Domingo teremos a primeira das duas decisões deste estadual.
O Vasco, que começou sem qualquer expectativa do torcedor na competição, provou no último domingo, mesmo ante à deslealdade e violência do adversário, ter futebol para ir à decisão do campeonato e vencê-lo.
Várias organizadas vascaínas se uniram em prol do grito uníssono em nome do Vasco e comprovaram o acerto da medida enfrentando de igual para igual o adversário nas arquibancadas no domingo último.
No decorrer dos últimos dias vimos um exótico movimento de alguns vascaínos xingando Bernardo, um dos que mais brigavam em campo, na partida contra o Rio Branco-AC vencida por 3 x 2; tivemos o comentário despropositado do ex-atleta Juninho, enxergando favoritismo para o Flamengo no jogo de domingo, embora o que se tenha visto no Maracanã há cinco dias dissesse o contrário; e temos, hoje, estampado na capa do Globo eletrônico, duas fotos, “dividindo” a violência do último clássico entre Vasco x Flamengo pelos dois lados, como se os vascaínos tivessem sido tão violentos ou desleais quanto os atletas da Gávea. Até ressuscitaram Dinamite para que falasse suas abobrinhas sobre o clube, poucos dias depois de seu aniversário.
Tudo isso faz parte de uma semana que antecede um jogo Vasco x Flamengo decisivo. Enquanto os torcedores cruzmaltinos, ávidos por notícias que lhes motivem a adquirir ingressos, são surpreendidos com uma série de matérias e opiniões que incensam o rival, ou diminuem o Vasco, os adversários parecem viver blindados e motivados, o que, evidentemente, traz maior confiança a seu torcedor.
Nada justificaria a que a torcida vascaína ainda não tivesse adquirido todos os ingressos do seu setor e ainda milhares de outros bilhetes para pontos mistos do estádio, a não ser tal desmotivação.
Esperamos, evidentemente, que haja entre hoje e amanhã uma reação vascaína quanto ao comparecimento no jogo de domingo.
O Vasco precisa de sua torcida, do incentivo dela e também de sua participação no clássico. Ela pode fazer a diferença mais uma vez, através de seu grito, incentivo e percepção.
De nove a cada dez jogos entre Vasco x Flamengo, os vinte minutos finais mostram um quadro indefinido. Ou uma das equipes está vencendo por diferença de um gol ou a partida está empatada.
No aqui considerado último período do clássico, o vascaíno, por característica própria, desde os anos 70 ao menos, tende, pela apreensão, a se aquietar e esperar um gol do time para aí sim se manifestar ou um do adversário para emudecer de vez.
O erro está aí. É um momento do jogo em que o cansaço predomina entre os jogadores, há esgotamento mental mais que físico e um grito da arquibancada normalmente acarreta numa entrega individual e coletiva maior.
Mas como agir neste momento tão crítico da partida?
Entendendo o torcedor seu papel para a vitória ser obtida. Tomar ou fazer um gol neste período não encerra o jogo, a favor ou contra. É o momento apropriado para haver desequilíbrio na disputa. Vozes cansadas e roucas, coração a mil, maus agouros daquele cara do lado que nunca acredita. É este o momento da superação!
Vem da torcida vascaína o grito de incentivo que mais parece uma invasão de campo aos berros, vem dela a crença na conquista de uma vitória, classificação ou taça e tudo isso chega nos jogadores em campo, podem acreditar.
A relação do atleta com a torcida transforma o profissionalismo frio e pragmático em comprometimento e quando ele em campo percebe que até o fim possui uma massa ao seu lado, incentivando-o, torna-se um digno representante do peso de nossa camisa.
Comparecimento e comprometimento com a vitória. Nesta e em qualquer outra partida decisiva futura cabe à torcida vascaína exercer esse papel, com o orgulho de sempre, mas também com a percepção de ser ela o alicerce para que novas e múltiplas conquistas ocorram, independentemente da situação concreta.
Faça isso o torcedor vascaíno nos jogos decisivos e verá que na maioria das vezes aqueles 20 minutos finais nos favorecerão, afinal somos o time da virada, afinal o Vasco é vencedor!
Sérgio Frias