínio foi tanto que Geovani, o melhor em campo, perdeu a modéstia. — Foi um banho de bola.”
O jornal “O Globo” e craque vascaíno resumiram bem o que foi o clássico decisivo realizado no dia 12 de junho de 1988. Um verdadeiro atropelamento por parte da locomotiva vascaína.
O Globo (12/06/1988)
O “Jornal do Brasil” do dia seguinte destacava em sua reportagem que o Vasco de 1988 era sem sombra de dúvidas o melhor time do Rio. A verdade é que aquela equipe era a melhor do Brasil, reunindo categoria, futebol-arte e determinação, e tendo em seu plantel nomes com Romário (que não jogou esta partida por estar lesionado), Geovani, Acácio, Donato, Mazinho, Sorato, William, Bismarck… Uma verdadeira seleção !
“Com ótima atuação, o Vasco derrotou o Flamengo por 3 a 1, no Maracanã, conquistou o terceiro turno e, como vencedor da Taça Rio, garantiu um ponto extra na decisão do Campeonato, com o mesmo Flamengo. O Vasco dominou o jogo desde o início e já aos 10 minutos vencia por 1 a 0, gol de Vivinho, de cabeça. Sorato, o júnior que substituiu Romário, fez o segundo e o terceiro gol, além de ter criado boas jogadas, aproveitando a velocidade. O Flamengo esboçou uma reação quando Andrade fez seu gol, mas esbarrou na boa colocação em campo de toda a equipe do Vasco e na disposição demonstrada nas disputas de bola.”
Jornal do Brasil (12/06/1988)
O baixinho Romário, que assistiu ao jogo das cadeiras especiais, esperava uma “goleada histórica”, tal foi a facilidade que o Vasco chegava a zaga rubro-negra:
O Globo (12/06/1988)
O destaque e as notas da equipe vascaína segundo o JB:
Ficha do jogo, melhores momentos do jogo e as grandes jogadas de Geovani na partida:
Vasco Da Gama 3 x 1 Flamengo (RJ)
Data: 12/06/1988
Campeonato Estadual
Local : Estádio Do Maracanã (Rio De Janeiro – RJ)
Arbitro : Aloísio Viug
Público : 20.690
Gols : Vivinho (Vasco 10/1ºT), Sorato (Vasco 21/1ºT), Sorato (Vasco 4/2ºT) e Andrade (Flamengo 20/2ºT)
Vasco – Acácio, Cocada, Donato, Fernando, Mazinho, Zé do Carmo, Geovani, Henrique, Vivinho, Bismarck e Sorato (William) Técnico : Sebastião Lazaroni
Flamengo – Zé Carlos, Jorginho, Leandro, Edinho, Leonardo, Andrade, Ailton, Henágio, Renato Gaúcho, Bebeto e Flávio (Alcindo) Técnico : Carlinhos
Outras vitórias do Vasco em 12 de junho:
Bangu 2 x 3 Vasco (Carioca 1927)
Vasco 3 x 1 Seleção Baiana (Amistoso 1936)
Madureira 1 x 4 Vasco (Torneio Municipal 1938)
Vasco 5 x 2 América (Amistoso 1946)
Fortaleza 1 x 6 Vasco (Amistoso 1949)
Vasco 4 x 0 Arsenal-ING (Amistoso 1951)
Racing Club Paris-FRA 1 x 3 Vasco (Torneio de Paris 1957)
CRB 0 x 5 Vasco (Amistoso 1960)
Vasco 3 x 1 Flamengo (Carioca 1988)
Vasco 2 x 1 Flamengo (Carioca 1989)
Vasco 3 x 0 América (Carioca 1995)