FutebolTiago Scaffo
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A Criação da Flapress e o Impacto Negativo ao Vasco da Gama: Um Prejuízo que Vai Além das Quatro Linhas

A chamada Flapress não é apenas um termo cunhado por torcedores inconformados. É a manifestação de um fenômeno real, sustentado por interesses midiáticos que colocam o Flamengo em um pedestal, ao mesmo tempo em que rebaixam ou ridicularizam seus adversários históricos, principalmente o Club de Regatas Vasco da Gama. A parcialidade escancarada da imprensa esportiva brasileira, sobretudo da Rede Globo, ao longo das últimas décadas, é um ataque direto à isonomia do futebol nacional.

E ninguém enfrentou essa máquina com mais coragem e veemência do que Eurico Miranda. Presidente mais polêmico e combativo da história vascaína, Eurico travou uma verdadeira guerra contra a Rede Globo a partir dos anos 2000, denunciando publicamente a manipulação da narrativa esportiva, o favorecimento escancarado ao Flamengo e os prejuízos que isso causava ao Vasco dentro e fora de campo. Não se calou diante dos desmandos e não se rendeu ao poder financeiro e midiático da emissora, mesmo quando isso custou espaço, exposição e, em muitos momentos, visibilidade ao clube.

A briga com a Globo foi mais do que uma questão contratual, foi um embate político, institucional e simbólico. Eurico sabia que o Flamengo era utilizado como ferramenta de manipulação popular. Um clube com enorme massa torcedora, explorado como produto emocional para manter audiências, fidelizar públicos e, principalmente, controlar narrativas. O Flamengo se tornou, nas mãos da Rede Globo, uma verdadeira massa de manobra política e social, um “povo” uniformizado, conduzido por manchetes e transmissões que vendem heróis, escondem falhas e empurram uma ideia de hegemonia fabricada nos bastidores, não no campo.

Enquanto isso, o Vasco da Gama, clube de origem popular, pioneiro na luta contra o racismo no futebol, vencedor da Libertadores e protagonista de diversos momentos históricos, foi tratado com descaso. As conquistas vascaínas foram minimizadas; suas crises, ampliadas; seus méritos, ignorados. A Flapress, essa engrenagem midiática a serviço de um único clube, contribuiu diretamente para a deterioração da imagem do Vasco, afetando seu prestígio, sua relação com patrocinadores e até sua autoestima institucional.

Essa cobertura tendenciosa não é inocente. Trata-se de um projeto de poder. Quando a mídia deixa de informar para idolatrar, ela não apenas trai o jornalismo, ela manipula o esporte e reescreve sua história. O Vasco da Gama foi, e continua sendo, vítima dessa engrenagem. Sua torcida foi desrespeitada, sua história marginalizada, e sua luta silenciada.

Hoje, mais do que nunca, é necessário resgatar o legado de resistência de figuras como Eurico Miranda que nunca aceitou que o Vasco se ajoelhasse perante a narrativa imposta pela Rede Globo e seus aliados. A luta contra a Flapress é, portanto, uma luta por justiça, por equidade e pela soberania da verdadeira essência do futebol: a meritocracia dentro das quatro linhas.

Enquanto a imprensa seguir servindo a interesses escusos e tratando o Flamengo como uma ferramenta de manipulação emocional de massas, o futebol brasileiro continuará refém de uma farsa bem produzida, mas profundamente injusta. E o Vasco da Gama, assim como sua imensa e fiel torcida, seguirá resistindo.

Tiago Scaffo

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