No dia 20 de junho de 1997 o Vasco fazia sua estreia na Supercopa dos Campeões da Libertadores, com uma bela vitória de virada por 3 a 1 sobre o Peñarol do Uruguai, gols de Juninho, Aguirregaray (contra) e Pimentel.
Mas a maior vitória foi o clube ter conseguido, através de Eurico Miranda, o reconhecimento do título sul-americano de 1948 como oficial, e sendo equiparado a tradicional Taça Libertadores, que o próprio Vasco viria a conquistar no ano seguinte, se tornando o único carioca bicampeão sul-americano.
“A festa foi completa ontem em São Januário. Começou à tarde, com a bela homenagem aos campeões do Sul-Americano de 48 – estiveram presentes Barbosa, Chico, Barqueta, Augusto, Rafaneli, Wilson, Jorge, Friaça, Lelé e Moacir – e terminou à noite com a fácil vitória do Vasco sobre o Peñarol por 3 a 1, na estreia do time brasileiro na Supercopa dos campeões da Libertadores.”
Jornal do Brasil (21/06/1997)
“Jogo à parte, quem entrasse ontem, no restaurante de São Januário, juraria que os anos 40 haviam voltado. Mas voltaram mesmo. Para Moacir, ao pegar o microfone e cantar “Rosa Maria”, um sucesso de Gilberto Alves para o carnaval de 1948. Era ele, com sua voz grave e afinada, quem animava as festas dos jogadores do Vasco em dias de grandes conquistas. Voltaram também, para Lelé, outro dos campeões sul-americanos daquele ano, que recebeu de presente uma fita em que Linda Baptista canta “O Boteco do José”, homenagem ao próprio Lelé. E voltaram para Flávio Costa, o grande comandante, que assistia ao desfile de seus grandes craques ainda com a pose de grande treinador que era na época.
Barbosa deixa o sofrimento em Santos para apenas sorrir. Todos tinham a agradável sensação de estarem vivendo um grande dia. Afinal, a conquista era histórica, por ser o primeiro clube brasileiro a ganhar um título fora do país, no caso o Campeonato Sul-americano, de 1948. Só que, hoje, Flávio Costa está para completar 91 anos e Moacir, o caçula do time, tem 73.
Até Barbosa, o legendário goleiro do Brasil na Copa de 50, veio de Santos para a festa. Sem casa, porque a que ele ocupava, em Santos, acabou de ser vendida, o velho ídolo precisa de socorro. O Vasco já se prontificou a ajudá-lo, com R$ 2 mil por mês. Ontem começou um movimento para lhe dar um apartamento.”
Este jogo também marcou a estreia do zagueiro multicampeão pelo Vasco, Odvan.
A ficha do jogo:
Supercopa dos Campeões da Libertadores 1997
Vasco Da Gama 3 x 1 Peñarol (URU)
Data: 20/06/1997
Local : Estádio De São Januário (Rio De Janeiro – RJ)
Arbitro : Félix Benegas
Público : 1.681
Gols : Souza (Peñarol 11/1ºT), Juninho (Vasco 17/1ºT), Aguirregaray (Peñarol/contra 29/1ºT) e Pimentel (Vasco 7/2ºT)
Expulsão : Fabrício Eduardo (Vasco) e Garcia (Peñarol)
Vasco – Caetano, Pimentel, Alex, Odvan, Felipe, Fabrício Eduardo, Luisinho, Juninho (Moisés), Ramón, Brener (Nasa) e Luís Cláudio (Wagner) Técnico : Antônio Lopes
Peñarol – Alves, Garcia, Aguirregaray, De Los Santos, Lima (Adinof), Souza (Cancela), Rotundo (Gonçalves), Tais, Pacheco, Aguilera e De Lima Técnico : Gregório Perez
Outras vitórias do Vasco em 20 de junho:
Vasco 3 x 0 Helênico (Carioca – 2ª Divisão 1920)
Vasco 2 x 0 São Paulo (Amistoso 1945)
Náutico 1 x 2 Vasco (Amistoso 1951)
Porto-POR 1 x 2 Vasco (Amistoso 1956)
Valencia-ESP 1 x 3 Vasco (Amistoso 1957)
Nacional-AM 0 x 4 Vasco (Amistoso 1965)
União Tijucana-MG 0 x 1 Vasco (Amistoso 1973)
Volta Redonda 0 x 1 Vasco (Carioca 1976)
Piauí 1 x 3 Vasco (Amistoso 1986)
Guadalajara-MEX (3) 1 x 1 (4) Vasco (Copa de Ouro 1987)
Vasco 2 x 0 Botafogo (Copa Rio 1991)
Vasco 1 x 0 América (Carioca 1996)
Fui a esse jogo. Era inauguração do 2° placar eletrônico da história de São Januário.
Golaço do CASACA. Essas recordações da glória vascaína não tem preço. Continuo aplaudindo mesmo no teclado. Homenagear sempre os que merecem ser homenageados, os que amaram, venceram e lutaram pelo Vasco.
Vamos colocar lá nas cabines de rádio em vez do penta, o hexa-campeonato invicto!
Toda homenagem que esses caras receberam em vida, era pouco.