No dia 19 de junho de 1988, o Vasco vencia o Flamengo de virada por 2 a 1 na 1ª partida da final do Carioca de 1988, com direito a golaço de Romário dando chapéu em Zé Carlos antes de empurrar pras redes. Além disso completaria o “terno” (3 vitórias seguidas sobre o freguês rubro-negro) que se tornaria “quadra” e depois “quina”. Uma vez freguês, sempre freguês.
“Um é bom, trés é quase campeão. Com a espetacular vitória de 2 a 1 sobre o Flamengo ontem, o Vasco assegurou praticamente o título carioca de 1988 ou, para sua torcida, ainda melhor: o bicampeonato, conquista que não saboreava há exatos 38 anos. Com três pontos ganhos (entrou com um de vantagem), o Vasco joga pelo empate na quarta-feira, podendo dar-se ao luxo de perder. Nesse caso, jogaria também pelo empate no próximo domingo. Ao Flamengo só resta o desespero. Para ser campeão, terá de vencer duas vezes.
Nada mais justo para o Vasco do que contar com essa enorme vantagem. No emocionante jogo de ontem mostrou que não falta mesmo nada a seu time para levantar a taça de bicampeão. Mostrou Acácio, goleiro quase que perfeito, Geovani, meio-campo que joga bem até sob cerrada marcação, c Romário, artilheiro que brindou o Maracanã com um gol inesquecível, ao encobrir Zé Carlos e completar de cabeça.
Descontando-se a falha de Leandro, que atrasou mal a bola para Zé Carlos e deixou Romário livre para marcar, desta vez não se pode dizer que o Vasco atuou bem porque o Flamengo não ofereceu resistência. No primeiro tempo, o Flamengo jogou muito. Pouco antes de entrar em campo, Andrade cantarolava no vestiário: “Mas é preciso ter raça, é preciso ter gana, sempre…” Seu time teve isso tudo nos primeiros 45 minutos, jogou mais c foi premiado com o gol de Bebeto aos 8 minutos. Ele recebeu lançamento de Edinho e entrou livre, tocando no canto esquerdo de Acácio. Vibração de todo o time, menos de Bebeto, que preferiu ir xingar a torcida adversária, que o chamara de chorão. Mas nem mesmo quando o nome Bebeto era gritado em coro, Acácio deixou de ser o melhor jogador em campo. Aos 29 minutos, por exemplo, ele evitou o segundo gol, desviando um violento chute de Zinho, o melhor do Flamengo. As melhores defesas ficaram para o segundo tempo, depois da virada, iniciada por Bismarck a 5 minutos, num rápido contra-ataque.
Bismarck saiu driblando da ponta direita para o meio c chutou de esquerda, no canto direito. A partir daí, o Vasco conseguiu impor seu ritmo de jogo, o mesmo que cm 13 clássicos neste campeonato empregou para conseguir dez vitórias, dois empates, perdendo apenas um, exatamente para o Flamengo na estréia da Taça Guanabara. São números suficientes para se entender a segurança com que o time do técnico Lazaroni suportou a pressão desesperada do Flamengo em alguns momentos do segundo tempo depois do golaço de Romário, aos 16 minutos. E quando um time bem armado possui um excelente goleiro, as coisas ficam mais fáceis. Acácio literalmente salvou o Vasco de sofrer o segundo gol aos 27 minutos, numa cabeçada de Bebeto, c aos 34, num chute de Alcindo. Em ambas as jogadas, ele colocou para córner as esperanças do flamengo de empatar a partida. O bicampeonato nunca esteve tão perto.”
Jornal do Brasil (19/06/1988)
O Globo (19/06/1988)
O Globo (19/06/1988)
O Globo (19/06/1988)
No vestiário pós-jogo, além da efusiva comemoração aos gritos de “Casaca!”, os atletas cruzmaltinos falavam sobre as provocações de Renato Gaúcho. Até o comedido Donato se revoltou com o falastrão atacante rubro-negro: “Ele queria briga. Cheguei a pensar em convida-lo para um duelo na rua, não dentro de campo.”
Romário, sempre sincero, disse: Ele é abusado. Não respeita ninguém. Debochou do nosso time e dos torcedores todo tempo. Precisa ser mais humilde.”
A verdade é que o Vasco deu a melhor resposta dentro de campo, superando com futebol de qualidade o eterno freguês preto e vermelho.
Jornal do Brasil (19/06/1988)
As atuações do Vasco segundo o jornal “O Globo”:
Os melhores momentos da partida:
Outras vitórias do Vasco em 19 de junho:
Valencia-ESP 1 x 4 Vasco (Amistoso 1947*)
*Jogo realizado em Portugal.
Santa Cruz 1 x 2 Vasco (Amistoso 1949)
Sporting-POR 1 x 2 Vasco (Amistoso 1955)
Combinado de Itajaí 1 x 5 Vasco (Amistoso 1960)
Elche-ESP 2 x 3 Vasco (Amistoso 1963)
Bandeirantes de Ubá-MG 1 x 2 Vasco (Amistoso 1982)
Nacional de Patos-PB 2 x 4 Vasco (Amistoso 1983)
Atlético-MG 3 x 4 Vasco (Copa do Brasil 1994)