O presidente do Vasco, Eurico Miranda, decidiu expor em coletiva de imprensa o que chama de “clara tentativa de confronto” do Gepe contra o clube. O mandatário disse que recebeu nesta sexta-feira um ofício do Grupamento Especial de Patrulhamento de Estádios, órgão da Polícia Militar, pedindo que o clube coloque stuarts – seguranças particulares usados para controle de público na Copa do Mundo – nas cadeiras sociais de São Januário. Com provocações ao tenente-coronel João Fiorentini, comandante do grupamento, Eurico disse não saber a razão da tentativa de conflito com o clube Cruz-Matino – “talvez porque ele não consiga resolver o problema das torcidas organizadas” -, mas disse que o Gepe também tenta induzir a avaliação do Ministério Público com “relatórios falsos”.
Com papel do ofício na mão, a respeito do primeiro jogo sem proteção de grades ou vidros nas sociais, e também um relatório enviado ao Ministério Público, que o departamento jurídico do clube vai responder “item por item”, Eurico lembrou que se antecipou a qualquer pedido da Polícia Militar e já colocou seguranças particulares de cinco em cinco metros para impedir qualquer tentativa de invasão na social. O Gepe, através do documento, quer 20 homens dentro do campo. O que provocou a irritação do presidente.
– Decidi tirar os vidros porque prejudicava a visibilidade dos torcedores nas primeiras fileiras. E foi uma medida que foi muito elogiada por todos até. Não contratei stuarts, mas coloquei seguranças em toda a área, sentados ali. Se colocasse o que ele quer, os stuarts, dentro de campo, a reação é de correr atrás de um torcedor dentro do campo, não de impedir, como fizemos. Mas o que ele (Fiorentini) quer é criar um confronto. E se tem uma coisa que nunca admiti, no dia que admitir isso não fico mais um dia no Vasco, é essa tentativa de ingerência no Vasco, de controlar a social do Vasco. No meu entendimento ele está extrapolando as suas funções – disse Eurico, afirmando que a intenção é poder retirar os vidros em todo o estádio e se responsabilizando pela medida.
– O código de Justiça Desportiva brasileira prevê isso, que quem se responsabiliza pela segurança dentro do campo de jogo é o mandante – acrescentou o presidente.
De acordo com as informações do relatório, o Gepe relatou ao Ministério Público falta de controle da entrada na social do clube – 167 pessoas teriam entrado sem ingresso, o que Eurico contestou, lembrando que há atletas-residentes dentro do Vasco, que vêm com familiares e funcionários “devidamente identificados” -, torcedor portando bebida alcoólica – Eurico disse que o Gepe descreve que o vascaíno estava na arquibancada, mas justifica dizendo que os bares e o restaurante não vendem bebidas -, entre outros pontos que o departamento jurídico vai responder ao MP.
Fonte: GloboEsporte.com