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Preguinho

Soube que houve um prego tricolor, prego no nome, que tentou fazer passar por aqui sua mensagem preconceituosa, vislumbrando através de sua inocente arrogância um processo em favor do tricolor.

Processo, o tricolor, lato sensu, teria muitos a responder. Se não fosse uma elite preconceituosa e racista a dominar os anos 20, sem dúvida. Mas moralmente o “crime” tricolor (tipificado ou não na época pouco importa) é imprescritível. O preconceito social e racial do Fluminense é histórico. Uma mancha institucional inapagável.

Não, não foi um árbitro ou vários que fizeram o Fluminense ser racista. Foi o livre arbítrio tricolor.

Ora, como seus dirigentes permitiram a que um atleta, associado do clube, se enchesse de pó de arroz para disfarçar a cor da pele? Nada fizeram? Nem uma nota de repúdio? De forma alguma. O pó de arroz ou de giz varou o século tricolor. Uma bela tentativa marqueteira para transformar em algo lúdico, algo vergonhoso.

A aristocracia tricolor chegou a ser de terceira no final do século passado e com orgulho fez menção à conquista como se fora um Campeonato Brasileiro. Clubes de seu nível fizeram o mesmo. O Olaria, por exemplo, tão campeão da Série C como o Fluminense.

A champagne estourada em 1997 era de segunda, mas a atitude tricolor em campo no mesmo ano foi de quinta e não fosse a competição nacional mais importante do calendário ter sido organizada pelos clubes em 2000, não se sabe quando o Fluminense voltaria à primeira divisão, pois o ABC da B não fora cumprido dois anos antes.

Afirmar que o Fluminense não merece crédito quando fala do Vasco, seja lá quem vier a falar de Vasco na qualidade de torcedor do Fluminense, é chover no molhado, afinal o clube das Laranjeiras deve ao Vasco… e muito! Uma dívida que não terá como pagar, nem mesmo pondo os vitrais no “prego”. Não, não falo aqui do pulo de letras do alfabeto nas divisões do futebol, mas sim a dívida que ele Fluminense e a elite racista da época, constituída também por seu filho bastardo no futebol, Flamengo, e outros tão preconceituosos como, tem para com o Vasco: o Vasco lhes ensinou que negros e brancos poderiam jogar no mesmo nível, que médicos ou “chafeurs” dentro de campo poderiam apresentar o mesmo futebol e o que lhes faria diferente não seria a conta bancária ou a cor da pele, mas sim o talento e aptidão para jogar futebol.

Com isso o Fluminense pôde ter Didi, Waldo, Escurinho, Denilson, Marco Antônio, Paulo César Lima, Claudio Adão, Washington, Marcão, entre outros, pelo restante do século passado. Em cada conquista tricolor com negros no time se dá um tapa com luva de pelica no clube, pelo antigo preconceito, e naqueles responsáveis pelo orgulho, em tempos idos, daquele preconceito. Não foram refutados pela história tricolor os senhores de tais preconceitos, muito pelo contrário. E como o Fluminense não tem como esconder o preconceito que lhe mancha o histórico, procura tratar o assunto como menor, ou como conto.

Mas como freguês de caderno terá nosso perdão na esfera esportiva, afinal pagam a conta em dia há décadas, pelo menos no campo de jogo, com derrotas e mais derrotas. Uma doce rotina.

Sérgio Frias

13 comentários sobre “Preguinho

  1. Excelente texto Sérgio. Você deve saber também que os jogadores negros mesmo os famosos como o Didi não podiam entrar no clube pela porta da frente do estádio e nem frequentar a social. Vergonha. Sinceramente eu fico entristecido quando vejo um negro com a camisa do Fluminense ou do Flamengo também. É uma ingratidão sem limites.

    Sérgio, poderíamos explorar esse tema de modo mais frequente.

    Por isso que eu sou grande fã do CASACA. É fo@@da.

  2. Prezado Sergio Frias que felicíssima, concisa e altamente eficiente resposta a uma desprezível figura do mundo futebolístico, surgida não sei de onde?!?!?!
    Devem os provocadores estarem roendo-se de invejas, agruras e desesperos, ansiosos correm risco de injúrias cardíacas seqüencionais; se associarem a a outras crônicas do João Carlos Nobre, cometerão suicídio coletivo.
    Vocês dois representam muito bem o espírito do Grande Comandante Eurico, fomam e representam com galhardia Escola de Verdadeiros Vascaínos. Nada mais é preciso dizer.

    Gurá da Barra

  3. Texto inteligente, bem redigido, com a sensatez de sempre.
    O Sergio Frias, sabe como poucos colocar os pingos nos is, mostrando uma realidade que a história pode até esconder, mas que os talentos da literatura futebolística sabem expor de forma clara, é coerente.
    Sergio Frias tem um talento indescritível, será muito em breve um ícone Vascaíno em todos os sentidos, talentoso e firme nos seus conhecimentos, não mede palavras certeiras para descrever os fatos em foco.

    Parabéns pelo belo texto Sergio.l

  4. Excelente resposta, Sérgio Frias.

    O freguês estava abusando.
    O fluminense precisa saber seu lugar, que sempre foi e será abaixo do Vasco, seja no campo ou na moral.
    Gostaria muito de ver uma resposta oficial do Vasco em relação às aneiras dita pelo “prego”.

  5. Diagnóstico preciso de uma doença chamada Recalque.

    A elite, que não admite para si mesma a inferioridade em relação ao rival da Zona Norte.

    Pó de arroz…. Que vergonha é sua história, fluminense! E ao invés de se envergonhar, de tentar apagar esse passado nazista, você o glamouriza e adota como seu símbolo maior! Não rompeu com o passado podre, pois ainda se identifica com ele.

    Não tem graça nenhuma nisso.

    Tem é vergonha.

    Como você é pequeno, fluminense.

  6. Sérgio,

    Com todo o respeito, vai limpar a sola do teu sapato. Deve estar suja de merda porquê você deu um pé bem forte bem no meio do fiofó deles….kkkkkkkkkkkkkkkkkk

  7. Perfeito, Sérgio!

    Mais uma porrada na cara desses babacas.
    Na verdade, esses bostas tentam ser VASCO há anos, por pura inveja. Mas, não conseguem, porque um pigmeu, nunca será um colosso.

  8. Eu nem preciso ir muito longe!

    O FluminenC foi fundado por Oscar Alfredo Cox, e Mário Rocha e enviaram uma carta a Inglaterra e no período de 1916-1924 eles tinham um jogador Ingles conhecido como Henry Welfare, enquanto que no VASCO da GAMA quando o futebol foi incorporado no dia 26 de Novembro de 1915 tinhamos como jogadores dentro do nosso plantel vários jogadores negros, como o chofer de táxi Nelson da Conceição, o estivador Nicolino, o pintor de paredes Ceci e o estivador de caminhão Bolão e foram os Campeões de 1923. A Elite dominante não se conformavam e estavam INCOMODADOS com isso, e exigiram que fossem excluídos todos os jogadores negros e de origem humilde e como resposta então enviou uma carta histórica assinado pelo PRESIDENTE DR. JOSÉ AUGUSTO PRESTES na qual desistimos de fazer parte da AMEA do que sacrificar os 12 atletas Vascaínos.

    O Pó-de-arroz tem um nome Ingles, mas nunca ví eles tomarem o chá das 5…..!

  9. Florminense é racista e sem Estádio pra sempre! E sem contar que são fregueses de carteirinha pra sempre! Vão continuar sempre perdendo pro Vascão da Gama!
    Sem contar que o Florminense nunca vai ganhar uma Libertadores, nem no sonho!

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