Passaram-se alguns jogos a mais de invencibilidade do Vasco e já é hora de expormos quais recordes foram batidos pelo clube até aqui.
Primeiramente vale ressaltar que a marca de jogos oficias invictos obtida pelo Vasco antes da atual, construída no ano de 1945 (27 jogos), já era superior a maior sequência invicta de jogos oficiais dos seguintes clubes:
Paraná Clube: 20 jogos (1993)
Santos: 21 jogos (1967/68)
Vitória-BA: 21 jogos (1979)
Portuguesa de Desportos: 23 jogos (1973)
América-RJ: 24 jogos (1960)
Atlético-PR: 26 jogos (1983)
Figueirense: 26 jogos (1975)
Paysandu: 26 jogos (2002)
Quando completou 28 jogos oficiais invictos o Vasco bateu os seguintes recordes:
Interno:
Maior sequência de jogos oficiais invictos de sua própria história.
Externos:
Maior sequência de jogos oficias invictos da história do América-MG (1920/21)
Maior sequência de jogos oficiais invictos da história do Santa Cruz (1978)
Maior sequência de jogos oficiais invictos da história do Sport (1999)
Quando completou 29 jogos oficiais invictos o Vasco bateu o seguinte recorde:
Externo:
Maior sequência de jogos oficiais invictos da história do Fortaleza (2013/14)
Quando completou 30 jogos oficiais invictos o Vasco bateu os seguintes recordes:
Externos:
Maior sequência de jogos oficiais invictos da história do Atlético Mineiro (1976)
Maior sequência de jogos oficiais invictos da história do Coritiba (2011)
Maior sequência de jogos oficiais invictos da história do Náutico (1952/53)
Quando completou 31 jogos oficiais invictos o Vasco bateu o seguinte recorde:
Externo:
Maior sequência de jogos oficiais invictos da história do Palmeiras (1973)
Quando completou 32 jogos oficiais invictos o Vasco bateu o seguinte recorde:
Externo:
Maior sequência de jogos oficiais invictos da história do Ceará (1997)
Se completar 33 jogos jogos oficiais invictos o Vasco baterá os seguintes recordes:
Interno
Terceira maior sequência geral (incluindo amistosos) de jogos invictos da sua própria história (1949/50 & 1992/93)
Externo
Maior sequência de jogos oficiais invictos da história do Internacional-RS (1984)
Maior sequência de jogos oficiais invictos da história do Remo (1978/79)
Se completar 34 jogos oficiais invictos o Vasco baterá o seguinte recorde:
Externo
Maior sequência de jogos oficiais invictos da história do Flamengo (1978/79)
Se completar 35 jogos oficiais invictos o Vasco baterá os seguintes recordes:
Interno
Segunda maior sequência geral (incluindo amistosos) de jogos invictos da sua própria história (1952/53)
Externos
Maior sequência de jogos oficiais invictos da história do Corínthians (1957)
Maior sequência de jogos oficiais invictos da história do Cruzeiro (2002/2003)
Se completar 36 jogos oficiais invictos o Vasco baterá os seguintes recordes:
Internos
Maior sequência geral (incluindo amistosos) de jogos invictos da sua própria história (1945/46)
Terceiro maior período invicto de sua história (7 meses e 5 dias)
Externo
Maior sequência de jogos oficiais invictos da história do Goiás (1975)
Se completar 37 jogos oficiais invictos o Vasco baterá o seguinte recorde:
Externo
Maior sequência geral (incluindo amistosos) de jogos invictos da história do Ceará (1984)
Se completar 38 jogos oficiais invictos o Vasco baterá os seguintes recordes:
Externos
Maior sequência geral (incluindo amistosos) de jogos invictos da história do Corínthians (1957)
Maior sequência geral (incluindo amistosos) de jogos invictos da história do Goiás (1975)
Se completar 39 jogos oficiais invictos o Vasco baterá os seguintes recordes:
Externos
Maior sequência de jogos oficiais invictos da história do Bahia (1982)
Maior sequência geral (incluindo amistosos) de jogos invictos da história do Cruzeiro (1969)
Maior sequência geral (incluindo amistosos) de jogos invictos da história do Sport (1961)
Se completar 40 jogos oficiais invictos o Vasco baterá os seguintes recordes:
Interno:
Segundo maior período invicto de sua história (7 meses e 18 dias)
Externos
Maior sequência de jogos oficiais invictos da história do Grêmio (1931/32/33)
Maior sequência geral (incluindo amistosos) de jogos invictos da história do Palmeiras (1971/72)
Maior sequência geral (incluindo amistosos) de jogos invictos da história do Remo (1988/89)
Se completar 41 jogos oficiais invictos o Vasco baterá o seguinte recorde:
Externo:
Maior sequência geral (incluindo amistosos) de jogos invictos da história do América-MG (1920/21)
Se completar 42 jogos oficiais invictos o Vasco baterá os seguintes recordes:
Interno:
Maior período invicto de sua história (7 meses e 26 dias)
Externo:
Maior sequência de jogos oficiais invictos da história da Desportiva-ES (1967/68)
Se completar 43 jogos oficiais invictos o Vasco baterá o seguinte recorde:
Externo:
Maior sequência geral (incluindo amistosos) de jogos invictos da história do Atlético-MG (1931/32/33)
Se completar 45 jogos oficiais invictos o Vasco baterá os seguintes recordes:
Externos:
Maior sequência de jogos oficiais invictos da história do Botafogo (1977/78)
Maior sequência geral (incluindo amistosos) de jogos invictos da história do Internacional-RS (1934/35)
Se completar 46 jogos oficiais invictos o Vasco baterá o seguinte recorde:
Externo:
Maior sequência de jogos oficiais invictos da história do São Paulo (1974/75)
Se completar 47 jogos oficiais invictos o Vasco baterá o seguinte recorde:
Externo:
Maior sequência geral (incluindo amistosos) de jogos invictos da história do Bahia (1982)
Se completar 48 jogos oficiais invictos o Vasco baterá o seguinte recorde:
Externo:
Maior sequência geral (incluindo amistosos) de jogos invictos da história do São Paulo (1974/75)
Se completar 49 jogos oficiais invictos o Vasco baterá o seguinte recorde:
Externo:
Maior sequência geral (incluindo amistosos) de jogos invictos da história do Santa Cruz (1978/79)
Se completar 52 jogos oficiais invictos o Vasco baterá o seguinte recorde:
Externo:
Maior sequência geral (incluindo amistosos) de jogos invictos da história da Desportiva-ES (1967/68)
Se completar 53 jogos oficiais invictos o Vasco baterá os seguintes recordes:
Externos:
Maior sequência geral (incluindo amistosos) de jogos invictos da história do Botafogo (1977/78)
Maior sequência geral (incluindo amistosos) de jogos invictos da história do Flamengo (1978/79)
Se completar 54 jogos oficiais invictos o Vasco baterá o seguinte recorde:
Externo:
Maior sequência geral (incluindo amistosos) de jogos invictos da história do Grêmio (1931/32/33)
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*Não foram pesquisados os principais clubes do Distrito Federal e também dos seguintes estados: Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, Sergipe e Tocantins.
**Ficaram fora da lista clubes pesquisados que não obtiveram ao menos 20 jogos oficiais invictos em sua história, casos de Fluminense e Ponte Preta, entre outros.
*** Para todos os clubes do país consideramos como parte da sequência dita oficial, torneios e taças disputadas por eles ao longo da trajetória invicta obtida.
****Só foi considerada uma sequência de jogos oficiais dos clubes se durante o decorrer dela o time não tenha perdido qualquer partida, inclusive amistosa.
*****Não fizeram parte da contagem jogos válidos por “Torneio Início”, pois o tempo de disputa das partidas não se adequava aos padrões universais.
Naquela que seria a mais importante partida do Campeonato Carioca até ali, Vasco e América se defrontariam em São Januário, num clássico imprevisível.
A equipe de São Januário fora derrotada dentro de casa pelo Fluminense e computava com este revés inesperado (o tricolor até aquele jogo já havia perdido três vezes no campeonato), mais um empate diante do São Cristovão em 2 x 2, a perda de três pontos. Somara até ali 11, em 14 disputados.
Já os rubros, em busca do bicampeonato, vinham atropelando seus adversários e mantinham 100% de aproveitamento. A equipe de Campos Sales goleara o SC Brasil, da Urca, por 5 x 1; o Andarahy (6 x 0); o Bonsucesso, fora de casa (7 x 0), vencera dois clássicos, contra Botafogo (3 x 2) e Flamengo (3 x 1) e vinha ainda de uma vitória frente ao Syrio e Libanez, no campo do adversário, pelo placar de 3 x 2.
Adversários esmagados pelo América deram mais trabalho ao Vasco. O Andarahy tomou de 2 x 0 e o Bonsucesso caiu por um escore apertado: 2 x 1. Ambas as partidas realizadas longe de São Januário. Já o Syrio e Libanez dera trabalho aos dois clubes, tendo sucumbido diante do Vasco por 4 x 3.
Mas os camisas negras haviam aplicado também duas retumbantes goleadas. O SC Brasil, espécie de saco de pancadas da época, apanhou de 5 x 0. Já contra o Bangu um escore abusado. O Vasco meteu 9 x 1 no adversário.
Pela distância em termos de pontos perdidos caberia ao Vasco embrenhar-se ao máximo para vencer, reduzindo o prejuízo, ainda mais por atuar em casa na ocasião.
A diretoria cruzmaltina fez circular antes do início da partida um boletim aconselhando moderação nas manifestações, o que na prática não adiantou nada, pois vaias foram ouvidas de quando em quando durante o espetáculo. O estádio estava repleto de torcedores.
A partida começa com o América em cima e o arqueiro vascaíno Valdemar é obrigado a praticar duas defesas quase consecutivas. Primeiro num chute de Sobral, e após nova carga do adversário novamente teve de trabalhar num tiro mais próximo ainda de sua meta, desferido por Oswaldinho.
O Vasco se refaz do susto e logo em seguida ameaça. Primeiro numa conclusão fraca, defendida por Joel e depois com Russinho, que atirou por cima da trave uma oportunidade para marcar.
Pouco depois a meta americana quase caiu pela primeira vez. Em potente petardo desferido por Mário Matos a bola explodiu na trave, para sorte dos rubros.
Aos 11 minutos surge o primeiro tento da tarde. Numa blitz cruzmaltina à área adversária Fausto pegou o rebote e bateu em gol. A bola chegou ainda a tocar em Hildegardo antes de entrar. Vasco 1 x 0.
Jornal do Brasil (03/06/1929)
A partida se torna mais renhida, porém é mesmo o Vasco quem volta ao ataque. Desta vez Mário Matos acerta o alvo, mas Joel mergulha para defender e evitar mais um.
Outra vez os camisas negras no ataque. Santana centrou, Joel fez defesa parcial, mas o gol ficou aberto. Pepico aproveitou o rebote e mandou na direção certa, mas no meio do caminho a pelota encontrou a cabeça de Hildegardo. Quase o segundo
Aos 30 minutos bela combinação do ataque vascaíno. Pepico avançou, passou a Santana que balançou as redes num arremate preciso. Vasco 2 x 0.
A primeira etapa termina com total domínio da equipe anfitriã em campo. Parecia ter sido escolhido a dedo o dia de uma grande atuação do onze comandado por Harry Welfare.
O segundo tempo começa mais equilibrado. Os dois times chegam à frente, trazendo perigo às respectivas metas.
Substituição no plantel americano. Sai Gilberto e entra Mário Pinto no meio, trocando de posição no campo com Sobral, que cai para a extrema.
O Vasco volta a ameaçar o arco de Joel. Santana escapa e serve a Russinho, que dispara para a meta, mas Joel executa linda defesa. O guarda metas rubro faria outra logo em seguida.
Mas o América está vivo. Em cobrança de falta Valdemar é chamado a intervir a fim de impedir a mexida no marcador.
Nos últimos 10 minutos o time visitante parte com tudo para descontar. Após um tento bem anulado, consignado por Oswaldinho, surge a oportunidade de os rubros marcarem quando Fausto põe a mão na bola dentro da área e comete pênalti. Oswaldinho bate bem e diminui, aos 33 minutos.
O Vasco promove uma alteração. Entra João Mello no lugar de Santana.
As duas equipes não conseguem criar novas chances cristalinas de gol até o fim do espetáculo, que termina com um merecido triunfo do quadro cruzmaltino.
A vitória alcançada pelo Vasco reduzia a distância entre ele e o líder, que acabara de derrotar. O São Cristovão, com quatro pontos perdidos mostrava-se também disposto a chegar ao topo da tabela, mas conforme o campeonato foi seguindo era nítido para o público carioca quem de fato poderia se sagrar campeão: América ou Vasco.
O Coritiba havia sido Campeão Brasileiro uma única vez, no ano de 1985. Lela, um dos destaques do time na ocasião, fez gols importantes, entre eles o da classificação alviverde para as oitavas-de-final da competição, no último minuto da partida disputada no Couto Pereira diante do já eliminado Santos.
A equipe praiana sucumbiu no fim, mas triste mesmo ficou a galera do Fluminense, esperançosa ainda pelo Bicampeonato Brasileiro, caso o Coxa tropeçasse em casa naquela rodada derradeira da fase de classificação. Um sonho que seu ex-atleta Lela, mal aproveitado pelo Flu em 1982, fez virar pesadelo, com direito à tradicional careta, marca característica de suas comemorações a cada gol marcado.
Naquela quarta-feira à noite em São Januário, quase 26 anos depois, seria realizada a primeira partida decisiva da Copa do Brasil. Vasco e Coritiba jamais haviam ganho aquele troféu e o Vasco não conquistava um campeonato há 8 anos, diferentemente do Coxa, Bicampeão Paranaense, invicto inclusive naquele ano e tendo construído um recorde de jogos sem perder difícil de ser batido na década: 29 partidas oficiais, entre elas uma goleada em casa diante do Palmeiras por sonoros 6 x 0.
Camisa por camisa a do Vasco tinha mais peso, mas tratava-se de uma decisão inédita e a finalíssima seria em Curitiba. Era recomendável ao Gigante da Colina, portanto, vencer em casa a fim de ter mais tranquilidade para jogar no sul.
Tinha o Vasco um bom elenco, no qual destacavam-se Fernando Prass, Dedé, Felipe e Diego Souza, embora coadjuvassem bem a equipe outros nomes, entre os quais o filho de Lela, Alecsandro.
Já a equipe paranaense, dirigida por Marcelo Oliveira possuía alguns nomes de destaque como Rafinha e Anderson Aquino, mas sua força vinha mesmo do conjunto. Um time bem distribuído em campo e com um contra-ataque muito veloz.
A partida começa truncada, com o Vasco buscando brechas para penetrar na área inimiga e o Coritiba apostando nos contragolpes para surpreender o adversário.
Aos 17 minutos Jonas investe pela direita do ataque, entrega a Bill, que gira o corpo e bate de esquerda, próximo à área. Fernando Prass defende parcialmente e no rebote Allan alivia o perigo.
Aos 20 chega pela primeira vez o Vasco, após passe magistral de Felipe para Diego Souza, nas costas da defesa paranaense. O meia recebe na área, o goleiro Edson Bastos dá combate, enquanto Lucas Mendes, esperto na jogada, chega na cobertura. Apertado no lance Diego Souza ainda consegue girar para em seguida arrematar rasteiro, porém sem muita força. Bastos estica o braço e manda à córner.
O jogo chega ao intervalo sem outra chance clara de gol para quaisquer dos lados. O time comandado pelo treinador Ricardo Gomes precisaria ser mais enfático no segundo tempo para conseguir a vitória.
Iniciada a etapa derradeira o panorama pouco mudou. O Vasco tomava a iniciativa, o Coritiba aguardava a chance de contra-atacar.
Aos 5 minutos tudo muda. Bernardo gira pelo meio e entrega a Diego Souza, que abre na direita a Allan. O centro na primeira trave encontra a cabeça de Alecsandro, que se antecipa à zaga para marcar o gol vascaíno fazendo estremecer o estádio de São Januário. O centroavante cruzmaltino comemora tal qual o pai fazia, com uma careta até mais dócil. Vasco 1 x 0.
A equipe coxa branca, em desvantagem, arrisca mais nas manobras ofensivas. Aos 16 minutos Léo Gago faz lançamento para a área e Bill ganha de Anderson Martins e Dedé para em seguida bater de esquerda à queima roupa, mas Fernando Prass pratica ótima defesa, rebatendo a pelota, afastada da área em seguida por Anderson Martins.
A partida é pegada, movimentada. As faltas começam a se suceder e numa delas, com a barreira postada no centro da meia lua, Bernardo bate de curva e quase acerta o alvo. A bola chega a tocar na rede, mas pelo lado de fora. Eram decorridos 39 minutos na ocasião.
Já no período de acréscimos o Coritiba constrói seu ataque mais perigoso no jogo. O goleiro Edson Bastos da intermediária de seu campo estica na direita e encontra Leonardo (que substituíra Bill). Ele recolhe e toca no meio para Rafinha fazer grande jogada. O meia-atacante consegue se desvencilhar de dois adversários e cruza da direita, por baixo, na primeira trave. Anderson Aquino tem a chance, mas atira fora, ante à chegada da defensiva vascaína no lance.
Pouco depois o árbitro encerra o espetáculo e o Vasco põe uma das mãos na taça. Para conquistá-la na semana seguinte precisaria novamente da ajuda de Alecsandro, que com gols e caretas estava próximo de escrever seu nome na história de uma conquista inédita para o clube.
O Globo (02/06/2011)
Outros jogos do Vasco em 01 de junho:
Carioca 2 x 4 Vasco (Carioca 1924)
Goytacaz 1 x 2 Vasco (Amistoso 1952)
Santos 2 x 3 Vasco (Torneio Rio-SP 1957)
Combinado de Trondheim-NOR 0 x 11 Vasco (Amistoso 1961)
Seleção da Austrália 0 x 1 Vasco (Torneio Internacional da Austrália 1985)
Na noite desta terça-feira novamente o Vasco sofreu prejuízos capitais de arbitragem, que lhe tiraram mais uma vitória.
No lance do gol marcado pelo Audax aos 28 minutos do 1º tempo, quando o Vasco já vencia por 1 x 0, Léo Artur estava em posição de impedimento e mesmo assim concluiu para gol. Pikachu rebateu e na sobra saiu o tento da equipe anfitriã.
Na segunda etapa, aos 19 minutos, em córner a favor do Vasco, cobrado da direita, o zagueiro Velicka puxou a camisa de Rodrigo dentro da área, deslocando-o e impedindo que o beque cruzmaltino pudesse chegar na bola. Rodrigo inclusive foi ao solo na oportunidade. O lance ocorreu na frente do árbitro, que tinha a visão limpa da jogada. Diego Almeida Real, entretanto, nada marcou, prejudicando o Vasco mais uma vez.
Finalmente, aos 47 minutos e 50 segundos, na última bola do jogo, esta foi levantada na área do Oeste/Audax, Rodrigo cabeceou para o lado esquerdo e Caio Monteiro recebeu em condições de marcar, próximo à pequena área, mas o lance foi paralisado pela marcação de impedimento inexistente. O mesmo bandeirinha errou duas vezes contra o Vasco, portanto. No primeiro e no segundo tempo.
Entra jogo, sai jogo e a arbitragem (juiz, auxiliar) permanece prejudicando o Vasco em lances capitais e por vezes conseguindo que tais erros nos tirem vitórias como a do jogo diante do Oeste/Audax.
Ainda assim o Vasco fechou a rodada líder invicto da competição e já somando 32 jogos oficiais sem perder. Pelo visto a sequência deve estar desagradando muita gente…
Na luta pela liderança do Torneio Municipal em 1948, o Vasco, Campeão Sul-Americano Invicto, enfrentaria o Flamengo no campo das Laranjeiras.
O Tetracampeão da cidade, entretanto, preferiu atuar com seu time titular no Quadrangular de Belo Horizonte. A competição, da qual participavam os mineiros América e Atlético tinha também a participação da equipe do São Paulo. Mesmo tendo sido derrotado pelo América-MG por 4 x 2 na rodada inicial três dias antes (ocasião na qual foi inaugurado o estádio do adversário), o Vasco não abriu mão de manter a equipe principal naquele certame e a reserva na competição municipal.
Com isso, no mesmo dia o Almirante atuaria em dois clássicos brasileiros tradicionais. Contra o Bicampeão Mineiro jogariam os titulares e frente ao líder invicto do Municipal, há 14 jogos sem perder na temporada, atuariam os reservas.
Em Belo Horizonte a partida foi definida a favor do Vasco com um gol no início de cada tempo.
Com apenas cinco minutos de jogo o “half” direito Mexicano jogou contra o patrimônio, desviando a bola para as redes atleticanas num auto gol.
Apesar da tentativa de reação do onze carijó na primeira etapa, Barbosa e as traves salvaram a equipe de São Januário do empate.
Logo aos três minutos do período final, Dimas marcou o segundo, escorando um centro de Djalma.
Mesmo após ter levado mais um gol o time mineiro permaneceu valente no gramado e esteve várias vezes por descontar a vantagem adversária, mas a defensiva vascaína e particularmente Barbosa bloquearam as intenções contrárias e mantiveram o resultado, enquanto o quinteto ofensivo treinado por Flávio Costa levava à loucura a defesa mineira, com boa movimentação e troca de posições. Placar final, 2 x 0.
Os melhores do Vasco foram Barbosa, Rafanelli, Danilo e Ademir, destacando-se pelo galo mineiro o clássico zagueiro Murilo e o meia Lauro.
No Torneio Municipal, cerca de uma hora e meia após o início de Atlético-MG e Vasco em Belo Horizonte, o Almirante entrava em campo com o seu já famoso “Expressinho”, time reserva. O Fla havia perdido apenas um ponto no certame, contra dois do time de São Januário, mas ambos permaneciam invictos no torneio.
A equipe rubro-negra atuaria desfalcada de Jair Rosa Pinto e Zizinho, mas mesmo assim era considerada levemente favorita, diante de um Vasco sem qualquer das estrelas que despontaram no Sul-Americano meses antes.
Jogando contra o vento na primeira etapa, o Vasco não comprometia em campo, mas aos 16 minutos foi surpreendido com um gol até certo ponto inesperado.
Interrompendo manobra ofensiva do rubro-negro Vevé, Laerte foi obrigado a cortar para escanteio. Na cobrança efetuada pelo próprio Vevé a bola chegou à cabeça de Durval e foi às redes. Fla 1 x 0.
O empate do Vasco surgiu dois minutos depois, após uma jogada armada por Nestor na direita, aproveitando-se da falha do lateral Miguel, que lhe deu espaço para o lançamento, executado de forma precisa na direção de Ipojucan. O ponta de lança vascaíno teve tranquilidade para igualar o marcador.
Aproveitando-se da desorganização defensiva do adversário, Pacheco, e depois Nestor, perderam chances preciosas para virar o placar ainda antes do intervalo.
Encerrado o primeiro tempo, a atuação do Vasco fazia crer ao público que lotava as dependências do estádio das Laranjeiras ser uma questão de tempo a construção da vitória cruzmaltina, pois se contra o vento fora superior ao rival, com a natureza a seu favor a tendência era o Expressinho exercer um domínio ainda maior.
Ocorre que o time da Gávea voltou para a segunda etapa melhor estruturado e consciente em campo. Não se aventurava em bolas longas, alçadas, mas sim procurava manter a pelota no chão.
Depois de reequilibrar a partida nos primeiros 15 minutos, o Flamengo passou a dominar as ações e no tempo restante, principalmente nos últimos 20 minutos, foi grande a pressão, a ponto de um novo tento rubro-negro não ter saído por puro capricho (ou falta dele). Na melhor oportunidade Gringo cabeceou e Durval emendou livre, mas por cima da meta defendida por Barqueta.
O tempo foi passando e a sensação dos presentes era de um empate definitivo no clássico.
A 20 segundos do fim, entretanto, a cidadela rubro-negra cairia pela segunda vez. Gringo tentou um passe no meio de campo, a bola bateu no árbitro e sobrou para Tuta. O ponta atraiu Vaguinho e centrou na direção de Pacheco. O centroavante avançou e deu a Ipojucan, que entre dois zagueiros adversários controlou a bola, ameaçou chutar de um lado e com o pé direito arremessou no outro, enganando Luís Borracha e fechando o marcador. Vasco 2 x 1. Delírio da galera cruzmaltina. Dupla alegria dela naquela tarde de domingo.
Era a quarta vitória seguida do Vasco sobre o rival. E mais viriam na sequência. Questão de tempo.
O Globo (31/05/1948)
A Noite (31/05/1948)
Jornal do Brasil (31/05/1948)
Jornal dos Sports (01/06/1948)
Outros jogos do Vasco em 30 de maio:
30/05 – Vasco 5 x 4 Bangu (Carioca 1926)
30/05 – Vasco 1 x 0 Carioca (Carioca FMD 1937)
30/05 – Vasco 1 x 0 São Paulo (Torneio Rio-São Paulo 1954)
30/05 – Alemannia Aachen-ALE 2 x 3 Vasco (Amistoso 1961)
30/05 – Comerciário-SC 0 x 2 Vasco (Amistoso 1965)
30/05 – Tupi-MG 1 x 4 Vasco (Taça Cidade Juiz de Fora 1986)
30/05 – Universidade Autônoma Guadalajara-MEX 0 x 1 Vasco (Amistoso 1990)
O dia 29 de maio marca muitas vitórias do Vasco ao longo de sua jornada futebolística, mas dois títulos inesquecíveis, no espaço de 11 anos entre um e outro, merecem destaque hoje.
Primeiramente vamos falar do título conquistado de Bicampeão da Taça Guanabara em 1977.
A campanha do Vasco fora quase irrepreensível. Na quarta rodada uma inesperada derrota frente ao América por 1 x 0 (fruto de uma falta inexistente marcada a favor do diabo) seria o único dia de tristeza dos vascaínos naquele turno do Campeonato Carioca de 1977.
Nas outras 12 partidas disputadas a equipe de São Januário conquistou 12 vitórias. Derrotou nos clássicos o Flamengo por 3 x 0 e o Fluminense pela contagem mínima, goleou o Madureira por 7 x 1, o Bangu pelo placar de 6 x 0 e acumulou mais oito triunfos diante de Goytacaz, Campo Grande, Olaria, São Cristovão, Volta Redonda, Portuguesa, Bonsucesso e Americano. Trinta e oito gols marcados e quatro sofridos nos referidos jogos.
O Globo (30/05/1977)
O Botafogo também mantinha uma performance exemplar no turno até tropeçar na quinta rodada diante do Flamengo (derrota por 2 x 1). Em seguida empates contra o Americano, em Campos, e Bangu no Maracanã. Nos outros 10 jogos, porém, nenhum ponto perdido.
Na estreia contra o bicampeão Fluminense, vitória por 2 x 0. A equipe despacharia também o América pelo mesmo placar, aplicaria impressionantes 8 x 0 no Campo Grande, 6 x 0 no Olaria, além de passar por Volta Redonda, Portuguesa, São Cristovão, Madureira, Bonsucesso e Goytacaz. Apenas naqueles 10 compromissos havia marcado 33 gols, sem sofrer um sequer.
Vasco, 38 gols marcados e 5 sofridos, contra Botafogo, 36 gols marcados e 4 sofridos. Ambos haviam perdido uma vez, ambos definiram partidas com gols no final. O Botafogo na Ilha, frente à Portuguesa, através de Dé, na terceira rodada (1 x 0), o Vasco com Roberto, diante do Bonsucesso, em São Januário, na 12ª rodada (2 x 1).
Além disso, uma dupla que brilhara nos últimos dois estaduais, Roberto e Dé, estava agora separada. Dé marcara até ali 11 gols pelo Botafogo, Roberto 14, pelo Vasco.
O goleiro alvinegro Zé Carlos não era vazado há 557 minutos e o alvinegro tinha naquele momento a melhor defesa da competição.
Junto a Zé Carlos, o Botafogo poderia contar também com Perivaldo na lateral direita e Rodrigues Neto na esquerda. Um meio campo de respeito no qual Carbone, Paulo César Caju e Mário Sérgio alimentavam o ponta de lança Manfrini, o extrema direita Gil e finalmente o oportunista Dé. A zaga, formada por Osmar e Odélio – que substituía desde o meio do turno o ex vascaíno Renê – não poderia ser muito contestada pela performance das seis últimas partidas, embora individualmente o quarto zagueiro fosse considerado o mais frágil do onze alvinegro.
Já o Vasco tinha no gol Mazaropi, herói da conquista da mesma taça no ano anterior e que tentava fazer a torcida esquecer de Andrada, apesar de já ser titular do gol vascaíno há quase um ano e meio. Nas duas laterais a tenacidade de Orlando Lelé e a classe de Marco Antônio. Na zaga pouco virtuosismo, mas muita disposição. Abel e Geraldo impunham respeito aos adversários. No meio campo um trio que se encaixara com Zé Mário, Zanata e o motor da equipe, Dirceu. Na frente, cheio de ginga e dribles, Wilsinho levava à loucura os laterais adversários, Ramon, oriundo do futebol pernambucano, vivia grande fase, marcando gols (nove ao todo) e caindo no gosto da galera. Mas a figura de destaque permanecia mesmo sendo Roberto, decisivo como artilheiro ou mesmo garçom, tal qual foi na partida diante do Fluminense, quando pôs o companheiro Ramon na cara gol com um passe preciso. A fé da torcida cruzmaltina residia principalmente nele.
O Botafogo entrava em campo para impedir o título do Vasco. Uma vitória por qualquer placar levaria as duas equipes a decidir a Taça Guanabara numa partida extra. Já o Gigante da Colina, atuava pelo empate e mesmo derrotado ainda teria outra oportunidade para ser campeão.
O primeiro tempo foi do Botafogo, que apesar do jogo truncado conseguiu chegar perto de marcar por três vezes.
Na primeira delas, aos 10 minutos, Mário Sérgio cobrou falta e Marco Antônio ao tentar cortar por pouco não marcou contra. A bola passou rente à trave de Mazaropi.
Aos 26 uma excelente oportunidade perdida por Dé. O centroavante recebeu ótimo lançamento de Paulo César e frente a frente com Mazaropi chutou em cima do goleiro vascaíno, para desespero da galera alvinegra, presente ao Maracanã.
Aos 31 foi a vez de Mário Sérgio errar um chute de esquerda, quando tinha condições de marcar.
Se na primeira etapa o Vasco foi ineficaz ofensivamente, logo no início do segundo tempo foi mortal.
Aos 2 minutos Orlando Lelé desceu pela direita, chegou próximo à linha de fundo e cruzou de curva para Roberto que com uma cabeçada fulminante vazou Zé Carlos, após 604 minutos de invencibilidade do arqueiro botafoguense. Vasco 1 x 0.
No minuto seguinte, quase o Vasco aumenta. Zanata avança até a intermediária adversária e entrega a Roberto, que devolve ao companheiro e se desloca para a direita. Zanata percebe o movimento do artilheiro e entrega limpa. Dinamite avança, mas na hora do arremate chuta fraco, para boa defesa de Zé Carlos.
Refeito do gol tomado o Botafogo volta à carga e Dé desperdiça mais uma oportunidade, após receber bom passe de Rodrigues Neto e invadir a área pela direita. Mazaropi, com muito arrojo, mergulha a seus pés, evitando o tento de empate alvinegro.
Jornal do Brasil (30/05/1977)
O técnico Sebastião Leônidas dá sua última cartada. Tira Carbone, um volante mais recuado e põe outro meia, mais avançado e veloz, na sua vaga. Luisinho Rangel entra, acelera o jogo, e quase marca aos 26, não fosse boa intervenção de Mazaropi.
Mas se o Botafogo ganha força nas manobras ofensivas com a substituição, por outro lado sua defesa está cada vez mais exposta e aos 27 minutos tem o Vasco a chance de ampliar o marcador, após boa jogada de Roberto na esquerda, que tabela com Dirceu, invade, fica sem ângulo para o arremate e serve Wilsinho na direita. O ponteiro conclui fraco e permite a defesa segura de Zé Carlos.
Aos 29 nova carga cruzmaltina. Numa cobrança de falta mal executada por Mário Sérgio, no campo de ataque, próximo à área, a bola sobra nos pés de Zanata. Daí parte um lançamento na direita para Fumanchu, que substituíra Wilsinho um pouco antes. O ponta avança e cruza para Roberto. O centroavante toca mais atrás, na direção de Dirceu, livre, bem próximo à área. O meia chuta fraco, a pelota desvia em Osmar e quase engana Zé Carlos. Foi por pouco.
Aos 31 não houve jeito. Mário Sérgio perde a bola para Zé Mário, que faz excelente lançamento em profundidade para Roberto, deslocado pela esquerda. A defesa do Botafogo pára, pedindo impedimento (inexistente). Dinamite avança, corta para o meio, passa por Odélio e atira por baixo, sem defesa para Zé Carlos. Liquidada a fatura. Vasco 2 x 0.
Torcida saúda a equipe vencedora com faixas e muita festa. O Globo (30/05/1977)
Os 14 minutos finais foram de festa da torcida cruzmaltina nas arquibancadas – maioria evidente entre os mais de 131 mil torcedores pagantes – e de aguardo do time dirigido por Orlando Fantoni pelo apito final.
Consumada a vitória o Vasco fazia a mais impressionante campanha de toda a história da Taça Guanabara até ali e vislumbrava até mesmo vencer o Campeonato Carioca direto, o que seria possível se viesse a conquistar também o segundo turno da competição. Seu vice na classificação final do turno, Flamengo, viria a ser o grande adversário no returno daquele certame.
………
O Globo (30/05/1988)
Onze anos depois o time cruzmaltino se via diante de um incômodo tabu. Iria para a sua oitava decisão de taça contra o Fluminense, mas perdera as últimas sete. A única vitória ocorrera no distante ano de 1946, quando numa melhor de três o Expresso foi vitorioso e campeão, dentro de São Januário, vencendo por 1 x 0 o time de Ademir Menezes na ocasião, com um gol do ponteiro esquerdo Chico e se sagrando Tricampeão Municipal.
O Fluminense estava muito próximo de alcançar o título da Taça Rio, mas a perda de dois pontos nas duas rodadas anteriores contra a Cabofriense, fora de casa, e no clássico diante do Flamengo, ambos sem abertura da contagem, pôs o time das Laranjeiras em igualdade de condições com o Vasco, que perdera três pontos nas quatro primeiras rodadas, mas vencera posteriormente seis partidas seguidas.
O Vasco contava com Acácio, Paulo Roberto, Donato, Fernando e Mazinho na defesa, o brilho de Geovani no meio, a imprevisibilidade de Vivinho na direita do ataque e a impetuosidade do artilheiro Romário na frente.
Já o Fluminense, do experiente goleiro Paulo Victor, tinha do lado esquerdo da defesa seus maiores nomes no setor, Ricardo Gomes e Eduardo, trouxera Jorginho Putinacci, meia de destaque no Palmeiras por oito anos, mas trazido do Corínthians, após uma temporada na equipe do Parque São Jorge, além de dois remanescentes, na parte ofensiva, do time Tricampeão Carioca e Campeão Brasileiro, entre os anos de 1983 e 1985: Washington e Tato.
O tricolor começa melhor a partida.
Logo aos 3 minutos, Jorginho toca a Edinho na direita. O lateral cruza, João Santos briga com a zaga vascaína e a bola sobra para Jorginho, que dentro da área tenta o toque por cobertura, mas erra o alvo.
Aos 4 Washington é lançado na esquerda. Tal qual um ponta ele dribla Donato e cruza na área. Jorginho chuta forte de esquerda, mas Acácio faz grande defesa. No rebote Mazinho sofre falta e o Vasco escapa de levar o primeiro.
Aos 8 a primeira estocada cruzmaltina. Henrique dá curto para Romário na intermediária. O baixinho encara a marcação de dois adversários e no bate rebate a pelota sobra na frente entre Vica e o insistente Romário, que na tentativa da passagem pelo beque tricolor vê a bola repicar e se apresentar a William. O meia avança e bate de esquerda. Paulo Victor rebate e a sobra fica para Vivinho na direita. O cruzamento sai, mas Eduardo desvia à escanteio.
Aos 10 Jorginho cobra córner da esquerda por baixo e no primeiro pau. Tato desvia para o meio da área e Leomir complementa sem muita força, possibilitando a defesa de Acácio para córner.
Jornal do Brasil (30/05/1988)
A proposta das duas equipes é clara. O Flu toma a iniciativa do jogo e busca o lado esquerdo de seu ataque para as manobras ofensivas, enquanto o Vasco usa a velocidade de Vivinho nos contragolpes, contando também com a explosão de Romário nas arrancadas.
Aos 26 Fernando parte do meio campo, mais pelo lado esquerdo, cheio de disposição, tabela com Romário e recebe na área para marcar, mas o bandeira marca impedimento no lance, frustrando a comemoração da galera vascaína e do próprio zagueiro, após o juiz já ter dado o gol como válido. A marcação do auxiliar, entretanto, fora correta.
Aos 38 Jorginho toca para João Santos na direita, se desloca, recebe de volta e tenta novamente um passe ao companheiro, já posicionado no meio da área. João Santos divide com a zaga e a bola sobra para Tato. O chute, próximo à marca do pênalti, é desviado por Mazinho de leve e impede a defesa de Acácio. Flu 1 x 0.
Aos 49 minutos o primeiro tempo é encerrado com muito mais catimba que futebol após o gol tricolor.
A partida recomeça com o Vasco mais avançado e o Fluminense optando pela cadência em campo.
Aos 8 minutos, Paulo Roberto cobra falta com violência próximo ao bico direito da área, Paulo Vitor rebate e a bola sobra na esquerda para Mazinho, que tenta o cruzamento, mas é travado por Washington, ganhando apenas o escanteio.
O Vasco é só pressão e aos 15 minutos Paulo Roberto, muito acionado na segunda etapa, cruza para William, que faz o giro de corpo sobre o zagueiro Ricardo Gomes e bate de direita. Paulo Victor estica os braços e faz a defesa, mandando à córner.
Aos 20 minutos o técnico Sebastião Lazaroni promove uma alteração no time que mudaria a história da decisão. Bismarck, de 18 anos, entraria no lugar de William, apenas 11 meses mais velho e também bom de bola. Parecia uma troca de seis por meia dúzia.
A partida seguia indefinida. Tato, várias vezes lançado nas costas de Paulo Roberto, parava na cobertura ao lateral, enquanto o vascaíno alçava bolas na área, mas sem resultado. O Flu parecia mais cansado, o Vasco mais tenso. E o relógio andava cada vez mais rápido para um e lento para outro.
Aos 31, em mais um avanço de Paulo Roberto pela direita – marcado por Tato – o cruzamento sai à meia altura. Henrique tenta a cabeçada, mas a bola passa por ele, que acaba involuntariamente fazendo um corta luz no lance. A pelota chega ao peito de Romário. O baixinho mata a bola e toca curto a Bismarck. Sem possibilidade de chute o meia devolve ao artilheiro, que bate desequilibrado pela linha de fundo.
Aos 34 um resumo do fôlego das duas equipes em campo. Paulo Roberto avança desde o meio campo, recebe, chega ao fundo sem marcação e centra na área. A bola é cortada pela zaga tricolor e Vica estica a Tato na esquerda. Ele avança e tenta o drible ainda no seu campo. Donato rebate e Paulo Roberto se esforça num carrinho para evitar a saída da bola pela linha lateral.
Aos 35 Bismarck faz jogada individual na direita, é tocado por Jandir e cava a falta. Na cobrança Paulo Roberto levanta na área, Bismarck cabeceia entre os beques, Paulo Victor defende parcialmente e Vivinho surge no rebote para marcar, empatando o jogo.
A igualdade no marcador levaria à disputa de um jogo extra, três dias depois, mas se Paulo Roberto não se conformava com a derrota, Romário não aceitava o empate. Na primeira retomada de bola do Vasco, após uma blitz do ataque tricolor de quase dois minutos, iniciada a partir da nova saída dada, o baixinho recebeu de Geovani antes da intermediária do campo defensivo cruzmaltino e como se não houvesse marcação à sua frente foi avançando. Passou por Jandir, que tentou agarrá-lo, sem sucesso, dividiu com Vica e a bola sobrou para Vivinho na direita. O ponta avançou e deu de esquerda para o companheiro próximo à entrada da área. O artilheiro furou na primeira tentativa, mas mesmo assim recolheu a pelota e passou com um drible entre Leomir e Tato, tocando em seguida na saída de Paulo Victor. O goleiro fez milagre, esticando as mãos para evitar o tento, mas no rebote Bismarck empurrou para o gol vazio, virando o placar. Vasco 2 x 1.
Dali por diante o Fluminense, atordoado, não teve mais forças para reagir. O Vasco passou a tocar a bola e esperar o fim do jogo, da escrita e da Taça Rio.
O apito final do árbitro seria o início de um novo tabu. O Vasco ficaria sem perder uma decisão direta de taça para o Fluminense por mais de duas décadas.
Quanto aos maiores personagens da partida, Paulo Roberto teria coroado seu esforço com o título carioca menos de um mês depois, Bismarck se tornaria uma realidade para o futebol brasileiro ainda em 1988, Romário teria de esperar 12 anos para fazer um gol contra o Fluminense com a camisa do Vasco, mas marcaria muitos contra o adversário até o fim da carreira. E o tricolor Tato? Ele trocaria de lado na temporada seguinte, sagrando-se no Vasco Campeão Brasileiro pela segunda vez em sua carreira.
Jornal do Brasil (30/05/1988)
O Globo (30/05/1988)
Outros jogos do Vasco em 29 de maio:
29/05 – Vasco 6 x 1 Andarahy (Carioca 1927)
29/05 – Uberlândia 3 x 7 Vasco (Amistoso 1949)
29/05 – Deportivo La Coruña-ESP 1 x 6 Vasco (Amistoso 1955)
29/05 – Vasco 4 x 2 São Paulo (Amistoso 1960)
29/05 – Seleção da Nigéria 1 x 2 Vasco (Amistoso 1963)
29/05 – Vasco 1 x 0 Avaí (Brasileiro 1974)
29/05 – Nacional-AM 1 x 3 Vasco (Amistoso 1980)
29/05 – Vasco 3 x 1 Santos (Torneio dos Campeões 1982)
29/05 – Cruzeiro 1 x 2 Vasco (Taça Cidade Juiz de Fora 1987)
Ramon Platero, técnico bicampeão pelo Vasco em 1923/24, estava preocupado com razão para o clássico daquele domingo em São Januário.
A performance cruzmaltina na competição era inconvincente e até ali o time já tinha sofrido dois revezes, diante de Fluminense e América.
O Vasco havia iniciado o campeonato com dois triunfos , mas não vencia há três jogos e no último embate, diante do Madureira, decepcionara a sua torcida, obtendo apenas um empate, dentro de São Januário.
Já o Botafogo vinha se constituindo numa das grandes forças do certame até ali. Com exceção da derrota por 4 x 1 sofrida diante do Flamengo e do surpreendente empate com o Bonsucesso (2 x 2), seus outros adversários apanharam feio nos confrontos frente ao alvinegro. São Cristóvão e Madureira tomaram de cinco e o Fluminense caiu de quatro.
Tudo levava a crer que seria a forte defesa vascaína, composta pelo bom goleiro Nascimento, os dois beques, Florindo e Jahu e uma linha média de respeito, onde se destacava Zarzur, a grande arma do Vasco para segurar o ataque adversário no qual três figuras despontavam: Carvalho Leite Perácio e Patesko.
O alvinegro tinha ainda os irmãos Aymoré e Zezé Moreira, o primeiro como goleiro e o segundo na posição de médio, Nariz, destaque da zaga e Canali fechando com competência o setor defensivo pela esquerda, mas o ataque adversário era ainda uma incógnita. Gandulla e Emeal, trazidos do Ferro Carril Oeste, da Argentina, por uma pá de dinheiro ainda não haviam convencido, a posição de extrema direita já fora ocupada por Orlando, Armandinho e Lindo e as duas outras do ataque já preenchidas por cinco jogadores: Alfredo, Villadoniga, Gabardinho, Niginho e Fantoni. Antes da estreia de Emeal, quem atuava pela ponta esquerda era Luna, sacado do time para a entrada do compatriota, logo na terceira rodada.
O Vasco parecia ter um bom elenco, mas não tinha, de fato, ainda um time.
No clássico daquele domingo a vitória vascaína seria não só um sinal de melhora, mas também a chance de se igualar ao rival na tabela, enquanto para o Botafogo era a oportunidade de permanecer na liderança e se distanciar ainda mais do adversário.
A partida é lá e cá no início, mas as defesas prevalecem sobre os ataques.
Aos 9 minutos um lance de emoção e polêmica. Emeal dribla Zezé Moreira e avança pela esquerda. Já sobre a linha de fundo cruza. Aymoré falha e põe o balão de couro para dentro de seu próprio gol, mas o árbitro assinala saída de bola e o tento é anulado.
Melhor em campo o Vasco pressiona e aos 20 minutos Villadoniga cruza, mas Emeal atira mal, por cima da trave, perdendo ótima chance de inaugurar o marcador.
Volta a insistir o Vasco. Servido por Argemiro, Emeal avança e arremata para o gol, mas Aymoré defende com firmeza.
Finalmente um contragolpe do Botafogo funciona e Canali chuta no alto obrigando o goleiro Nascimento a mandar a bola para escanteio.
Logo em seguida, em novo ataque cruzmaltino, Gandulla passa a Gabardo, que corta para a direita e entrega atrás a Orlando. O chute tem endereço certo, mas Aymoré frustra a torcida vascaína praticando ótima defesa.
O Botafogo melhora na cancha e os últimos cinco minutos da etapa inicial pertencem ao onze de General Severiano, que faz a defesa cruzmaltina trabalhar para evitar sair atrás do placar antes do intervalo.
Na volta para a etapa derradeira o equilíbrio é grande e a volúpia pelo gol por parte das duas equipes aumenta.
O Vasco perde a primeira oportunidade de marcar com Villadoniga, que após receber passe de Emeal na boca do arco desperdiça a chance.
Logo em seguida, falta perigosa para o Gigante da Colina, cometida por Engel sobre Gabardo. Villadoniga cobra, mas não leva sorte. A bola estoura na trave superior de Aymoré e sai pela linha de fundo. O 0 x 0 teimoso permanece.
O time da estrela solitária não está morto e a prova disso é uma arrancada de Perácio, que atravessa boa parte do campo com a bola e cruza para Carvalho Leite cabecear por cima da trave, perdendo ótima oportunidade.
Aos 30 minutos surge o lance que definiria o jogo. Emeal desce pela esquerda e atira forte, Aymoré dá rebote e Orlando aparece para faturar. Vasco 1 x 0.
O Botafogo ainda tenta a reação, mas nem mesmo atrás do marcador consegue ser mais incisivo que o Vasco nas ações ofensivas.
A partida termina com a merecida vitória do quadro de São Januário.
Enquanto no Botafogo os destaques foram o goleiro Aymoré, além de Engel, Canali e Nariz, Emeal foi o grande nome do ataque cruzmaltino e Zarzur o maior destaque da partida, pelo equilíbrio em campo e grande espírito de luta.
A vitória vascaína punha a equipe empatada com o Botafogo e o deixava, por pontos perdidos, a um do Fluminense e dois do Flamengo. O campeonato se mostrava ainda indefinido àquela altura, quanto a seu favorito para vencê-lo.
Jornal do Brasil (29/05/1939)
O Globo (30/05/1939)
Outros jogos do Vasco em 28 de maio:
Vasco 2 x 1 Mangueira (Carioca – 2ª divisão 1922)
Nybro-SUE 1 x 4 Vasco (Amistoso 1959)
Vasco 2 x 1 São Cristovão (Carioca 1975)
Coritiba 0 x 2 Vasco (Brasileiro 1978)
Vasco 2 x 0 Portuguesa-SP (Taça Cidade Juiz de Fora 1986)
Vasco e América marchavam quase lado a lado na disputa pela conquista do Torneio Municipal daquele ano.
Os cruzmaltinos permaneciam com aproveitamento de 100% na competição, após derrotarem o Fluminense (3 x 1), Canto do Rio (2 x 1), Madureira (5 x 3) e Bonsucesso (3 x 0).
Já os rubros haviam estreado contra o Flamengo e empatado por 2 x 2, após estarem perdendo por 2 x 0 até os 40 minutos do 2º tempo. Em seguida golearam o Bangu, marcando 6 x 2, derrotaram o Fluminense por 3 x 1 e venceram o Madureira pelo placar de 3 x 1.
Na noite de sábado se enfrentariam o então Campeão Invicto do Torneio Relâmpago daquele ano, líder do certame municipal, e seu principal concorrente.
O América, do goleiro Osni, do craque Danilo Alvim, do estiloso Maneco, o “Saci de Irajá”, dos mortais ponteiros, China e Jorginho, teria ainda de volta aquele que era considerado por vários da imprensa o principal zagueiro em atividade no Brasil: o argentino Gritta.
O Vasco também contava com um argentino para comandar a zaga, Rafanelli, AlfredoII na linha média, mas os grandes destaques do time, além do bravo ponteiro esquerdo Chico, eram o trio apelidado de “Os três patetas”, trazido junto ao Madureira e que brilhara na Seleção Brasileira em dois amistosos recentes diante do Uruguai (6 x 1 e 4 x 0), responsáveis pela feitura de 5 dos 10 gols anotados pelo escrete nacional. Lelé, Jair Rosa Pinto e Isaías eram as grandes esperanças de gols e títulos para o clube naquele momento.
De fato, no Torneio Relâmpago disputado em março o trio assinalara 7 dos 14 gols marcados pelo time e no próprio Torneio Municipal os três juntos faturaram 10 dos 13 tentos da equipe até ali.
No sábado à noite o campo neutro das Laranjeiras abrigou excelente público (recorde de renda na temporada até ali) e um espetáculo dos mais emocionantes, conforme se comprova pela descrição do jogo.
A primeira grande chance do clássico cabe ao Vasco. Berascochea estica para Jair, que investe pela meia e dá no buraco da zaga para Isaías. O atacante se precipita e frente ao goleiro Osni atira por cima, desperdiçando grande oportunidade para inaugurar o marcador.
Logo em seguida o América responde. Em jogada organizada por Maneco, César recebe e entrega a China, que manda um pelotaço, defendido otimamente por Oncinha.
Os vascaínos voltam a pressionar. Lelé tabela com Isaías e dá a Chico, que invade mas chuta para fora, com Osni praticamente fora da jogada.
Num lance até certo ponto surpreendente surge o gol do Vasco aos 14 minutos. Lelé recebe de Isaías, avança desde o centro do campo, passa por dois marcadores e quando se esperava uma aproximação do jogador à área, este desfere um petardo de longe, violento, surpreendendo Osni e abrindo o placar.
Logo após ser reiniciada a partida Chico teve um gol seu anulado pela arbitragem, após centro de Jair. Nenhum jornal contestou a marcação do árbitro.
O Vasco quer o segundo. Djalma entrega a Lelé que de primeira arremata para gol, mas Osni pratica linda defesa.
O América reage e Oncinha é chamado a fazer uma defesa espetacular em cabeçada do zagueiro Oscar. O goleiro se contunde no lance, mas se recupera em seguida e permanece em campo.
Bem no jogo, o Vasco volta à carga e Jair, aproveitando-se de uma confusão na área adversária, cabeceia para as redes, aumentando a contagem aos 23 minutos. Vasco 2 x 0.
Três minutos depois , entretanto, o América diminuiu com Maneco, aproveitando-se de uma indecisão da zaga cruzmaltina, após cobrança de falta efetuada por Benedito. No lance, o centroavante César empurrou Rafanelli, cometendo falta ignorada pela arbitragem, segundo pontuou o jornal “ A Noite”. Nenhum outro diário fez qualquer alusão à suposta infração.
Próximo ao fim do período inicial os rubros atacam e Maneco atira para o arco vascaíno, mas Oncinha defende parcialmente. No rebote novo tiro à boca da meta, mas Oncinha, mesmo caído, consegue defender milagrosamente, evitando o tento de empate.
O panorama na segunda etapa não muda. O América ataca e o Vasco responde. Mas a primeira chance real de gol é desperdiçada por Maneco, que após tabela com César fica frente a frente com Oncinha, mas bate nas mãos do goleiro cruzmaltino.
O gol de empate americano surge aos 18 minutos, em cobrança de falta efetuada por China, próxima à área. A infração fora cometida por Rubens em Lima. O chute foi certeiro, violento, sem chance de defesa para Oncinha. Tudo igual no clássico.
O jogo fica empolgante, com as duas equipes em busca do tento da vitória. Lelé é derrubado na área, mas o árbitro nada marca (a “Gazeta de Notícias” e o “Jornal do Brasil” pontuaram o lance e o erro do árbitro).
Jorginho e Rubens disputam a bola pelo alto e ela sobra para Maneco em condições de marcar, mas o juiz paralisa, marcando falta para o Vasco. Para os jornais “A Noite”, “Diário da “Noite”, “Jornal dos Sports” e “O Globo” não ocorrera falta no lance.
Animada a equipe de Campos Sales parte para cima, mas tem um gol anulado pelo árbitro aos 42 minutos por impedimento. A marcação enfureceu o centroavante César, que xingou o juiz e acabou expulso. Os jornais “Correio da Manhã”, “Gazeta de Notícias”, “Jornal do Brasil” e “O Globo” entenderam como errada a invalidação do tento, enquanto o “Diário Carioca”, “Diário da Noite”, “Diário de Notícias” e “Jornal dos Sports” deram crédito ao árbitro pela decisão tomada.
O jornal “A Noite” misturou os dois lances como se fossem um só. Para ele a expulsão de César se dera pela falta marcada sobre Rubens, supostamente cometida por Jorginho, quando na verdade ela ocorreu pela reclamação do centroavante após a anulação do gol assinalado por Maneco, em razão de impedimento.
Faltando 15 segundos para o fim, Chico passou por Benedito, Oscar e Gritta e assinalou o gol da vitória cruzmaltina, levando ao delírio sua torcida.
Na equipe vascaína destacaram-se o goleiro Oncinha, Rafanelli, Alfredo II, Argemiro, Lelé e Jair, enquanto pelo lado americano os melhores em campo foram Gritta, Amaro, Danilo Alvim, China, Maneco e Lima.
Chico mostrava sua predestinação para decidir jogos difíceis, algo repetido por diversas vezes em sua carreira, e o Vasco abria importante vantagem sobre seus adversários na tabela. A conquista de seu primeiro título do Torneio Municipal se aproximava.
Jornal dos Sports (28/05/1944)
O Globo (29/05/1944)
A Noite (29/05/1944)
Outros jogos do Vasco em 27 de maio:
27/05 – Icarahy 2 x 4 Vasco (Carioca – 2ª divisão 1917)
27/05 – Vasco 2 x 1 Canto do Rio (Torneio Municipal 1945)
27/05 – Vitória-ES 4 x 8 Vasco (Amistoso 1951)
27/05 – St Pauli-ALE 0 x 2 Vasco (Amistoso 1961)
27/05 – Vasco 2 x 0 Juventus-SP (Amistoso 1962)
27/05 – Dom Bosco-MT 1 x 2 Vasco (Taça Governador Pedro Pedrossian 1972)
27/05 – Vasco 4 x 1 Fluminense (Carioca 1979)
27/05 – Vasco 2 x 0 Campo Grande (Carioca 1987)
27/05 – Combinado da Costa Oeste-EUA 0 x 5 Vasco (Amistoso 1990)
27/05 – CRB 1 x 3 Vasco (Amistoso 1992)
27/05 – Vasco 3 x 1 Santa Cruz (Copa do Brasil 1994)
27/05 – Vasco 3 x 2 Internacional-RS (Brasileiro 2010)
Semana passada o Casaca! alertou para o gravíssimo prejuízo de arbitragem cometido contra o Vasco na partida diante do CRB pela Copa do Brasil, competição mais importante do ano para o clube e que dá vaga para a Taça Libertadores de 2017 ao campeão.
No jogo da última terça-feira diante do Vila Nova, realizado em Brasília, mais uma arbitragem ruim, que prejudicou o Vasco em lances capitais, não coibiu a violência sobre Nenê e ignorou um pênalti a favor do clube.
Na parte disciplinar, o atleta Jean Carlos deveria ter sido expulso sozinho, mas em novo erro do árbitro levou com ele Diguinho e Nenê ainda tomou injustamente um cartão amarelo no lance.
Em compensação, o zagueiro vilanovense Vinícius Simon, responsável por dar uma entrada dura em Nenê no último lance da primeira etapa, saiu de campo sem ter tomado sequer cartão amarelo em virtude do lance e ainda foi entrevistado antes de chegar ao vestiário sem que qualquer questionamento fosse feito sobre sua atitude, enquanto o craque vascaíno permanecia estirado no gramado esperando pela maca e os maqueiros para carregá-lo na ocasião.
Vamos resumir os lances nos quais o Vasco foi francamente prejudicado:
No último minuto de acréscimo do período inicial, Vitor Simon, que até ali fazia boa partida, entrou por baixo em Nenê, num carrinho imprudente e perigoso. Resultado: mesmo tocando a bola pegou em cheio o atleta adversário. O árbitro errou em não marcar falta para o Vasco e também por não dar o cartão amarelo ao infrator.
Aos 15 minutos do segundo tempo, Éder Luís recebeu na direita e se posicionou para o cruzamento. Vinícius Hess tentou diminuir o ângulo de visão do atacante, abrindo os braços. Quando Éder Luís efetuou o centro para a área a bola bateu no braço do jogador vilanovense, que não estava colado ao corpo, embora recolhido um pouco mais se comparado ao movimento de um segundo antes. O árbitro Marcelo Aparecido de Souza não marcou a penalidade, que foi bastante clara, justificando sua atitude por algo não visto no lance: braço “preso” ao corpo.
Aos 47 minutos da segunda etapa (a 60 segundos do fim da partida) Jean Carlos, inconformado com a marcação de um escanteio a favor do Vasco (que houve) é flagrado pelas câmeras de TV xingando em protesto. Pouco depois, no último lance da partida, revolta-se ao sofrer uma falta normal, de jogo, do adversário Nenê. Sua manifestação raivosa após a infração leva Diguinho a ir a seu encontro para acalmá-lo. O atleta vilanovense desvencilha-se de Diguinho bruscamente e o árbitro ao invés de expulsar o nervosinho jogador do Vila apenas, dá cartão vermelho também ao vascaíno – que nada havia feito de errado no lance – e, com isso, o tira da próxima partida do Vasco, contra o Bahia. Para completar a lambança ainda dá cartão a Nenê, que pela falta cometida não merecia a advertência e nem o juiz havia feito qualquer menção de mostrá-lo no momento da infração.
Ou seja, Nenê apanha e leva de brinde um amarelo no fim da partida, Diguinho acalma um adversário descontrolado e é expulso, há pênalti a favor do Vasco e este não é marcado (pouco importa se o outro o juiz marcou pois foram dois a favor do Vasco), uma entrada imprudente e faltosa sobre o craque do jogo, ainda no primeiro tempo, não é tida como lance de cartão amarelo, nem mesmo de falta. Que critérios são esses adotados pelos responsáveis por conduzir o espetáculo?
Esperamos que no jogo deste sábado contra o Bahia o nível da arbitragem melhore, os craques em campo sejam protegidos contra entradas duras, revezamento de faltas e descontroles pontuais dos adversários e que ainda sejam assinalados quantos pênaltis ocorrerem a favor do Vasco, pois parece haver um pouco de inibição de árbitros escalados pela CBF para marcá-los o número de vezes em que ocorre nos jogos do clube.