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A torcida de brunos henriques

Dia de clássico, num palco desfigurado pela volúpia da corrupção e pela politicagem mais abjeta.

Ainda assim, um resquício do espírito do velho Maracanã, acuado em seu limbo forçado, teimosamente esgueirou-se para assistir à apresentação de uma camisa gloriosa, envergada por jogadores briosos, cientes da força da Cruz de Malta.

Apoiados por 2 mil valentes, representantes da melhor tradição vascaína, foram nossos jogadores a campo ministrar uma inesquecível lição aos neo torcedores de uma grande farsa, aos bobalhões que julgam a história por aquilo que seus olhos viram e suas cabeças não entenderam, uma lição aos que, a despeito das dificuldades passadas que lhes deveriam moldar os caracteres, optaram pelo livre arbítrio da ignorância, enveredando-se por caminhos incertos.

Foi uma aula institucional e de valores, um freio à insanidade midiática.

Excelente ver comentaristas mal humorados, bicudos, contorcendo-se como pequenos vermes que se alojam nos cérebros menos afortunados e nos corações menos puros.

Foi, sim, uma lição, com a didática de quem tem bagagem e História para ser contada.

Merecíamos a vitória, mas as reações, o medo e a confusão estampadas nas faces dos 40 mil brunos henriques valeu muito mais do que três meros pontos.

Isto é o Vasco. Suor, superação, resistência, resiliência e respeito.

O emblemático clássico, numa noite mágica, encerrou lições a todos. Para fora e para dentro do clube.

Queira Deus que se faça bom proveito das verdades impostas pela Cruz.

Rafael Furtado

Muito além da coletiva

Ontem tivemos a oportunidade de acompanhar a entrevista coletiva do novo treinador do Vasco, Vanderlei Luxemburgo, ladeado pelo presidente e vice-presidente de futebol Alexandre Campello. É certo que, por vezes, coletivas transmitem mais mensagens do que aquelas pelas quais foram, efetivamente, convocadas. Foi o que ocorreu no presente caso.

O ponto central, obviamente, foi a apresentação do treinador. Percebeu-se, como se diz popularmente, a junção da fome com a vontade de comer. Por um lado, um treinador de renome, necessitado de um bom trabalho, a fim de afastar os insucessos últimos e reaproximar-se do patamar conquistado anteriormente. Afinal, Luxemburgo treinou a seleção brasileira e o Real Madrid, feitos inquestionáveis, além de muitos títulos conquistados em diversos clubes. Do outro lado um clube e, sobretudo, uma diretoria administrativa que vem colecionando resultados pífios em campo, incapaz de organizar o futebol e tudo que o cerca, a ponto de o nosso time portar-se e exibir-se, em comparação a seus adversários de Série A, à moda de um time semiprofissional. Chama a atenção que uma gestão absolutamente perdida na organização do dito carro-chefe do clube, ainda queira nos convencer e impingir um conceito vacilante de reconstrução.

Agradou-me a postura de Luxemburgo. Na verdade, muito embora nutra algumas “ressalvas comportamentais” em relação ao profissional, parece-me inquestionável que se trata de um nome de peso o qual, na falta de comando que grassa no futebol, pode desempenhar papel importante nesse mister. À diretoria, serve de escudo, sobremaneira, ter um técnico de renome. Poder-se-ia dizer exagerada tal afirmação, caso não houvéssemos testemunhado a conduta do presidente nos casos de Alberto Valentim e Alexandre Faria que, não obstante os maus resultados, permaneceram em seus cargos, até que a ira da torcida os colocasse na prancha da caravela, preservando-se o mau comandante da mesma.

Observe-se que, conforme colocado acima, Luxemburgo pode ajudar (e muito) numa necessária remodelagem do futebol e áreas correlatas. Todavia, faz-se indispensável o acompanhamento de um vice de futebol atuante e conhecedor da área, de modo a moderar decisões estratégicas que não podem ficar a cargo – ao menos não todas – de funcionários. Dessa forma, causa espanto que o presidente do Vasco considere ser tal função uma partícula expletiva do departamento, ainda que normatizada, conforme artigo 101, inciso X do Estatuto do Club de Regatas Vasco da Gama. Mais espanto ainda quando nos recordamos de que Campello, na malfadada aliança pelo poder, seria contemplado – ou queria ser – com a vice-presidência de futebol. Aliás, no que se refere às vice-presidências, não há no escopo do artigo 101 do Estatuto nada que se refira, por exemplo, à pasta de Controladoria. Seria essa uma vice-presidência pirata? Confesso não conhecer o Estatuto tão a fundo, de modo a afirmar que tais artifícios não sejam passíveis de aplicação, seja por previsão expressa ou qualquer extravagância interpretativa, algo não inédito nessa gestão.

Por fim, desejo muito boa sorte ao Vanderlei Luxemburgo. Tomara retorne a seus melhores dias e deixe seu nome marcado em nossa história, conforme manifestação de vontade do próprio treinador, durante a coletiva. Que consigamos, enfim, ter um time bem condicionado, seja tática, técnica ou fisicamente. Cumprida essa etapa básica, obrigação sine qua non de qualquer equipe que dispute competições do nível de um campeonato brasileiro de série A, imagino que não passaremos sustos no que tange à manutenção na primeira divisão e, quem sabe, possamos atrair jogadores que venham a, pontualmente, qualificarem o elenco, de modo que se pense em objetivos mais ambiciosos, mudando o rumo de fracassos da atual gestão. Torcida não faltará. Se nada disso se concretizar, restará afogar as mágoas na cachaça premium do professor…

Rafael Furtado

Ópera dos Malandros em cartaz no Teatro Maracanã

O anúncio feito pelo Governo do Estado acerca do rompimento do contrato de concessão do Maracanã, em 18 de Março último, traz como motivação a inadimplência do Consórcio que, desde maio de 2017, não teria honrado seus compromissos com o governo estadual. Apoia-se, ainda, numa sentença judicial de primeira instância que já houvera suspendido o contrato, face a irregularidades. Causa estranheza a celeridade do processo de concessão adotado, desde seu início até a decisão que concedeu, temporariamente, a administração do estádio ao Flamengo e a seu pequeno satélite das Laranjeiras. Segue o jogo, concede-se benefício da dúvida a tal atitude governamental. Muitas dúvidas.

Todavia, ao Casaca cabe apontar a inaceitável postura do presidente do Vasco, Dr. Alexandre Campello que, em plena navegação em seu mandato de presidente digital, limitou-se a emitir opiniões dispersas e frases de efeito sem efeito algum, conduzindo a situação de maneira absolutamente inadequada, sempre vacilante e irresoluto. O presidente das hashtags. Em verdade, trouxe de volta os tempos de seu assemelhado sem diploma, o ex-presidente Roberto Dinamite, que deu de ombros e entregou a chave do Maracanã, lá em 2013, ao clube da Gávea e a seu criado de três cores, inclusive permitindo que fosse agredido um direito costumeiro e pacífico do Vasco, que ocupava, desde a fundação do estádio, o lado direito das cabines.

O Vasco sequer apresentou uma proposta concreta. Alegou-se falta de tempo hábil para tal. Segundo reportagem do GE, o clube teria apresentado uma minuta de iniciativa. Na verdade, nada mais do que diminuta iniciativa, visto que se tratou de mera manifestação de vontade. Entretanto, o rival e seu boneco de estimação o fizeram. Agiram nos bastidores, costuraram o acordo, enquanto Campello titubeava em seu dever de oficio. Vale lembrar que, desde setembro de 2018 há decisão judicial de primeira instancia determinando o fim da concessão. Assim sendo, com o evidente interesse estratégico envolvido na questão, era de se esperar que a diretoria administrativa já houvesse desenvolvido um plano de gestão, assim como fez o rival. Todavia, nosso presidente, a despeito do incomum ingresso de recursos que teve a sua disposição, não é capaz de nada além de vender o almoço para comprar o jantar, na base do fiado. Visão estratégica? Não há o mínimo de competência para tal.

Resta agora que o presidente do clube assuma a função de presidente real e procure agir de maneira firme, exercendo o papel que não exerceu durante as três semanas em que o atual modelo de concessão temporária foi delineado. A bem da verdade, esse foi mais um passo para que a dupla colorida, mestre e servo, assumam o controle do estádio por 35 anos, ferindo interesses históricos e estratégicos do Club de Regatas Vasco da Gama, manobra que se tornou, aparentemente, ainda mais ágil, face a imobilidade do presidente Campello, que assistiu, de forma lamentável, a toda a cadeia de acontecimentos, como mero coadjuvante sem brilho algum.

Por fim, espera-se que haja reversão na Justiça. Com a palavra o jurídico do Vasco.

Rafael Furtado

Game Over

Game Over. Please insert a new coin.

Não sou exatamente um admirador da administração do presidente Alexandre Campello. Pelo contrário. Desde o dia em que tive o desprazer de ler a carta de apresentação ao balanço feito por seus “magos” da administração, percebi que não poderia levá-lo a sério. Ademais, o que se pode dizer de um presidente subserviente, que atende aos ditames midiáticos de rebaixamento institucional do Vasco em troca de apoio a si próprio? O que dizer de um presidente que mantém os funcionários do clube sob regime de terror, submetidos à ameaça constante da guilhotina da demissão covarde, sem a contraparte dos direitos trabalhistas correspondentes? O que dizer de um presidente que teve à sua disposição o ingresso de recursos substanciais, algo inédito em quase 20 anos, sendo incapaz de obter certidões que foram obtidas quase que imediatamente pela gestão Eurico Miranda, ainda que estivesse imersa num mar de dificuldades herdadas do MUV? O que dizer de um presidente que, à guisa de homenagem, estampa a marca suja do algoz, esquecendo-se das vítimas? Certamente, não merece muita consideração por parte daqueles que vislumbram, sempre, um Vasco contestador e, sobretudo, firme em sua missão de ser o contraponto àquilo que parte da sede comodato, do aforamento da Gávea.

Apresentado o parágrafo introdutório, passo, propriamente, à questão: ainda que desconsidere a diretoria atual, face à debilidade (sob maquilagem da mídia) de seu desempenho, não poderia, em hipótese alguma, concordar com a anulação do pleito. Felizmente ultrapassou-se mais essa mina jurídica amarela, que buscava explodir as pernas do Almirante, inviabilizando-lhe a caminhada. De fato, impressiona a desconsideração desse grupo ao Vasco. São a radicalização do MUV, os fundamentalistas da objetividade tortuosa, na qual qualquer instrumento passa a ser válido para a consecução de seus fins políticos. Não obstante todo o mal que a turma da “inesquecível” oportunidade de ouro destilou, esses conseguem – em verdade, são os mesmos, sob novos matizes – demonstrar ainda mais fortemente seu desamor pelo Club de Regatas Vasco da Gama. Chegaram a ponto de pedir a anulação de um pleito do qual saíram vitoriosos, expondo a instituição de maneira irresponsável, na medida em que isso representa um custo altíssimo à imagem e a qualquer iniciativa de se pacificar o clube. Aliás, em nota divulgada por tal grupo, chegou-se ao ápice da incoerência, ao afirmarem que o Vasco precisa de paz, quando eles próprios não depõem as armas. Espero que, por ora, desistam das táticas de guerrilha política, muito embora já espere pela próxima incursão à jugular do Almirante.

Por fim, comemoro a manutenção do resultado do pleito vencido pelo reclamante. A Justiça evitou uma distorção, uma aberração lógica sem tamanho. Seguiremos adiante, portanto, cobrando da diretoria administrativa aquilo que se julga fundamental ao clube e a seu engrandecimento. Porém, sem afigurarmo-nos, jamais, como agentes políticos irresponsáveis, detratores da instituição Club de Regatas Vasco da Gama. Casaca!

Rafael Furtado

O Triunfo Derradeiro

Sim, a doença que tirou Eurico da vida, alçou-o ao céu límpido e azul, assim como os mares navegados por Vasco da Gama. Assume Eurico a posição de imediato na Caravela Celestial do Almirante. Parte o homem que, em sua humanidade plena, transcendeu a cadeira da Presidência, irmanando-se à Alma Vascaína. Deixa para trás, ao longe e muito abaixo, uma legião de detratores, invejosos contumazes. Sim, legião, porque são muitos. Todavia, leva consigo a admiração e o respeito de muitos mais, deixando-nos o legado de um clube forte, lutador, contestador e altivo. Soube, como ninguém, resgatar e encarnar o espírito de nossos fundadores. Reiteradamente, em suas atitudes em prol do clube, de seu papel social, fez rediviva a Resposta Histórica. Contra tudo e contra todos, com o Vasco, pelo Vasco e para o Vasco.

Portanto, triunfa derradeiramente, após resistência e luta heroicas contra a enfermidade, fazendo dela o seu instrumento para colocar-se na História do Vasco e do desporto nacional de maneira indelével. Poucos imaginam a cota de sacrifícios pessoais e familiares a que submeteu, por amor ao maior de todos os clubes. Dizia: “Se existirem três clubes dentre os maiores, lá estará o Vasco. Se existir apenas um, este será o Vasco.”

Eurico deixa este plano e passa à imortalidade. Afinal de contas, seu coração vascaíno sempre foi um coração infantil, no sentido da força, da fé e do amor pelo seu, pelo nosso Vasco. A sua imortalidade funde-se, perfeitamente, à imortalidade do Gigante da Colina, num vaticínio abençoado, grafado à murada de São Januário que, nesta data triste, sobe aos céus, entoando Casacas de louvor e agradecimento a esse indivíduo único que jamais será esquecido.

Aos familiares, meu mais profundo respeito e o inestimável agradecimento por terem emprestado o pai, o esposo, o avô a todos nós. Hoje, sentimo-nos parte da família, irmanados na dor e no orgulho.

Obrigado, Eurico Miranda!

Rafael Furtado

 

Transparência que não se vê

Determinados termos, adotados à guisa de conceitos na ciência de botequim do jornalismo de ocasião, atraem inexplicável atenção ante ao respeitável público. Um deles é a transparência. Diz-se que é legal ser transparente, posto que se vê através. Enxerga-se a paisagem à frente, ainda que esta não passe de um cenário ao deleite dos incautos. Para além do cenário, a transparência esconde, torna invisíveis fatos, personagens, números, atitudes. Não há esconderijo mais adequado do que esse, posto que se apresenta como algo de extrema beleza, mas que não se vê.  À moda do conto de Andersen, A Roupa Nova do Rei, a transparência desnuda a incapacidade, a vaidade, o ridículo e não enseja – nem tampouco encerra – explicações. Procurado pela reportagem, não foi encontrado… É invisível, transparente.

A teatralidade da missiva do Rei nu, certo de sua veste magnífica, prenunciou um balanço confuso, omisso em vários aspectos e apócrifo – o perfeito Evangelho da Transparência Cênica. Não cínica, muito embora pudesse, eventualmente, ser. Mas, em se considerando a expertise e esperteza dos verdadeiros autores, bem como a escola teatral… O importante é fomentar, o fomento é o fermento do negócio. E o fermento cresce a massa, cujas migalhas alimentam a miséria dos beneficiários em tese, de prontidão eterna. Mas esse é outro assunto, na qual a esfera do contribuinte é tênue bolha em meio a um turbilhão.

O Rei nu foi o arauto de si próprio, anunciando-se à plebe com pompas e circunstâncias.  Agora deve à arraia-miúda a materialização da transparência. De transparente, a invisível. De Rei invisível a bobo. De bobo a um arremedo de louco, na medida em que alheio está às consequências de seus desatinos. Talvez seja assim, de médico e louco… Não é o que se diz por aí?

No mais, a transparência virou delicada vidraça e a pedra de si mesma. O Vasco, como sempre, um mero coadjuvante, o transparente infeliz e involuntário de um discurso que nada tem a mostrar, além da covarde terceirização de responsabilidades daquele que se mostra irremediavelmente despreparado a assumi-las.

No fim das contas, é a tal da opacidade que dá as caras, que se apresenta, que possui densidade e fibra para o enfrentamento da falsa e etérea ética que, de tão “sublime”, abomina sua própria prática…

Bem aventurados os opacos de coração!

O HD e a Vila Mimosa

 

E não é que a moça de vendas (é, de vendas…) que segura a balança com pose olímpica e ar virginal, por intermédio de alguma organela de seu corpo de pão bolorento e fina casca, ressuscita o tal do HD. Pobre HD. Não bastasse ser prova imprestável, não bastasse que todos lhe houvessem passado as mãos gulosas…

Eis que volta o pobre diabo à carga, sacado de seu mimoso refúgio, de sua perfeita comunhão junto às quengas – e sabe-se lá mais quem – pelos mesmos de sempre, os vascaínos que não são Vasco, os administradores modernos que nada administram, auditores que jamais auditaram recursos generosos aos “Marieis” da vida…

Coincidentemente aparecem todos os eles, justo em mais um momento de decisão, justo quando há negociações as mais variadas em andamento, justo quando o Vasco torna a recuperar-se de um processo eleitoral pernicioso, contaminado pela peçonha que ora retorna, como diz a letra da canção, num indo e vindo infinito.

A moça de vendas, lenta e cara por natureza, sempre encontra nos mimosos e republicanos misteres do Vasco a oportunidade de redimir-se perante à sociedade, demonstrando invulgar agilidade, balançando o instrumento sem peso e nem medida, sem riscos de punições. Tudo isso sem retirar a faixa que venda…

No fim das contas, nada de novo, nada que surpreenda, nada que não me faça recordar da famosa “oportunidade de ouro”. O Vasco??? Deixa pra lá…

A sessão da tarde dos CTC

Não, não há correlação à extinta CTC, companhia estatal de transporte público do estado do Rio de Janeiro, ainda que se prestasse tal imagem a perfeito carro alegórico, ilustrando os políticos sem mandato que assumiram o clube. Na verdade os CTC nada mais são do que os redivivos representantes do grupo dos competentes, transparentes e críveis. Uma boa parcela deles. Minoria, é bem verdade, posto que o grosso da patota cerrou fileiras com o bobo-adjunto da corte do Imperador. O filme é repetido, uma espécie de Lagoa Azul na paradisíaca ilha dos idiotas, sem o refrigério da belíssima Brooke Shields.

Deparei-me com uma entrevista do Sr. Vice-Presidente de Finanças que, entre um e outro chavão, dispara que está analisando todos os contratos, referindo-se às vendas dos cracaços da última hora, Madson e Mateus Vital, bem como ao contrato de patrocínio com a empresa Lasa. Causou-me espanto que o referido CTC, ou preposto deles, haja inserido, no mesmo contexto, na mesma ideia, que sofria com as “dificuldades de informações que encontramos ao chegar aqui”, conforme transcrevo da matéria em tela. Não seria o contrato o instrumento que lhe concederia acesso às informações? Se os está estudando, é porque os tem sob sua análise. Se há dificuldades, devem-se essas a limitações pessoais? Confesso que não compreendi, ainda que não tenha em meu DNA o gene CTC ativado. Se é que o tenho. Há quem diga que essa seja uma mutação que faz de seu portador um convicto herbívoro. De minha parte, não dispenso um bom churrasco. Perdoe-me a subfamília de mamíferos artiodáctilos bovídeos…

Há poucos dias, o Bobo-adjunto e o Bobo-boleiro iniciaram sua cruzada das diretas já. O movimento prega que o vascaíno aja como não vascaíno. Ou seja, que o torcedor aja como eles próprios, os bobos, agem diuturnamente. E aqui encerro qualquer outra menção a esse pessoal, motivado pela mais absoluta vergonha alheia.

E por falar em vergonha, não poderia deixar de citar o novo Sr. Vice-Presidente de Marketing, em sua estreia triunfal – com direito a selfie, estilo SALE na vitrine da loja – no quesito bobagens de neófito. Em uma frase sobre a conservação do patrimônio, impecável sob a administração Eurico Miranda, demonstrou que não é chegado a frequentar a barra pesada do Bairro Vasco da Gama. Pior: foi leviano. No que diz respeito à sua pasta, deveria ater-se em vestir uma camisa com a marca do patrocinador do clube.

Por fim, deixo um conselho de sócio humílimo ao Sr. Presidente, no sentido de que o mesmo se furte a determinadas declarações. Não lhe caíram bem, visto que são de conhecimento público os motivos pelos quais foi eleito, muito embora as declarações sigam o melhor estilo cusparada ao alto da própria cabeça. E mais, cito a questão da governabilidade e sua obrigação de viabilizá-la, sob pena de tornar-se o Carlos Roberto da vez.

Portanto, presidente, menos, muito menos… Ademais, verdade seja dita, os quadros que compõem sua sustentação política e administrativa, em que pese a extrema habilidade do Cardeal de Richelieu de Vermelho, são tão competentes quanto mostraram ser no âmbito da política convencional. Barbas de molho, pois a caneta é sua. De mais ninguém. Sou Vasco sempre, nunca sempre Vasco. Portanto, boa sorte. E juízo…

Rafael Furtado

 

Portões Fechados

Portões fechados.

Eis o fato que será percebido por grande parte dos vascaínos no jogo de hoje. Fato este que não se exaure em si mesmo.

Outros portões foram batidos à face do tal do direito. Foram sistematicamente fechados, a partir do momento em que uma, dentre tantas ações, prosperou em uma determinada Vara. Sim, o direito de petição é garantido. Entretanto, também o são o direito à ampla defesa e ao contraditório, como, analogamente, deveria ser o devido processo legal.

Ainda assim, tentou-se que os portões fossem abertos.  Apelamos aos semideuses guardiões das chaves, numa oração longa, bem feita e, sobretudo, muito bem fundamentada. A resposta foi um trovão que não durou mais do que algumas linhas no processador de texto. Semideuses são assim. Não são deuses. Se lhes abunda a onipotência, falta-lhes a onisciência. E a isso se deve toda sorte de atropelos ora vivenciados.

Rafael Furtado