No dia 28 de fevereiro de 1999, há exatos 17 anos, o Vasco entrava em campo no Maracanã para a 1ª partida da final do Torneio Rio-SP de 1999 contra o Santos, em um jogo que praticamente decidiu o título.
Após conquistar o tricampeonato brasileiro, em 1997; a Libertadores e o Carioca , em 1998 – ano de seu centenário –, o Vasco levantou a taça de mais um título memorável e emocionante, consolidando-se como um dos clubes mais vitoriosos da década de 1990. E este jogo histórico entrou para a memória da imensa torcida bem feliz !
O Jornal do Brasil do dia seguinte descreveu assim a partida:
“A torcida do Vasco — 94.500 compareceram ao Maracanã, estabelecendo o recorde de público na competição (81.421 pagantes) —saiu ontem do Maracanã gritando é campeão e tinha motivos para isso. Com a vitória de 3 a 1 sobre o Santos o time pode até perder por um gol de diferença na quarta-feira no Morumbi que terá garantido o título do Torneio Rio-São Paulo, o que não acontece desde 1966.”
O jornal o Globo também destacou a excelente vantagem conquistada pelo Vasco em suas páginas:
“O Santos fez um ótimo primeiro tempo, teve boas chances de gol, mas topou ontem no Maracanã com um time mais encorpado e experiente.”
O Vasco não fez um bom 1º tempo, pelo menos não aquele esperado pelo seu torcedor, que sabia do potencial e qualidade daquela equipe. O Gigante da Colina abriu o marcador aos 16 minutos com Mauro Galvão, mas sofreu o empate logo depois, aos 20. Na primeira etapa, a equipe paulista trouxe muito perigo a meta de Carlos Germano, criando várias chances de gol. O Vasco respondia, mas em menor proporção.
Porém o técnico Antônio Lopes mudou a história do jogo com duas substituições: primeiro tirou o apático e inoperante Donizete no intervalo para colocar o veloz e disposto Zezinho. Depois aos 14 minutos da etapa final, quando colocou Vagner no lugar do esforçado Paulo Miranda.
Se com a primeira mexida, o Vasco ganhou mais força no ataque, com a segunda o meio de campo ficou mais criativo e deu ao time cruzmaltino um ritmo que a equipe não teve no primeiro tempo.
Com as modificações, e mais a expulsão do atleta santista Sandro logo aos 8 do 2º tempo após violenta falta em Ramon, o caminho para a vitória ficou mais fácil.
Paulo Cesar Vasconcelos, do JB, descreveu assim este momento da partida:
“Aos 21 minutos — já com Vagner em campo, Juninho cobrou falta cometida por Anderson em Ramon e marcou o segundo gol. Foi o suficiente para deixar o Santos completamente abalado e o Vasco ainda mais confiante.
Com mais criatividade no meio de campo e um ataque mais vibrante, o time chegou ao terceiro aos 27 minutos, quando já estava também com 10 homens, porque Nasa foi expulso após cometer sua sexta falta em Alessandro.
Melhor jogador em campo, Mauro Galvão lançou Zezinho que driblou Zetti e tocou para fazer o terceiro.”
E conforme descrito no texto acima, o capitão Mauro Galvão foi o grande destaque do jogo, pois além de abrir o marcador aos 16 minutos do 1º tempo, foi perfeito na marcação e ainda serviu os companheiros.
Neste dia, também foi registrado o 4º maior público da história do torneio, com 94 mil torcedores presentes.
E como informação histórica, o 1º e o 3º também são de jogos que tiveram o Vasco como protagonista: 1 x 1 contra o freguês da Gávea pela edição de 1958 com 129 mil presentes e outro 1 x 1 contra o rubro-negro no ano de 1953 com 99 mil torcedores.
Os gols do jogo:
Ficha Técnica:
Torneio Rio-SP 1999 ( 1º jogo da Final )
28/02/1999 ( Domingo )
Vasco da Gama 3 x 1 Santos
Local: Maracanã (Rio de Janeiro-RJ);
Público: 81.421 (Pagante) 94.500 (Presentes)
Árbitro: Paulo César de Oliveira (SP)
Gols: Mauro Galvão 16′ e Alessandro 20′ do 1º; Juninho 21′ e Zezinho 26′ do 2º.
Cartões Amarelos: Gustavo Nery,Odvan, Paulo Miranda e Felipe
Expulsões: Nasa e Sandro
Vasco: Carlos Germano, Zé Maria, Odvan, Mauro Galvão e Felipe;
Paulo Miranda (Vagner), Nasa, Juninho e Ramón (Alex);
Donizete (Zezinho) e Luizão.
Técnico: Antônio Lopes.
Santos: Zetti, Ânderson, Argel, Sandro e Gustavo Nery (Michel);
Claudiomiro, Caíco (Élder), Marcos Bazílio e Jorginho
(Rodrigão); Alessandro e Viola.
Técnico: Émerson Leão.
Outros jogos do Vasco na mesma data. Nenhum empate e nenhuma derrota. Só vitórias:
Vasco 4×3 Fluminense – Torneio Rio-SP 1962
Vasco 3×1 América – Brasileiro 1982
Vasco 2×1 Volta Redonda – Carioca 1993
Vasco 1×0 Friburguense – Carioca 2002
Vasco 6×0 Fast – Copa do Brasil 2007
Vasco 2×1 Volta Redonda – Carioca 2010
Vasco 2×0 Bangu – Carioca 2015
Casaca!
É interessante lembrar que, mediante uma confusão sobre a marcação do local de uma partida, não houve um jogo entre Vasco e Fluminense na primeira fase daquele Rio-São Paulo.
Não lembro dos detalhes, mas mesmo que por ventura a culpa tivesse sido do Vasco, caberia apenas e tão somente a perda dos pontos. Quando muito e nada mais.
E isso foi decidido em votação dos clubes, que decidiram tirar os 3 pontos do Vasco. Mas mesmo assim, mesmo perdendo os 3 pontos da partida, o Vasco foi à frente na competição e foi campeão.
O então presidente do Fluminense Francisco Horta, usando o argumento da “punição exemplar” ao Vasco, solicitou a exclusão do Vasco do Torneio, o que foi votado pelos clubes, tendo apenas o São Paulo acompanhado o Fluminense na votação. Todos os demais participantes votaram pela perda de pontos do Vasco mas pela manutenção do Vasco no certame.
Que o Vasco acabou vencendo de forma inconteste.
Este é mais um episódio em que o Fluminense tentou da forma mais crápula prejudicar o Vasco, entre outros episódios, por exemplo o caso Jefferson, em que o Vasco perdeu seis pontos por duas partidas em que só ganhou 3. E mais um episódio em que, vendo a superioridade do Vasco, tentaram melar a competição com bravatas, como tentaram no Estadual de 1998.
Mudando de assunto, vi hoje uma informação que eu não conhecia (Wikipedia):
“Segundo o jornal Tribuna da Imprensa de 1958, a ideia para a criação da Copa Intercontinental veio de João Havelange e Jacques Goddet, este do jornal L’Equipe. Segundo a matéria, Jacques Goddet era o proprietário e residia no estádio Parc des Princes, onde o Racing Club de Paris mandava suas partidas e onde ocorreu a final do Torneio de Paris de 1957.”
Quer dizer: a final do Torneio de Paris, entre o campeão europeu e campeão carioca (então o torneio mais importante do Brasil, já visto como principal força do futebol sul-americano), faz estrondoso sucesso , lota o Parc de Princes (40 mil espectadores) e seu resultado põe em dúvida a (até então) invencibilidade do campeão europeu Real Madrid. Um ano depois, em 1958, o administrador do mesmo estádio propõe a criação da Copa Intercontinental entre o campeão europeu e um campeão sul-americano, a ser determinado na Libertadores.
É só ligar os pontos e concluir o óbvio: aquela vitória do Vasco no Torneio de Paris influenciou a ideia para a criação da Copa Intercontinental.
Só falta ao clube buscar o reconhecimento na UEFA.
Excelente informação, André.
Parabéns!
André, e por falar no tricolor da série C, neste mesmo 28 de fevereiro, só que de 1962, o Vasco vencia eles por 4×3 pelo mesmo Rio-SP.
O freguês nunca decepciona.
Saudações Vascaínas !
Nessas coisas o tricolor realmente é pior até mesmo que o Urubu, porque o urubu pelo menos ataca de frente, já o fluminense parece gostar de ser escorpião e atacar com a b*
Eu estive lá nesse jogo.
Não tinha só o público anunciado não.
Pela primeira vez na vida assisti o jogo do Vasco do lado contrário na arquibancada.
Cheguei tarde no estádio e não conseguia mais acessar nenhuma entrada no lado que nos cabe do Maracanã. Então fui andando, andando, andando, até encontrar uma entrada que dava…
Estamos voltando aos poucos, a demonstração de domingo contra a mulambagem foi marcante. Quanto diretoria, time e torcida se unem o Vasco fica imbatível.
Quem é essa tal de Sofia Arruda Miranda? Acha que vascaíno é otário?