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Meia Souza, formado no Vasco, dá depoimento sobre sua história no clube

O bom filho à casa torna! Titular e destaque do Fenerbahçe na última temporada da Liga Turca, Souza voltou às origens nesta sexta-feira (17/06). De férias no Brasil, o jogador visitou o Estádio de São Januário e recordou momentos marcantes de sua passagem pelo Vasco da Gama, clube onde se profissionalizou. O volante chegou ao Gigante da Colina em 1998 e só saiu em 2010, quando foi negociado com o Porto.

– Vivi 12 anos da minha vida aqui em São Januário, morei na concentração. Eu tenho um carinho muito grande pelo Vasco e fico feliz por reencontrar aqui pessoas que participaram da minha formação. Estou contente por ver que o clube tem evoluído em muitos aspectos. Hoje, pelo que já vi, o Vasco tem a melhor estrutura do futebol carioca. É bem gratificante ver o lugar onde cresci melhorando – afirmou o atleta.

Com mais 60 jogos com a camisa cruzmaltina, Souza não esconde de ninguém sua paixão pelo clube de São Januário. Retornar para o Vasco no futuro é um dos objetivos do jogador. Enquanto a hora não chega, porém, ele torce de longe pelo sucesso vascaíno dentro das quatro linhas. O trabalho desenvolvido por Jorginho e sua comissão técnica foi exaltado pelo atleta do Fenerbahçe.

– Tenho acompanhado bastante o Vasco. No ano passado, torci muito pela recuperação do time dentro do Brasileiro. Infelizmente, ela acabou não acontecendo, mas o trabalho foi ótimo. O Jorginho renovou e segue muito bem no comando do clube. Espero que o Vasco retorne o mais rápido possível para a Série A e volte a ganhar títulos, que é um importante combustível para o torcedor – declarou o volante.

Para retornar ao Fenerbahçe em excelentes condições e brilhar em mais uma temporada, Souza utilizará nas próximas duas semanas as dependências do CAPRRES (Centro Avançado de Prevenção, Recuperação e Rendimento Esportivo), localizado em São Januário. O responsável pelo trabalho que será realizado com o atleta é o coordenador científico Alex Evangelista.

 

Fonte: Site Oficial do Vasco

Vasco hoje (08/06/1941) – Vitória contra a tormenta

A Noite (09/06/1941)

Inconvincente. Este adjetivo caía como uma luva para resumir o que se pensava do time vascaíno naquele campeonato carioca até ali, fruto de atuações confusas e alguns resultados, como a derrota de 6 x 2 diante do Fluminense, catastróficos.

A crise instalada em São Januário, após mais um revés na competição, desta feita contra o Flamengo na rodada anterior (1 x 3) levou à renúncia de Eduardo Pinto da Fonseca Filho do cargo maior da direção cruzmaltina no futebol. O presidente Antônio da Silva Campos não aceitou o pedido e Pinto da Fonseca permaneceu, abrandando momentaneamente a situação.

Já na estreia o time não passou de um empate contra o América, em partida na qual abriu 2 x 0, permitiu a igualdade e depois não soube aproveitar as vantagens surgidas quase ao acaso a seu favor. Além de os rubros terem terminado com nove homens em campo, ainda houve uma situação inusitada: o “half” Oscar atuou desde os 14 minutos do segundo tempo improvisado de goleiro, e aos 26 protagonizou a defesa de um pênalti, cobrado por Villadoniga.

As vitórias sobre o estreante Canto do Rio (5 x 0) e São Cristovão (5 x 2), respectivamente na terceira e quarta rodadas, além de não apagarem o vexame frente ao Fluminense, foram completamente esquecidas depois da perda do clássico contra o Flamengo.

O Botafogo também vinha mal. Duas derrotas, contra Bangu na estreia e Fluminense na rodada anterior, desacreditavam o time dirigido por Adhemar Pimenta.

A dupla Fla x Flu comandava a tabela. O rubro-negro havia perdido um ponto no certame e o tricolor dois. A situação obrigava Vasco e Botafogo a buscarem uma vitória a fim de não se afastarem de vez dos ponteiros da tabela.

Se pela manhã em São Januário, os infantis e juvenis vascaínos haviam derrotado o adversário por 6 x 0 e 3 x 1, respectivamente, na preliminar entre amadores bisou-se o feito por um “modesto” 3 x 2. Faltava ao Almirante fechar a jornada com chave de ouro nos profissionais.

Apesar da campanha irregular dos dois clubes, um bom público compareceu ao estádio naquela tarde de domingo.

Passados dois minutos de partida Orlando e Gonzalez já haviam feito o arqueiro gaúcho Brandão trabalhar em dose dupla.

Pouco depois Heleno atirou fora a primeira chance de sua equipe no clássico.

Aos 18 minutos, em manobra ofensiva pela esquerda, Argemiro entregou no centro ao estreante Carlos Leite (contratado junto ao São Paulo Railway), que passou a Orlando. O ponteiro avançou, fintou Zezé Procópio e na corrida disparou um forte tiro, à meia altura, inaugurando o escore.

A reação alvinegra foi quase instantânea. Patesko e Heleno, entretanto, erraram o alvo.

No contragolpe a eficiência do Vasco. Dacunto serviu Carlos Leite, que, por sua vez, deu lindo passe a Villadoniga. O uruguaio recolheu o balão de couro e arrematou de fora da área, assinalando o segundo tento da tarde, aos 29 minutos.

O Botafogo não desistiu e passados dois minutos teve um pênalti a seu favor, cometido por Jahu, que tocou a bola com a mão dentro da área, quando o chute de Heleno para o gol era iminente na jogada. Marcada a infração, Patesko bateu com perfeição e descontou.

Pouco depois Heleno recebeu de Geninho, mas perdeu o gol. O chute pelo alto bateu em Chiquinho.

Buscando a ampliação da vantagem o time dirigido por Harry Welfare manteve-se no ataque e aos 43 minutos aumentou, após investida de Villadoniga pela esquerda até a área e toque curto para Orlando bater rasteiro, sem chance para Brandão.

No último minuto Geninho chutou, raspando a trave. Não havia tempo para mais nada.

Começa a segunda etapa e após uma investida perigosa do Botafogo é o Vasco, no contragolpe que quase aumenta. Brandão sai do gol, Armandinho arremata e Caieira, num último esforço, evita ser o destino da bola as redes, já desguarnecidas na ocasião.

Aos 8 minutos, Pirica centra e Geraldino escora bem de pé esquerdo, diminuindo o marcador.

O Vasco busca o quarto e Carlos Leite manda um pelotaço em direção ao arco botafoguense, obrigando Brandão a uma magistral defesa. O goleiro ainda salvaria seu time em outras situações perigosas nos decorrer dos primeiros 20 minutos do período final.

Aos 23, entretanto, Zarcy entrega a Pirica, que cruza pelo alto. Chiquinho sai para intervir no lance, mas Heleno se antecipa e cabeceia para o lado direito da área onde, livre, Patesko, também de cabeça, envia a pelota para as redes. Tudo igual em São Januário.

Os cruzmaltinos, então, se enchem de brio e partem para o desempate. O Botafogo tem em Zezé Moreira na linha média, muito mal no prélio, seu ponto fraco, os “halfs” direito e esquerdo procuram auxiliar o centro e com isso os espaços para os ponteiros oponentes surgem. Armandinho e Orlando perdem em lances distintos boas oportunidades, mas aos 30 minutos caía pela quarta vez a cidadela alvinegra. Amandinho escapa pela direita e centra na direção de Orlando, que, colocado junto à área inimiga, cabeceia firme, indefensável para Brandão. Vasco 4 x 3.

A resposta botafoguense é imediata com um arremate de Heleno na trave.

Mas a peleja é definida aos 33, em jogada pessoal do baixinho Armandinho. O ponta carrega a bola desde o centro do campo, passa entre os zagueiros e já de dentro da área finaliza com sucesso, fechando a contagem. Os jornais “Correio da Manhã” e “Diário de Notícias” entenderam que Armandinho estava impedido naquele lance, mas outros oito diários pesquisados não citaram qualquer possível irregularidade na referida jogada.

Dois minutos depois Patesko é expulso de campo por Mário Vianna pelo fato de o atleta ter ofendido moralmente um dos auxiliares de linha. Com isso foram sepultadas de vez as chances de nova reação do quadro de General Severiano.

A equipe de São Januário ainda exigiu algumas intervenções do arqueiro Brandão no tempo restante, mas o placar não foi mais alterado até o apito final.

Os maiores destaques do Vasco foram Florindo, Figliola, Orlando, Gonzalez, Carlos Leite e Villadoniga. Já pelo Glorioso destacaram-se Brandão, Caieira, Zarcy, Pirica e Heleno.

A vitória cruzmaltina dava um alento à sua torcida, afinal era o primeiro clássico vencido pelos camisas negras naquele campeonato.

Jornal dos Sports (09/06/1941)

Jornal dos Sports (09/06/1941)

Jornal do Brasil (09/06/1941)

O Globo (09/06/1941)

Outros jogos do Vasco em 08 de junho:

08/06 – Rio Branco-AC 0 x 1 Vasco (Amistoso 1982)

08/06 – Coritiba 3 x 2 Vasco (Copa do Brasil 2011)

Uma sequência para sempre

 

Foram 34 jogos de invencibilidade em jogos oficiais, obtidos pelo Vasco entre 08 de novembro de 2015 e 07 de junho de 2016.

Ela, a invencibilidade, caiu numa partida em que nos faltou sorte, gols incomuns foram tomados, duas bolas estouraram nas traves do adversário e na qual não tivemos presente em campo nosso maior craque, Nenê.

Para o Atlético-GO, que nunca passou perto de uma invencibilidade próxima da nossa, fica como um “título” ter sido entre o período mencionado o único adversário apto a nos derrotar, algo tentado e não conseguido por Palmeiras, Campeão da Copa do Brasil de 2015, Corínthians, Campeão Brasileiro de 2015, Santos, Campeão Paulista de 2015, Botafogo (4 vezes), Flamengo (3 vezes) e Fluminense.

O que o Vasco conquistou ao longo dessa jornada já está na história e ninguém apagará.

Títulos:

O clube foi Campeão da Taça Guanabara invicto pela quinta vez (1990/1992/1994/2000/2016), após 12 anos sem vencê-la.

O clube foi Bicampeão Carioca após 23 anos.

O clube foi Campeão Carioca Invicto pela sexta vez (1924/45/47/49/92/2016). Com isso se tornou o único Hexacampeão Carioca Invicto da história do futebol deste estado.

Marcas:

O Expresso da Vitória, com suas 27 partidas oficiais invictas, realizadas no ano de 1945, já pusera o Vasco à frente de Fluminense, Ponte Preta, Vila Nova-GO, Avaí, Bangu, Guarani, Paraná Clube, Santos, Vitória, Portuguesa de Desportos, América-RJ, Atlético-PR, Figueirense e Paysandu.

Superando a marca de partidas oficiais invictas do Expresso da Vitória, o Vasco ultrapassou ainda as maiores sequências oficiais da história dos seguintes clubes:

– América-MG – 27 jogos (1920/21)

– Santa Cruz – 27 jogos (1978)

– Sport – 27 jogos (1999)

– Fortaleza – 28 jogos (2013/1014)

– Atlético-MG – 29 jogos (1976)

– Coritiba – 29 jogos (2011)

– Náutico – 29 jogos (1952/53)

– Palmeiras – 30 jogos (1973)

– Ceará – 31 jogos (1997)

– Internacional-RS – 32 jogos (1984)

– Remo – 32 jogos (1978/79)

– Flamengo – 33 jogos (1978/79)

Mesmo derrotado hoje, o clube ainda conseguiu igualar a maior sequência oficial invicta da história de mais dois grandes clubes brasileiros:

Corínthians – 34 jogos (1957)

Cruzeiro – 34 jogos (2002/2003)

Além disso, divide agora com o Cruzeiro a maior sequência oficial invicta do século XXI.

Em nenhuma das maiores sequências oficiais invictas de qualquer clube do país em todos os tempos, o número de jogos contra as 12 grandes equipes do futebol brasileiro superou ou igualou a marca do Vasco, afinal foram 11 partidas realizadas contra Palmeiras, Corínthians, Santos, Flamengo, Botafogo e Fluminense, com 7 vitórias.

Os que se aproximaram mais no quesito acima chegaram ao seguinte número de jogos de tal estirpe, disputados ao longo de suas invencibilidades oficiais:

– Botafogo (Vasco, Fluminense, Atlético-MG, Cruzeiro, Flamengo, Corínthians, Palmeiras) – 9 partidas (4 vitórias)

– Flamengo (Fluminense, Botafogo, Vasco) – 9 partidas (5 vitórias)

– Palmeiras (Corínthians, Santos, Grêmio, Atlético-MG, Flamengo, Vasco, Internacional-RS) – 9 partidas (5 vitórias)

 

Em termos de partidas oficiais invictas tínhamos a décima sexta marca e hoje temos a sétima, atrás tão somente de Goiás, Bahia, Grêmio, Desportiva-ES, Botafogo e São Paulo, porém apenas o Vasco construiu sua série em certames estaduais e nacionais e ainda atuando em quatro competições diferentes. Aos demais faltou uma coisa ou outra, ou ambas.

Tudo isso é motivo de orgulho para nós vascaínos, quando no dia de uma derrota, a única até aqui em 2016, olhamos para trás e vemos quantos recordes foram batidos na maior invencibilidade de jogos oficiais da história do clube.

Vale ressaltar ainda que em se tratando de Rio de Janeiro, só para repisar, superamos o Flamengo e dobramos a maior sequência do Fluminense. Por outro lado, se não batemos a marca de 44 jogos oficiais invictos do Botafogo, conquistamos nesse período algo não obtido pelo alvinegro durante a construção daquela série: títulos.

Casaca!

Vasco hoje (07/06/1947) – A um passo do tetra

 

Para o Vasco, vencer o Fluminense de Ademir era o último grande obstáculo a fim de conquistar o Tetracampeonato Municipal.

De pronto eliminaria o adversário daquela tarde de sábado no estádio da Gávea e ficaria no mínimo cinco pontos à frente do Botafogo e seis do Flamengo, com dois jogos a mais na tabela.

Na última rodada o Almirante enfrentaria a equipe do Madureira e poderia até mesmo já ser campeão antecipadamente dependendo do tropeço de seus perseguidores mais próximos.

O Expresso vinha invicto até a partida anterior, quando foi fragorosamente derrotado pelo Botafogo por 4 x 0. Uma goleada sofrida sem explicação para muitos e cobrada internamente no clube. Era hora de reagir.

Aos 25 minutos Chico cobrou córner da esquerda, Robertinho saiu da meta mas rebateu fraco e Maneca teve a chance de marcar, porém acertou a trave. No rebote Chico cruzou novamente e Djalma faturou o primeiro tento da tarde.

Dois minutos depois veio a resposta tricolor. Pedro Amorim centrou da direita e após confusão na área vascaína, Simões livrou-se de Rafanelli para em seguida atirar com violência, igualando o placar.

Aos 37 Djalma recebeu na direita e centrou para a área. Lelé, completamente desmarcado, teve tranquilidade para avançar e arrematar com sucesso. Desempatada a peleja.

Iniciada a segunda etapa, o Fluminense se apresentava mais ofensiva, embora não contasse com uma boa ação de sua linha média, envolvida pela do adversário em várias oportunidades.

Aos 15, após cobrança de escanteio, Ademir, deslocado pela esquerda, aparou e emendou com precisão, empatando novamente o clássico.

Aos 23 Maneca cruzou e Djalma recebeu livre. O ponta avançou e atirou firme, pondo o seu time pela terceira vez na frente do marcador.

No finzinho Rodrigues, em chute rasteiro, carimbou a trave de Barbosa, perdendo a chance de equilibrar em números, definitivamente, o embate.

Logo em seguida, Pedro Amorim foi expulso, após entrar de sola em Alfredo e posteriormente desrespeitar o árbitro Alberto Malcher, que estreava nos campos do Rio de Janeiro naquele dia.

No Fluminense o destaque defensivo, setor repleto de falhas no clássico, foi o jovem zagueiro Hélvio, na linha média a melhor atuação foi de Telesca, enquanto na frente estiveram bem Pedro Amorim e Ademir. Já no Vasco, Barbosa, Eli, Danilo, Djalma, Maneca, Lelé foram os principais nomes.

Embora para muitos da imprensa a partida não tenha agradado pelo aspecto técnico, o resultado final favorável ao Vasco o pôs em posição privilegiadíssima na tabela. O tetra poderia chegar até mesmo antes de o time dirigido por Flávio Costa voltar a campo na última rodada.

O Globo (08/06/1947)

Jornal do Brasil (08/06/1947)

Jornal dos Sports (08/06/1947)

Jornal dos Sports (08/06/1947)

Outros jogos do dia 07 de junho:

Vasco 1 x 0 América (Carioca 1925)

Vasco 1 x 0 Bangu (Carioca 1931)

Corínthians 1 x 2 Vasco (Amistoso 1940)

Vasco 3 x 1 Bonsucesso (Torneio Extra João Teixeira de Carvalho)

ABC 2 x 6 Vasco (Amistoso 1960)

Porto Alegre 0 x 1 Vasco (Carioca 1987)

Casaca!

Vasco hoje (05/06/2013) – Luz por entre as trevas

 

O ano de 2013 para o Vasco se mostrava problemático.

O clube vivia atolado em dívidas, sem crédito e com receitas bloqueadas, fruto dos calotes seguidos dados pela gestão da hora, que deixara para trás o pagamento de impostos, o cumprimento dos acordos firmados pela gestão anterior e por ela própria, além de descalabros administrativos das mais variadas espécies.

Com isso, o Vasco perdeu ao final de 2012 vários atletas sob contrato, que com três meses de salários atrasados ou mais entraram na Justiça do Trabalho contra o clube, ou fizeram acordo para pousaram em outras agremiações. Foram os casos de Fernando Prass, Jonas, Auremir, Nilton e Alecsandro.

Para completar os desmandos, o clube anunciou uma espécie de presidente de fato no início daquele ano, que em matéria veiculada pela Revista Veja apareceu como representante do Vasco junto aos três mandatários dos outros grandes do Rio de Janeiro. Roberto Dinamite, presidente eleito pelos associados um ano antes, não saiu na foto.

A esta altura o clube tinha seu parque aquático coberto por tapumes, ginásio abandonado, sua base treinava em Itaguaí, os salários permaneciam atrasados e a perspectiva era de uma piora no decorrer da temporada, como de fato ocorreu.

No Campeonato Estadual um fracasso retumbante, mesmo após um bom momento vivido na Taça Guanabara, quando chegou à decisão, jogando pelo empate, mas tomou um gol a 11 minutos do fim, perdendo o título para o Botafogo.

O returno demonstrou toda a fragilidade do time, já comandado por Paulo Autuori, que substituíra Gaúcho, após duas derrotas seguidas nos jogos iniciais, diante de Volta Redonda e Nova Iguaçu.

Mesmo com um novo treinador o Vasco empatou com o Olaria em 0 x 0, perdeu de 3 x 0 do Botafogo e na última rodada foi derrotado pelo Madureira, em Conselheiro Galvão, por 1 x 0. Vitórias apenas contra Friburguense e Quissamã em São Januário. O clube terminou o turno em 13º lugar entre 16 concorrentes.

E veio o Campeonato Brasileiro.

As contratações para a temporada até ali não agradavam. O novo gerente de futebol, Renê Simões, trazido no final do ano anterior, era contestado por ter contratado atletas como Michel Alves, Nei, Elsinho, André Ribeiro, Yotun, Sandro Silva, Filippe Soutto, Fabio Lima, Alisson, Thiaguinho, Robinho, Leonardo, entre outros. Por outro lado, após confusão sua com Felipe, um dos poucos nomes de peso no time, sobrou para o craque vascaíno, desligado do clube logo a seguir.

Em meio a tudo isso, Dedé, uma das referências do elenco, foi negociado para o Cruzeiro e com o dinheiro oriundo da transação nem mesmo os salários foram postos totalmente em dia.

No início do Campeonato Brasileiro o Vasco já demonstrava quão difícil seria a competição para ele. Apesar da vitória por 1 x 0 sobre a Portuguesa de Desportos na estreia, logo na segunda rodada o time foi goleado pelo São Paulo por 5 x 1 e no terceiro compromisso voltou a perder, desta vez vencido pelo Vitória-BA, mas também francamente prejudicado pela arbitragem.

Para o duelo contra a forte equipe do Atlético Mineiro, válido pela quarta rodada, embora o mando de campo fosse do Vasco, o estádio de São Januário não estaria apto a receber o encontro, pois havia sido cedido à FIFA, em virtude da Copa das Confederações, que seria realizada entre os dias 15 e 30 de junho daquele ano. Com isso, a partida diante da equipe mineira foi marcada para Volta Redonda.

O Galo vivia um momento especial naquela temporada. Classificado às semifinais da Taça Libertadores, contava com uma equipe das mais competitivas do país, havia conquistado o Bicampeonato Mineiro, derrotando na final o grande rival, Cruzeiro, e era em tese o favorito naquele confronto.

Mesmo sem Rever, Junior Cesar, Ronaldinho Gaúcho, Tardelli e Bernard, o quadro Carijó teria em campo o goleiro Victor, o lateral direito Marcos Rocha, o zagueiro Leonardo Silva, além de Richarlyson, Pierre,Josué, Luan, Guilherme e o perigoso centroavante Jô.

Já o Vasco entraria em campo com Michel Alves no gol, Nei improvisado de lateral-esquerdo, Carlos Alberto de atacante – após dois meses sem atuar –  e o garoto Alisson no meio, auxiliado por Pedro Ken. Edmilson, teoricamente o homem gol do time, ainda estava devendo. Não era uma escalação lá muito animadora.

Mas o futebol se define dentro e campo e nas quatro linhas a história narrada foi outra, bem diferente da prevista.

Aos 3 minutos, após falta cobrada em direção à área, Carlos Alberto cabeceou para excelente defesa de Victor, no reflexo.

Aos 9 foi a vez do Atlético levar perigo à meta vascaína, em cabeçada fraca do atacante Luan, defendida por Michel Alves, que por pouco não deixou a bola passar por entre as pernas, livrando-se de sofrer um autêntico frango.

Dois minutos depois, Carlos Alberto chutou rasteiro, tirando tinta da trave. Lance de grande perigo.

Depois disso só deu Galo.

Aos 14, Luan obrigou Michel Alves a praticar boa defesa e aos 36 e 43 minutos o goleiro trabalhou para evitar, em duas cabeçadas de Jô, a abertura da contagem.

O empate acabou sendo um bom negócio para o Vasco na primeira etapa, dado o volume de jogo dos mineiros.

Iniciada a fase derradeira, o equilíbrio em campo foi a tônica nos 10 minutos iniciais, mas a partir daí o jogo voltou a esquentar.

Aos 14 minutos Pedro Ken obrigou Victor a intervir, pós chute por baixo.

Logo a seguir, Alecsandro, que entrara no intervalo, na vaga do apagado Guilherme, cabeceou com precisão, mas teve Michel Alves no caminho para salvar a cidadela cruzmaltina.

Aos 19, Dakson, que substituíra Carlos Alberto três minutos antes, cabeceou e Victor brilhou novamente, mantendo o placar ainda em branco no clássico.

Mas aos 24 minutos de luta não houve jeito. Alisson, que pertencia ao rival Cruzeiro e estava emprestado ao Vasco, tabelou com Wendel, recebeu de volta e bateu com perfeição, no canto, inaugurando o placar.

Aos 33 Dakson cabeceou para ótima defesa de Victor, que evitou o segundo.

O Atlético, então, partiu para cima em definitivo e Alecsandro perdeu duas grandes chances, aos 41 e 42 minutos. O ex-vascaíno não se mostrava com sorte naquela noite.

Aos 46, Luan, livre, chutou em cima do goleiro, após receber bom passe de Jô.

Finalmente aos 48 minutos Abuda foi lançado em posição de impedimento, avançou e bateu na saída do goleiro, fechando o marcador. Vasco 2 x 0.

Terminada a peleja a lamentação atleticana pelas chances desperdiçadas e por algo insólito na tabela de classificação: o Galo, um dos melhores times do Brasil no momento, de tanto poupar atletas caía para a lanterna da competição.

Quanto ao Vasco, em meio à crise, a vitória foi revigorante, mas muito trabalho haveria de ser feito para tornar a equipe de Paulo Autuori minimamente confiável.

O Globo (06/06/2013)

Outros jogos do Vasco em 05/06:

Combinado de Willemstad-Curaçao 1 x 2 Vasco (Amistoso 1957)

Ferroviário-CE 0 x 4 Vasco (Amistoso 1960)

Vasco 4 x 1 Udinese-ITA (Amistoso 1983)

Vasco 1 x 0 Americano (Carioca 1988)

Casaca!

Bye Bye Freguês

 

O Flamengo pode começar a correr atrás do Vasco.

Depois de ser hexacampeão carioca invicto – hexa incontestável e sem Sport para atrapalhar na conta – atropelando o rubro-negro na semifinal, agora o Gigante da Colina ultrapassou a maior sequência oficial dos 104 anos de futebol do clube atualmente localizado na Gávea, onde, por sinal, dispõe de um belo campo de pelada.

Tal marca, obtida entre 1978/79, foi possível com a sequência de campeonatos cariocas jogados, algumas benesses de arbitragem, como no empate diante do Madureira por 2 x 2 em 1978, sem qualquer jogo válido pelo Campeonato Brasileiro e com apenas nove clássicos oficiais jogados, considerando os 12 grandes clubes brasileiros nesta conta.

Quem sabe se em mais 104 anos de história o rubro-negro não possa vir a conseguir igualar a marca do Vasco? Vão tentando. Talvez quando voltarem a enfrentar a Portuguesa de Desportos se inicie uma nova sequência. Afinal, vocês se entendem muito bem, wright?

Mas se não concordarem com o texto, temos um grande consolo a dar:

O freguês tem sempre razão.

Casaca!

Vasco hoje (04/06/1922) – Estreia de gala no campo da Rua Moraes e Silva

 

O Vasco revolucionara o futebol carioca já há alguns anos, com a presença de um elenco eclético e sem preconceitos, representando suas cores.

O clube tinha em seus quadros atletas de todas as linhagens sociais e intelectuais. Um negro e um branco atuavam no mesmo plantel em harmonia, um analfabeto e um literato que fosse podiam jogar juntos. A linguagem do futebol vascaíno era a bola.

Reforçaram o time para aquela temporada quatro atletas:

– Leitão, zagueiro, oriundo do Bangu;

– Bráulio “half” esquerdo, com passagem pelo Andarahy;

– Paschoal, ponta-direita, destaque da Liga Suburbana, vindo do S.C. Rio de Janeiro;

– Claudionor Correia, o “Bolão”, centroavante, também vinculado ao Bangu até então.

Nos bastidores, todavia, o Vasco se via prejudicado em sua tentativa de ascensão desde 1920 e o maior rival para o acesso em 1922 era o Vila Izabel, campeão da Série B no ano anterior e que só não estava jogando na primeira divisão por ter perdido a disputa contra o lanterna da Série A, Fluminense, por 3 x 1 em partida única disputada no estádio de General Severiano.

A rivalidade entre os clubes de Santa Luzia e do Boulevard norteou inclusive após o jogo um entrevero próximo à sede do Vila entre adeptos das duas agremiações. A provocação dos vascaínos em passeata ao local foi recebida por pedras dos derrotados e até mesmo alguns feridos foram registrados após o embate nas ruas adjacentes.

A segunda divisão carioca era composta na época por sete clubes. Os adversários do Vasco eram o Americano (da capital), Carioca, do Jardim Botânico, Mackenzie, Mangueira, Palmeiras (do Rio, claro) e Vila Izabel.

No turno o Vasco perdeu uma única partida e foi justamente contra o adversário que enfrentaria a 04 de junho. Derrota por 1 x 0. Nos demais confrontos, quatro vitórias e um empate diante do Americano.

O Vila se mantinha com 100% de aproveitamento. Diante disso a vitória cruzmaltina era fundamental para as pretensões de acesso.

O Vasco tinha um campo alugado na Rua Moraes e Silva e a reforma custara muito a seus cofres, mas era hora de pô-lo funcionando na prática. Com a capacidade aumentada para 5.000 pessoas o clube exerceu seu mando diante do adversário daquela tarde de domingo.

Os cruzmaltinos lotariam o estádio, cientes de que as chances de o time dirigido por Ramon Platero poder obter o título da segunda divisão naquele ano passavam por um triunfo naquele confronto. Era vencer ou vencer.

O Vasco começa em cima do adversário. Bolão desfere violento tiro defendido pelo arqueiro Balthazar e no rebote Negrito chuta a gol, mas erra o alvo por muito pouco. Grande oportunidade desperdiçada.

O Jornal (06/06/1922)

Os visitantes respondem com Alô, mas Nelson Conceição pratica sua primeira grande defesa da partida.

Voltam os anfitriões a atacar e Bolão quase marca atirando próximo ao arco contrário, mas para fora.

O Vila responde. Alô centra da direita para Cid, que recebe no meio, cai pela meia esquerda e bate violento, enviesado, sem chances para Nelson. Silêncio no estádio. Vila 1 x 0.

Insiste outra vez o Vasco e Balthazar evita o gol em chute de Torterolli.

Mas o jogo é lá e cá. Cid obriga Nelson a praticar mais uma intervenção.

Logo em seguida, Bolão, após receber centro da esquerda, escora com estilo e marca para o Vasco, fazendo delirar a plateia.

Pouco depois, Bolão fatura mais um, em falha de Balthazar, virando o jogo. Vasco 2 x 1.

A partida permanece equilibrada e Nelson aparece bem novamente, segurando um chute de Alô e em seguida repete a performance após arremate de Henrique.

Encerrada a primeira etapa com o Vasco na frente do marcador em partida bastante equilibrada.

Na volta do intervalo o onze dirigido por Ramon Platero aparece mais disposto ainda e Braúlio, após falta cometida por Cid, quase amplia. Balthazar esteve seguro no lance.

A defesa cruzmaltina se vira para impedir que a meta de Nelson seja vazada, mas ao mesmo tempo os contra-ataques dos locais são cada vez mais perigosos. Num deles Bolão obriga Balthazar a defender com brilhantismo, merecendo aplausos do público presente.

De um lado Balthazar agarra um chute de Torterolli, de outro Nelson impede a igualdade no marcador, após catar tiro de Cyro.

O Vasco parece melhor em campo, mas cabe à equipe alvinegra mais uma boa oportunidade, já perto do final. É a vez de Nelson brilhar, após conclusão de Waldemar.

O árbitro Carlito Rocha encerra o jogo pouco depois para alegria de sócios e torcedores vascaínos.

Na estreia em seu campo o Vasco derrubara a invencibilidade do líder. Já cabia sonhar com o tão almejado acesso à elite do futebol carioca.

A partir de então, era ganhar os seus jogos e torcer por um revés do rival, afinal a diferença em pontos perdidos caíra para um ponto apenas.

O Imparcial (05/06/1922)

O Imparcial (05/06/1922)

Jornal do Brasil (05/06/1922)

Gazeta de Notícias (05/06/1922)

Outros jogos do Vasco em 04 de junho:

04/06 – Vasco 1 x 0 Bonsucesso (Carioca 1939)

04/06 – Combinado de Trondheim-NOR 0 x 10 Vasco (Amistoso 1961)

04/06 – Al-Mourada-SUD 1 x 4 Vasco (Amistoso 1963)

04/06 – Vasco 2 x 0 Botafogo (Carioca 1969)

04/06 – Vasco 2 x 0 Campo Grande (Carioca 1975)

04/06 – Vasco 1 x 0 Friburguense (Carioca 2000)

04/06 – Vasco 2 x 1 Santa Cruz (Brasileiro 2006)

Casaca!

Que não haja mais coincidências

 

O árbitro do encontro desta terça-feira entre Joinville e Vasco apitou três jogos com polêmicas no ano passado, envolvendo clubes de Santa Catarina, das sete vezes em que atuou na competição apitando partidas das quatro equipes daquele estado, envolvidas no certame: Avaí (2 jogos), Chapecoense (2 jogos), Figueirense (2 jogos) e Joinville (1 jogo).

Jailson Macedo Freitas prejudicou de forma flagrante o Cruzeiro, no Mineirão, na oitava rodada da competição.

1º Turno – 8ª rodada

Cruzeiro 0 x 1 Chapecoense

Pênalti não marcado, após cruzamento de Willian e toque de Dener (CHA) na bola com o braço, dentro da área, aos 36 minutos do 1º tempo. O placar na ocasião era de 1 x 0 a favor da Chapecoense.

Pênalti não marcado após cruzamento de Alisson e toque de mão do atleta Neto (CHA) dentro da área, aos 46 minutos do 1º tempo.

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No jogo entre Avaí e São Paulo, disputado em Florianópolis, um erro grave foi cometido pelo árbitro contra o São Paulo, mas seu auxiliar o corrigiu.

2º Turno – 8ª rodada

Avaí 2 x 1 São Paulo

Com um minuto de partida, Romário invadiu a área e foi desarmado na bola por Lyanco (SP). O árbitro marcou a penalidade máxima, mas, alertado por um dos seus auxiliares, voltou atrás na marcação.

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No confronto entre Chapecoense e Palmeiras uma lambança sua foi corrigida, após intervenção de auxiliares da arbitragem. O erro inicial cometido prejudicaria o Palmeiras e favoreceria a Chapecoense.

Na segunda etapa um erro cometido contra a Chapecoense por seu auxiliar foi sanado pelo árbitro.

2º Turno – 10ª rodada

Chapecoense 5 x 1 Palmeiras

Aos 15 minutos do primeiro tempo, Egídio (PAL) fez desarme na bola em William Barbio, mas o árbitro viu falta e expulsou o lateral palmeirense. Minutos depois, o quarto árbitro avisou do erro cometido. O juiz da partida, então, voltou atrás. Egídio, que já estava no vestiário, foi chamado a voltar a campo. A Chapecoense vencia o jogo por 1 x 0 na ocasião.

Após córner cobrado da esquerda, Túlio de Melo subiu e cabeceou para marcar o terceiro gol da Chapecoense na partida, aos 9 minutos do 2º tempo. O árbitro, entretanto, atendeu a um aceno do bandeirinha. Este marcara impedimento de William Barbio no lance, que realmente estava em posição ilegal, mas não participara da jogada. Ato contínuo o árbitro foi até o bandeirinha Ivan Carlos Bohn e soube do motivo pelo qual seu auxiliar invalidara o lance, confirmando em seguida a validade do gol da Chapecoense, aumentando para 3 x 0 sua vantagem no placar.

Esperamos que no curto espaço de oito meses o árbitro tenha se reciclado e amadurecido, para que não repita os erros crassos cometidos nos três jogos citados acima. Por uma coincidência sua participação nos cinco lances capitais que beneficiaram ou beneficiariam os clubes de Santa Catarina foi favorável a eles e contra seus adversários.

Casaca!

 

Vasco hoje (03/06/1945) – A virada que não veio

 

Em 21 de julho de 1940 o Botafogo obteve uma das mais sensacionais vitórias de sua história.

Dentro de São Januário, perdia o alvinegro por 3 x 0 com apenas 12 minutos de jogo e conseguiu uma virada quase inacreditável por 4 x 3. A partida memorável do alvinegro faria seus torcedores sonharem com um desfecho igual em dado momento daquele clássico disputado quase cinco anos depois.

O Vasco mantinha, após cinco das nove rodadas previstas no Torneio Municipal, 100% de aproveitamento. Já havia goleado Flamengo, São Cristovão e Bonsucesso, por 5 x 1, 6 x 1 e 6 x 0 respectivamente, batido o Bangu por 3 x 0 e derrotado o Canto do Rio por “apenas” 2 x 1.

O Botafogo, por sua vez, perdera três pontos no certame, mas vinha de um retumbante 8 x 1, em cima do Bangu. À frente do alvinegro estava o Fluminense, ainda invicto, e com dois pontos perdidos até ali.

O estádio das Laranjeiras recebeu numeroso público para prestigiar o duelo e uma briga nas “gerais” durante a partida era um símbolo do clima de vibração e tensão proporcionado pelo espetáculo dado pelas duas equipes.

Otávio e Heleno de Freitas eram as grandes preocupações do treinador Ondino Vieira, que tinha em Rafanelli e Sampaio os encarregados por pará-los. Mais recuados, Ademir e Jair seriam os responsáveis por construir as manobras ofensivas cruzmaltinas e também por concluí-las em várias oportunidades.

No setor defensivo cruzmaltino, Rubens, teoricamente escalado com half direito, atuaria como beque, enquanto Sampaio se posicionaria quase como um centro médio, para conter os avanços de Heleno. Enquanto isso Berascochea seria o responsável por cobrir o lado direito da defesa na tentativa de barrar as ações pelo setor esquerdo de ataque alvinegro protagonizadas pelo infatigável Tim.

Aos 19 minutos Ademir passou por três adversários, escapou de faltas tentadas pelos driblados no lance e na frente de Oswaldo  teve calma para colocar a pelota no arco botafoguense. Vasco 1 x 0.

Aos 28 Jair recebeu passe de Ademir e mesmo cercado por três marcadores conseguiu girar o corpo e de canhota chutar no único buraco possível entre o emaranhado de pernas dos defensores alvinegros e a meta defendida por Oswaldo Baliza, que nada pôde fazer para evitar o segundo gol vascaíno.

Aos 34 Chico passou a Jair, que chutou em direção à meta. Oswaldo rebateu como último recurso e Ademir, livre, completou para as redes.

O Botafogo ainda assim mostrava-se valente no gramado e não fosse duas belas intervenções de Barqueta, em conclusões de Heleno de Freitas e Renê, teria descontado pouco depois.

Aos 37, após falta de Jair em Lula na altura da linha média, cobrada por Ivan, Barqueta foi surpreendido com a confusão estabelecida dentro da área e a bola entrou direto em sua meta. Reduzia a diferença o Botafogo e pouco depois terminaria a etapa inicial. Para o jornal “Gazeta de Notícias” houvera a chamada “cama de gato” no arqueiro vascaíno na jogada do gol, mas nenhum outro diário se manifestou a respeito.

No segundo tempo, a queda de rendimento do médio Berascochea obrigou Argemiro a também recuar e o próprio Ademir andou tendo de auxiliar a retaguarda. O Botafogo acabou empurrando o Vasco para seu campo de defesa e com isso foi chegando cada vez mais perto do arco defendido por Barqueta.

Aos 4 minutos Octavio driblou três adversários e quando estava pronto para concluir foi derrubado por Rafanelli. O juiz mandou o jogo continuar, mas logo no lance seguinte, em cobrança de escanteio executada por Renê, o árbitro considerou um tranco normal de Rafanelli em Heleno como pênalti, errando novamente. Otávio bateu e diminuiu para o time de General Severiano.

Os atletas cruzmaltinos se mostraram um tanto descontrolados após a marcação do pênalti inexistente a favor do adversário e o empate já parecia iminente.

Quando eram decorridos 23 minutos, um empolgante “rush” de Heleno, após receber de Spinelli na meia direita, igualou tudo. O tiro do craque botafoguense, próximo à entrada da área, venceu Barqueta.

Muitos alvinegros devem ter se lembrado após o tento de empate na virada histórica de cinco anos antes, mas se o sonho foi acalentado por alguns, em dois minutos virou pesadelo para todos, quando Jair cobrou uma falta à quarenta metros do arco inimigo – cometida por Sarno sobre ele – com mais veneno que força. O quique da bola próximo a Oswaldo Baliza o atrapalhou na defesa. A pelota passou por debaixo de suas pernas e foi mansamente às redes. O Vasco desempatava: 4 x 3. O goleiro chorou ante à infelicidade no lance e o desânimo do time com o gol tomado era visível na feição dos próprios atletas.

Aos 34 minutos o Almirante aumentou com Chico, após cabecear sem chance de defesa para Oswaldo Baliza uma bola que iria para fora, não fosse a intervenção do ponteiro vascaíno.

Ainda em busca de uma reação o Botafogo teve outro pênalti a seu favor marcado, a um minuto e meio do fim, cometido por Sampaio, mas Otávio atirou na trave, encerrando de vez as chances alvinegras no clássico.

Com o placar definitivo de 5 x 3 seguia 100% o Expresso, rumo ao Bicampeonato Municipal.

Barqueta, Sampaio, Rubens e Berascochea, este último enquanto teve fôlego, se destacaram, mas Jair e Ademir foram de longe os melhores do Vasco. Pelo lado botafoguense Negrinhão, Laranjeira, Otávio e Spinelli fizeram um bom jogo, mas o grande nome do conjunto foi mesmo Heleno de Freitas, embora tivesse demorado a engrenar em campo.

A renda recorde do certame, mais de 91 mil cruzeiros, foi quebrada numa peleja digna da tradição dos dois clubes.

Felizes os que viram, saudosos os que relembram. Afinal ficou marcado na história do clássico aquele 5 x 3 de 1945.

Jornal dos Sports (04/06/1945)

O Globo (04/06/1945)

Outros jogos do Vasco em 03 de junho:

Vasco 3 x 2 Bangu (Carioca 1923)

Vasco 3 x 0 Flamengo (Carioca 1928)

Uberaba 0 x 1 Vasco (Amistoso 1951)

Espanyol-ESP 2 x 3 Vasco (Amistoso 1956)

Moto Club 0 x 2 Vasco (Amistoso 1960)

Vasco 5 x 1 Portuguesa (Carioca 1987)

Vasco 2 x 1 Bangu (Carioca 1989)

Boa Esporte-MG 0 x 2 Vasco (Brasileiro – 2ª Divisão 2014)

Casaca!