Nota

A Hipocrisia tem que Parar!

 

A atual gestão do Club de Regatas Vasco da Gama lançou recentemente em seus canais oficiais a denominada “série Vasco Transparente”, pela qual “apresenta resultados” desse primeiro ano de mandato.

A publicação mais recente aborda o trabalho do departamento jurídico que, segundo seu atual Vice-Presidente, não seria um agente político do Clube, mas sim institucional. A hipocrisia do discurso salta aos olhos a partir do próprio contexto da entrevista na qual o atual Vice-Presidente jurídico busca autopromover seu trabalho maculando a antiga gestão do Departamento, que apresentou resultados reconhecidos por todos, inclusive pela própria administração atual, como se vê na peça de ficção (balanço patrimonial) publicada em abril de 2018.

A propaganda política em questão é exemplo bem acabado das contradições e esquizofrenia política – conveniente, claro – da atual gestão. O vídeo que tenta macular o antigo departamento contempla a presença do ex Vice-Presidente Jurídico, que continua no clube como prestador de serviço remunerado. Ou seja, um dos que “empresta socorro” à atual administração tem sua gestão frente ao departamento maculada, num fiel exemplo da marca registrada da covardia daqueles que buscam amparo internamente, mas “para fora” não hesitam em macular as pessoas, seja como desculpa prévia da inoperância e mal desempenho, seja para jogar pra galera e autopromover um discurso de transparência opaco e rasteiro.

Ora, se o senhor Vice-Presidente Jurídico quer ser transparente como afirma, porque não explica qual o papel do Departamento nas demissões em massa de funcionários sem o pagamento das indenizações? Por que até hoje o Senhor Vice-Presidente Jurídico não explicou a intempestividade da atuação do departamento no aproveitamento dos depósitos judiciais perante a Justiça Federal para regularização fiscal do Clube, algo bem encaminhado pelo antigo departamento? A desídia, atestada expressamente na decisão judicial, fez com que cerca de 30 milhões deixassem de ser usados na regularização fiscal do Clube, que passado 1 ano ainda segue sem as certidões negativas, a despeito dos mais de 120 milhões recebidos.

Poderia o senhor Vice-Presidente Jurídico, também, explicar a feitura de alguns acordos judiciais com funcionários demitidos em que o Clube reconhece e compromete-se a pagar a pedida integral, principalmente quando há notícias que acordo em cifras infinitamente inferiores havia sido apesentado no âmbito extrajudicial por aqueles que, em nome da “preservação” da imagem, eles insistem em macular.

Ao falar de escritórios prestadores de serviço como se fosse uma grande novidade no Clube, poderia o Vice-Presidente Jurídico esclarecer porque que, a despeito do discurso de austeridade, o departamento jurídico teve seu custo operacional elevado, assim como o porquê de ter optado por simplesmente empurrar com a barriga acordos judiciais firmados na gestão anterior, dando ensejo às multas e retomada de execuções que tem penhorado receitas do Clube.  

Discursos opacos e de autopromoção às custas da mácula daqueles que já demonstraram que o Clube está acima de qualquer divergência política nada mais são do que política rasteira e covarde, principalmente quando alguns resultados apresentados pelo VP jurídico decorrem da continuidade de processos iniciados pela antiga administração, como o caso de recuperação da propriedade “Gigante da Colina” junto à SPR.

Vale lembrar que os antigos diretores foram muito além de uma singela transição departamental, apontando, com franqueza e lealdade, as dificuldades e os caminhos que seriam necessários para otimização do Departamento, agindo de forma ativa por um bom período além do início de seus mandatos e se colocando sempre à disposição para ajudar.

Não é de hoje que o departamento jurídico tem fugido ao discurso de seu Vice-Presidente, chegando às raias de ter firmado um acordo em detrimento de beneméritos reconhecidos pela própria gestão, numa desesperada tentativa de salvar o mandatário de ter que prestar contas sobre denúncias feitas contra ele, acordo esse que, ironicamente, está sendo utilizado pela trupe amarela para tentar reverter a acachapante derrota experimentada no Conselho.

Portanto, senhor Vice-Presidente Jurídico, menos hipocrisia política, mais transparência e, principalmente, mais trabalho, porque a imagem pessoal não pode se sobrepor aos interesses do Club de Regatas Vasco da Gama.

CASACA!
Márcio Magalhães Fernandes – ex diretor jurídico
Leonardo Jorge Rodrigues – ex diretor jurídico
Denis Antonio Carrega Dias – Grande Benemérito *
Rafael Landa Montenegro Nuno – Benemérito *
Daniel Giglio Cerqueira – Benemérito *
José Carlos De Araujo L. Carvalho – Benemérito *
Gracilia Herminia Amorim Portela – ex diretora de remo *

* Obs: Auxiliaram o Departamento Jurídico do Vasco em questões específicas