Vasco x Campo Mourão – jogo 3 final Liga Ouro basquete (Foto: Paulo Fernandes/Vasco.com.br)
Depois das duas vitórias em São Januário, o Vasco empatou a série melhor de cinco jogos da final da Liga Ouro em 2 a 2 e forçou o quinto confronto. Mas se os cariocas quiserem mesmo conquistar o título e o acesso ao NBB, vão ter que fazer algo inédito no campeonato: vencer o Campo Mourão no Paraná. Ao todo, foram oito partidas entre as duas equipes. Quatro na primeira fase e quatro nas finais. E os paranaenses saíram vitoriosos cinco vezes, incluindo o triunfo no Rio na última rodada da fase de classificação, que garantiu o primeiro lugar e a vaga direta na final. Os vascaínos ganharam apenas três vezes, todas em casa. Nesta sexta-feira, às 20h15, o Vasco entra em quadra para provar que merece um lugar no Novo Basquete Brasil 9. O site da Liga Nacional de Basquete (LNB) transmite ao vivo, e o GloboEsporte.com acompanha cesta a cesta, em Tempo Real.
O basquete profissional do Vasco voltou esse ano, e o início não foi dos mais animadores. Mas com a chegada do armador argentino Damián Palacios e do ala Márcio Dornelles, o primeiro turno com mais baixos que altos deu lugar a um segundo turno promissor. O time embalou e chegou à final. Após sair perdendo por 2 a 0, o Vasco contou com o ginásio de São Januário lotado para empatar a série. No jogo decisivo, fora de casa, não poderá contar com sua torcida em grande número, mas terá Palacios, a experiência do time e o poder ofensivo ao seu lado para conquistar a taça. Confira abaixo cinco fatores que podem levar a equipe carioca ao título:
DAMIÁN PALACIOS
O argentino chegou a São Januário e mudou a cara do time. Logo em sua estreia, o armador chamou a responsabilidade e foi o cestinha da partida com 19 pontos. Fato que se tornou comum. Das 13 vezes que entrou em quadra, Palacios foi o maior pontuador vascaíno em quatro oportunidades. Além disso, desde que estreou, são 10 vitórias e três derrotas. O camisa 10 comandou o crescimento da equipe. Se a média da equipe era de 79 pontos por jogo sem ele (cerca de 42% de aproveitamento), com ele é de 87 (cerca de 54% de aproveitamento). Damián chega à última partida como líder nas bolas de três pontos (2.46 por jogo) e vice-líder em assistências (4.23 por jogo) da competição.
EXPERIÊNCIA
Para assumir a responsabilidade de levar um clube como o Vasco de volta à elite, foi montada uma equipe experiente, com jogadores rodados pelo basquete. O time tem média de idade de 30,6 anos, sendo o mais velho da competição. Na equipe considerada titular (Palacios, Hélio, Collum, Drudi e Jeff), todos têm mais de 30 anos. E os vascaínos provaram que estão prontos para as adversidades. Com 2 a 0 contra na série da final, o time não se abalou, se recuperou em casa, empatou a série e levou a decisão para o quinto jogo.
Curiosidade: Ricardinho, o mais veterano do elenco com 41 anos, divide vestiário com seu filho, Leozinho, de 19 anos.
FORÇA DO BANCO
Se o time é experiente e rodado, os jogadores estão acostumados com os altos e baixos do basquete. Entretanto, mesmo quando alguém sai, o Vasco consegue manter o seu poder ofensivo. Os reservas da equipe têm média de 30.84 pontos por jogo (após a chegada de Palacios e Márcio a média é de 35), quase cinco ponto a mais que os suplentes do seu adversário na final.
– Nós tivemos problemas no primeiro turno por causa de lesão. Mas a chegada dos reforços (Márcio e Palacios) nos deu maior rotatividade. É muito importante termos jogadores de qualidade. Assim conseguimos rodar a equipe sem deixar o nível cair. Mas não dá pra dizer quem é reserva. No início do torneio, o Gaúcho começava em quadra, agora troquei a formação e ele começa no banco. Mesmo assim ele foi o cestinho da partida no jogo quatro da final – afirmou o técnico vascaíno Christiano Pereira.
PODER OFENSIVO
O time tem média de 84.26 pontos e é o melhor ataque do torneio, com quase 10 pontos a mais que o Campo Mourão (média de 75.56). Além disso, os pontos não se concentram nas mãos de poucos jogadores. Gaúcho, Palacios, Hélio, Marcellus, Collum, Márcio Dornelles, Drudi e Douglas Nunes já saíram de quadra como cestinhas do time na partida. Desses, apenas Douglas e Marcellus têm média inferior a 10 pontos por jogo. Os vascaínos também são líderes nos arremessos de três pontos. O time tem média de 9.53 chutes certeiros de longe. No quarto jogo contra Campo Mourão, no último quarto, Collum converteu duas vezes de fora do perímetro para dar tranquilidade aos donos da casa. Outro destaque também foi o primeiro duelo contra o Ginástico pela semifinal. Na ocasião, os cariocas acertaram 21 arremessos de três, quebrando o recorde da competição.
– Nossos jogos com melhor aproveitamento ofensivo foram quando fomos melhor na defesa. Eu sempre falo isso. Todo ataque começa com uma boa defesa. Quando defendemos bem, temos mais tranquilidade para atacar e fazer os pontos. É um trabalho de todo o grupo – analisou Christiano.
TRADIÇÃO
Se por um lado o Vasco está voltando agora para o basquete profissional, por outro tem todo o peso de sua história e de carregar a cruz de malta no peito. Em um momento de pressão como esse, a camisa de um grande clube do Brasil pode pesar em um duelo decisivo. O Vasco é campeão mundial (1999), bicampeão brasileiro (2000 e 20001), bicampeão da Liga Sul-Americana (1999 e 2000), bicampeão da Copa dos Campeões Sul-Americanos (1998 e 1999). E a torcida provou que não esqueceu os tempos de glória do clube no esporte, lotando São Januário nos dois jogos da final. Além disso, os vascaínos fizeram questão de lembrar a tradição do clube em ser o “time da virada”.
*Estagiário, sob supervisão de Eduardo Orgler
Fonte: Globo Esporte
Dá-lhe Gigante, campeão mundial de basquete!!!
Todos estão tirando o chapéu para o Vasco, inclusive os fregueses cariocas.