Texto: Marcella Macedo
Fonte: Site CRVG
Texto: Marcella Macedo
Fonte: Site CRVG
Texto: Larissa Ramos
Fonte: site CRVG
Claudio escreveu:
Só espero que em 2017 vocês não façam o Vasco passar vergonha como vem acontecendo desde 2008. Esse ano foi triste demais e só vejo Eurico fazendo cagada. O que credencia Euriquinho? Isso é um nepotismo vergonhoso. Falavam do Dinamite e fazem o mesmo. A política no Vasco é uma bosta como em Brasília.
P.s – Como é que se justifica a renovação de contrato dessa velharia?
PAREM DE FAZER VERGONHA PELO AMOR DE DEUS!!!
_____
Claro, prometemos.
Aqui no Flamengo, juramos que não vamos ser saco de pancadas do Vasco.
Eu também não aceitei aqueles 7 meses de invencibilidade do clube. Enquanto nós fazíamos o papelão de perder para o Confiança com 11 contra 10 por 80 minutos. Aquela eliminação diante do Fortaleza, da Série C, com duas derrotas, uma fora de casa e outra na casa do Volta Redonda.
E essa diretoria babaca e irresponsável. Brigou para jogar a Copa Sul-Minas, foi eliminada pelo Atlético-PR, o mesmo time montado pelo Cristóvão Borges e ainda pagou mico no Estadual.
Não vou esquecer aquela derrota para o Volta Redonda na casa que às vezes eles nos emprestam.
E nunca mais esqueceremos (fingiremos, mas não esqueceremos) a vergonhosa atitude de fincar a bandeira em Manaus, deixando nossas crianças pelo caminho para tentar intimidar quem na verdade nos intimida, o Vasco! Que papelão! Fomos obrigados a ouvir do Eurico Miranda, a quem DETESTAMOS, que quem demarca território e não cumpre é cachorro. Ou seja, por culpa da brilhante ideia de algum idiota da direção do clube, restou-nos latir apenas.
Fico eu imaginando o que seria de nós se as arbitragens não roubassem nosso rival em 14 pontos no Campeonato Brasileiro de 2015. Aqui na Gávea nós sabemos perfeitamente que com a metade dos garfos o rebaixado seríamos nós em 2015.
Mesmo com essa proteção absurda que recebemos ano a ano, como ocorreu no Campeonato Brasileiro de 2016 outra vez (enquanto vocês tomaram outro grafo na Copa do Brasil diante do Santos), mesmo com o valor de ganho que acumulamos após a passagem da oposição atual do Vasco no poder, quando o humilhamos com 10 vitórias contra três em 22 jogos, com cinco títulos oficiais contra um apenas do rival, com quatro turnos ganhos contra nenhum deles (9 x 1 no total), ainda não aprendemos que o Vasco com Eurico é outra coisa. Não é um ódio gratuito. Há motivo. E como há.
E no Basquete? Como é possível? O Basquete estava dominado! Vem esse porcaria do Eurico e acaba com nossa festa? Como assim? Agora para ganhar Campeonato Carioca tem que contar com Federação, polícia, impunidade, porque na quadra mesmo, mais derrotas do que vitórias na temporada. Onde nós estamos?
Ficamos preocupados quando o Eurico voltou a assumir o Vasco, mas não imaginávamos que o nosso calvário seria tão doloroso.
O cara conseguiu bater seu próprio recorde de invencibilidade nos jogos nossos contra o Vasco. Diferentemente de você não vimos como cagada do Eurico a primeira vitória do ano no estádio onde quando entramos, percebemos quem é, de fato, superior. Havíamos sido eliminados de duas competições no ano passado pelo Vasco e temíamos (é incrível, mas voltamos a temer o Vasco, após fazê-los de gato e sapato por mais de seis anos) o pior. Nosso enterro em Manaus com o Rodrigo nos sacaneando foi muito, mas muito humilhante.
E por falar em invencibilidade, é claro que a imprensa não se manifestou, é claro que ficamos quietinhos, fingindo não ter acontecido, mas o Vasco este ano bateu o recorde de invencibilidade da nossa história, com 34 jogos. Nós ficamos 33 em 1978/1979 (embora tivéssemos 19 amistosos junto, para dar volume). Isso aí eu achei que vocês jamais conseguiriam superar. Malditos!
Não ganhamos qualquer título nesses dois anos. Os caras ganharam dois estaduais em dois anos. E nós temos o Rodrigo Caetano, cheio de credenciais, dadas por vocês aí do Vasco mesmo.
Tivemos um trabalhão para empatar com eles em campeonatos invictos. Lembro-me da raiva que tive após ter de aturar um Campeonato Carioca, o de 1992, na torcida visitante em São Januário, onde com a perda de um turno e a invencibilidade garantida ao final do outro fui testemunha ocular de duas festas daqueles vascaínos.
E logo depois esse desgraçado do Eurico manda pôr na parte de fora das cabines de rádio “Pentacampeão Carioca Invicto” só para nos humilhar, afinal nós não éramos penta de nada. Mas sabe por que? Esse mesmo desgraçado falou que nós fôramos campeões brasileiros, antes da disputa do quadrangular previsto para 1988 (assinado por ele o cruzamento em nome do Clube dos 13), mas depois que a Justiça Comum deu o título ao Sport passou a defender isso, nos fazendo de otários.
Olha, eu tenho muita bronca desse Eurico. E digo mais. Tenho também desse tal de Cristóvão. No Vasco ele nos eliminou de dois turnos em 2012, mas no Flamengo perdeu duas vezes para eles, ano passado, nas duas partidas que dirigiu o nosso time. Esse cara, dirigindo o Atlético-PR, depois de sair da Gávea, aplicou 3 x 0 em nós. Em 2016, já no Corínthians, nos fez cair de quatro. Detesto também essa figura. Queríamos que vocês trouxessem o Luxemburgo, Ney Franco, Abel Braga, caras que como treinadores fizeram história na Gávea ou lá com o nosso papai, Fluminense.
Fiquei também envergonhado quando após cair de quatro nosso presidente reclamou da arbitragem contra o Corínthians. Mas essa pressão que fazemos todo ano por parte da nossa torcida é o que impulsiona o “roubado é mais gostoso”. Sabe como é, né? Nossa cara de pau é infinita. Nós dizemos que o Eurico isso, que o Eurico aquilo, mas quem arma mesmo somos nós. Desde as papeletas amarelas em 1986.
Se esse câncer para o Flamengo não aparece, nós continuaríamos fingindo que éramos a gestão exemplar. Mas o encosto começou a pagar salários de atletas e funcionários em dia, inclusive os atrasados da outra gestão, a fazer e cumprir acordos, pagar impostos após a turma amarelona passar pelo nosso rival e deixar 400 milhões a mais de dívidas em seis anos e meio quase. Aí não tivemos mais como sustentar o discurso, afinal atrasamos um mês de salário em 2015, um mês em 2016, chegamos a ficar devendo 10 meses de direito de imagem ao Mugni e nosso ex-técnico Dorival Júnior (outra que poderia ter vindo para vocês) cobra 12 milhões na Justiça porque o demitimos irresponsavelmente em 2013. Gostaríamos que esse gordo nos desse uma pequena chance de mostrar como é incompetente para podermos ter como argumentar por aqui, mas não adianta. O cara acabou com o nosso discurso. Valha-me imprensa! Nos resta ela e também a oposição do Vasco para fingir que isso não está acontecendo.
Não posso, entretanto, prometer a você que deixaremos de fazer mais fiascos no campo do adversário. Já temos a nossa vergonha particular de não ter campo próprio para atuar, mas nosso presidente teve ainda que engolir e seguir com o rabinho entre as pernas para o maior estádio particular do Rio de Janeiro no Estadual deste ano. Aliás, para nós, São Januário é estádio apenas para jogos contra pequenos no Campeonato Carioca, embora estejamos sendo menos que pequenos quando enfrentamos o Vasco.
Posso dizer que torci muito contra o Vasco na Série B, já no final. Aqueles últimos 11 jogos, quase dois meses, não apagaram todas as humilhações sofridas por nós ao longo dos anos, mas foram um sopro de esperança para 2017. Foi também um delírio para todo rubro-negro ver a torcida do Vasco, em coro, xingando seu presidente na partida contra o Ceará. Diante dos micos intermináveis que estamos pagando em 2016, inclusive o cheirinho de fedor, fruto dos nossos sonhos cândidos de conquista, aquilo foi um alento.
Mas essa realidade vista no final do ano também não foi boa para nós. Se o Vasco simplesmente se mantém por mais 10 rodadas em primeiro na Série B, que liderou por 28, os problemas de produção vistos em vários atletas seriam obscurecidos pelos resultados. Nós levamos bailes em sequência daquilo que aqui na Gávea ficou conhecido como “velharia predadora de urubus” e vibramos com a queda de rendimento de vários trintões do Vasco ao fim da temporada. Mas e agora? Ficou nítido o problema, diagnosticado, e quem está arriscado a pagar o pato novamente no ano que vem? Pois é. Nós. Outra vez.
Em 2017 contamos com vocês, vascaínos com cheirinho de intolerância ao presidente. Afinal fomos parceiros por mais de seis anos na gestão MUV/Amarela. Parceria que deu muitos frutos a nós, enquanto pintávamos e bordávamos com o Vasco e o ridicularizávamos, porque no enfrentamento vocês eram fichinha.
Resumindo, prometemos não fazer a mesma vergonha de 2016 em 2017. Teremos duas oportunidades para igualar o Vasco no ano que vem. Buscaremos o hexacampeonato invicto no Estadual, título que só o clube de vocês possui e o Bicampeonato Sul-Americano, que aqui no Rio também é privilégio só do Vasco. Mas vencer uma partida ao menos do nosso algoz é prioridade na Gávea. Nós disfarçamos, estamos em silêncio, mas não engolimos essa situação.
Gostaria de poder dizer saudações hexas, mas até na despedida o Eurico nos ferrou. Os hexas são vocês, sem discussão. Contamos com a oposição do Vasco para virar esse jogo a nosso favor.
Vicentino Eterno (mais conhecido como vicezinho)
Vascaínos posam com a taça após apito final- Fotos: Carlos Gregório Jr/Vasco.com.br
Dirigido por Silvestre dos Anjos, que durante o Campeonato Metropolitano foi auxiliar de Vinícius Almeida, o Gigante da Colina não deu chances para o rival da Zona Imperial. Com boas jogadas de Ronaldo, Nícolas Capixaba e Guilherme Henrique, o mirim vascaíno assustou nos minutos iniciais da partida. O primeiro gol do jogo, entretanto, só saiu após a parada técnica, quando Gustavinho foi lançado e tocou por cima do goleiro.
O São Cristóvão ensaiou uma reação no começo da etapa final, mas as investidas não resultaram em gol. Bem postado em campo, o Vasco demonstrou eficiência e “matou” a partida com Jorge, aos 10 minutos. Com as duas mãos na taça, o Almirante passou a tocar a bola com tranquilidade e acabou sendo premiado. Os outros dois tentos foram anotados por Alexandro, com destaque para o terceiro. Nele, o atacante driblou o goleiro após espetacular passe de Gustavinho.
Campeão anteriormente nos anos de 1994, 1996, 1997, 1998 e 2008, o Vasco da Gama disputou a Copa Light 2016 em outras duas categorias. O sub-11 perdeu a decisão para o Trops no jogo preliminar pelo placar de 2 a 1. O infantil, por sua vez, joga o terceiro lugar nesta tarde. O Gigante da Colina, é bom frisar, relacionou para as partidas dessa competição atletas que não atuaram com frequência durante o Campeonato Carioca.
Escalação do Vasco: Patrick, Hugo Eduardo, Matheus, Rafael e Ronaldo; Dudu, Victor Gabriel, Sidnei Neto e Nícolas Capixaba; Gustavinho e Guilherme Henrique. Entraram: Allan, José Victor, Pablo, Ronald Faria, Marcinho, Patrick, Jorge, Matheus Arantes e Alexandro. Treinador: Silvestre dos Anjos.
Alexandro e Gustavinho festejam o terceiro gol- Fotos: Carlos Gregório Jr/Vasco.com.br
Texto: Carlos Gregório Júnior
Fonte: Site oficial
” Cantareli, bobeou meu chapa, hahaha, a maricota te enganou!”
O bordão ouvido nos anos 70, na Rádio Tupi, em um gol do Vasco contra o Flamengo fazia referência ao momento no qual o goleiro (no caso o rubro-negro) era vazado e surgia em meio ao barulho da torcida, fosse ela vascaína, flamenguista, tricolor, botafoguense, até mesmo americana e banguense, em inúmeros clássicos dos inesquecíveis domingos do velho Maracanã.
José Cabral era repórter de campo da mesma emissora, a Rádio Tupi, quando o Vasco conquistou o título de Campeão Carioca de 1970, após 11 edições sem vencê-lo. Resumiu com detalhes a precisão da falta cobrada por Gilson Nunes e o desvio na zaga alvinegra após o chute de Valfrido, que praticamente selou a vitória e o título antecipado para o Vasco, a uma rodada do fim, naquela noite de quinta-feira, 17 de setembro.
Teve ele passagens pelas rádios Globo (1959), Guanabara, Roquete-Pinto, Tupi, Nacional, Rádio Record (Rio de Janeiro), Rádio Jornal do Brasil e Tamoio.
Considerava-se o criador da categoria “Comentarista de Arbitragem”, pois de fato a instaurou nas transmissões radiofônicas e durante os 50 anos nos quais exerceu a profissão, criar e trazer empatia junto ao público ouvinte eram dons visíveis aos que apenas podiam ouvi-lo.
Chegou a participar de algumas mesas redondas na televisão e o jeito sereno não escondia um conhecimento sobre o mundo futebolístico, o qual habitou por décadas a fio, sem perder a compostura, mas também sem negar seu clube, afinal todos sabiam ser aquele um notório vascaíno.
Mas a ligação de José Pinto Cabral, “o moço da maricota”, cronista e locutor esportivo, com o Vasco ultrapassou as fronteiras da mídia e chegou ao clube, a ponto daquele talento nato da mídia ter chegado à condição de Grande Benemérito e presidente da Assembleia Geral do Club de Regatas Vasco da Gama.
Partiu hoje, aos 87 anos. Deixará saudades à imprensa em geral pelo exemplo deixado de profissional competente e criativo e aos vascaínos em geral, principalmente aos que puderam minimamente conviver com aquela figura agradável, afável e vascaína de coração.
O velório ocorrerá na terça-feira, das 08 às 13 horas, no Memorial do Carmo, sala 4.
Casaca!
Terminou feliz o sábado (10/12) para o Vasco da Gama! Na ABERJ, no final desta tarde, o Gigante da Colina fez bonito com sua equipe sub-08 e conquistou o título do Footbolin, a principal competição do Rio de Janeiro na categoria. Na decisão do importante torneio estadual, os Meninos de São Januário tiveram o Fluminense como adversário. O clássico foi equilibrado, com placar final sendo 4 a 3 para o Almirante.
O Tricolor iniciou a partida pressionando e dando trabalho para o goleiro Ítalo, mas foi o Cruzmaltino que abriu o placar. Após boa jogada de Rogerinho pela esquerda, o arqueiro rival deu rebote e Mbanza não desperdiçou. O gol fez bem ao Vasco, que passou a trocar passes e controlar a partida. Quando restavam seis minutos para o término da etapa inicial, o jogo foi interrompido em virtude de um confusão na arquibancada.
A paralisação esfriou a equipe cruzmaltina, que acabou sofrendo o empate logo após o árbitro apitar o recomeço. O placar, entretanto, não permaneceu igual por muito tempo. No último lance do primeiro tempo, Mbanza aproveitou cruzamento da esquerda e finalizou na direção do gol. O camisa 1 do Fluminense fez uma grande intervenção, mas no rebote Carlos Eduardo empurrou a bola para o fundo das redes.
Na volta do intervalo, o Fluminense se lançou ao ataque e conseguiu a virada rapidamente. Faltando sete minutos de um total de 20 para o encerramente do clássico, o Gigante da Colina reagiu. O gol que fez o placar do jogo mudar para a 3 a 3 saiu dos pés de Victor Gabriel, em bonita cobrança de falta. Quando todos aguardavam os pênaltis, Victor Gabriel apareceu novamente e marcou o gol do título, novamente através de uma bola parada.
A emoção tocou conta da ABERJ após o apito final. Com lágrimas nos olhos, os jovens da geração 2008, que tantas alegrias já deram no salão, comemoraram o primeiro título no campo. O goleiro Ítalo foi eleito o melhor do campeonato e o capitão Gabriel Soares teve a honra de levantar o troféu. Presentes, os pais não esconderam a alegria e passaram a entender o sentido da frase “enquanto houver um coração infantil, o Vasco será imortal”.
Escalação do Vasco: Italo, Galvão, Victor Gabriel, Carlos Eduardo e Davi Silva; Gabriel Soares, Paulo Victor, Pedro Mazza e José Roberto; Rogerinho e Mbanza. Suplentes: Kaio, Lucas, Juan, Marlos, Ryan, Yago, Edmon, Felype, Danilo, João Gabriel e Nathan. Treinador: Marcus Roberto.
Rogerinho marcou quatro gols no Footbolin |
Mbanza participou dos dois primeiros gols vascaínos |
Vascaínos comemoram mais uma conquista da base |
Fonte: Site oficial do Vasco
“Olá, como vai?
Eu vou indo e você, tudo bem?
Tudo bem eu vou indo correndo
Pegar meu lugar no futuro, e você?
Tudo bem, eu vou indo em busca
De um sono tranquilo, quem sabe…
Quanto tempo… pois é…
Quanto tempo…”
O tempo parou, o avião caiu, a garganta fechou. Saindo de casa às 7 pra levar filha na escola como no cotidiano do pão-com-manteiga de sempre, o porteiro chama de sopetão e esbaforido: “caiu… o avião da Chapecoense caiu!”. Vou ver um pouco da tv com ele, recebo as primeiras notícias gravíssimas e fico num misto de perplexidade e tristeza relembrando a fábula da pequena equipe que alça voo rapidamente em busca de títulos impossíveis.
Esposa desce de elevador, seguimos para o carro, rapidez pra chegar ao destino, rádios aos montes (não) dão conta do acidente aéreo. Vou catando os nomes jogados por locutores catatônicos: Caio Júnior, Bruno Rangel, Kempes, Josimar, Thiego, Cleber Santana, Mário Sérgio, Deva, Paulo Julio Clement, Victorino Chermont, vários da imprensa, convidados,… Eis que surge um nome aparentemente vivo no meio da consternação radiofônica: Danilo. Sorrio com a compensação pouca, falo de lado: “baita goleiro, ele que defendeu a bola que os levou pra final”. Penso no meu pai com câncer, operado há poucos dias, criado no Oeste de Santa Catarina. Lembro por alguns segundos num sinal fechado qualquer do trânsito do nosso papo no hospital sobre o timaço do Torino que teve seu drama aéreo na Colina de Superga, em 49. O nome do goleiro deles, Bacigalupo (quando moleque, adorava esse nome das histórias paternas; quando ia pro gol nas peladas, me imaginava o tal italiano do esquadrão). Faço uma ponte entre os dois arqueiros. A mistura clássica inconsciente faz das suas e sigo viagem liquidificando imagens infantis às atuais.
O dia passa com buscas vastas por notícias, papos melancólicos em grupos de Whatsapp, olhadelas no Facebook, indicador subindo e descendo tela do Twitter. O choro é geral e em várias tonalidades. Fala-se do conto de fadas espatifado ao meio, do Davi contra Golias, de como aquele time catarinense era tão simpático aos olhos de todos. Na hora do almoço, as esquinas vão jorrando bocados da tragédia sem lá muita ordenação e temperando as teorias de engenharia sobre como ocorreu a queda. Todos falavam sobre futebol, destroços, pane seca, companhia pequena, Bolívia, Venezuela, a morte ou não de Danilo, da grandeza do Nacional de Medellín em desejar dar o título à Chape. Não havia piada, uma mísera piada. Para um povo tão ligado à zoeira como esporte em quaisquer áreas, era assombrosa a capacidade de lidar com o assunto de um modo novo e cuidadoso. Entre grupos, se pedia para que não se colocassem fotos da tragédia como abutres fizeram tantas outras vezes (em redes diferentes de comunicação): Mamonas, Onze de Setembro, atos terroristas outros e qualquer banalidade diária carioca. Houve um respeito por horas, dias. Nenhum meme deu as caras na era da comunicação cada vez mais onomatopeica e primária em que escrever textos além de três frases é quase um acinte.
“Me perdoe a pressa
É a alma dos nossos negócios
Oh! Não tem de quê
Eu também só ando a cem
Quando é que você telefona?
Precisamos nos ver por aí
Pra semana, prometo talvez nos vejamos
Quem sabe?
Quanto tempo… pois é… (pois é… quanto tempo…)”
Os minutos foram céleres na terça melancólica. Danilo foi dado como morto, os sobreviventes e suas lesões foram sendo nomeados com mais precisão, notícias de homenagens dos quatro cantos do mundo nasciam aos borbotões. Minutos de silêncio, “todos somos chape”, “força chape”, escudos brasileiros todos em luto e identificados como um só: Associação Chapecoense de Futebol, em preto e branco. As redes sociais fizeram a vez da praça pública, do encontro entre abraços chorosos de antigamente. Enquanto isso, na Arena Condá, em Chapecó, território marcado pelos feitos da equipe quase toda extinta no voo para Medellín, os torcedores, simpatizantes e familiares das vítimas iam se unindo para o velho rezar de velas na mão em meio a cânticos.
Bailavam na mente vários significantes como “morte”, “futebol”, “fim” e “lenda”. Em poucas horas, percebi que estava diante de algo gigantesco. Passaram terça, quarta, quinta,… Coberturas com especialistas em acidentes aéreos, comentaristas esportivos lamentando a morte de colegas de profissão, âncoras tentando extrair o máximo de entrevistas, boletins médicos de sobreviventes e mortos, postagens nas aceleradas redes sociais de inúmeras celebridades do mundo do futebol, um palavrório sem fim para dar conta do indizível do corte abrupto do sonho. A metáfora mais repetida era de que “iriam conquistar a América e acabaram por conquistar o Mundo”.
Talvez o momento mais generoso e simbólico dessa suspensão do tempo que vivemos foi a incrível celebração confeccionada com um capricho e um cuidado admiráveis pela cidade de Medellín no Estádio Atanasio Girardot que seria palco do primeiro jogo da final da Copa Sul-Americana entre o time da casa, Atletico Nacional de Medellín e a briosa Chapecoense, na quarta-feira. Todos que pagaram por um ingresso para aquilo que seria mais uma partida de futebol acabaram assistindo a uma cerimônia fúnebre de poesia única por unir povos, culturas e dores. Velas e flores entrelaçadas às mãos, camisas brancas, bandeiras verdes tanto do time local quanto do catarinense pintavam o quadro da noite de comunhão de uma humanidade perdida há tempos num baú qualquer empoeirado da civilização.
Foi uma semana inteira daquela angustiazinha dolorida a tomar o ofício diário e as tarefas mais comezinhas. Só pensava no voo da famigerada Lamia, no antes, no durante, no depois que não é mais depois. No tempo que parou. Conversei com toda sorte de gente para compartilhar figurinhas: “troca aqui minha ansiedade carimbada por uma náusea repetida?”. Todos, sem exceção, falavam da Chapecoense.
Todos, sem exceção, de repente, sabiam quem era Alan Ruschel, Jackson Follmann e Neto, sobreviventes da tragédia, o goleiro Danilo e sua defesa milagrosa na semifinal que virou poema e destino, a paternidade recente do Thiaguinho, dos que não voaram por problemas banais e choravam agora nas tvs. Todos eram torcedores do Verdão do Oeste Catarinense, já sabiam de cor sobre a mística da Arena Condá e o pequeno mascote Indiozinho.
No sábado pela manhã, chuva torrencial em Chapecó a receber dezenas de caixões vindos da Colômbia. O momento nevrálgico da devastação iniciava: o velório com os corpos de cinquenta pessoas no campo da Arena Condá lotada. Tvs, rádios, sites mostravam cada quilômetro percorrido pelas carretas e os esquifes. Narrações, comentários e ofício profissional do jornalismo à beira das lágrimas frente ao microfone de trabalho. Não foram poucos os exemplos de repórteres que embargaram a voz, gaguejaram, choraram, se humanizaram. Estávamos diante de algo inédito: um episódio que chocava até os mais veteranos no papel de contar uma história, qualquer que fosse. Antes do sábado, a cena mais emblemática da cobertura da mídia e do caso em si foi o abraço maternal de Dona Ilaíde, mãe do goleiro Danilo, no repórter da SporTv, Guido Nunes. Num amparo que destruía qualquer lógica, a mãe sem filho consolava um representante da imprensa por seus vinte mortos. Rodou o mundo o abraço generoso, símbolo de uma semana única, triste, plena de ruínas, mas demasiadamente humana.
Entravam no estádio, então, os mortos de Chapecó e do mundo. Não eram só os heróis da Chape. Eram mais, muito mais. Cinquenta idas e vindas de oficiais carregando féretros às famílias e o mundo assistindo boquiaberto uma sucessão de angústias, berros, aflições, choros desbragados, cânticos entoados pelas arquibancadas, discursos aos microfones, quadros com fotos de jogadores levantados como troféus a dar volta olímpica e um sentimento inenarrável de empatia, compaixão. Conquistaram a América e o mundo. Por uma semana, nos compadecemos, nos entregamos a tentar entender o outro, o mínimo que fosse.
“Tanta coisa que eu tinha a dizer
Mas eu sumi na poeira das ruas
Eu também tenho algo a dizer
Mas me foge a lembrança
Por favor, telefone, eu preciso
Beber alguma coisa, rapidamente
Pra semana
O sinal …
Eu procuro você
Vai abrir…
Por favor, não esqueça,
Adeus…”
Passou o sábado, a noite escureceu sobre os caixões que restaram ali na Arena Condá. Alguns já tinham voado para serem velados e passar por rituais fúnebres em suas cidades. Passou domingo, segunda e uma semana inteira desde o choque. Todos sepultados, chorados, arranhados, tocados com mãos crispadas a desejar que não fossem para sempre. Enquanto isso, aqui e ali, jornais impressos, mesas-redondas já entoavam a mesma ladainha num misto de tristeza com faxina de serpentinas de fim de carnaval. O “Vida que segue” de João Saldanha virou vírgula pro bem e pro mal. Para se falar de vida, morte, na crença religiosa de cada um ou para desabotoar as falas guardadas por dias sobre Brasileirão, rebaixamento, quem vai para a Libertadores, novos técnicos, como fica 2017 e os ingredientes batidos de sempre. Os encontros com a humanidade, essa vizinha desaparecida, foram escoando pelo ralo pouco a pouco. Enquanto escrevo essas letras, começa um Grêmio x Atlético-MG valendo a Copa do Brasil de 2016. Dizem que o show deve continuar, mas as despedidas solenes, lindas, inesquecíveis da semana que passou não mereciam ser tão fugazes.
Escutando “Sinal Fechado” e seu desconforto desde os primeiros acordes, silêncios cirúrgicos, seu encontro à beira do desencontro, achei a trilha sonora pra angústia que sobrou dos destroços. Enquanto muitos parecem seguir a vida e deixar as vestes do luto ao chão, pois é preciso “seguir a vida”, penso na tensão da música, no desencontro inevitável, nessa relação contemporânea cada vez mais ensimesmada e que de vez em quando tem seus soluços, seus sinais fechados, para abraçar, velar, escrever obituários e chorar. Lágrimas com prazo de validade. Afinal, já se passaram oito dias e as buzinas já estão bufando ali atrás. Não há “timing” para se escrever sobre isso. Porém, a pena aqui se deita no papel de teimosa, o tempo dela nada tem de cronológico. Sou um atrasado crônico, meu tempo é outro.
Diante de tantos aprendizados na última semana, desse eterno vai-e-vem e a plataforma da Estação como metáfora da vida, como na genial música do Milton, só nos cabe ter tempo de calar, chorar, vivenciar as perdas, acalentar feridas abertas, abraçar quem (se) perdeu, sorrir pela generosidade de tantos. Sabermos de que há sim, por mais que o mundo contradiga diariamente, um tempo de espera, de suspiro, de bálsamo, da escuta curiosa e detalhada, do cuidar do outro. Há o outro.
Não tampemos como máquinas ditadas por um relógio tirânico a tampa dos caixões, não devolvamos aos lenços as lágrimas choradas por viúvas, não pensemos em campeonatos, escalações, em rebaixamentos, em tapetões e vilezas. Isso haverá, é da humanidade seguir ao tropeções. Uns seguem sem parar um segundo para olhar para trás, outros demoram um bocadinho mais à beira do jazigo confortando-se com uma prece ou uma conversa amena.
Contudo, que tudo que se fizer por dias, meses, anos a fio sejam crivados por saudade e solidariedade no mundo do futebol e fora dele. Que o luto e a memória do que ocorreu nos últimos oito dias não sejam enterrados na cova rasa dos indigentes.
“Todos os dias é um vai-e-vem
A vida se repete na estação
Tem gente que chega pra ficar
Tem gente que vai
Pra nunca mais… A hora do encontro
(…)
É também, despedida
A plataforma dessa estação
É a vida desse meu lugar
É a vida desse meu lugar
É a vida…”
Rafael Fabro
É altamente questionável, após nove anos da última disputa entre Vasco e Flamengo no Basquete adulto, o Poder Público não dar garantia para a disputa dos jogos entre as duas equipes com a torcida dividida, em qualquer competição que ambas disputem, em ginásios neutros. Este é o primeiro ponto a ser levantado, embora tenha sido levada em conta a conclusão chegada, tanto por parte do Vasco quanto do Flamengo.
Mas se houve uma medida preventiva por parte do Poder Público no referido quesito e a torcida do Flamengo se comportou da maneira como o fez em duas oportunidades distintas, mesmo após ser punida com a perda de um mando de quadra nas finais do Estadual, fica evidente que para a segurança e integridade dos atletas do Vasco e comissão técnica não poder haver jogo de torcida única deles (ainda mais numa decisão), justamente pelo risco causado.
Ademais a confusão pode ser dentro ou fora da quadra, como a vista na semana passada, e não se sabe qual seria o comportamento do adversário diante de mais uma derrota sofrida contra nós. O mesmo argumento foi utilizado pelo ala rubro-negro Marcelinho na segunda partida decisiva, questionando torcida única do Vasco e as consequências disso, caso o Flamengo fosse campeão dentro de São Januário (que era o local de mando do clube na ocasião).
Além disso, a partida foi marcada para 06 de dezembro, mas poderia ter sido passada para qualquer data posterior na qual houvesse a garantia de que teríamos um local adequado para a disputa do título com as duas torcidas presentes, o que além de ser comuníssimo na história dos Campeonatos Estaduais de Basquete (adiamentos de jogos eliminatórios/decisivos) ao longo dos anos, em nada interferiria para ambas as equipes, pois seus elencos permanecem os mesmos em virtude da disputa da NBB, enquanto que a próxima competição estadual só ocorrerá lá pelo meio do ano que vem.
No esporte deve prevalecer o bom senso e não está havendo entre dirigentes do Flamengo, Tribunais, Poder Público, Federação e aliados da tese defendida pelos citados.
Num programa esportivo transmitido ontem pela Rádio Tupi, Fernando Lima, Vice-Presidente de Esportes de Quadra e Salão do Vasco foi feliz em suas colocações, falando inclusive do sofrido pelo Vasco no jogo em que venceu o adversário com torcida toda deles, fruto da confusão ocasionada por seus próprios torcedores. Durante a entrevista os jornalistas daquela emissora de rádio entenderam os argumentos e viram como atitude de bom senso a do Vasco.
A razão está com o Vasco e outros fazem uma ginástica para justificar um final melancólico de Campeonato Estadual que se avizinha, por culpa de todos, menos do próprio Vasco.
Por fim, se o GEPE não pode garantir o espetáculo, conforme usos e costumes dele por muitas décadas, também não pode dizer com segurança e sem nenhum porém, que garante a integridade dos atletas e comissão técnica do Vasco, a partir de manifestações até então inusuais do adversário do Vasco, representado por sua torcida e ações oriundas dela, pelo menos com os princípios de segurança que imaginava suficientes para tal, afinal na confusão última no ginásio do Tijuca atletas e comissão técnica se viram encurralados e não devidamente protegidos.
Sendo o raciocínio o preventivo, a realização de um jogo envolto em tanta rivalidade, com possíveis consequências a atletas e comissão técnica do Vasco, principalmente se conquistando a vitória o próprio Vasco, poderia trazer – e seria elogiado – a mesma manifestação do órgão contra a realização do evento com uma única torcida (exatamente a que não sabe se comportar), tal qual foi feito peremptoriamente, mas sem elementos palpáveis e históricos recentes, em relação à presença das duas torcidas em alguns ginásios neutros, afinal Vasco e Flamengo não se enfrentavam desde 2007 numa competição nos mesmos moldes da atual.
Casaca!
O Vasco fez na tarde deste domingo (04/12) a sua estreia na Copa RS. No Campo do Sesc, a equipe sub-20 encarou o Peñarol e não conseguiu deixar o gramado com o resultado positivo. Com gol marcado por Martín Chaves no início do segundo tempo, os Carboneros venceram por 1 a 0. Em busca do inédito titulo do torneio internacional, o Gigante da Colina voltará a jogar contra o Grêmio, na terça-feira (06), às 18h45. A partida terá transmissão do Sportv.
O JOGO
Disputando pela primeira vez a Copa RS, o Peñarol entrou em campo disposto a deixar uma boa impressão. Antes do cronômetro marcar cinco minutos, o time uruguaio chegou duas vezes com perigo. Na ocasião, Paulinho apareceu bem e fez defesas providenciais, evitando assim que o placar fosse inaugurado. As investidas do adversário serviram para acordar o Vasco. Aos sete minutos, veio a resposta. Hugo recebeu de Robinho e cruzou para a pequena área, onde estava Felype Hebert. O camisa 9 se antecipou aos marcadores e chutou para defesa do arqueiro rival.
O Gigante da Colina seguiu atacando e por pouco não abriu o placar aos 15 minutos. Felype Hebert finalizou na trave após lançamento de Robinho. Dois minutos depois, uma nova oportunidade. Dessa vez, Lorran cobrou falta e o goleiro adversário defendeu com facilidade. Principal jogador do Peñarol, Martín Cháves voltou a aparecer aos 24 minutos. O camisa 10 parou outra vez no arqueiro cruzmaltino Paulinho. Antes da etapa inicial chegar ao fim, Hebert assustou pelo Vasco e Silveira pelos Carboneros.
Na volta do intervalo, o Peñarol adotou a mesma postura do início da partida e acabou sendo premiado. Após cruzamento da direta e passe para trás, Martín Cháves tocou com categoria e abriu o placar aos dois minutos no Campo do Sesc: Peñarol 1 x 0. O Gigante da Colina não se abalou, muito pelo contrário, foi ao ataque em busca do empate. Aos 10, Léo Couto arriscou da intermediária e viu o goleiro aurinegro espalmar para escanteio. Na cobrança, João Victor cruzou e Richard cabeceou para fora.
A equipe de São Januário seguiu pressionando, principalmente após as entradas de João Victor, Rafael França e Paulo Vitor. Aos 32 minutos, Hugo Borges finalizou de longe e o arqueiro rival defendeu com facilidade. Apostando nos contra-ataques, o Peñarol não criou muitas chances. Nas poucas vezes que o time uruguaio chegou ao campo ofensivo, a defesa cruzmaltina afastou o perigo. Aos 43, a última oportunidade do jogo. Felype Hebert recebeu na grande área, limpou os marcadores e chutou rente à trave.
Texto: Matheus Alves e Carlos Gregório Júnior
Fonte: Site oficial
Jogando no Estádio Nivaldo Pereira, em Nova Iguaçu, o Vasco da Gama foi derrotado pelo o Flamengo na manhã deste domingo (04/12). Com um gol na etapa final, o Rubro-Negro venceu por 1 a 0 e conquistou o título do Campeonato Metropolitano sub-14. Campeão da Taça Rio, o Cruzmaltino lutou até o fim, mas acabou terminando em segundo lugar. A equipe de São Januário, porém, teve o melhor goleiro, Ícaro, e o artilheiro, Talles.
Texto: Carlos Gregório Júnior
Fonte: Site oficial