No dia 06 de abril de 1958, o Vasco sagrava-se pela primeira vez campeão do Torneio Rio-São Paulo. O adversário do jogo que valeu o título, foi a Portuguesa de Desportos que havia superado o Vasco em 1952, em dois jogos extras, se sagrando campeã naquele ano. Mas a tão esperada revanche havia chegado e o Vasco impiedosamente goleou a Lusa em pleno Pacaembu pelo placar de 5 x 1.
O Torneio Rio-SP naquela época era uma competição de suma importância para o futebol brasileiro, já que pelo fato do país não ter um campeonato nacional, era o que envolvia os principais clubes nacionais. Era um título cobiçado, e todos entravam nessa competição com força máxima. Porém, nem mesmo o Expresso da Vitória conseguiu conquista-lo, até que o cruzmaltino colocou Gradim, velho conhecido jogador do Vasco da Gama, como treinador do Club.
Logo na estréia, um revés por 4 x 2 diante do Palmeiras de Waldemar Fiúme ,o “pai da bola”, após estar vencendo a partida por 2 x 0. Porém, o Vasco soube lidar com a derrota traumática na estréia e emplacou 6 vitórias seguidas contra Corinthians, São Paulo, Fluminense, América, Santos e Botafogo, com destaque a goleada de 6 x 1 sobre o Fluminense onde Vavá marcou 4 vezes. Essa sequência foi parada pelo Flamengo, cujo resultado ficou no 1 x 1, mas no último e mais importante jogo, o Vasco precisava apenas empatar com a Portuguesa do ex-jogador do Vasco Ipojucan e do ex-treinador Flávio Costa.
O que se viu no Pacaembu foi um verdadeiro passeio do Gigante da Colina, ao golear a Lusa por 5 x 1, com direito a show de Almir Pernambuquinho, autor de 3 gols, sagrando-se assim, campeão do Torneio Rio-São Paulo de 1958, fato que viria acontecer mais duas vezes, em 1966 e 1999.
Assim descreveu esta data histórica o jornal “O Globo” do dia seguinte, na sua edição matutina:
A emoção que se apossou do vice-presidente Jaime Alves, moço e dinâmico diretor do Vasco da Gama, foi traduzida pelas lágrimas nos seus olhos. O dirigente cruzmaltino mal podia falar, abraçado com Gradim e recebendo os parabéns dos seus atletas e admiradores. Com multa dificuldade, aproximamo-nos do chefe da delegação do Vasco e foram essas as suas palavras:
— É um dia de felicidade para mim… Estreando numa diretoria de um clube do quilate do Vasco da Gama, recebi o duro encargo de dirigir a delegação do meu quadro, nos jogos mais difíceis, principalmente porque a diretoria que passou, deixou o Vasco numa situação excelente, neste Rio-São Paulo o nós tivemos que seguir a marcha…
— E o jogo de hoje?
— Um espetáculo. O Vasco fez por merecer a vitória e, principalmente, o título máximo. Numa decisão, quando se sabe que um quadro tem que ficar nervoso, o meu Vasco atirou-se à luta, resolutamente e o resultado foi este 5 x l. Parabéns ao atletas do meu quadro e a este fabuloso Gradim.
E na edição vespertina, continua narrando a glória conquistada:
Derrotando hoje a Portuguesa de Desportos, no Estádio do Pacaembu, pela expressiva contagem de cinco tentos a dois, o Vasco da Gama conquistou, de forma aliás muito merecida, o título de campeão do Torneio Rio-São Paulo de 1958. Não foi tarefa difícil para o clube da Cruz de Malta sobrepujar o clube da Cruz de Aviz. A alta categoria da equipe cruzmaltina superou, com nítida vantagem, a agressividade e o elevado espírito de luta dos lusos bandeirantes, cujo quadro, em conjunta, deixou multo a desejar, falhando muito e facilitando, inclusive, a ação desenvolvida pelos seus adversários, que puderam trabalhar à vontade e predominar amplamente em todos os setores do campo.
Mais positivo e prático, o Vasco
O Vasco da Gama apresentou-se em magnífica forma para a partida decisiva que disputaria com a Portuguesa do Desportos. Estando em jogo a conquista do título do certame interestadual, em cujo desenrolar o quadro vascaíno cumpriu excepcional campanha, apenas perdendo urna vez, na sua peleja de estréia, diante do Palmeiras, pela contagem de quatro a dois, e empatando também apenas uma vez, diante do Flamengo, na “peleja dos milhões”, tratou o “onze” guanabarino de empenhar-se com o maior ardor e denodo no sentido de liquidar desde logo as possíveis ilusões da Portuguesa, desenvolvendo uma atividade intensa que foi suficiente para desfazer as esperanças daqueles que contavam com a possibilidade de uma surpresa por parte dos lusos.
Outros jogos do Vasco em 6 de abril:
Vasco 2 x 1 Bangu (Carioca 1930)
Vasco 2 x 0 São Cristovão (Carioca 1968)
Vasco 4 x 0 Campo Grande (Carioca 1977)
Vasco 6 x 4 Goiás (Brasileiro 2003)
Vasco 2 x 1 ABC (Copa do Brasil 2011)