Os áudios veiculados sobre a decisão tomada pelo VAR de validar o probabilíssimo gol ilegal marcado pelo Internacional-RS, em partida diante do Vasco, ocorrida há 12 dias, tornam claro o cometimento de um erro de direito.
Cabe ao árbitro da partida validar ou não um gol, ou o contrário, mas convencionou-se, com a chegada do VAR, que em casos de lances objetivos, referentes a haver ou não impedimento, ficasse o árbitro impedido de dar seu veredito.
Vale a opinião da equipe que opera e analisa o lance, a chamada equipe do VAR.
Ora, se a máquina não está funcionando de forma adequada e não dá para saber sem os recursos dela, com 100% de certeza, se há ou não impedimento em algum lance, a equipe do VAR deve dar ao árbitro a decisão sobre existência ou não de uma irregularidade nesse quesito, ou ao menos dizer que não pôde concluir a validade ou não da jogada, afinal abre-se mão da opinião do árbitro, exatamente por haver um material que se mostrará inquestionável, a ponto de prescindir qualquer contestação da arbitragem de campo.
Não se trata, pois, de um erro humano, cometido por parte de quem operou a máquina, induzindo a equipe da cabine do VAR a cometer um erro. Não havia, isso sim, condição alguma para que da cabine se desse um veredito, e foi dado sem qualquer garantia de exatidão do lance, maculando a partida.
A olho nu ainda existe uma quase certeza de impedimento no lance, desculpas de todos os cantos já foram dadas, evidenciou-se irresponsável a manifestação de um dos árbitros presentes na sala do VAR, dizendo que era gol legal sem que nada comprovasse isso e com colegas questionando linhas e buscando prudência.
O Vasco foi prejudicado por um tipo de erro que o regulamento da competição não prevê, pois previsto está, na falta do VAR, que se dê continuidade à partida, mas, JAMAIS, neste caso, poderá haver uma definição de cabine sem que o próprio árbitro possa se manifestar contrário à ela, considerando uma opinião empírica e não objetiva, clara, com 100% de precisão.
O correto, na ocasião, era que a cabine dissesse ser inconclusivo o lance, em função de não haver recursos técnicos que pudessem garantir a legalidade da jogada ou não, cabendo, então, ao árbitro, que este decidisse junto ao auxiliar de campo, se validaria ou não o gol. E pouco importa se ele hoje ou amanhã disser que validaria, pois ele FOI OBRIGADO A VALIDAR O GOL, em função da decisão tomada via cabine.
Neste momento deve haver uma concentração geral para que o clube vá às últimas consequências, objetivando a anulação da partida. E que, a partir dela, o Vasco alcance o resultado, num outro jogo contra o mesmo adversário, que o manterá na primeira divisão do Campeonato Brasileiro para a edição de 2021.
Sérgio Frias